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LuizFribs compartilha dicas de como aplicar os estudos de música clássica na música eletrônica

LuizFribs se dedica ao violino desde a infância e há seis anos também produz bombas de Hard Techno

LuizFribs

Por Louise Lamin

 

Você consegue relacionar a sutileza e emoção do toque de um violino às batidas potentes e explosivas do Hard Techno? Pois LuizFribs sim – e deu um jeito de usar todos os seus anos de experiência com o instrumento para aprimorar ainda mais sua técnica musical, hoje aplicada nas produções do gênero eletrônico que realiza.

Com um bisavô violinista, desde a infância o artista brasileiro cultiva uma íntima relação com a música clássica, e nada disso se perdeu quando ele decidiu voltar seu foco para a dance music, pelo contrário.

Em 2011 Luiz criou junto de um amigo o Violink Live, em que unia a apresentações em formato live, música eletrônica e violino. O projeto se encerrou em meados de 2018, quando o artista passou a mergulhar mais profundamente nas sonoridades do Hard Techno e lançar diversas produções. Desde então, já são mais de 10 EPs, além de diversos singles, com assinatura de labels como The Meaning of Rave, Gomboc, Autektone e Etruria Beat.

Por isso, o convidamos para compartilhar algumas dicas de como aplicar os estudos de música clássica na música eletrônica, da melhor maneira. Confira!

Dica 1: Arrisque nas escalas e estruturas que fujam do padrão

Nos estudos de teoria musical, aprendemos muitas outras escalas além das tradicionais maior e menor, e muitas outras estruturas de compasso além do 4/4 utilizado tradicionalmente na maioria dos estilos de pista. Experimente criar uma faixa em escala pentatônica ou grega, por exemplo.

É possível também, em momentos específicos, como na finalização de um break/build-up, sair do 4/4 e criar algo em 3/4 ou 5/4. Digo ‘específicos’ porque, é padrão que as faixas de pista tenham compassos quaternários, então criar uma faixa inteiramente fora dessa “regra” pode prejudicar a mixagem de um DJ e a aceitação daquela faixa pela pista.

Dica 2: Desenvolva melodias/elementos que interajam entre si

Pense num compositor clássico, que ao criar uma sinfonia, elabora o tema principal e, em seguida, arranja diferentes interações para, pelo menos, vinte instrumentos diferentes, que, muitas vezes, tocarão ao mesmo tempo, e devem causar no ouvinte uma sensação harmoniosa.

Para essa harmonização/interação ser bem executada, é preciso se fazer valer de contrastes: quando um naipe toca mais alto, o outro toca mais baixo; quando o naipe de cordas faz a melodia principal, os metais fazem um acompanhamento mais linear (ou mais rítmico). Quando dois ou mais naipes são protagonistas “ao mesmo tempo”, geralmente utiliza-se da técnica de “perguntas e respostas”.

Trazendo a ideia para a música eletrônica, é possível fazer com que dois ou mais elementos dividam o protagonismo de uma faixa sem que haja conflito: basta criar contraste entre eles.

Dica 3: Não tenha medo de “tocar fora da escala”

Muitas vezes, a falta de um estudo um pouco mais aprofundado em teoria musical acaba gerando no produtor um certo medo em acrescentar notas que não pertencem àquela escala que foi escolhida para a música. No entanto, é possível sim tocá-las, em alguns momentos, sem colocar a harmonia a perder. Guitarristas, pianistas e músicos de Jazz fazem isso o tempo todo, especialmente enquanto improvisam em solos ao vivo.

Lembre-se que nem todo acorde é perfeito (maior ou menor): existem os acordes alterados (ex.: aumentados, diminutos, adicionados) que se fazem valer de notas não pertencentes àquela escala e causam efeitos bastante interessantes no resultado final da composição!

Dica 4: Ouvir música clássica pode melhorar a sua criatividade

Mesmo que não tenha nenhuma pretensão de virar um violinista ou músico de orquestra, diversos estudos comprovaram que ouvir música clássica pode trazer diversos benefícios, entre eles: reduzir a ansiedade, combater a insônia, reduzir o estresse e despertar emoções. O controle dos três primeiros, aliado com a presença do último, são fundamentais para manter o cérebro em dia e, consequentemente, fazê-lo trabalhar ao nosso favor no momento em que sentamos em frente ao computador para produzir novas músicas!

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