O Ultra Miami foi o primeiro festival a ser cancelado por causa do surto mundial da covid-19. Seria o início de um efeito dominó de todo 2020?
Em meio a um início de pandemia, um vírus descoberto na China, conseguiu deixar todo mundo de cabelo em pé. Ainda sem nenhuma fórmula de prevenção, como uma vacina, o coronavírus tem se espalhado com força por todo o nosso planeta, afetando com certo alarme um grupo específico de crianças, idosos e pessoas com histórico de doenças respiratórias. A mídia, com sua velocidade, ensina periodicamente formas de se proteger do vírus, mas em seu continente mais afetado, Ásia, assim como em nações como a Itália, o recomendado é evitar até mesmo contato com outras pessoas, dando sinais de que realmente o surto mundial está mais próximo do que se imagina.
Nesta última semana fomos surpreendidos com dois grandes cancelamentos de festivais, que abalaram com as estruturas de qualquer grande clubber que se programa tanto para curtir momentos de paz, amor, união e respeito entre seus companheiros de dança. O Ultra Music Festival, em Miami, foi cancelado em sua véspera, assim como o Tomorrowland Winter, na França, que também já estava até com o seu mainstage montado. O festival americano teve um adiamento para 2021 adiantado pelo governo municipal, que também não é receptivo com o evento em sua cidade, mesmo assim, é importante refletir que grandes eventos em Las Vegas, por exemplo, já estão sendo cancelados por prevenção, sendo mais um empecilho para que o Electric Daisy Carnival, EDC, aconteça na cidade, em Maio.
O festival americano que continua de pé, por enquanto, é o Coachella. Com quase o triplo de capacidade que o Ultra Miami e aproximadamente há um mês de distância, o evento já sofre com a consequência em ser adiado pelo coronavírus, diversos boatos já sondam a internet quanto ao assunto. Boatos que chegam até o Tomorrowland, na Bélgica, em Julho deste ano, mas que também ainda sem pronunciamento sobre tal assunto.
Aqui na América do Sul, o continente menos infectado até então, o assunto gira em torno do Lollapalooza. A tour do Lolla, que sempre finaliza com o Brasil, ainda está de pé, mas o governo chileno já se pronunciou que está revendo a possibilidade em cancelar o evento no país, tanto o Brasil quanto a Argentina também não se pronunciaram sobre.
O medo gira em torno de nós e o poder de disseminação do coronavírus é cada dia maior. Com a França proibindo eventos de até 5.000 pessoas, com a Itália fechando cinemas e teatros, com o Reino Unido proibindo eventos públicos, fica ainda mais reflexivo a possibilidade de não haver mais eventos de grande porte pelo planeta em um timing de semanas. A crise também já chegou no mercado financeiro, com o dólar instável, países emergentes, como o Brasil, sofrem com a instabilidade e desvalorização de suas moedas.
Sem eventos, a dance music também sofre. As grandes empresas que trabalham com casting de artistas e organização de eventos sofrerão um rombo orçamentário enorme, podendo deixá-las em situações de calamidade, a ponto de anunciarem uma quebra de caixa terrível ou até mesmo falência. Não sabemos onde tudo isso irá chegar, mas sabemos que estamos prestes a entrar no maior quadro de instabilidade já visto na cultura clubber em anos.