Como um pedido sussurrado na penumbra, ‘One More Night’, de Boris Metraux, é uma música que não grita — ela insiste com delicadeza.
Boris Metraux entrega uma faixa feita para os momentos em que o tempo parece desacelerar, quando a madrugada estende sua permanência e a presença do outro ainda faz falta. ‘One More Night’ se desenha entre desejo e hesitação, com vocais suaves que não imploram — apenas pedem, com a vulnerabilidade de quem sabe que a noite pode acabar antes da vontade. Ouça aqui.
A construção sonora é orgânica, quase tátil. Percussões discretas marcam o ritmo como batimentos calmos, enquanto os sintetizadores se espalham em camadas aéreas, como se fossem respirações alongadas em meio ao silêncio. Há calor nos timbres, mas também espaço — tudo soa íntimo e ao mesmo tempo distante, como uma conversa entre dois corpos separados por um toque que ainda não aconteceu.
A faixa não cresce — ela envolve. Cada minuto é um prolongamento da atmosfera, não uma progressão dramática. Boris Metraux parece interessado menos no destino e mais no intervalo. É uma música feita para o agora entre o antes e o depois.
‘One More Night’ funciona como trilha para os carros que cortam ruas vazias às três da manhã, para os fones de ouvido em quartos escuros, para a repetição mental de palavras que não foram ditas. É uma faixa que não quer explodir — quer permanecer.
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