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Entrevistamos: Kaskade

Um dos grandes nomes da música eletrônica mundial, Kaskade conversou com nossa redação às vésperas de seu retorno ao Brasil, no Rock in Rio.

Kaskade

A música eletrônica é repleta de grandes lendas atemporais e com toda certeza, Kaskade é um desses gigantes. Na ativa desde 2001, quando lançou sua primeira música, ‘What I Say’, Ryan Raddon, o nome por trás do artista, tornou-se figurinha constante em diversos eventos musicais do mundo.

Colecionando hits e colaborações que são sucesso em todo o mundo, além de feitos inéditos, como tornar-se o primeiro artista de música eletrônica a ter uma residência me Las Vegas e a tocar no Super Bowl, Ryan é um dos convidados para a celebração de 40 anos do Rock in Rio.

Para entrar no clima de apresentação de Kaskade, entrevistamos o artista, que falou sobre seu novo single, a evolução da música eletrônica e até um artista brasileiro que ele gostaria de produzir junto.

Entrevistamos: Kaskade

Beat for Beat – Seu novo single ‘Tears Don’t Fall’ com Enisa traz uma mistura interessante de emoção e batidas eletrônicas. Como essa colaboração surgiu, e o que você espera que os fãs sintam ao ouvir essa faixa ao vivo no Rock in Rio?

Kaskade – Eu recebo muitas demos, muitas mesmo e por isso sempre fico de olho no meu e-mail, buscando por algo. Numa dessas buscas, tinha gente pedindo ajuda numa produção específica, enviando algum material, até que me deparei com uma composição de apenas um piano sendo tocado e um cantarolar da letra. Logo pensei “Uai, isso aqui é bem forte e emotivo”. Eu não escrevi a letra, mas fiz todo o arranjo instrumental.

Eu quis trazer aquela atmosfera de festival que tanto amamos, com o público com as mãos para cima, cantando, festejando. Uma vibe feliz e espero que o público do Rock in Rio possa sentir isso também.

Você está presente em diversos eventos eletrônicos e alguns, totalmente fora da cena eletrônica, como a NFL, os XGames. Para o Rock in Rio, como pretende preparar sua apresentação, levando em conta que parte do público não está tão habituada com a dance music?

Kaskade – Nesse tipo de evento, nesses grandes festivais, eu geralmente sei de duas coisas: como quero começar e terminar o set. O que vai acontecer no meio, é quase um mistério. Posso ir para lá ou para cá, tudo vai depender da resposta do público.

Essa é a graça da música eletrônica, termos essa liberdade de irmos nos moldando durante o set. Eu sou uma banda de um homem só, então eu posso tomar as decisões sozinho, entender para onde devo seguir naquela apresentação.

Eu gosto de tocar músicas mais curtas, transições mais rápidas, faixas com 2 ou 3 minutos e vou medindo a intensidade do público. Quando vejo que acertei muito naquela música, dou para a pista um pouco mais daquilo e assim construo meu set. Vou buscando o equilíbrio. Estou muito ansioso para testar isso no Rio.

Você começou nos anos 2000, quando a cena era completamente outra. Como você vê a evolução da música eletrônica desde o início da sua carreira até agora?

Kaskade – Muita coisa mudou desde que comecei a tocar. A gente usava discos de vinil e hoje, estamos usando apenas pequenos pendrives. Mesmo que a mídia seja diferente, os DJs ainda mantém o espírito de anos atrás, ou pelos menos deveriam.

Os DJs ainda querem apresentar coisas novas e se empolgam quando a pista aceita coisas novas. Passamos a ser respeitados como artistas, coisa que demorou um pouco para acontecer.

Eu sou produtor, compositor, cantor e hoje, as pessoas possuem uma certa expectativa nas minhas apresentações, para ouvir músicas do Kaskade. Anos atrás, nós não produzíamos tanto e hoje, as pessoas querem ouvir nossas próprias músicas.

Agora falando em Brasil, você tem ouvido artistas do nosso país? Quais artistas você admira daqui ou até mesmo tem vontade de produzir algo junto?

Kaskade – Eu já fiz uma música com os meninos do Chemical Surf, ‘POW POW POW’ e até hoje eles estão fazendo coisas bem legais. Ainda nos falamos bastante e tentando fazer uma mova colaboração, só estamos esperando o momento certo. Vivo chamando “Hey, venham para meu estúdio em LA” e espero que possamos nos encontrar em breve.

Mas tem um artista que sou um grande fã, que é o Gui Boratto. a música dele é incrível, tenho acompanhado há algum tempo, não sei, talvez uns menos 10 anos. A música dele é realmente incrível!

Pra finalizar, o que podemos esperar de Kaskade para pós Rock in Rio, para esse final de 2024?

Kaskade – Estou trabalhando em bastante música nova. Não sei se ainda em 2024 ou no começo de 2025, mas pretendo lançar um novo álbum. Em breve coisas novas surgirão.