O que Gorillaz, a maior banda virtual de todos os tempos, pode nos ensinar quando o assunto é sucesso no mundo da música?
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Nos tempos em que a internet ainda mal existia no Brasil, ou que ainda as atualizações musicais vinham através da MTV, surgia no Reino Unido, em 1998, a maior banda virtual de todos os tempos: Gorillaz. Composta por 4 membros animados pelo cartunista Jamie Hewlett: 2-D, Murdoc, Noodle e Russel, brilhavam sob o planeta com seu rock alternativo de influência sintetizada também trazida do dub, gênero eletrônico que ficou popular na década de 70 através do reggae.
Que mistura doida não? Talvez fosse a intenção desta banda que ganhou a atenção de jovens adultos e crianças por toda a animação presente nos videoclipes, vendendo mais de 7 milhões de cópias em seu primeiro álbum e entrando para o Guinness World Records como a banda virtual de maior sucesso no mundo. O dubrock do Gorillaz logo se transformou em pop, no sentido literal, com a entrada da banda no circuito de grandes turnês, dividindo até o palco com Madonna, na própria festa do Grammy Awards, maior premiação de música do mundo, em 2006, ano que o segundo álbum da banda, Demon, tinha certificado de 6 discos de platina em UK e 2 nos Estados Unidos.
Mas o que se deve todo esse sucesso de uma banda feita apenas por dois integrantes físicos, que estão por trás do projeto? A pergunta tão difícil, talvez seja a mais simples de ser respondida e a resposta é clara: Narrativa. Por ser uma banda de animação, a história do Gorillaz poderia ultrapassar todos os limites “humanos”, mas foi na crítica social, através do Kong Studios e da fuga da banda pelo mundo, que a banda iniciou seu storytelling potente, envolvendo diversos tipos de público-alvo: jovens adultos, geeks, nerds, artistas e o que mais se identificava com marginalidade, a ascensão e a queda de 2-D e sua turma, durante todas as suas aventuras, retratadas álbum à álbum.
Mesmo com um hiato entre 2012 e 2014, pela tensão entre Damon Albarn (Vocais) e Jamie Hewlett (Ilustrações), Gorillaz nunca foi esquecido, principalmente pelo público que crescia diante de sua arte e em 2017, em seu tão esperado retorno, com o lançamento do álbum ‘Humanz‘, a banda começa a refazer sua história diante do sucesso, apresentando até Ace Gangrena, de ‘As Meninas Superpoderosas’, como novo baixista.
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Podemos dizer que Gorillaz enfrentou os empecilhos do milênio e seguiu persistindo em acreditar na potência da união perfeita entre os quadrinhos e a música eletropop britânica. Afinal, qual animação conseguiria lotar estádios e festivais para contar histórias através da música?
Gorillaz retorna ao Brasil após 4 anos, em uma apresentação imperdível no MITA Festival, disponível nas cidades de São Paulo, entre 14 e 15 de Maio e Rio de Janeiro, entre 21 e 22 de Maio. Para mais informações sobre o evento, acesse o site oficial aqui, e siga o MITA nas redes sociais.