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Entrevista

Entrevistamos: Aninha

Com mais de 20 anos de carreira, Aninha transporta sua essência e personalidade nas pistas de todo o Brasil com seu seletivo repertório.

Aninha

Aninha

Natural de Blumenau, Santa Catarina, Aninha é uma das produtoras mais experientes do Brasil. Atualmente fazendo parte da D-Agency e ex residente feminina de grandes clubs do underground brasileiro, a DJ já se encontra na cena desde o fim dos anos 90 e permeia sua sonoridade entre o techno e o house, se tornando peça chave para qualquer grande line up.

Após estrear o Surreal Park, grande club presente em Camboriú, com uma grande apresentação na pista Raw Room, Aninha retornou ao club neste último fim de semana, desta vez na pista Bells, para uma apresentação com ninguém menos que Ryan Elliot, produtor alemão residente do Berghain/Panorama Bar. Confira nossa entrevista completa abaixo:

Aninha

B4B: São mais de 20 anos de carreira, vários festivais no repertório, várias residências nos maiores clubs que temos aqui no Brasil, tem uma fórmula de sucesso que a gente pode compreender na sua carreira?

Aninha: Eu acho que fórmula pronta nunca tem, acho que a galera gosta de pular etapas, sabe? Acho que todo mundo precisa passar pelas etapas e que cada um tem seu processo, tem seus desafios e o interessante disso tudo é que dentro de um sonho você pode manter esse teu foco e ir atrás desse sonho. Eu fazia faculdade, eu trabalho com a noite desde 99, mas eu curtia, eu queria aprender tudo, então eu resolvi largar toda a minha vida para seguir esse sonho, foquei muito. Quando somos mais novos, o pessoal é muito irresponsável, então eu tratei de ser muito responsável e dar o melhor de mim sempre com muito capricho, com muita responsabilidade e com muita qualidade também.

B4B: Nesses 20 anos de carreira, a cena mudou muito aqui no Brasil e no mundo. Como é que você analisa essa mudança da cena também no contexto feminino? Como você consegue analisar o desempenho feminino na cena durante esses anos?

Aninha: Primeiro que antes nossa profissão não era muito valorizada. Ainda é muito julgada como se fosse uma bobagem, tipo quando a pessoa fala que é modelo, jogador de futebol e ninguém valoriza e tem que provar né. É um trabalho sério, como outro qualquer outro e para nós mulheres já no nosso natural. A gente já tem que provar a mais que nós podemos, que nós somos capazes. Por anos a nossa voz foi abafada e quando eu iniciei minha carreira eu era praticamente sozinha, em Santa Catarina, tinha uma menina se não me engano aqui, em Itajaí, aí tinha outra em Curitiba, tinham poucas em São Paulo. Enfim, então tinha esse esforço nessa época e era muito voltado à técnica. Então quem sabia tocar, mixar, aí sim era respeitada, mas hoje em dia é legal ver que as próprias meninas tem como profissão única. Ver que podemos seguir a carreira e que somos respeitadas como algo sério, abre margem para que possamos realizar nossos sonhos através da música, sem que sejamos reprimidas, porque antes tínhamos medo do julgamento da família, do namorado e hoje as meninas estão muito mais focadas e correm atrás e lutam mesmo, não tem medo.

Aninha

B4B: Você tem uma gravadora, a Aia, como é que você divide seu tempo e sua rotina com a label, além de tocar, além de produzir e como é que funciona o seu trabalho dentro da gravadora?

Aninha: O Aia eu fundei junto com a Antonela Gianpetro, Tem muitos anos tem 8 anos, aí depois o Max que é residente de um club em Ponta Grossa, seguiu comigo, hoje em dia estou sozinha, é algo que para mim é um prazer abrir as portas para novas produtoras e para muitos amigos e é um selo totalmente caseiro. A parte da divulgação é muito natural, faço as próprias artes, os próprios vídeos, quando tenho um tempo, mas eu administro esse tempo, porque tem vários lançamentos agendados. O Aia já está com o ano fechado, esse ano tive mais tempo para focar nele e eu amo fazer, para mim, é um hobby na verdade, né? Eu gosto muito de conectar as pessoas e dar espaço para elas, então não tem graça se o selo fosse só meu e eu lançar só as minhas músicas. Eu gosto de dar oportunidade para outros produtores, somente os brasileiros.

B4B: E como é que você administra todo esse tempo mulher? Como você consegue ser tão multitarefa, pode fazer tudo isso não é nada fácil, né? É muita coisa!

Aninha: E ainda tem a outra parte também profissional, porque eu não tenho só isso, tenho outra profissão. Eu também trabalho na área de tecnologia agora, então tem mais essa, aí tem mais os filhos, meus pets né. Na verdade, eu amo fazer várias coisas, eu gosto de me ocupar ser super ativa, então sempre vou dar um jeito e também tenho tempo para mim, gosto de descansar, gosto de viajar, comer coisa boa, conhecer novos lugares, novas pessoas. E eu amo viver, gosto de aproveitar o máximo possível tanto meu trabalho, quanto vida pessoal.

B4B: Um de seus últimos trabalhos foi o EP “Midnight”, lançado recentemente. Como foi o processo produtivo durante a criação do EP e qual a mensagem principal que você quis passar para seu público com ele?

Aninha: Esse último EP saiu pela Frequenza, que é um selo italiano que já tinha lançado dois trabalhos lá, um foi um remix e o outro foi um EP, então eu quis com esse EP estreitar os laços de novo, com Frequenza. Lá o selo é voltado para o techno, apesar de estar um pouco mais melódico, mas como eles gostaram do meu trabalho e eu resolvi fazer duas músicas que dão exemplo à essa minha nova fase, que estou gostando fazer tracks mais rápidas. A galera às vezes só vê minha imagem no caso de uma pessoa que abre a pista , mas tem muita coisa que as pessoas às vezes não tem oportunidade de acompanhar, por isso fiz esse trabalho que saiu super legal e bem clássico, na parte de techno e eu fiquei bem feliz com o resultado. Já a parte da criação eu sou muito do momento, sentei, fiz a música e na mesma semana já aceitaram.

B4B: E agora uma pergunta sobre o Surreal, você estava lá na abertura, tocando na pista Raw Room e irá abrir para o Ryan Elliot na Bells, como estão os preparativos para a construção deste set? Muda muito sua construção de uma pista para outra? Como é voltar para o Surreal Park?

Aninha: Para cada artista que eu abro é um momento diferente, então eu vou tocar uma pista diferente, será minha estreia na Bells, é uma pista mais fechada, mais séria, então eu aproveito esse momento para criar uma atmosfera para o Ryan e fazer todo mundo feliz. Eu procuro saber com quem que eu vou tocar, como que vai ser a minha ambientação, aí eu estudo e pego as músicas. Vou ver meus amigos, ver minha família da D-Agency, o Renato, o Léo, então fiquei bem à vontade de voltar para lá!

B4B: Obrigado pela entrevista Aninha! Nos vemos na pista em breve!
Aninha: Eu que agradeço. Obrigada!

Pós graduado em comunicação e marketing digital pela Universidade Belas Artes de São Paulo. DJ, produtor de eventos, PR, poeta e workaholic. Amante de um bom som, um por do sol e uma boa taça de gin tônica.

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