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Editorial

2016: O que esperar do segundo semestre, na música eletrônica?

Entre anseios e lançamentos, o estopim da cena brasileira e a regressão da importação.

Nesta segunda feira, 04 de Julho, iniciamos mais um semestre muito aguardado pelos espectadores e ouvintes da música eletrônica no Brasil. Em um rápido remember do que rolou no primeiro semestre deste ano, temos fatos incríveis, iniciando pelos festivais de verão em janeiro, um carnaval de excelente qualidade espalhado por todo Brasil e um Tomorrowland para nenhum gringo colocar defeito. Mas, como sabemos, quem vive de passado é museu e nós, brasileiros, estamos com a pulga atrás da orelha sobre os acontecimentos deste novo semestre de 2016.

Nós sabemos que a crise chegou para todos, seja no supermercado, naquele esquenta antes da balada, no próprio preço dela ou nos espetáculos grandiosos como estamos vivenciando. Da mesma forma que a ascensão da música eletrônica chegou a picos invencíveis em 2015, temos agora um grande desafio pela frente, fazer mais com menos e no fim das contas, com um jeitinho brasileiro, dá-se certo.

Da mesma maneira que a o mainstream se ergueu, o underground não ficou para trás e o exemplo disso está nas redes sociais. Os festivais alternativos estão com tudo pelo Brasil e a cena Trance e psicodélica que, por muitos já era considerada quase extinta, voltou a mostrar para os jovens e os já experientes nas festas, os motivos dela nunca parar. Produtos nacionais, como mesmo se intitulam, Vegas e Chapeleiro, desfilam pela leva de novos artistas com tanto potencial quanto os aventureiros do Brazilian Bass. Bass, que por sinal, deu um up monetizado no caminho da EDM em nossas terras tupiniquins.

Chapeleiro, uma das revelações do High BPM brasileiro.

Culpa do Alok? Não sei, só sei de que bobo o Alok não tem é nada e não há hater que lute contra.  O goiano conseguiu conquistar o país, de norte a sul, de leste a oeste.  O produtor de 24 anos agora é superstar, faz cena com Oliver Heldens na internet, faz remix com rapper das antigas e coloca sim, o seu brazilian bass para o mundo ouvir. Tem turnê na Asia, na Europa e onde você menos esperar. Alok já é digno de exportação, talvez por sua equipe de aproximadamente 50 pessoas e com um marketing digno de quaisquer organizações multimarcas consumistas ficarem de queixo caído.

Alok se internacionaliza ao assinar contrato com a Spinnin’ Records.

Mas o Bass não é só Alok. O mainstream nacional foi dominado pelo novo gênero e novamente, vemos o jeitinho brasileiro dar conta de um mainstage do Tomorrowland Brasil, como também, de palcos alternativos pelo Brasil afora. Chega de low? Então vamos falar de FTampa, Felguk, Tropkillaz, Repow, E-cologyk e Marcelo CIC? Não precisamos nem comentar do talento desses caras, melhor focarmos ao que interessa.

F Tampa será o primeiro brasileiro a tocar no palco principal do Tomorrowland.

Medo, anseio e conflito marcam esse início de semestre. Promessas podem desmoronar-se como castelos de areia, tudo depende das marés do câmbio, do aumento de renda de nós, trabalhadores ou do intensivo trabalho em fazer menos com mais. Ou seja, depende de nós mesmos, brasileiros, não deixar esse “samba” morrer.

Ultra Rio Brasil sofre problemas com escolha do local.

Entre os maiores: O Ultra Music Festival confirmou no Rio, mas com conflitos de local, a organização ainda está em silêncio, a procura de respostas? O Dream Valley continua cancelado, o XXXperience promete “A festa” de seus 20 anos, mas com a incerteza de seu line up sempre exclusivo, o que trazer com mais concorrência? A Kaballah apenas apresenta mini parties com line ups nacionais. Ainda para abusar, o EDC, que teve uma linda festa (mas não cheia) no fim de 2015, ainda nem deu as caras neste ano. Sem promessas, sem frustrações, pelo menos para a Insomniac.  O King Festival em Recife, que trouxe nomes como Garrix (já confirmado no Ultra Rio) e R3HAB, só confirmou a data. Quem voltou a dar as caras foi o Spirit, em São Paulo, com apenas dois nomes internacionais confirmados, além de assumir que a conta ficará para o Brazilian Bass pagar.

EDC Brasil ainda não confirmou sua segunda edição.

Tentando correr na contra-mão da crise, teremos em Agosto o Federal Music, em Brasília. Logo no inicio de suas divulgações, a organização anunciou que investiria em grandes nomes e fez isso: Sander van Doorn, EDX, Sharam Jey, Romeo Blanco, Inpetto, Kryder, Daniz Koyu, Skazi, além de uma grande gama de djs nacionais e internacionais, estarão presentes no festival. Será que, um festival visivelmente caro, colherá bons frutos, sem abusar dos clientes? Outra grande promessa para o ano é a vinda do Euphoria para São Paulo, irão apostar em um line up pesado?

Federal Music dribla crise com line up cheio de boas atrações.

Com a decepção na organização da binária Tribe, o medo não termina por aí, como fãs somos fadados a enfrentar o pesadelo de todo festival: O preço! Formas abusivas de arrancar grana de seus clientes, ingressos de pista já chegam a custar 800 reais. Além das águas a 10 reais em um bar qualquer dentro de tais festivais, para enfim, chegarmos a passar fome, sede e vontade, só para vermos nossos artistas prediletos por uma hora que seja.

O ano também, não poderá acabar sem uma das confirmações mais esperadas. Sabemos que, se for acontecer, será somente em maio/abril do ano que vem, mas o anúncio e inicio de vendas deverão ocorrer no fim deste ano: qual será o futuro do Tomorrowland Brasil? Muito se fala, pouco se sabe e a dúvida fica no ar.

Tomorrowland Brasil ainda está sem confirmação de data em 2017.

Talvez a incerteza traga a cura dos ravers através dos festivais alternativos. Boas festas trazem sempre bons clientes. Agora quanto ao mainstream, só nos resta aguardar, seja com a paciência dos nossos corações para que as promessas voltem a se cumprir, seja poupando nossos bolsos com aquela poupancinha para o próximo confirmado, seja até para discutir e dar “piti” nas páginas oficiais dos nossos festivais. A ânsia nos causa o desconforto, a incerteza nos traz insegurança, mas como somos brasileiros e não desistimos nunca, ficamos com nossos produtos nacionais até exportá-los para a Europa no próximo verão.

Pós graduado em comunicação e marketing digital pela Universidade Belas Artes de São Paulo. DJ, produtor de eventos, PR, poeta e workaholic. Amante de um bom som, um por do sol e uma boa taça de gin tônica.

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