Para muitos, soa como um hobby, diversão, mas para nós, DJ’s, famosos ou não, é muito mais que isso: é nosso trabalho, acredite você (ou não).
Levante a mão que Deejay nunca ouviu de alguém: “- Mas você tem um trabalho ou só é DJ?”. Pois é, essa é a pergunta mais frequente que nós ouvimos por ai, principalmente aqueles que ainda estão na árdua caminhada do sucesso.
Quem vê de fora, essa nossa vida cheia de “bebidas, baladas e farra”, acha que ser DJ é um simples passatempo, que fazemos apenas por amor a música e diversão… mas não é bem assim. Claro que precisa existir o amor pela música e fazer aquilo que gosta, divertindo-se, é a fórmula perfeita para fazer o seu trabalho bem feito, mas, aventurar-se no comando das pistas de dança vai muito além disso…
Maioria dos DJs não caíram ali por acidente. Eles tomaram gosto pela profissão, ao presenciar um bom set, ficaram curiosos pela coisa e foram atrás… estudaram. SIM, acredite se quiser, os DJs estudam!
Nós fazemos cursos profissionalizantes, passamos horas e horas no estúdio aprendo a melhor técnica de mixagem e criando um estilo próprio de tocar. Pesquisamos músicas (não nos limitamos ao top 10 das rádios), fazemos uma seleção harmônica (separamos as músicas por notas musicais), pro set não soar “bagunçado” ou simples barulho; Estudamos o público da casa que vamos tocar, o horário que fomos colocados… enfim, é muito mais complexo do que simplesmente subir ali e apertar o play.
Sim, nos sabemos que existem alguns “profissionais” que estão ali apenas pelo glamour da profissão e que muitas vezes, não sabem nem o que estão fazendo, o que é um compasso, pra que serve o cue… mas a grande maioria dos DJs de verdade, pesquisou, estudou e ainda estuda muito para estar ali, colocando todo mundo pra dançar, por mais simples que pareça. Vivemos num constante aprendizado e evolução.
Infelizmente, essa imagem deturpada que o DJ possui, por não ser uma profissão regularizada ou manchada por aqueles que não fazem o trabalho direito, reflete nos salários e cachês que recebemos. Enquanto um DJ Alok da vida, recebe seus mils por apresentação, um DJ “amador”, que rala atrás de uma festa, uma gig por semana, ganha alguns míseros trocados a muito custo, isso quando não é trocado pelo “amigo que cobra mais barato” e isso só desmerece ainda mais a classe.
Para muitos de nós, viver da arte de discotecagem é algo muito difícil, seja pela desvalorização dos contratantes para com os profissionais, pelo grande número de DJs existentes ou pelo excesso de “não profissionais” que, por muitas vezes, ocupam lugar daqueles que realmente merecem. É um mercado muito difícil, mas nós não desistimos fácil e resistimos, buscando sempre o tão sonhado “lugar ao sol.”
Enquanto uma lei que regulamente a profissão não sai, ou que a verdadeira valorização do profissional não acontece, nós, DJs, seja de qual patamar for (desde os superstars aos amadores de festas de aniversário), continuaremos aqui, ali, lá, estudando, pesquisando, baixando, comprando, mixando… mixando… afinal, somos DJs sim e esse é nosso trabalho, com muito orgulho!