Teru Okada apresenta ‘It’s True, It’s You, We’re All Feelin’ Blue’, uma ode analógica à melancolia vibrante dos anos 80. Escute agora.
Com camadas que se acumulam como luzes de uma pista em câmera lenta, Teru Okada entrega em ‘It’s True, It’s You, We’re All Feelin’ Blue’ uma faixa que celebra o espírito nostálgico das noites intensas — aquelas vividas sob néons, teclados e sentimentos à flor da pele. Inspirada diretamente pelas sonoridades mais eletrificadas da era dourada das pistas europeias, a música funde influências do italo e da cena Hi-NRG em um arranjo que cresce com elegância, até atingir um ápice emocional que reverbera como memória. Ouça aqui.
A construção é inteiramente feita de escolhas conscientes. Com cerca de metade da estrutura baseada em samples e o restante em instrumentos tocados via MIDI, Teru rejeita o uso de inteligência artificial na composição, preferindo a abordagem manual e intuitiva de quem vive o processo como artesania sonora. Apenas a masterização conta com ferramentas digitais — tudo o mais é feito com atenção meticulosa às texturas e aos timbres que definem o caráter da faixa.
A progressão é gradual, quase ritualística. Os elementos sonoros são empilhados com precisão: sintetizadores melódicos, batidas densas, linhas de baixo pulsantes e intervenções que remetem à era das fitas cassete e das boates subterrâneas. Há uma beleza melancólica permeando a faixa, um senso de solidão compartilhada que se transforma em catarse rítmica.
‘It’s True, It’s You, We’re All Feelin’ Blue’ é uma faixa para quem dançou com o coração partido — e descobriu que essa também pode ser uma forma de cura. Teru Okada entrega mais do que música: entrega atmosfera, entrega intenção. Uma cápsula de tempo moderna, feita para ecoar no presente com alma de passado.
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