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Entrevistamos: Nezello

De Joinville para o mundo, Nezello vem somando conquistas importantes em sua carreira e foi sobre isso, que conversamos nessa entrevista.

Nezello
Nezello

Há pouco mais de um ano, descobríamos um jovem talentoso natural de Joinville, Santa Catarina, que se mudou para a efervescente cidade de Balneário Camboriú em busca de seus sonhos. Nezello, como é conhecido nas pistas, deu passos importantes neste meio tempo e aumentou consideravelmente sua base de fãs, muito por seu trabalho e envolvimento com o núcleo Seas, que cresce a cada novo evento realizado pela região Sul do Brasil.

Naquele momento, analisando o trabalho desenvolvido pelo artista, já percebíamos sua paixão irrefutável pela música eletrônica e, mais do que isso, por fazer as pessoas ao seu redor se sentirem bem, felizes. Tudo isso apenas ficou ainda mais claro nessa entrevista densa, porém com um ritmo de leitura muito natural graças a sinceridade presente em cada palavra dita por Nezello. Conhecendo-o ou não, garantimos que algo de proveitoso você irá tirar deste bate-papo. Entrevistamos: Nezello

Beat for Beat – Nezello, é uma prazer falar com você. Temos acompanhado seu crescimento nos últimos anos e parece que sua carreira tem caminhado para um lugar bastante promissor. Quais foram os principais desafios enfrentados do início desta jornada até aqui?

Nezello – Olá turma, tudo bem? Prazer é meu em estar falando com vocês! Bom, em alguns meses fará 10 anos que me envolvi neste universo, não é fácil, mas como nada que é bom vem fácil, vai que vai assim mesmo [risos]. Enfrentei a não aceitação e a falta de apoio da família no começo, entendi que a parte financeira deve estar bem alinhada e que é bom ter um segundo emprego de renda, pois iniciar vivendo apenas da música é complicado.

Aos poucos percebi que como qualquer empresa/emprego se evolui de passo em passo, assim é também na carreira da música. Aprendi que, no início, para encontrar lugares para tocar, era ótimo estar em todos os lugares como espectador, tentando ajudar de alguma forma, seja lá qual for. Se você conseguir somar em projetos no qual tenha afeto, o reconhecimento e reciprocidade vem. Iniciei em Joinville e posso falar que fui um grande incentivador da cena local de lá antes de mais nada e fiz o mesmo em Balneário Camboriú logo que mudei para cá, há quase sete anos.

B4B – A região de Balneário Camboriú possui uma vida noturna bem agitada. De alguma forma o lugar onde você mora te ajudou a crescer artisticamente? O que de melhor a cidade oferece aos artistas locais?

Nezello – Eu seria hipócrita se dissesse que todo lugar é igual, mas não é. Balneário Camboriú tem uma cultura diversificada pelo fato da cidade ter turistas o ano todo, pessoas que moram por aqui que vem de todos os lugares do Brasil tornando a cultura local ampla e te fazendo abrir a cabeça para muita coisa, uma delas é o lado artístico.

Com isso, promoters, empresários, pessoas envolvidas nesse mercado do entretenimento e demais estão sempre abrindo portas, incentivando e apoiando que sua arte seja exposta e explorada. Sem contar que alguns dos melhores clubs do mundo se encontram pela região, sendo uma “escola de música” se você puder estar frequentando regularmente, mantendo seus olhos e ouvidos atentos a tudo.

Nezello Seas

B4B – O processo de construção de identidade sonora pode acontecer de diferentes formas. Como foi no seu caso? De onde vieram suas principais influências na música?

Nezello – Acho que começou no momento em que quis fazer de minhas apresentações algo que tocasse a alma das pessoas. Meu set passeia por vertentes que vão do house ao techno e tem muita influência afro também, trazendo bastante swing… Vejo que a dança é o resultado do que o corpo sente e eu queria ver as pessoas conectadas comigo também, com o que eu busco transmitir… Tudo isso veio de apresentações de grandes artistas, percebi que eles estavam ali com um propósito único: criar sempre uma atmosfera com muito sentimento para que fosse lembrado para sempre pelas pessoas.

B4B – Sua carreira já conta com apresentações em locais bem especiais: Warung Beach Club, Green Valley, Matahari, Club Vibe, Terraza Music Park, Nos Trilhos, além de uma tour com 4 datas pela Ásia… Como você lida com a preparação para cada uma dessas gigs? Existe algum ingrediente especial que você busca levar nas suas gigs?

