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Ella De Vuono e Elisa Audi lançam ‘They Don’t Bother Me’ pela Diversall

Com uma roupagem mais old school, Ella De Vuono e Elisa Audi lançam ‘They Don’t Bother Me’, que promete fazer as pistas ferverem. Escute.

Por Inez Mustafa

Na segunda collab de Ella De Vuono e Elisa Audi, o clima enérgico, a identidade bem Old School, os timbres saturados são as grandes potências que deixam ‘They Don’t Bother Me’ conectada ao clima de volta às pistas que o Brasil tem vivido. A collab foi lançada pelo selo da produtora, DJ, professora Ella De Vuono, a Diversall Music. Elas nasceram para fazer qualquer pista de dança ferver.

Essa coprodução foi inspirada nas warehouse parties. “They Don’t Bother Me” foi feita despretensiosamente, de forma que tudo fluiu natural e rapidamente. As duas divas da música eletrônica se divertiram durante todo processo, energia que foi transmitida na música com maestria. A track é no estilo do Detroit Techno, com sonoridade crua, que tem a intenção de deixar a track mais suja. A vibe da collab é voltada para o Peak Time, bem divertida, e promove o caos frenético da pista que todo mundo gosta. Ouça:

Diversall Music

O selo nasceu para cultivar uma diversa gama de talentos e permitir que a fina sonoridade desses artistas sejam ouvidas ao redor do mundo. A Diversall é uma gravadora e promotora de artistas emergentes globais que queiram dividir conhecimento musical diverso, influências, experiências e perspectivas ao seu favor. Diversall é diferente do que se vê por aí. Música é a essência do que fazem, é a paixão e a admiração do selo.

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Descubra: Bruno Afterall

Com apenas dois lançamentos oficiais, artista mineiro, Bruno Afterall, surpreende pela qualidade, originalidade e riqueza musical.

Lançado recentemente pela Diversall Music, de Ella De Vuono, ‘Batuque Sideral‘ é o primeiro EP e o segundo lançamento oficial de Bruno Afterall — projeto do DJ, produtor e professor mineiro Bruno Amaral. Com duas músicas — ‘Sanfona Sideral‘ e ‘E-jexá‘ —, o disco mostra um artista de grande potencial, originalidade e riqueza musical, misturando estilos como house, trance, baião e o ritmo africano ijexá.

Para saber mais sobre a obra e seu criador, trocamos uma ideia com Bruno.

Beat for Beat – Bruno, queremos saber mais sobre sua história. Quem é Bruno Amaral, de onde veio, do que se alimenta? Qual sua história e trajetória na música? Quando e como o projeto Bruno Afterall foi criado?

Bruno Afterall – Bruno Amaral é um instrumento musical ambulante e de cores fluorescentes. É o conjunto das histórias e memórias que carrego comigo. Me alimento de sorrisos, alto astral, energia positiva e música eletrônica compromissada.

Minha história com a música é uma típica história de amor contemporâneo: eram os anos 2000. Caí de paraquedas em uma festa rave e me apaixonei. Tive um relacionamento sério com o psytrance por quase dez anos. Terminamos em 2014, depois de uma viagem para Europa. Eu estava cansado da mesmice. Estava tudo previsível demais. Os mesmos breaks, os mesmos drops, os mesmos vocais falando sobre LSD e viagens astrais, os mesmos baixos em triplets (SOS!).

Em Berlim, tive um affair com o techno, mas foi no retorno ao Brasil, nas festas da Masterplano, que reencontrei o amor, nos braços da house music. Hoje, temos um relacionamento aberto e saudável. Com o refinamento das pesquisas e o consequente amadurecimento musical, descobri sonoridades que me atraíam em diversos gêneros musicais.

Bruno Afterall existe, oficialmente, desde 2018. O nome Afterall, dentre outras subjetividades, faz referência aos after hours — meu momento favorito das festas. A vibe do after condensa a identidade desse projeto.

Quais você diria que foram os melhores momentos de sua carreira até aqui?

Bruno Afterall – Tocar na minha festa favorita — Masterplano — em um B2B no Carnaval com um dos meus maiores ídolos, o inigualável João Nogueira, foi, definitivamente, um dos momentos mais marcantes da minha jovem carreira.

Atualmente, vivo minha melhor fase. Muitas coisas plantadas ao longo do tempo de reclusão da pandemia estão começando a dar frutos: artistas que eu admiro reconhecendo o meu trabalho, lançamentos a todo vapor e meu coletivo de festas prestes a nascer para o mundo…

Bruno na Masterplano

Você também é cantor. Já chegou a se apresentar no formato live? Pretende seguir apenas com ele, ou intercalá-lo com os DJ sets? E qual sua expectativa para poder se apresentar ao público novamente?

