Um dos maiores nomes da música eletrônica nacional, conversamos com o menino do grave, Pedrinho, ou para muitos, Illusionize.
A música eletrônica nacional está cada vez mais bem representada. Nossos djs estão se destacando no Brasil e no mundo e não seria diferente com nosso entrevistado da vez. Pedrinho, o menino do grave, ou mais conhecido como Illusionize, conversou com nossa equipe e falou sobre carreira internacional, momentos difíceis, o Brazilian Bass e muito mais. Confira:
B4B – Illusionize ou para muitos de nós, Pedrinho. Como você vê essa relação “íntima” que os fãs têm com você, chamando-o muitas vezes pelo apelido e não pelo nome artístico?
Illusionize – Isso me surpreende muito e me deixa feliz. Me surpreendeu mais ainda quando cheguei na África. Cheguei lá, um lugar que eu nunca tinha ido e vi que muita gente me conhecia. Ver que todo mundo já me conhece, principalmente no Brasil, por meu nome de batismo, me alegra muito. Demorou um certo tempo até todos terem essa intimidade comigo, então eu vejo que construímos uma ótima relação.
B4B – Quem te acompanha de perto já sabe, mas muitos fãs ainda querem saber o “mistério” por trás do seu chapéu. Como surgiu a ideia dele? Acha que já virou um ícone para seus fãs, assim como a máscara do Boris ou o capacete do Deadmau5?
Illusionize – O uso do chapéu não foi algo pensado. Esse episódio aconteceu durante uma apresentação no XXXperience e alguém me entregou um chapéu, que acabei usando. Por ter sido algo totalmente inusitado, essa história viralizou. Eu acho que virou um ícone,pois muitos dos lugares em que eu fui tocar sem o chapéu, todo mundo me perguntava sobre ele. Depois disso percebi que a parada ficou e então, pensei: “Vamos usar isso ao nosso favor e fazer com que isso seja marcante”. Foi algo que aconteceu e foi positivo.
B4B – A sua história se confunde muitas vezes com a história do nascimento do gênero mais brasileiro de todos os tempos da nossa música eletrônica. Hoje, vemos o termo Brazilian Bass sendo extinto aos poucos pela mídia e pelos produtores que o usam ou usaram. Sua produtividade e sua mixagem ainda se enquadram no Brazilian Bass ou ele ficou para trás junto com o “recente passado” de outros grandes produtores?
Illusionize – Na minha visão, o Brazillian Bass foi criado para definir o que estava sendo feito e, principalmente, pelo fato de muitos estarem seguido a mesma linha de “pensamento”. Quando vejo o meu som, entendo que ele não se encaixa em algo semelhante do que outras pessoas estão fazendo aqui no Brasil, a minha mixagem não tem a ver com isso, porque há anos faço dessa forma, então não o classifico como Brazilian Bass, vejo como algo mais autoral.
B4B – Um dos trabalhos do DJ é analisar o publico, a festa em que irá se apresentar e pensar num set para a ocasião. Você já passou por sets mais “comerciais”, como o do mainstage no Tomorrowland Brasil, pra sets muito conceituais, como o da Mixmag Live em São Paulo. Como fazer para que o público não “sinta falta” da sua personalidade, em sets específicos, mas manter toda sua característica durante o show?
Illusionize – Em ambas as festas os sets foram autorais,porque eu acredito que se o contratante me chamou para tocar é porque ele acredita no meu som. Se as pessoas estão indo lá para me ver, é por conta do meu som também, então eu sempre busco inovar nos meus sets e nunca faço nenhuma separação público dependendo do evento.
B4B – Milhares de tracks passam pelos nossos fones de ouvido diariamente, mas poucas faixas ficam entre as apreciadas por mais tempo. Quais são os artistas e as músicas que movem o Illusionize hoje?
Illusionize – No meu perfil no Spotify eu tenho uma playlist chamada “Moments”, que eu busco sempre atualizar com faixas que me marcam bastante. Se você quer ver o que tenho escutado ultimamente, essa playlist é uma boa pedida.
B4B – Do arquivo de som dos jogos em que se divertia no interior de Goiás aos palcos de grandes festivais por todo o Brasil. Entre toda a sua trajetória, qual foi o momento mais difícil de sua carreira e como você conseguiu superá-lo?
Illusionize – Os momentos mais difíceis da minha carreira foram a transição entre a empresa que empresaria e a saída de casa para ir morar sozinho. Foram os momentos mais marcantes da minha carreira por terem sido uma mudança muito grande: eu estava em um ambiente e de repente fui para outro. Mudou completamente o rumo da minha vida.
B4B – Todos sabemos que quando um grande artista lança um selo, ele se torna promissor e padrinho de outros nomes que estão por vir no mercado. Elevation, seu recente selo, terá a prioridade apenas no gênero do qual você trabalha ou terá uma abrangência de estilo produtivo maior do que podemos imaginar?
Illusionize – Nosso trabalho com a Elevation está no começo. Daqui um tempo, não sei quanto, conseguiremos definir quais os gêneros musicais teremos. Estamos trabalhando pra isso.
B4B – Hoje, com o crescimento da música eletrônica, principalmente em nosso país, muitos jovens aventuram-se na carreira de DJ ou Produtor. Que mensagem você deixaria para os seus fãs, que sonham em ser um novo “Illusionize” ou até mesmo, ter seu trabalho publicado na Elevation?
Illusionize – A minha mensagem é: Se você realmente acredita nisso e tem isso como sonho, vá em frente e se dedique. Agora, se você tem alguma dúvida, pare, pense e veja se é isso no que você quer seguir. Se você está começando apenas por modismo, está fazendo errado. Eu acredito que faz isso com amor, o um sonho vai se tornando realidade e os resultados virão!
B4B – Pra finalizar, grandes nomes brasileiros estão ganhando, cada dia mais, destaque no cenário internacional: Alok, ANNA, Vintage Culture, só pra citar alguns. Quais são os planos para o Pedrinho alçar voo para outros continentes desse planeta?
Illusionize – Estamos começando agora. Acabamos de voltar da nossa primeira turnê fora do país, por isso não temos planos pensados exclusivamente para o exterior, o que eu possuo é muita vontade. Por enquanto, como estamos com agenda cheia aqui no Brasil, o nosso Foco é o Brasil. Não sei como estaremos amanhã, mas por enquanto o foco é o Brasil.