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Descubra: Guterres

Da música clássica ao rock, até chegar no Deep House, Guterres é o novo personagem da nossa coluna Descubra. Confira nosso papo!

Guterres

Por Louise Lamin

O início da trajetória de Rafael Guterres, ou apenas Guterres no âmbito musical, começou de forma um tanto quanto clássica. A música sempre esteve presente em sua vida, no rock que o irmão mais velho escutava, ou na tentativa tão comum da adolescência de ser integrante de uma banda. Porém, foi através do hype do Deep House, em meados de 2012, que os synths e beats eletrônicos conquistaram o coração do jovem curitibano, o levando a dar os primeiros passos nesse universo infinito de possibilidades sonoras.

No entanto, ao ingressar nesse meio, ele fez o caminho inverso do que a grande maioria dos artistas costuma fazer. Mais encantado com a ideia de criar uma música do zero sozinho, do que com as cabines de discotecagem, Guterres decidiu começar produzindo. Em 2015, instalou o conhecido Ableton, e após algumas horas de vídeos tutoriais, os primeiros beats foram ganhando forma. A prática foi levada por anos como hobby, e nessa “brincadeira” de lançar alguns EPs, foi convidado por Marco Castro a integrar sua label, a Kematiky Records, que atua de forma independente tanto na realização de festas, quanto como gravadora, descobrindo artistas por todo o Brasil.

A partir de então, foi apresentado de forma mais íntima ao Minimal, gênero predominante no selo de Marco. Tempo e pesquisa foram os responsáveis por lapidar seu gosto musical, afinando seus ouvidos para a busca de novas sonoridades e criando mais diversidade para suas produções e DJ sets. O resultado dessa dedicação lhe conferiu o suporte do duo romeno Soundopamine, além da posição #25 no chart do Beatport, pela faixa “0035” para o label 12+1, de Londres, onde ele já havia lançado anteriormente, com a track “0023”.

Agora, seus planos estão 100% voltados para a música, o que promete fazer de seu nome algo muito mencionado na cena eletrônica nacional nos próximos meses. E é para conhecermos mais do passado, presente e futuro do artista, que o convidamos para bater um papo na coluna Descubra. Confira!

Beat for Beat – Olá, Guterres! Obrigada por conversar com a gente. Já que é sua primeira vez por aqui, mas já demos uma boa introdução sobre o início da sua trajetória, conta com um pouco mais pra gente do que te motivou a iniciar nesse meio e o que faz você permanecer.

Guterres – Olá pessoal da B4B, primeiramente gostaria de agradecer o convite e o espaço. Bom, o que me motivou a iniciar nesse meio foi as infinitas possibilidades que a música eletrônica nos permite ter, além da facilidade de poder fazer suas próprias tracks dentro de um simples home estúdio, às vezes com um investimento mínimo, tendo apenas um notebook, conseguir alcançar ouvintes de outros países, o sentimento é surreal e até hoje é um dos maiores motivos pra eu continuar no ramo.

Você fez o caminho inverso da grande maioria dos artistas inseridos no meio da música eletrônica, se tornando primeiro produtor, para depois partir para a discotecagem. Como tem sido suas experiências na pista? O que mais te inspira em cada uma das funções?

Guterres – Então, mesmo já estando a algum tempo tocando em alguns clubs e festas, confesso que ainda sinto bastante aquele nervosismo antes de cada apresentação, legal que de certa forma, quanto mais vezes me apresento, mais aprendo a lidar com a situação e assim conseguindo aproveitar ao máximo esse momento tão único que é estar ali no palco. Acho importante apreciar o caminho também, minha evolução, minhas grandes e pequenas conquistas, na minha visão o trajeto é tão ou mais importante que a chegada, então gosto de curtir tudo que está acontecendo.

Um bom exemplo disso é ver toda minha evolução como artista, como um transmissor de emoções, que ao meu ver o DJ acaba sendo isso, alguém que transmite emoções, alguém que consegue através da música te fazer dançar, te fazer refletir, te causar estranheza, enfim, realmente fazer com que você entre naquela determinada vibe, então, é isso, acho que a experiência na pista acaba sendo mais legal que ja é, justamente por todo esse trajeto que estou trilhando.

