Unindo música eletrônica com funk e com uma personalidade única, Victor Lou conversou com a gente durante sua passagem pelo Rock in Rio.
Exemplo de resistência e personalidade dentro da cena eletrônica, Victor Lou é dono de uma personalidade totalmente irreverente. Uma das atrações do Rock in Rio 2024, o artista conversou com nossa redação. Confira:
Beat for Beat – Você é um artista que vem na contramão de diversos outros e resolveu de fato unificar a música eletrônica com o funk, seja com sua colaboração com o GBR, com o Baile Lotadão. Como é para você, lutar contra essa resistência da cena e mostrar que os dois gêneros podem sim andar juntos?
Victor Lou – Cara, acho que o mais importante foi ter paciência. Existem grandes artistas de funk fazendo um sucesso grandioso, internacional, assim como artistas da música eletrônica lotando casas sozinhos. Uma hora a união dos dois gêneros precisaria acontecer.
Eu toquei com o GBR, com outros manos e comecei a juntar o povo. Isso é representatividade para mim, é unificar tudo e tornar a cena mais forte.
A música eletrônica, assim como o funk, é música de gueto, de alguém produzindo sozinho no quarto com os recursos que tem, muitas vezes com o software crackeado, mas fazendo a mesma música que todo mundo faz. A gente precisa juntar essa galera, dar oportunidade. Fico muito feliz em fazer parte disso.
B4B – Quando você fala de gueto, inclusive precisamos falar sobre a festa que você fez na Rocinha, levando a música eletrônica de volta para o povo preto e periférico, de onde tudo que conhecemos por dance music surgiu. Como foi fazer esse evento?
Victor Lou – Cara, de imediato eu achei que isso ficaria apenas na minha cabeça, seria um sonho impossível. Quando fui na primeira visita técnica e vi todas aquelas pessoas, eu me dei conta de que conseguiria realizar esse sonho. Foi tão incrível, que não consigo lembrar de fato de como tudo aconteceu, mas eu vivi intensamente.
Sempre que assisto o set, tenho memórias afetivas muito boas daquele momento. Eu me senti muito em paz, muito tranquilo durante a festa na Rocinha. Vi pessoas de todas as idades dançando e com toda certeza, foi muito recompensador pra mim.
B4B – Pra finalizar, vamos falar de outro presente que você deu a si mesmo, o All Night Long. Como foi a experiência? Pretende fazer outras noites assim?
Victor Lou – Cara, eu achei que foi muito rápido. Foram 7 ou 8 horas de festa que passaram voando. Quando dei por mim, o dia estava clareando e eu precisava acabar a festa. Eu quero sim fazer mais, quero levar para outros lugares, para o Rio de Janeiro também. A nossa música é muito boa, artistas do mundo inteiro tocam sons brasileiros e por isso, quero enaltecer essa cultura viajando com o All Night Long.
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