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Entrevista

Entrevistamos: Flow & Zeo no Rock in Rio

Casados há mais de 20 anos, Flow & Zeo dividem os palcos e a rotina do dia a dia. Em completa harmonia, eles nos receberam no backstage do Rock in Rio.

Flow Zeo Capa

Flow & Zeo

Mais que parceiros de palco e profissão, eles são um casal. A conexão de Flow & Zeo vai muito além da música, ela é sentida em todas os momentos, principalmente quando são vistos juntos. Na estrada há quase 20 anos, eles mostram a cada novo trabalho, toda a sua paixão pela música, que é mútua. Cariocas, Marian Flow & Zeo Guinle são mais que perfeitos para estarem no New Dance Order do Rock in Rio e foi lá, que conversamos com a dupla. Entrevistamos: Flow & Zeo.

Beat for Beat – Vocês são um casal há mais de 20 anos e dividem os palcos. Como é a rotina pra não deixar que o pessoal afete o profissional? Como é a divisão de somos os parceiros de palco e agora, marido e esposa?

Flow  É maravilhoso poder trabalhar com seu companheiro. Tem mais pontos positivos do que negativos. A gente se complementa no ar e na música. O amor alimenta a música, assim como a música alimenta o amor, as duas coisas vivem andando juntas. Nós amamos o que fazemos e é um prazer poder fazer isso juntos, como um casal, evoluindo juntos.

Zeo  Já sobre separar o profissional do pessoal, é impossível, nós ainda não achamos a fórmula mágica. Quando você faz música ou trabalha com o que gosta e ambos compartilham do mesmo sentimento, separar isso da vida pessoal acaba não fazendo muito sentido e o mais importante, a gente se dá muito bem, então é super válido manter as duas vidas juntas.

B4B – E como funciona o processo criativo de produção de um casal? Como vocês se organizam em estúdio e criam as tracks?

Flow Nós participamos juntos de tudo na produção de uma track, desde a concepção a finalização dela, assim como fazemos com qualquer coisa na nossa vida, porém, existem já funções mais definidas. O Zeo por exemplo, cuida mais da parte de criar uma bass line, por exemplo, ficando até 8h no estúdio até achar algo que soe perfeito. Ele cuida da masterização das músicas, da parte mais técnica. Já eu, estou estudando guitarra faz uns 3 anos, então eu quem sou a responsável por gravar as guitarras das nossas tracks, assim como escrevo as harmonias. Já na parte de business da banda ele cuida dos processos e eu dos números, já que ele é advogado e eu sou marketeiros. A gente tenta fazer tudo junto, mas em algumas funções, é preciso nos dividir pra fazer a coisa funcionar bem.

Zeo  Nós somos muito parceiros trabalhando, mesmo que para algumas coisas um tenha que se dedicar mais que o outro. Desde que ela começou a estudar guitarra, a parte musical tornou-se muito mais dos dois, do que cada um fazendo uma parte e juntando tudo depois. Somos completamente integrados no estúdio.

B4B – E o que vocês acham dessas inserções de instrumentos não eletrônicos, como a guitarra, em tracks?

Flow Trazer coisas mais orgânicas pra música eletrônica, traz uma energia musical completamente diferente. Eu acho que isso é uma tendência da música eletrônica atual. Antigamente tinha muito preconceito em trazer instrumentos e nós vimos isso, quase 20 anos atrás. A música eletrônica era muito nova e assim como a galera não coloca instrumentos mais orgânicos, os artistas de fora não entendiam muito bem aquele “putz putz” todo. Hoje, tudo evoluiu, instrumentos estão mais presentes nas composições, não só versões sintetizadas, além de novas tecnologias, assim como outros artistas, como MPB, que hoje usam de meios eletrônicos, coisas que só nós usávamos, pra produzir seus álbuns. Cada vez mais artistas eletrônicos convidam músicos de outras cenas para trabalharem juntos, trazendo um lado mais instrumental, acústico e acho que isso só tende a crescer.

Flow Zeo Proper House Miami

Flow & Zeo no Proper House Miami

B4B – Sendo cariocas, como vocês analisam a cena musical do Rio de Janeiro?

