O produtor goiano acaba de lançar um novo EP pelo selo argentino, Gomboc Records, junto de um remix do label boss, Reveillon
por Mia Lunis
LuizFribs tem seleções sonoras explosivas que reforçam seu gosto por elementos old school que se entrelaçam em músicas modernas, massivas e pesadas com clássicos do Techno, Trance e Hardcore. O produtor já contemplou o catálogo de gravadoras importantes como Etruria Beat, The Meaning of Rave, Gomboc e Autektone e já recebeu suportes de artistas renomados como Amelie Lens, Kobosil, Regal, SPFDJ, Parfait e Sara Landry.
Luiz acaba de celebrar seu retorno ao selo argentino Gomboc, desta vez com uma obra potente de 3 faixas autorais e um remix de peso que formam o EP “Ignum”. Com batidas marcantes e uma linha de baixo arrasadora, o artista pavimenta uma jornada sonora que é complementada por sua expertise em elementos que vão do Trance oldschool, Techno e Hard Techno, entregando ao público a energia necessária para dançar até o amanhecer. Abaixo você pode ouvir e entender um pouco mais sobre cada uma das faixas:
Ignum
A faixa título do EP foi a primeira a ser finalizada, há quase um ano. A track gira em torno de uma linha de 303 bem groovada que criei durante uma jam com meus outros synths. Após algumas poucas horas, já tinha algo muito próximo do que viria a ser a música finalizada. A ideia, desde o início, era que sua construção fosse bem simples e com poucos elementos, como numa jam session mesmo. Basicamente, uma bateria dando o ritmo, o 303 como elemento principal, e um pad que toca no background em alguns momentos criando uma atmosfera mais “misteriosa”.
Nostalgik
Foi criada numa leva de faixas que produzi em um momento de pesquisa aprofundada nas sonoridades do techno, hardcore e gabber dos anos 90 e 2000. Usei o tão conhecido “Landlord Stab” como um dos elementos principais e um vocal sampleado em um equipamento retrô (para dar uma cara mais Lo-Fi) que rola durante quase toda a track. Esse vocal se revela “por completo” no final do break, e talvez seja reconhecido pelos amantes da música eletrônica que estavam vendo “AQUELE ao vivo” no YouTube em 2015 [risos]. A linha de 303 entra a partir do break para complementar o groove, e se mantém até o fim.
The Hard Way
Foi a última track a ser produzida, e, inicialmente, nem faria parte do EP, pois já tínhamos acertado uma outra. No entanto, após alguns testes na pista, tanto eu como o Dist concordamos que seria uma excelente adição ao release, e resolvemos trocar. Essa faixa, por sua vez, tem características de um hard techno bem mais atual, seja nos synths, no vocal ou no reverse bass atuando no contra-tempo. Os vocais eu mesmo gravei e fui modulando no pitch, colocando efeitos e tudo mais.
A experiência musical de Luiz vai muito além da produção com música eletrônica, o artista é violinista desde jovem e incorpora o instrumento ao techno de uma forma muito distinta e inusitada, dando-lhe um toque de modernidade e brutalidade. Outro destaque nas habilidades do produtor, é o uso de máquinas analógicas e digitais para improvisar novas faixas entrelaçadas em faixas já lançadas. O resultado é um live act dinâmico e impressionante que foi descrito pelo blog Music Is 4 Lovers como “de tirar o fôlego”.