Nezello – Penso que cada apresentação deve ser um momento único, assim mantenho um case desde minhas primeiras músicas tocadas e todo meu “garimpo de anos” sempre atualizado, nunca deixando de levar “aquele” pen drive com as músicas de 10 anos atrás, cada uma com sua história, essência e atmosfera, afinal, o que faz dela perfeita é o momento em que ela é tocada. Junto isso com meu feeling e tento escrever a minha história com as das músicas, sempre absorvendo o que cada público está vivendo ali junto comigo, no momento que nos conectamos em uma pista para saber qual a faixa certa para o momento certo, tornando tudo isso único.

B4B – Falando sobre lugares especiais, quais os highlights da sua carreira até aqui? O que você busca em um futuro próximo?

Nezello – Com a Seas sempre foi tudo muito especial, estar a bordo com esta turma não existe nenhuma gig que seja “morna”. O momento que fica até hoje na memória foi em dezembro de 2018 quando encerrei a pista após o Hector Couto. Terminei o set e o público ficou quase três  minutos berrando “mais uma” e “eu não vou embora” sem ninguém sair da pista, foi surreal.

O Warung também me marcou muito. Já toquei duas vezes lá e estou indo para a terceira, em ambas a pista na qual toquei estava cheia com o club aberto apenas por 30 minutos (22:30h), nunca havia visto isso acontecer isso frequentando o lugar há mais de sete anos. Olhava e via por todos os lados meus amigos vivendo aquilo comigo, sabendo do quão importante era para a carreira de qualquer artista a nível mundial estar comandando uma noite no templo. Tem sido noites aguardadas tanto para mim quanto para quem me acompanha.

Minha passagem pela Austrália e todas as gigs por lá foram surreais, mas tocar em Sydney em um after privado de um festival gigantesco em um rooftop/apto de frente para a Ópera foi indescritível [risos].

B4B – Além da música, quais outras áreas te chamam atenção? Digo, se você não estivesse inserido neste mercado, o que acha que estaria fazendo hoje?

Nezello – Gosto muito de ter contato com pessoas, então acho que gostaria de empreender em algo onde eu possa fazer delas mais felizes. Na verdade já faço isso com outras quatro empresas: Turn, no comércio da moda, Legend, marca de moda, Seas, na parte de produção de eventos e agora a mais nova com foco em alimentação saudável, a Juistreet.

B4B – Você ainda é um artista bem jovem, nesse processo de evolução o que é importante para que as coisas se mantenham no trilho? Quais atributos você considera fundamental para os novos artistas do cenário?

Nezello – Persistência. Em quase 10 anos perdi a conta de quantos artistas já vi se “tornarem artistas” e nunca mais vê-los nesse mercado. Como citei lá em cima, é um caminho árduo, porém, é como qualquer outro emprego ou objetivo de vida, se você não ralar, não der o seu máximo, você fica. Mas o que realmente vejo que te faz ir a frente é a persistência em dar o seu melhor, persistência em aprender o que não sabe, em repetir no erro quantas vezes for necessário para acertar, persistir em ser uma referência para todos que venham a te seguir.

B4B – Falando um pouco sobre seu lado business… Atualmente você comanda a Seas, um núcleo artístico que realiza festas itinerantes no Sul do Brasil. A experiência na produção de eventos refletiu de alguma forma no Nezello como DJ? O que você absorveu de melhor da seas para seu perfil artístico?

Nezello – Reflete sim. Hoje consigo enxergar de melhor forma o que um “contratante” olha para escolher qual o artista “certo” para o seu case de eventos, isso me fez abrir a cabeça pra muita coisa que tive que estudar, perder tempo aprimorando para conseguir ter uma entrega mais madura do projeto Nezello, sinto que falta muito ainda, mas ainda somos novos com apenas (quase) três anos de label, 30 de novembro comemoramos essa marca.

Nezello
Nezello no Warung

B4B – O núcleo tem crescido bastante nos últimos eventos, certo? Quais são seus planos a longo prazo para a Seas? A profundeza do mar é o limite?

Nezello – Não existe limite para sonhos, vejo que todos que estão a bordo da Seas querem ir cada vez mais longe, estamos aprimorando a parte de tours que estão se iniciando em maior escala nesse verão, após isso não posso citar, mas iremos quebrar algumas barreiras, certamente.

B4B – Para finalizar, quais as novidades que você já pode adiantar pra gente sobre sua carreira? Obrigado por falar conosco!

Nezello – Irei fazer mais uma tour ano que vem para fora do Brasil e logo estarei com lançamento de algumas músicas no pente. Poderei também anunciar em qual estado do Brasil faço minha estreia em dezembro (dica: litoral mais cobiçado pelos turistas no mundo). É isso. Foi um prazer falar com vocês, obrigado pelo espaço!