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Entrevistamos: Vegas

Um dos maiores nomes do psytrance atual no Brasil e atração do Rock in Rio, conversamos com Paulo Vilela, o Vegas. Confira:

Vegas
Vegas

O psytrance hoje, é um dos gêneros mais consumidos no cenário eletrônica da música eletrônica. Com diversos nomes que são destaque, um deles é com toda certeza, uma das grandes sensações. Dono de um dos melhores álbuns do ano, com uma agenda completamente lotada, Paulo Vilela, mais conhecido como Vegas, é um dos grandes expoentes do psytrance brasileiro no Brasil e no mundo. Prestes a fazer uma apresentação especial no Rock in Rio, ele bateu um papo com a gente. Entrevistamos: Vegas!

Beat for Beat – Vegas, pra abrir, queríamos parabeniza-lo por ter vencido nos últimos 3 anos, o prêmio de Melhor Artista Nacional na categoria High BPM pelo nosso portal! O que você acha que cativa tanto seu público e como você sente essa sintonia com toda a galera que te segue e que te admira?

Vegas – Obrigado, fico feliz pelo reconhecimento! Tenho uma ligação muito forte com meus fãs, criamos uma sinergia que vai muito além da música. Creio que a principal ligação entre artista e o seu publico, é através da música, mas hoje em dia as redes sociais permitem que você tenha uma aproximação ainda maior com eles e assim, as pessoas vão conhecendo um pouco mais da minha pessoa “Paulo” e não só o Vegas. Sou bem ativo nas redes sociais e foi uma forma que encontrei de me aproximar do meu público. Deu certo.

Vegas
Vegas com fãs na Progressive Maringá

B4B – Suas tracks são cheias de poemas, letras de canções famosas na música popular brasileira e também trazem uma grande reflexão em sua performance, além de transmitir uma paz de espírito a todos que as escutam. Como surgiu o processo criativo em trazer para o trance tal originalidade? Qual é a mensagem principal que o Vegas quis transmitir, por exemplo, com o ‘Caixa Mágica’?   

Vegas – Essa sempre foi a característica do projeto, desde quando foi lançado lá em 2010. É algo que esta dentro de mim, sou um cara muito tranquilo e procuro passar isso para as outras pessoas, transmitir coisas boas. De 2010 pra cá o processo criativo pouco mudou, mas ideias e o sentimento no estúdio ainda são os mesmos: valorizar o máximo a nossa rica cultura.  Obviamente o Vegas foi evoluindo, porém a essência sempre se manteve a mesma.

O ‘Caixa Mágica’ é o meu segundo álbum e foi um trabalho que envolveu música, vídeo e fotografia. Um álbum é algo mais complexo, ainda mais na música eletrônica, que é uma arte de difícil interpretação. ‘Caixa Mágica’ passa várias mensagens, é rico em detalhes e talvez, as pessoas só irão entender certas ideias do álbum, daqui alguns anos. O álbum conta uma história e ela pode ter múltiplas interpretações, eu gosto de “brincar” com a imaginação das pessoas, fazer elas prestarem atenção em cada detalhe da obra. Essa é a magia dos álbuns, é como ler um livro ou assistir um filme, onde o consumidor acaba  invadindo a mente do artista e começa a ir além de apenas usufruir da música.

B4B – No ‘Caixa Mágica’, você traz grandes parcerias com artistas de renome como Hi Profile, Blizzard, Aura Vortex e Sub6. Como você planejou tais colaborações e como foram feitos os convites?

Vegas – Vamos por partes hehe. O remix que fiz de ‘On The Ground‘, do Sub6 foi um dos primeiros a ficarem prontos. Eles me ofereceram o remix e digamos que  ele foi “encaixado” no álbum, pois quando decidi produzir o álbum e criei todo o conceito, a track já estava praticamente pronta e se encaixou perfeitamente na obra.

O Hi Profile eu fiz questão de ter ele no álbum.Temos um projeto, onde nos apresentamos juntos e fazia tempo que tínhamos planos de fazer mais uma collab e o álbum foi o momento perfeito para isso. Deu muito trabalho, já que fizemos a track a distância, ele na Europa e eu no Brasil, mas deu tudo certo e o resultado foi muito bom.

