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Entrevistamos: Klean e kLap no The Town

De competidores em uma mesma batalha para o palco do The Town, conversamos com os talentosos Klean e kLap, atrações do New Dance Order.

Klean vs kLap | Foto: Padilha

DJ e produtor desde os 15 anos, kLap é um nome importante da cena bass music. Ele se destaca por misturar músicas eletrônicas de todo o mundo com a música brasileira. Klean, o DJ de apenas 21 anos que ganhou destaque internacional após seu remix ser apresentado por Rihanna no Super Bowl de 2023. Juntos, entregaram um set autoral de muito funk, house, afrobeat e todas as vertentes da bass music no The Town, onde conversaram com nosso time. Confira:

Beat for Beat – Vocês foram concorrentes da competição de beats organizada pelo Tropkillaz, onde empataram em primeiro lugar e hoje, estão trabalhando juntos no palco do The Town. Como foi o processo da evolução de competidores para amigos?

kLap – Na verdade, nunca existiu uma concorrência de fato. No nosso cenário, a gente  sempre vê o outro como um amigo, pois faz a mesma coisa que nós fazemos. Independente de quem ganhasse aquela competição, por exemplo, um ficaria feliz pelo outro. A conquista dos outros é uma conquista minha e esse sentimento é compartilhado. Mesmo que só um de nós estivéssemos aqui no The Town hoje, o sentimento de orgulho seria igual, mas justamente pelo fato de estarmos juntos aqui, transforma esse momento em algo mais especial ainda. Se estamos juntos, é pelo fato dessa mistura doida funcionar.

Klean – Na época da competição nós não nos conhecíamos ainda, mas como isso aconteceu durante a pandemia, isso fez com que nos aproximassemos ainda mais. Como ficávamos trancados em casa, produzindo sem parar, nos aproximamos bastante de forma online. Foi nesse meio tempo que começamos a trabalhar juntos, criar remixes juntos até que chegamos até aqui no palco do The Town.

B4B – E quando vocês falam de mistura, vocês são de cenas diferentes. Klean vem da Bahia, enquanto o kLap é de Brasília. Como é unificar dois cenários completamente opostos em uma coisa só?

kLap – Fazer isso é mostrar que a música eletrônica é diversa e possui várias possibilidades. Mesmo o Klean vindo da Bahia e eu do DF, duas cidades que não são tão vistas como polo da dance music, trazer essa mistura é conseguir mostrar que a música pode ser vista de várias maneiras.

Klean – Nós participamos de um nicho em comum no Soundcloud, onde nossos sons combinam muito e independente de estarmos em cidades tão diferentes, a nossa pegada sonora é muito parecida, o que torna esse processo de junção ainda mais fácil. Vocês puderam ouvir no nosso set que nosso som casa muito bem, inclusive tenho o próprio kLap como uma das minhas principais referências hoje.

B4B – Falando então da sonoridade, vocês trazem uma música eletrônica que tem bastante influência do Funk e do Trap, que mesmo sendo géneros de música eletrônica, não são tão consumidos pelo público clubber. O que vocês fazem para transmitir a mensagem de vocês para todos os públicos?

kLap – A grande questão aqui é que as pessoas ainda não veem o Funk como música eletrônica, mas sim, ele faz parte desse cenário. Nossa mistura bem para justamente mostrar que o funk, a música baiana, africana, a house… tudo faz parte da música eletrônica e essa diversidade de cultura, de gêneros, traz ainda mais possibilidades. É divertido poder ser diferente.

Klean – Eu digo que nossos sets podem ser uma porta de entrada para muita gente que ou não conhece a música eletrônica ou só consome o que é comercial, para que possam ver que existem muitas outras opções. Quando o público menos esperar, vamos misturar funk com trap e com house, tudo unificado de forma perfeita.

B4B – Agora vamos falar individualmente. kLap, você acabou de lançar um álbum, o ‘Mlk Nervoso’. Como é para você lançar um álbum completo?

kLap – Cara, ainda to tentando processar que lancei um álbum (risos). Eu passei muito tempo trabalhando para criar o material que vocês podem ouvir nas plataformas digitais e ver ele nas pistas, as pessoas ouvindo, é algo extremamente gratificante, ver como as pessoas se identificam com o trabalho.

Hoje em dia eu consigo ainda mais a importância de um artista lançar um álbum. É uma experiência incrível e vale muito a pena lançar um.

B4B – Klean, precisamos falar sobre Rihanna. Como você se sente ao ver seu remix de ‘Rude Boy’ sendo tocado no Super Bowl?

Klean – Isso tudo foi uma loucura. O remix foi criado há cerca de 3 anos atrás, postado nas redes sociais sem pretensão nenhuma de que chegasse até a cantora, eu queria só mostrar meu processo criativo. Três anos depois, a equipe da Rihanna conheceu o remix, me contataram e me pediram para usar a versão.

Até então eu não sabia onde o remix seria usado, mas eu especulava que fosse para o Super Bowl, já que ela estava confirmada. Assistir aquele show com o coração na mão, sem saber se iria acontecer ou não, até que o mundo todo ouviu e no final, deu tudo certo. Muita coisa aconteceu de lá pra cá.

B4B – Muita coisa aconteceu para ambos, até que chegamos ao The Town. Como foi a preparação para esse show? Como vocês estão se sentindo após essa apresentação?

kLap – O coração estava a mil. A ficha só caiu quando finalmente subimos no palco. Nós passamos muito tempo preparando esse show, querendo mostrar algo onde nós dois conseguíssemos nos identificar da mesma maneira. Nosso som combina muito e tentamos trazer uma proposta como se fosse uma batalha de DJs. Foi algo bem único e especial.

Klean – Nós pensamos em algo que funcionasse de algumas formas, seja nós dois de fato juntos, outras partes mais com a minha sonoridade, outras com a do kLap. Pensamos em algo que trouxesse uma estética um pouco diferente dos sets convencionais e que no fim, deu muito certo. Foi uma loucura.

Siga kLap no Instagram aqui e Klean aqui.

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