Mudando sua sonoridade e flertando fortemente com a música eletrônica, Madonna lançava o ‘Ray of Light’ em 1998, 26 anos atrás.
Em 1998 o álbum da rainha do pop fez seu grande lançamento ‘Ray of Light’ e representa um dos ápices do final do século. O som era uma mistura de pop e música eletrônica, de uma forma completamente diferente de tudo o que Madonna já havia feito. Em todo o disco, traços de techno, trip hop, drum’n’bass, trance, ambient, rock, soft rock e música indiana e até clássica.
O sucesso do álbum foi tamanho que Madonna foi indicada a nada menos que seis categorias do Grammy Awards, levando para casa quatro estatuetas; mais do que isso, a obra carrega um legado tão extenso quanto ‘Like a Prayer’, lançado em 1989, e, segundo a própria artista, é uma de suas evoluções mais satisfatórias. E não é por menos: em um momento em que as boybands e os girlgroups ganhavam força no cenário adolescente, Madonna precisava manter-se ativa e, depois de seu sétimo lançamento de estúdio, credita-se a ela a globalização da música eletrônica, que, até então, restringia-se às inventivas inflexões europeias.
A primeira forte influência do electro-dance aparece na propositalmente dissonante ‘Skin’, uma rendição dark que resgata a utilização dos sintetizadores em construções que premeditariam o EDM dos anos 2000. ‘Nothing Really Matters’ explora isso em todas as suas camadas, ainda mais por ser acompanhado por pinceladas instrumentais divertidas e envolventes.
Madonna – Ray Of Light
Uma das principais novidades trazidas pelo disco foi a música eletrônica – uma permissibilidade que fez o gênero cruzar os oceanos e se infiltrar na cultura norte-americana. Afinal, à época de seu lançamento, o cenário mainstream estava dominado pelo pop chiclete das boybands e das cantoras adolescentes que ganhavam força. Madonna, dessa forma, aproveitou as guinadas em sua carreira para amadurecer uma vez mais, explorando temáticas profundas como religião e metafísica, através de alguns dos melhores versos.
É um fato dizer que ‘Ray of Light’ serviria de base a todas as outras investidas da performer, incluindo ‘Music’ e o até o último lançamento de inéditas ‘Madame X’. Madonna, como nenhuma outra artista de sua época, baseava-se bastante em sua história para permanecer viva na cultura mainstream e nunca deixava de mencionar a si mesma em cada construção.
Nothing Really Matters – Live Grammy 1999