Em relação a produzir, eu costumo dizer que eu produzo melhor que “toco”, rsrs, como é algo que já faço a algum tempo, pra mim é algo natural, acaba sendo minha válvula de escape, quase que uma terapia, sento na frente do estúdio e esqueço do mundo. Enfim, o que me inspira mais é transmitir emoções, tanto produzindo, quanto tocando, e quando consigo juntar as duas coisas ou seja tocando faixas autorais, aí a sensação de prazer é maior ainda.

Agora conta pra gente, como é seu workflow na produção?

Guterres – Cara, hoje em dia eu trabalho muito com referências, então, quando pesquiso algo novo e aquela música ou estilo chama minha atenção, acaba me inspirando a produzir algo na mesma pegada, nisso, busco entender os timbres, a estética daquele determinado som e fazer algo que tenha minha cara, mas com a estética do som específico, faço isso também quando quero lançar por alguma label, que normalmente tem sua identidade sonora bem definida, então tento me adaptar e fazer a faixa de acordo com a estética desejada. Já na criação, eu normalmente começo pelo Kick e Bass, deixo os dois soando bem e após prossigo com os outros processos, melodia, bateria, ambiências etc.

Como rolou esse contato com o Marco Castro e o que mudou em sua carreira depois que passou a ser residente da Kematiky Records?

Guterres – Então, essa história é muito boa, eu ainda estava começando a fazer minhas primeiras Tracks, ainda muito na intuição, com muita vontade mas quase sem nenhuma técnica, e acabei fechando um EP chamado “Jazz Alike” por uma label Húngara chamada “Aula Records”. O EP acabou repercutindo benzão, e foi aí que o Marco Castro, que na época já tinha um gosto refinado, se interessou e me convidou para uma reunião.

Na reunião, ele elogiou bastante o EP, falou que estava criando um núcleo mais voltado para o house, lembro que na época a maior referência da label era o trio “Apollonia”, e ele queria que eu fosse um dos residentes, eu claro, aceitei na hora. Bom, pra mim foi um divisor de águas pois, eu ainda tinha pouco conhecimento em relação aos estilos mais undergrounds, e a partir dali, comecei a conhecer mais, a entender mais esses estilos minimalistas, a pesquisar mais e, de lá pra cá, a parceria só se fortificou.

Apesar do pouco tempo de carreira, você já conseguiu figurar posições importantes nos charts do Beatport. Como foi isso?

Guterres – Confesso que meu objetivo nunca foi estar entre as maiores posições do Beatport ou de qualquer ranking que venha a ter sobre música, pra mim isso não significa qualidade musical, visto que as melhores faixas (na minha opinião) não se encontram facilmente em sites como esse. Por outro lado, é inegável que acaba sendo um reconhecimento do trabalho feito, então, fiquei muito feliz em ver minha música tendo toda essa visibilidade, até mais pelo reconhecimento do que pelas vendas em si.

E os planos do presente e futuro? Já pode nos antecipar alguma novidade? Muito obrigada pelo papo!

Guterres – Bom, tem muita coisa boa acontecendo esse ano na minha vida artística, recentemente entrei pro casting de artistas da agência Ápice Plus de Floripa, agora em setembro tenho um podcast exclusivo que sairá pela label Alemã “Intaresu”, também estou trabalhando um EP em collab com o artista “Vince Bowen”, aliás o EP já está em seu processo final e contém duas faixas de house iradas, tenho também 3 lançamentos engatilhados, esses mais puxado pro minimal, aliás, como essas tracks acabaram ficando numa pegada mais “introspectiva”, então, decidi assinar com um novo nome, (notícia exclusiva eim, ainda divulguei em lugar nenhum, rsrs) o nome será “Ragüt”, projeto que irei lançar faixas na linha romena do minimal. Enfim, acredito que seja isso, mais uma vez agradeço a oportunidade e o espaço e até logo!

Acompanhe Guterres no Instagram.

DJ, Produtor, Redator, Libriano e Sonhador. Trance para amar e Techno para dançar, com uma taça de Gin para acompanhar. Onde é o after?

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