Fazendo a primeira conexão internacional, o francês Essence of TIME é o novo personagem da nosso coluna. Venha descobrir com a gente!
“O tempo não é algo simples, mas deve ser essencial”. É assim que o francês Michel Saurin apresenta sua nova alcunha artística: Essence of TIME. Com uma boa experiência na bagagem, ultrapassando 20 anos de estrada, ele possui uma relação antiga com o Brasil, desde 2005, quando se apresentava com uma linha de som mais “comercial” e assinava como Mitch L.J — apenas em 2015 ele adotou TIME.
Agora, com a mudança para um nome menos genérico, Essence of TIME também deve seguir uma linha de som com mais identidade, se aproximando do house e do techno, trabalhando bem as melodias, como no seu recente remix de ‘A Deep Blue Swimming Pool’, do grupo Wet Sunset.
Nós resolvemos entender melhor toda essa fase de transformação da sua carreira em mais uma coluna Descubra:
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Beat for Beat – Olá, Michel! Obrigado por aceitar falar com a gente. Sabemos que isso faz parte do seu passado, mas não podemos deixar de lado. Você tocou no Brasil a primeira vez em 2005, passando por clubs como Café de la Musique, Posh e outros. Apesar de não ser mais um som com o qual você se identifica, imagino que tenha sido uma experiência muito válida para o seu crescimento. Fale um pouco mais sobre isso.
Essence of TIME – Olá, pessoal! Sim, comecei a produzir música eletrônica em 2005, quando morava em Nova York, onde permaneci durante 9 anos trabalhando com diversas gravadoras, como Strictly Rhythm, Subliminal e outras mais comerciais, como Ultra Records…
Para ser sincero, eu tocava discos e meio que seguia o estilo que era popular na época, como a House Music mais pop. Eu produzia o que as gravadoras queriam lançar e não o que eu realmente gostava. Essa experiência me levou a reconhecer meus erros enquanto produtor, como produzir, tratar elementos e faixas, sou muito grato por isso.
Sempre fui atraído por algo mais “maduro” musicalmente falando, vindo do jazz, por exemplo. Sempre tive muitos projetos de outros gêneros musicais, mas ao mesmo tempo não lancei nenhum deles.
Durante os últimos cinco anos você assinava seu projeto como TIME, com produções autorais que receberam suporte de nomes importantes. Quais foram os principais trabalhos lançados durante este período?
Essence of TIME – Para ser sincero, não era trabalho, era diversão! O primeiro lançamento, ‘Not Alone’, foi um grande sucesso. Eu não esperava por isso, era mais uma faixa que fiz para me divertir, um projeto que parecia bom para mim e para meus ouvidos. Sem seguir uma linha. Era isso que eu estava fazendo com os meus projetos enquanto TIME. Às vezes, as pessoas dizem que minhas faixas são muito reconhecíveis, o que é bom, pois não costumo fazer isso [risos]. Sem expectativas, tive muito apoio em ‘Not Alone’ por Solomun e outros.
Dois anos atrás comecei outro projeto enquanto viajava para minha tour na Ásia. ‘Bird’ veio com o desejo de criar uma música baseada em big band jazz, adicionando acordes épicos e misturando com batidas de house music, gosto de projetos atípicos como estes. Isso é único. É uma aposta para si mesmo se as pessoas seguirão a visão que você teve. Foi lançada na Kitsune Music.
Recentemente produzi ‘Keys of Gods’, um projeto mais étnico, com um épico breakdown, lançada na Family Piknik Music.
Agora que você adotou o nome Essence of TIME, o que deve diferenciar do seu projeto anterior? A estética sonora irá se aproximar de algum estilo específico? Como você pretende se posicionar no mercado?
Essence of TIME – TIME foi o começo de uma mutação artística, uma mistura de muitos estilos com diversas influências ao mesmo tempo. Essence of TIME é a borboleta que voa para fora de seu casulo, um projeto mais maduro. Gostaria de definir um gênero musical que seria qualificado como “eletrônico vibracional”, deixe-me explicar:
Em primeiro lugar, a abordagem musical em termos de frequências de cura é o principal ingrediente do meu novo projeto Essence of TIME: com muito interesse e estudos sobre o assunto, descobri e acredito que frequências especial (em termos de vibração), são uma ferramenta para unificar e interagir de maneira profunda com os ouvintes que consomem essas vibrações na música. É por isso, que sempre começo trabalhando no processo de criação de uma música, usando essas frequências especiais de cura para a primeira nota… crio o meu projeto em torno dela.
Seus primeiros lançamentos como Essence of TIME chegaram nos últimos dias: um remix para Phonique e outro para Wet Sunset. Fale um pouco sobre a sua conexão com estes dois projetos?
Essence of Time – Phonique é muito humilde e um ótimo produtor, amigo de longa data. Fiquei honrado com o seu pedido para remixar sua faixa ‘Alua’, então comecei a trabalhar nisso. Como baterista, gravei muitas percussões e tambores brasileiros que renderam um remix ensolarado da sua versão, com um breakdown colorido, onde a acapella original eleva a energia brasileira. Me diverti muito produzindo esse remix.
O segundo projeto recentemente lançado é um projeto da banda Wet Sunset e sua faixa ‘Blue Swimming Pool’. Adorei a acapella no original mix e quando eles me chamaram para remixar, foi muito animador. Dei forma a minha versão da faixa, adicionando elementos quase étnicos, mas mantendo a atmosfera enigmática e mental. Uma grande mistura de diferentes inspirações.
Como você introduziu acima, suas músicas trabalham com “healing frequencies”, que de certa forma interagem de maneira positiva em nosso cérebro. Essas frequências estão presentes nas músicas que você acabou de lançar? Explica pra gente sobre isso?
Essence of TIME – Exatamente! Usei essa técnica em todas as minhas produções. Já falei um pouco acima, mas vamos falar mais: acredito que, do ponto de vista vibracional, os seres humanos fazem parte de uma “bela imagem”, pois a natureza é perfeita em suas formas de criação, as vibrações também estão ligadas entre si, o que chamamos de harmonia.
Você precisa saber que a terra emite uma frequência de 8hz (fato comprovado) e acredite ou não, nosso cérebro emite as mesmas vibrações. Sempre sintonizo minhas criações em 432hz (ao invés de 440hz). Por quê? 432 é um múltiplo de 8 (frequência da terra / cérebro). Dessa forma, aplicando essa frequência em todos os meus sintetizadores e instrumentos harmônicos na minha sessão de produção, a harmonia emitida entre a terra e a música que estou produzindo está perfeitamente sintonizada. É simples assim.
Às vezes também adiciono algumas frequências de cura do solfejo sagrado no fundo de toda a faixa.
E além destes dois lançamentos, o que mais poderemos ouvir de Essence of TIME nos próximos dias? Obrigado!
Essence of Time – Bom, tenho mais alguns lançamentos, um remix para Pantheon em ‘Asteria’ e um EP de 2 faixas na Voyeur Recordings no final do verão europeu. Também estou preparando um projeto muito interessante com uma dupla de cantores, mas isso é surpresa… Valeu e até a próxima!