Em passagem pelo maior festival de música do Brasil, Curol nos contou um pouco sobre suas memórias musicais, representatividade e planos futuros.
Um dos mais recentes talentos da house music brasileira, Curol, nos recebeu após um momento histórico de sua carreira na última edição do palco NDO, dentro do Rock in Rio. Em um papo sobre sua história, sua representatividade dentro movimento afro-house e novos projetos, a produtora ainda nos revela o futuro lançamento do primeiro VA de sua label, a Nature Records. Confira nossa entrevista completa:
B4B: Você tem um relacionamento com a música desde pequena, foi violinista e tem uma cultura musical muito inserida dentro da sua história. Quais foram as suas primeiras memórias musicais que você leva como referências para sua carreira?
Curol: Entre as minhas primeiras memórias estão legião urbana, charlie brown jr, raimundos e kid abelha. Sempre tocava as faixas em meus churrascos de fim de semana e que até hoje me pedem para tocar durante as festas da minha família.
B4B: Você também trabalhou com fotografia, certo? Você conseguiu levar um pouco das lentes para suas produções musicais?
Curol: Eu consegui fazer uma mudança de identidade e de experiência. Hoje eu recruto profissionais para trabalhar comigo que eu sinto potencial e que de alguma forma agreguem ao meu projeto esses valores que tanto conheço.
B4B: Suas tracks sempre evidenciam a música afro-brasileira, sempre com elaboração de percussões memoráveis, como surgiu esse movimento afro house inserido dentro do seu trabalho?
Curol: Eu percebi que aqui no Brasil, pouquíssimos artistas faziam afrohouse com características brasileiras e o gênero também sofria muito preconceito, mas é uma coisa que eu sempre gostei e eu quis abraçar. Eu quis trazer as nossas raízes para a música, todo mundo traz, mas de forma bem limitada, que não é representativo. Lógico que a música sempre vem em primeiro lugar, mas se a gente puder retratar uma história por trás, se torna algo muito mais valioso.
B4B: Ainda falando sobre representatividade, você como é para você, uma artista mulher, negra, que faz parte da sigla LGBTQIA+, pisar em um dos palcos dos maiores festivais de música do mundo que é o Rock in Rio?
Curol: Estar no Rock in Rio, além de ser muito forte, é um reconhecimento muito grande de toda a história que eu criei. Em 2017 eu vim como público, em 2019 vim como fotógrafa e agora em 2022 eu vim como atração. Percebi com essa lacuna de tempo, muito aprendizado, muita dedicação, rolou muita evolução. E para estar aqui no New Dance Order, é sinal de que eu desenvolvi um ótimo trabalho e isso é muito importante para mim.
B4B: Se você pudesse deixar um recado para as produtoras e produtores, que estão no mesmo lugar de fala de você e que estão iniciando a sua carreira, qual recado você deixaria?
Curol: A primeira mensagem que deixo é que a minha gravadora, a Nature Records, está aberta para novos talentos. Se vocês estão procurando uma gravadora adequada, estamos sempre ouvindo músicas que flertam com o afro, o orgânico, com a cultura brasileira. Vamos ter um VA de novos talentos agora em novembro e no ano que vem ainda teremos um VA de todos os produtores brasileiros que produzem afro house, inclusive com uma visibilidade internacional muito grande. É muito gratificante fazer este projeto, para que incentivamos outros produtores a fazerem mais pelo nosso movimento.
B4B: E 2023, já está planejado? O que você consegue contar para gente que está no seu planejamento futuro?
Curol: Tem o VA que acabei de citar, mas tem algumas gigs bem grandes que ainda não posso contar e espero que vocês fiquem ligados para mais novidades que estão por vir!
B4B: Obrigado pela entrevista e nos vemos em breve!