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Editorial

Caso Borgore: Machismo ou exagero da imprensa?

Titi Miller resolveu informar o público e confrontar o produtor israelense Borgore, ao apresentá-lo como machista, misógino e babaca. Ela fez certo e porque sim?

Borgore

Neste último Domingo, ao apresentar mais uma atração do Lollapalooza Brasil, Titi Muller, comentarista do Multishow e do Canal Bis, anunciou o set do DJ israelense Borgore de forma agressiva, à vista de quem não conhecia o artista:

Borgore é um dos produtores mais polêmicos da EDM da atualidade. Ele nasceu em Israel e foi alçado à fama por vários hits e remixes de sucesso. Mas o grande lance é que na medida que ele foi ganhando visibilidade, as letras compostas por ele, extremamente machistas, misóginas e babacas mesmo, também foram ganhando visibilidade e obviamente muitas críticas. Muita gente foi em defesa dele, como a própria dupla NERVO, que não autorizou nossa transmissão, falou que apesar de compor letras do tipo: `Aja como vadia, mas antes lave a louça`…. Eu nem sei como interpretar isso,  só disse que era um personagem. Querido, na próxima encarnação, então, interprete um personagem melhor”.

Além da introdução, houve o corte da transmissão de Borgore e o retorno de Titi Muller ao vivo. Confira o vídeo:

Muitas pessoas foram em defesa do artist,a bem como em defesa de Titi. O que nem todos sabem é que Borgore sempre possuiu polêmicas em toda sua carreira. Além de suas letras machistas e tendenciosas, o produtor ainda abusa do poder de seu “personagem”, ao prosseguir autografando peitos e partes íntimas de suas fãs mundo afora.

Podem as irmãs NERVO defende-lo, mas o que Borgore produziu e ainda produz com suas letras recheadas de grandes ofensas é o que dj’s precisam ao revelar suas produções para o público: Atenção. Borgore pode ser um bom filho, um bom irmão, pode ser um bom amigo ou um bom colega de trabalho, mas a retratação de Borgore como machista ainda não apareceu diante de tantas críticas já lançadas na cena EDM a seu respeito.

Borgore ainda insiste em dizer que tudo não passa de um personagem. Artistas criam personagens para fugirem do grande embaraço que chamamos de vida real. Se Joel Zimmerman inventou Deadmau5, Tim Berling inventou Avicii, os franceses Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter inventaram Daft Punk, Adam Richard Wiles inventou Calvin Harris, Armin Van Buuren inventou Gaia ou Rising Star, Asaf Borgore conseguiu inventar a piada, ao menos chamando suas composições de “piadas e brincadeiras” em entrevistas mundialmente conhecidas.

O personagem criado por Borgore pode ser um excelente produtor, mas um péssimo representante da e-music ao divulgar letras como “Glory Hole, ele brada: “Ah, meu Deus, é uma baleia. Não, espere, é só sua irmã. Mamíferos do mar não estão na minha lista de foder. Cara é um ‘glory hole’, foda-se se ela é obesa.”

E o que a srtª Muller tem a ver com tudo isso? Pode ser que muitos fãs do artista não entendam de imediato, mas o trabalho de um jornalista é divulgar acima de tudo a verdade. Omitir as ofensas de Borgore com as mulheres da humanidade, é omitir a si mesmo o fato que um artista como ele, ainda está tocando para milhares de pessoas em um festival de música, incluindo famílias com crianças ou até mesmo adolescentes que estão formando sua opinião e que serão o futuro da nossa sociedade.

Muitos de nós ainda compararam as canções de Borgore com os “funks proibidões” que estamos acostumados a escutar até nas nossas rádios. O que não podemos esquecer é que o funk nasceu nos braços da marginalidade, há quem componha letras tendenciosas, machistas, oportunistas ou até com apologia, mas até mesmo no funk, as coisas estão mudando e as pessoas estão percebendo que letras tendenciosas são coisas do passado. Basta o povo brasileiro passar a admirá-las, criticando e deixando de apoiar até os remixes que dj’s gringos estão acostumados a fazer quando veem ao Brasil, de tais músicas.

Concluindo todo o raciocínio sobre a polêmica: a EDM, Electronic Dance Music, criou e disseminou a cultura chamada de PLUR, que prega a Paz, o Amor, a União e o Respeito (Peace, Love, Unity and Respect) entre seus admiradores. A postura de Borgore, seja ele em seu personagem ou não, ainda não reflete a própria cena que o mantém como artista. Ainda é triste ter casos como os de Borgore espalhados pelo planeta.

Pós graduado em comunicação e marketing digital pela Universidade Belas Artes de São Paulo. DJ, produtor de eventos, PR, poeta e workaholic. Amante de um bom som, um por do sol e uma boa taça de gin tônica.

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