Uma das mulheres mais importantes da música eletrônica, Magdalena, está de passagem pelo Brasil e conversou com nossa redação. Confira!
Se fossemos listar as grandes mulheres da música eletrônica mundial, com toda certeza Magladena estaria entre as citadas. A artista alemã, que faz parte do selo Diynamic, está de volta ao Brasil para uma apresentação em club que é sua paixão, o Warung. Vindo exclusivamente para essa apresentação, que promete muitas surpresas, Magdalena conversou com a gente, sobre o show, a carreira, a pandemia e até collabs que ainda pretende fazer.
Confira agora nosso papo com ela e prepare-se para um show apoteótico. Entrevistamos: Magdalena.
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Beat for Beat – Olá Magdalena, primeiramente muito obrigado por nos receber. È um prazer entrevistar uma mulher tão importante não só para a Diynamic, mas para toda a cena underground da música eletrônica. Para começar, como surgiu a oportunidade em trabalhar com a label? Era muito difícil administrar o EGO Club?
Magdalena – Olá, muito obrigada pelas suas palavras tão amáveis. Poucas pessoas sabem disso, mas estive envolvido com a Diynamic desde o início. Antes do Diynamic começar eu dirigia um clube chamado EGO, como você mencionou e fiz isso junto com Solomun, um dos fundadores da Dynamic e Adriano Trolio, o gerente do Solomun. Como éramos todos amigos muito próximos, tivemos a oportunidade de fazer algo juntos como uma ‘família’.
Você já trabalhou com grandes nomes do techno mundial, existe algum destes nomes com quem ainda não trabalhou, mas que certamente você desenvolveria uma grande colab?
Magdalena – Pensando nisso, há dois nomes que vêm à minha mente imediatamente. Carmine do Tale of Us e meus amigos de longa data, Kollektiv Turmstrasse, é claro.
Não é a primeira vez que você desembarca no Brasil, seu nome está sempre estampado na programação do Warung Beach Club, qual é a sensação em tocar neste club tão emblemático em nosso país? Como você visualiza o público brasileiro?
Magdalena – Durante minhas agendas lotadas de turnês, eu pude ver muitos clubes e festivais, mas tocar Warung é tão super especial para mim, e abrir o clube depois de quase 2 anos, que eu tinha 100% de certeza de que queria fazer esse show. Eu estou, inclusive, vindo diretamente da Alemanha, só para o Warung e já volto em seguida.
Serão mais de 24 horas de viagem, para cerca de 5 horas de set. É isso que significa tocar no Warung para mim. A vibração neste clube é tão super especial. E a vibração, claro, é criada pelas pessoas que vão para a festa. Vocês, os brasileiros, são um público mágico e fazer turnês neste lindo país está no topo da minha agenda.
Todo este tempo de isolamento durante a pandemia foi produtivo para você? Quais lições você tirou com este hiato forçado?
Magdalena – Quando o primeiro lockdown aconteceu, primeiro tirei um tempo para me recuperar de todo o estresse da turnê e, olhando para tudo isso, eu realmente precisava disso. Alguns meses depois do início da pandemia, comecei a me ocupar novamente com o trabalho no estúdio e também fazendo muita organização geral com minha equipe de gerenciamento. Sou uma pessoa muito ambiciosa e não posso simplesmente ficar parada. Eu tirei o melhor proveito da situação e agora estamos aqui, tocando no Warung. Eu não poderia estar mais animada!
Ser DJ, produtora e também trabalhar no backstage, em uma cena que nem sempre foi apta a receber as profissionais mulheres, com certeza não foi fácil. Qual conselho você deixaria para as suas colegas de profissão neste momento em que a luta pela igualdade de gênero finalmente se tornou tão necessária?
Magdalena – Os tempos têm sido difíceis, mas finalmente vejo algumas mudanças acontecendo. Como a cena era tão dominada por homens, poucas artistas mulheres tiveram a coragem de acreditar em sua capacidade de se tornarem boas DJs. Acho que para muitas DJs femininas em ascensão, esse ainda é o caso e incentivo a todos a irem lá e se esforçarem o máximo que puderem para que seja um sucesso.
Não tenham medo de aceitar o apoio de outros artistas e promotores. Muita coisa já mudou, mesmo quando ainda não chegamos onde queremos. Essa cena precisa de mais talento feminino que tenha coragem de experimentar.
O que poderemos ouvir de Magdalena em seu próximo set no Brasil? Muitas novidades? Obrigado pela entrevista!
Magdalena – Vocês ficarão surpresos. Definitivamente, muita música nova. E para aqueles que não podem estar lá: talvez a gente grave o set e faça o upload mais tarde, para que todos possam ter uma pequena porção deste momento mágico que está para acontecer. Fiquem de olho!