Bruno Martini é hoje um dos principais artistas que o Brasil ganhou nestes últimos anos. Conheça mais sobre a carreira e anseios do DJ e produtor prodígio.
O que dizer de Bruno Martini? Artista multifacetado, de compositor a grande DJ, desde criança contou com o apoio da família para se tornar o grande profissional que é hoje. Dono de singles de sucesso como ‘Living on the Outside’, ‘Hear Me Now’ e ‘Sun Goes Down’, Martini sempre seguiu o que seu coração mandava e decidiu cair de cabeça em fazer um som de qualidade, apostando na nossa brasilidade como chave para seu sucesso mundial.
Bruno acabou de voltar de uma tour europeia com passagens em grandes festivais como o Mysteryland e o Tomorrowland, neste último, convidado para ser uma das atrações do palco Sexy By Nature, label de Sunnery James & Ryan Marciano. Para 2019 o produtor finaliza seu primeiro álbum de estúdio, com direito a grandes surpresas, entre elas, a recém lançada ‘YOUNGR’, novo single de trabalho, em uma parceria com o cantor Shaun Jacobs.
Um dos prodígios da nossa dance music brasileira deu uma grande entrevista ao nosso portal contando mais sobre experiências, carreira, opiniões e futuro. Confira abaixo:
Beat for Beat: Durante toda a sua vida você teve um grande artista na sua família. O que o Bruno Martini aprendeu com o pai e quais foram suas primeiras influências musicais partindo dele, além do grupo?
Bruno Martini: “Meu pai faz parte de um grupo de muito sucesso no mundo, o Double You. Acho que o que eu mais absorvi disso tudo foi que quando você é exposto a tanta música desde pequeno como eu fui, aquilo passa a ser parte de você. Então eu nunca consegui me afastar da música, com 8 anos já tocava violão, guitarra, assim como meu pai, aos 12 fiz minha primeira banda de rock, com influências do meu pai como Led Zeppelin, Deep Purple. Eu sempre fui exposto a muita música desde pequeno, de todos os gêneros, estilos, e isso sempre fez parte de mim. Sou formado em engenharia civil, mas eu nunca consegui deixar a música de lado, sempre vivendo no estúdio do meu pai, convivendo com grandes músicos, trabalhei com música na Disney, convivência 5 anos da companhia. Dessa maneira eu sinto que a música é uma parte minha, que vive sempre comigo.”
B4B: Sem via de dúvidas que a parceria entre você, Alok e Zeeba foi o tripé para a ascensão dos 3 no mercado não só nacional e internacional. Como começou essa parceria/amizade de sucesso. Como vocês se conheceram?
Bruno: “Conheci o Zeeba primeiro. Tinha acabado de terminar meu trabalho com a Disney, estava seguindo meus estudos na faculdade e no meu estúdio produzindo, mas como disse, jamais consegui abandonar a música. Então fui apresentado ao Zeeba pelo Johny Franco, grande amigo meu, dizendo que havia um cantor que tinha acabado de chegar da Califórnia e que adoraria produzir umas músicas. Nos conhecemos, passamos um ano e meio no estúdio, compondo várias tracks, entre elas ‘Hear Me Now’. Nisso conheci a assessora do Alok, que também era fã do meu pai e que trouxe ele até meu estúdio, foi então que apresentei um trecho para os dois. O Alok propôs finalizar a música comigo e eu topei. Apresentei o Zeeba para ele e rolou. Eu sou um cara muito de energia, se eu não estiver com alguém que realmente goste trabalhando comigo no estúdio, eu não consigo dar o meu melhor, então rolou ‘Hear Me Now’, ‘Never Let Me Go’, acabando numa grande amizade na música e na vida.”
B4B: O seu remix de ‘Morena’ do Vitor Kley tem feito muito sucesso ultimamente. O mercado internacional já está abraçando as tracks em português também? Nossos artistas podem agora apostar nessa nova onda em remixar música brasileira de qualidade?
Bruno: “Morena também é uma composição original minha com Vitor Kley e aí decidi também fazer uma versão dela um pouco mais eletrônica, para tocar nas pistas. É até engraçada esta pergunta. Acabei de voltar de uma tour na Europa, fiquei um mês e meio tocando em vários festivais por lá. Nessas viagens conheci vários DJs e recebi vários ‘inbox’ com pedidos de ‘Sou teu fã’, minha música com o Dennis DJ e o Vitin da banda Onze:20. Um deles dizia: ‘Po, to aqui na Rússia e queria tocar ela no meu set’. Aí pensei: ‘Poxa, ‘Sou teu fã na Rússia!”, passei a música para o cara e aí depois ele me passou o vídeo e eu achei super legal. É muito bom essa mistura toda, principalmente para o Brasil em si, em poder trazer o vocal em português, valorizando nossa língua, dentro da música eletrônica, que nunca foi algo fácil de se fazer, existindo certo preconceito, mas finalmente acho que a gente conseguiu quebrar essa barreira.”
B4B: Você foi chamado por Sunnery James e Ryan Marciano para integrar a programação do Sexy by Nature no Tomorrowland, também lançando uma collab com eles. O groove dos holandeses terá alguma influência em suas próximas tracks? Como foi trabalhar com alguém que tem uma pegada musical parecida com a nossa terra?
Bruno: “Ficamos muitos amigos. Sunnery e Ryan são pessoas incríveis. Estava no Tomorrowland, lá na Bélgica, e depois da minha apresentação eles pediram para que eu fosse ao estúdio com eles. Fomos até o estúdio, mostrei um trecho da ‘Savages’, que eu já tinha escrito com uma amiga minha, Mayra, eles adoraram e decidiram fazer a música comigo. Rolou uma super parceria legal, já há algumas outras coisas que estamos fazendo juntos, já temos outra música nova juntos também. Aprendi muito com eles, a vibe enquanto eles tocam é incrível, sou fã deles e hoje eles se tornaram super amigos meus. Eles adoram aqui e com certeza vocês vão ouvir falar muito dessa parceria ainda.”
B4B: Novo EP, Tour pela Europa, single com Vitor Kley, uma passagem histórica pelo XXXperience Festival recentemente. E agora, qual o próximo passo do Bruno Martini?
Bruno: “Meu álbum que sai ano que vem, que possui bastante música com o Timbaland, um dos maiores produtores do mundo, que sempre fui muito fã. Sou muito abençoado em poder ter trabalhado com ele no estúdio. No ‘Original’, meu novo álbum, o primeiro lançamento sai agora, ‘Youngr’, clipe com a parceria do Fiuk, enfim, não posso dar spoilers, mas vocês vão ficar muito surpresos com as músicas do álbum, está bem diferente do habitual.”