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Entrevista

Entrevistamos: Kenya20hz no The Town

Apresentando seu projeto Chaos Sonora, Kenya20hz conversou conosco sobre seu início de carreira, análise ao cenário underground brasileiro e próximos passos de sua carreira. Leia na íntegra.

Kenya20hz

Kenya20hz no The Town (por I Hate Flash, 2023)

Quando falarmos sobre Kenya20hz, podemos encontrar qualquer sinônimo de artista. DJ, produtora musica, redatora, apresentadora e investigadora cultural, natural do Rio de Janeiro, Kenya iniciou sua carreira na Red Bull Music Academy e com sua sonoridade plural, atingiu diversas pistas no Brasil e no mundo todo. Figura presente nas maiores festas undergrounds de São Paulo, incluindo selos Gop Tun, Selvagem, Mamba Negra, Carlos Capslock e Cardume, Kenya atingiu sua melhor fase sem sua carreira, ao apresentar o projeto Chaos Sonora, no palco New Dance Order do The Town, maior festival de música de São Paulo.

Kenya retornou da Europa com uma bagagem expressiva em outras cenas underground, passando pelo Time Warp Brasil, Love Family Park, na Alemanha e também shows por outras capitais, como Londres. A carioca é símbolo de representatividade das mulheres pretas, na cena eletrônica brasileira, que sob resistência, ganha cada dia mais espaço em grandes palcos por nosso país. Leia a entrevista completa que fizemos com Kenya20hz no The Town:

 

Beat for Beat: Kenya, primeiramente é um prazer falar com você. Somos seus fãs, já vimos diversos de seus sets, em vários eventos espalhados por São Paulo e sabemos de toda a importância do seu trabalho para o circuito underground brasileiro. Para começar, sua carreira iniciou lá em meados de 2015,2016. Como aconteceu e quais foram suas principais influências, o que você levou daquela época até hoje?

Kenya20hz: Minhas principais influências na música eletrônica começaram quando saí do Rio de Janeiro e muito morar em Brasília, que tem uma cena underground muito sólida, mesmo que não tão grande. Ia para muitos festivais de dark psy, de hi-tech e aí eu pude conhecer tecnologias, gêneros e estilos que não conhecia no Rio. Passei a investigar mais sobre esses gênero e aí somando a isso, na época, havia uma crescente da cena dubstep na faculdade, onde eu estudava tinham várias festas clandestinas de dubstep e eu frequentava. Foi rápido para eu baixar o Virtual DJ, por mais clicê que pareça e seu sempre tive a curiosidade. Escutar uma música, ver um DJ tocando que nunca ouvi. Eu não sou o tipo de pessoa que pega o Shazam para saber que música é, eu gosto de pesquisar, encontrar caminhos que me levem até aquela sonoridade e nestes caminhos encontrar novas músicas, novos gêneros e subgêneros, se você for cavando a música eletrônica, você vai descobrir gêneros desconhecidos para a maioria das pessoas.

 

B4B: E quanto a Red Bull Music Academy? Como surgiu a ideia de se inscrever?

Kenya20hz: Eu estava curiosa e interessada em coisas que eu não sabia que iria encontrar na faculdade. E aí, somado a isso, o destino me fez passar numa residência na Red Bull Music Academy, então saí de Brasília e fui pro Rio de Janeiro, deixei a faculdade e comecei a estudar música integralmente e minha pesquisa sempre foi muito aceita por meus colegas e não só por eles, mas só por eles. Saí da baixada fluminense para Tocar num Time Warp, para tocar num Love Family Park Festival…

 

B4B: Você já passou nos principais festivais e festas underground do país. Praticamente a maioria, como você analisa a cena undeground hoje?

Kenya20hz: Temos uma magia muito forte na nossa cena sabia? Eu tive a oportunidade de ir pela primeira vez agora pra Europa e senti algo novo para mim, era minha primeira vez lá. Conheci cinco países diferentes e pude ver rapidamente a cena de cada lugar e suas particularidades. Em Londres você tem mais Garage, Dubstep, em Berlim você tem mais techno, mas o Brasil é diferente de tudo isso e o público ajuda muito na nossa cena, são tanto formatos de se pensar, que isso foi agregado na nossa cena. Se você for em uma festa como a Mamba Negra, você consegue sentir do primeiro ao último slot, várias sonoridades. E não digo só de São Paulo, cada capital diferente tem sua microcena, seu público que deixa tudo diferente e o que eu acho que falta ultimamente é mídia para registrar tudo o que está acontecendo, em seus determinados lugares de origem, a gente ia ver o quanto o Brasil é rico, especialmente a música eletrônica, a música contemporânea que o Brasil produz.

 

B4B: Falando um pouco sobre o Chaos Sonora, esse projeto lindo que você trouxe especialmente ao The Town, como surgiu o convite e a oportunidade de trabalhar com a Dharma Jhaz, cantora, rapper e performer sonora e o Bica, trombonista e percussionista?

Kenya20hz: Então, quando esse convite chegou para mim,  uma das propostas que me fizeram  era participar dessa programação,  mas trazendo algo totalmente inédito.  E aí eu falei,  tá, o que é que a gente vai fazer? E eu sou uma apreciadora de música instrumental. Eu amo música instrumental, não importa o gênero, queria muito poder agregar o trabalho de um instrumentista para o meu som. E logo que comecei a planejar isso, eu fiz o convite para o Bica que já conhecia o trabalho dele através da Teto Preto e a Dharma Jazz é uma figura que está sempre aqui em São Paulo. Ela é de Curitiba,  mas está sempre aqui em São Paulo, fazendo alguns shows e tal e deixei claro que estava com uma ideia maluca e o The Town e o New Dance Order adorou a ideia. E hoje eu pude experimentar, né?  Eu pude ver em primeira mão ali, que esse experimento deu muito certo. Eu quis colocar o DJ como um regente, mas não só de instrumentos analógicos, mas de uma plataforma digital e deu super certo. Fiquei muito feliz, espero expandir o Chaos Sonora para outros tipos de formato, com outros artistas e outros instrumentistas também.

Bica, instrumentista do projeto Chaos Sonora, no The Town (Por I Hate Flash, 2023)

B4B: Para finalizar, o que podemos esperar da Kenya20hz até o fim de 2023? Sabemos que você vai tocar no Tomorrowland.

Kenya20hz: Eu estou muito feliz por isso,  então esperem,  essa apresentação vai ser muito especial. Eu vou explorar muito da minha autoralidade . Eu trouxe algumas músicas minhas hoje para cá,  mas eu espero no Tomorrowland estar trazendo bem mais.  Sempre trazendo curadoria e autoralidade.  Para até o final do ano,  a gente vai viajar de novo para a Europa, então tem show em terras estrangeiras,  estou muito feliz sobre isso. E a gente está avançando,  arrumando lançamentos muito importantes e quero que vocês estejam cobrindo tudo isso também.

Kenya20hz

Chaos Sonora no The Town, 2023 (Por I Hate Flash)

B4B: Com certeza, por favor. Muito obrigado por esta entrevista maravilhosa Kenya. Mande um beijo para todos nossos leitores do B4B.

Kenya20hz: Um beijo para a galera do Beat for Beat.  Espero que vocês possam assistir o meu show, em vários tipos de oportunidades. Fico muito feliz em poder fazer o som que eu faço. Espero poder alcançar todos vocês. Até breve.

Pós graduado em comunicação e marketing digital pela Universidade Belas Artes de São Paulo. DJ, produtor de eventos, PR, poeta e workaholic. Amante de um bom som, um por do sol e uma boa taça de gin tônica.

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