Zeo Sendo bem sinceros, nós nós sentimos bem responsáveis pela situação da cena carioca atual. Além de sermos artistas, produtores e nos apresentar pro público, temos nossa gravadora, a Tropical Beats e nossos eventos, como por exemplo a Noon, que temos a 8 oito anos, além de outros que fazemos parte, então temos uma certa responsabilidade sobre o que está acontecendo na música eletrônica carioca. Mesmo que isso seja um fardo meio pesado, é muito prazeroso poder fazer parte disso, de fomentar a música boa no Rio de Janeiro. Não permitir que a cena fique na mesmice, afinal, nós estamos na estrada há quase 20 anos, é nosso compromisso com o público, levar muita boa para eles. Claro, não deixamos de lado os sons novos, culturas novas, até por conta das nossas vivências, pelas nossas tours em outros países.

Flow Além do mais, o Rio de Janeiro tem uma ideologia muito grande de reverenciar o dia, ela é uma cidade solar e acaba faltando um club referência. O D-EDGE mesmo, está pra abrir a filial carioca fixa. Temos o Fosfobox, que é um club underground super querido, mas que não é exclusivo de música eletrônica, o que acaba deixando de fato, o Rio carente de um club que seja referência na música eletrônica. Por outro lado, os núcleos acabam que por fazer um trabalho muito legal, nós mesmos trouxemos o Watergate de Berlin, fizemos o RAWW x ROOM com o Ratier. Por não ter esse club, a noite carioca acabou por tornar-se uma noite bem diversa pra música eletrônica. Os núcleos exploram lugares diferentes, mostrando o que o Rio de Janeiro tem de melhor.

B4B – Você é, certamente, uma das grandes mulheres da música eletrônica brasileira. Qual a importância de representar as mulheres no Rock in Rio e ainda, ser a única a tocar guitarra no NDO?

Flow É muita emoção e ansiedade! Fico muito feliz de representar o universo feminino no festival e também na guitarra, já que não são tantas mulheres guitarristas se comparadas ao número de homens tocando. Uma das minhas referências mesmo, a Tati Sultana, além de outros grandes nomes da música mundial, mas dentro da música eletrônica mesmo, são poucas. Já faz algum tempo que estou me dedicando ao instrumento, é uma coisa que eu sempre quis e não só me apresentar no palco, mas levar a guitarra para nossas produções. Já faz cerca de 1 ano que estou gravando em estúdio, mas tocar ao vivo é sempre diferente. Eu escrevi um solo de aproximadamente 1 minuto e meio, então o frio na barriga tá bem grande. Vai ser o 1 minuto mais longo da minha vida, mas tô bem ansiosa e empolgada.

B4B – Vocês devem ter acompanhado de perto toca a evolução da música eletrônica dentro do Rock in Rio. Como foi acompanhar isso e o mais importante, fazer parte disso?

Zeo  A gente teve a oportunidade de tocar na volta do Rock in Rio, em 2011, quando era ainda uma tenda eletrônica, que foi evoluindo aos poucos, passou pela aranha, até chegar no que é hoje. Após essa apresentação nós tocamos também no Rock in Rio Lisboa, então nós acompanhamos a evolução completa desse palco eletrônico em todas as suas fases.

Flow O palco desse ano tá lindo, moderno, tá impactante, mas o mais legal de tudo, é ver a integração do festival como um todo. Anos atrás, a música eletrônica era uma coisa meio a parte. Não tinha tanta cobertura, tanta visibilidade, mas hoje já podemos ver que está tudo junto, numa sinergia, mostrando que a música não tem fronteiras!

Flow & Zeo no Rock in Rio

Flow & Zeo no Rock in Rio

B4B – E pra finalizar, o que temos de bom do Flow & Zeo vindo por ai? Quais as novidades da dupla?

Flow & Zeo – Nós temos muita coisa legal pra rolar ainda. Ano que vem mesmo, completamos 20 anos de carreira, então faremos a tour Flow & Zeo 20 anos; vamos lançar nosso primeiro álbum. Vamos tocar no Universo Paralello; Vamos tocar na Tailândia pela primeira vez, onde também vamos tirar alguns dias pra produzir no estúdio de uma  nova label que quer crescer no mercado da música eletrônica mundial. Tem muita coisa boa pra acontecer, assim como tem acontecido nos últimos meses. Fiquem se olho que em breve tem muita coisa rolando por aí!

Editores do Beat for Beat. Apaixonados pela música, pela pista e uma boa taça de gin.

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