O Blizzard já tinha participado do meu primeiro álbum, ‘Good Things’ com o meu remix pra track dele, ‘Libertad‘ e ele, com um remix da minha track ‘Pratigi‘, faltava então, uma collab entre nós dois. Eu o convidei e fizemos ‘Hyptonize‘, que também foi produzida a distância, já qiue ele mora hoje no México.

Já o remix para o Aura Vortex foi bem especial. Quando eu ouvi ‘Imaginarium‘ na sua versão original, falei com o Rodolfo na hora e pedi para fazer um remix pra ela. Somos da mesma gravadora, isso facilitou muito e claro, sou muito agradecido ao  Rodolfo por ter liberado o remix, sem fazer qualquer questionamento. Foi uma das tracks mais legais de produzi durante o processo de criação do álbum. Como ela é bem melódica, deu para brincar bastante nas harmonias e arranjos.

Vegas Hi Profile
Vegas e Hi Profile

B4B – Recentemente você esteve numa intensa tour internacional, levando nosso produto nacional para outras culturas. Como é fazer o caminho inverso e invadir aqueles países que já tanto exportaram artistas para eventos brasileiros? Qual é a sensação de ser um dos maiores nomes do trance brasileiro no mercado internacional?

Vegas – Tudo é ainda muito novo pra mim, fora do Brasil . Nos anos anteriores eu já tinha feito algumas turnês internacionais, porém eram pequenas e às vezes, em apenas um país da Europa ou algumas cidades do México. Depois do lançamento do ‘Caixa Mágica’, tivemos uma demanda maior e acabamos tendo que organizar melhor essas turnês internacionais, para não conflitar com as datas no Brasil. Apesar de já contar com um bom público internacional, o Vegas fora do Brasil ainda dá seus primeiros passos. Costumo trabalhar sempre com os pés no chão, criando um trabalho sólido e trabalhando para que as coisas aconteçam naturalmente.

O Brasil é muito comentado no exterior. Somos o maior mercado de psytrance do mundo e temos uma energia única. Sempre tem um artista gringo falando que sonha em conhecer as festas do Brasil. Fico feliz que, aos poucos, deixamos de ser apenas importadores de artistas e cada vez mais, exportamos talentos nacionais pelo mundo.

Vegas Halfmoon
Vegas no Halfmoon Festival, da Tailândia

B4B – Ter o trance dentro de um festival como o Rock in Rio, que tem grande apelo do pop e rock, é com toda certeza, uma vitória. Como você vê a inserção do gênero mais alternativo da música eletrônica, dentro de um festival tão grande e mainstream quanto o RiR?

Vegas – Creio que é um processo natural. O psytrance vem numa crescente nas ultimas décadas, cada vez mais atingindo públicos distintos, deixando de ser um som exclusivo das “raves open air”. Hoje, muitos clubs já contam com pistas de trance e até muitos djs de outros gêneros acabam tocando alguns progressivos mais comerciais.  Até mesmo em outros setores, como no esporte, onde as meninas da seleção brasileira de ginástica rítmica conquistaram o ouro nos Jogos Panamericanos com a minha musica ‘Akasha‘, o trance vem ganhando seu reconhecimento e crescendo cada vez mais.

Se formos comparar o psytrance com o house, por exemplo, ele é um estilo muito jovem, ainda é uma criança. Alguns dos caras que criaram o psytrance ainda estão na ativa, monstrando que ele é ainda muito novo e tem muito a crescer. O processo de ir ganhando espaço nos grandes festivais, como o Rock in Rio, é super natural na minha visão.

B4B – Você hoje, tem uma apresentação especial inspirado no Caixa Mágica, mas um de seus sets preferidos por seus fãs, sempre será o que tem a pegada mais oldschool. No Rock in Rio, por ser um público que não é tão eletrônico assim, veremos um Vegas mais hibrido, misturando o melhor dos dois mundos? O que está preparando para sua apresentação? Teremos novidades?

Vegas – Todas as minhas apresentações são “live” ou seja, sets autorais, seja em festas underground ou comercias, eu consigo adaptar bem a apresentação. No RIR não será diferente, mas será um desafio, pois é algo totalmente novo para mim. Já tenho algo em mente, sempre tem alguma surpresa hehe e pra vocês verem como será, me encontrem no New Dance Order à 00h.