Explorando as linhas mais ácidas e nos transportando ao passado, 2Stroke apresenta seu novo EP, ‘No Deal’, e ainda conta detalhes da produção do material.
O DJ e produtor paulista 2Stroke vem traçando um ano simbólico na sua carreira com diversos lançamentos na conta. Seu mais novo trabalho é um EP independente de duas faixas que finca sua estaca techneira dentro de um nicho ainda mais específico, o Acid Techno Europeu, que tem como principais representantes a tríade de produtores: Chris, Aaron e Julian Liberator, nomes por trás da gravadora Stay Up Forever, seu grande sonho de consumo.
O EP ‘No Deal‘ explora muito bem as linhas ácidas e nos transporta para o passado para o tempo quando o Acid dominava as ruas de Londres. Nós falamos com 2Stroke sobre seu processo criativo no estúdio e mais detalhes deste EP que você confere abaixo:
Beat for Beat — Cara, primeiramente parabéns pelo EP, curtimos muito! Nos diga como geralmente você começa uma música? Tem um caminho meio que pré-definido ou depende de cada uma?
2Stroke – O processo criativo das tracks é bem variado. Basicamente, procuro criar as minhas 303’s junto a uma bateria simples (apenas para marcação do tempo) e então as automações e ideias vão surgindo. Procuro trabalhar em um loop inicial e fazer com que isso fique preenchido com bateria completa, 303, pads, alguns FX (que por último serão encaixados), automações de movimento com delay, reverb e envelopes, além dos vocais caso a track contemple algum. Gosto de usar spoken words por marcarem a vertente — vide a clássica “One Night in Hackney”.
Algumas vezes também que utilizo meus próprios projetos anteriores e faço novas timbragens, um novo loop a partir de algo que criei. Porém, excluo tudo que seja de identidade do som anterior, afinal a tarefa não consiste em apenas ver mais um projeto montado rapidamente, mas sim algo que me agrade.
E tu senta no estúdio já com uma ideia na cabeça, a partir de algum insight/inspiração, ou vai criando sem uma ideia estruturada?
2Stroke – Isso também varia muito. Tem dias que quero por algo que já está na mente para o projeto, mas movimentando os sintetizadores (gosto muito do prophet da série V collection da Arturia) as ideias vão fluindo junto das 303 que gosto muito. Creio que a base energética do Acid Techno venha de suas automações e movimentações que tendem a aumentar e diminuir a energia ao longo da faixa, acompanhada do groove que tem base nas 909’s.
Synths, plugins, equips em geral… tens alguns preferidos que tu mais usa e que ajudam a chegar nessa estética?
2Stroke – Sim! Basicamente, não acredito que possuir inúmeros sintetizadores faça alguma diferença se não soubermos explorar o melhor deles. Logo, eu ando utilizando bastante o Prophet, ABL 2 e Tyrell n6. Além deles, a mix de fato contribui para que as coisas se encaixem legal. Para isso, aí sim gosto de utilizar mais recursos e enalteceria então os Brainworx. Eles são incrivelmente interessantes, além do Pack da Fabfilter, e alguns recursos da pluggin alliance (no qual os Brainworx estão inseridos).
Quais as principais características (sejam pessoais ou técnicas) impressas no EP No Deal?
2Stroke – Nesse EP busquei uma temática bem explorado no Acid Techno e retratei uma fala policial sobre investigações de um esquema de venda de drogas. Mas não apenas isso. Creio que a voz acompanhou bem os grooves de bateria e as 303’s. Junto de um kick interessante, acho que acabou encaixando e fazendo sentido.
Gostaria muito de chegar na qualidade das tracks das minhas influências e para tanto, seguimos criando e estudando. Muito do que aplico, pude aprender com o André Salata na sua comunidade de áudio que na minha opinião, hoje é um dos melhores cursos (se não o melhor).
Qual o próximo lançamento da lista?
2Stroke – Na sequência do meu EP ‘No Deal’ vou lançar um single que batizei de ‘Acid Simp’, vai ser free download pra quem quiser curtir e tocar ela por aí… Obrigado pelo espaço!
Escute agora o EP ‘No Deal‘:
