‘Tetris’, de Marc Monka, é uma construção sonora que se monta peça por peça até colapsar em groove puro — tenso, preciso e irrecusável.
‘Tetris’ se revela aos poucos, como uma engrenagem mental que gira em silêncio antes de engatar com força. Marc Monka entrega uma faixa hipnótica e meticulosamente arquitetada, onde a percussão nítida e os timbres modulados se encaixam com exatidão quase geométrica. Cada elemento entra no tempo certo, com o peso certo, como se estivesse obedecendo a um código interno invisível. Ouça aqui.
A tensão é contínua. Não há explosões gratuitas, mas sim uma pressão progressiva que se acumula e dissolve, mantendo a pista em estado de atenção constante. O som é seco, mas não frio; é cerebral, mas nunca estéril. Em espaços escuros e sistemas potentes, ‘Tetris’ encontra seu habitat ideal — onde o volume não é apenas escutado, mas sentido na pele.
Marc Monka domina a arte da contenção: ele não precisa exagerar para impactar. Com texturas minimalistas e um groove mental que vibra abaixo da superfície, a faixa convida à imersão total. É uma viagem feita de microdecisões sonoras, onde o prazer está nos detalhes — e no equilíbrio preciso entre controle e colapso.
‘Tetris’ não se joga. Se experimenta.
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