Delírio encantado e pulsos mágicos definem ‘Anana’, faixa de John Modál, uma fábula eletrônica que transforma som em sonho. Escute.
Como se atravessasse uma floresta feita de sintetizadores líquidos e ritmos encantados, ‘Anana’, de John Modál, se desdobra como uma narrativa imersiva — uma espécie de conto eletrônico onde cada camada revela uma nova criatura, um novo espaço, um novo feitiço. A faixa vibra com um tipo de inocência percussiva que embriaga: sons que flutuam, batidas que tropeçam de propósito, melodias que caminham na linha entre o lúdico e o hipnótico. Ouça aqui.
Logo nos primeiros segundos, a sensação é de descoberta. A produção não corre, ela convida. Cada fragmento sonoro — ora delicado, ora cheio de textura — se apresenta como um personagem nesse universo não linear, onde o tempo é maleável e a lógica é substituída pela curiosidade. Em ‘Anana’, tudo pulsa com uma organicidade misteriosa, como se o som tivesse sido colhido de árvores, do vento, de uma terra inventada em sonho.
John Modál constrói aqui um espaço narrativo em forma de música: a pista se torna palco, o fone vira floresta, e quem ouve se transforma em protagonista. O que parece simples à primeira escuta revela, aos poucos, uma construção detalhista, onde cada elemento está posicionado para expandir o encantamento. É como se um universo de papel fosse desdobrado em cores vibrantes e batidas suaves — uma fantasia auditiva que nunca precisa de explicação.
‘Anana’ é fábula, é feitiço, é fuga — um som que não se escuta apenas com os ouvidos, mas com o imaginário.
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