Bruno Afterall – Tenho um fascínio enorme pela música de improviso e jam sessions. O engajamento e a interação proporcionados pelas sonoridades criadas no calor do momento têm uma magia diferente do DJ set. Portanto, existe, sim, uma vontade em trazer esse tempero da voz e outros instrumentos, não de maneira intercalada, mas sim interligada aos meus DJ sets. Me interesso pelo hibridismo das coisas. Venho, há algum tempo, aprimorando minhas habilidades com o live looping, utilizando uma loop station, e aos poucos vou encontrando esse caminho.

Além de tudo, você ainda dá aulas particulares de produção musical e discotecagem, e leciona para crianças, não é mesmo? Conte mais sobre isso, por favor.

Bruno Afterall – Lembra da sua professora da primeira série, que ficava o tempo todo com a turma, que ensinava o bê-á-bá, que contava histórias, que trabalhava a ideia de centena, dezena e unidade, que fazia roda e cantava parlendas? Eu sou essa professora. Risos!

Trocando em miúdos, sou professor de educação básica de uma turma de segundo ano do ensino fundamental, em uma escola renomada de Belo Horizonte. Sou formado em Pedagogia e Biologia. Ao longo da minha trajetória acadêmica, sempre estudei, paralelamente, a produção musical.

Nesse extenso percurso autônomo, pude identificar algumas lacunas em comum na metodologia e na didática das inúmeras aulas e cursos ministrados por muitos bons produtores e DJs. Para quem está no início do processo, ser apenas um bom produtor ou bom DJ, não basta. É preciso ser um bom professor!

Percebi, então, que era hora de oferecer a minha visão acerca do tema que eu mais amo nessa vida. Hoje eu ofereço, de forma divertida e entusiasmada, um percurso de introdução à produção musical e à discotecagem, destinado a quem tem pouca (ou nenhuma) experiência e muito interesse sobre esse universo!

Bruno durante uma contação de histórias

Por você dar aula de produção e pela qualidade e originalidade que podemos perceber nos seus primeiros lançamentos, é notável que você já tem um bom tempo de maturação nesse campo. Foi só em 2021 que você se sentiu confortável em lançar oficialmente suas primeiras músicas?

Bruno Afterall – Foi um processo lento. Muita auto sabotagem no meio do caminho. Eu não terminava as minhas músicas. Depois de avançar nos meus processos internos, de aceitar o fato que nem tudo vai sair perfeito e que algumas pessoas não vão gostar da minha música, eu virei a chave e comecei, finalmente, a terminar minhas tracks, e aí as coisas começaram a fluir. Hoje, eu já não vejo a hora de ganhar o meu primeiro hater. Risos!

Vi que você também fez um processo de mentoria com o onipresente L_cio para ‘Guarapan’. Como foi isso?

Bruno Afterall – Laércio passou o carnaval de 2020 em BH. Nos conhecemos por causa da Masterplano e desde então, trocamos algumas figurinhas. Com a pandemia, ele resolveu oferecer o trabalho de mentoria musical online para outros artistas, como alternativa às restrições impostas pelo isolamento.

Nesse trabalho, eu apresentei alguns projetos em desenvolvimento e ele escolheu ‘Guarapan‘. Na mentoria, L_cio te ajuda a lapidar e avançar em todas as etapas do processo para finalizar uma música com qualidade. Trabalhamos composição, arranjo e mixagem.

‘Guarapan’ saiu em abril, na coletânea mineira “CurraL 001”

Como rolaram os lançamentos pela CurraL e agora pela Diversall Music? Foi por iniciativa sua ou convite?

Bruno Afterall – A rainha Ella de Vuono estava com o radar ligado na busca de novos artistas. Ao consultar o L_cio, meu nome apareceu, graças ao trabalho de mentoria, que me deu a oportunidade de ter minhas músicas escutadas por ele. O resto é história…

Com a CurraL, Omoloko reuniu os produtores e produtoras de BH em um grupo de WhatsApp, de forma orgânica e despretensiosa, com a ideia de uma coletânea para fortalecer os laços entre a turma da produção musical mineira. Era aberto a quem quisesse participar. Toda essa projeção alcançada pela coletânea, bem como o patrocínio, vieram depois…

Suas músicas trazem uma mistura bastante plural de vertentes diversas da música eletrônica, como organic house, minimal, downtempo, trance e IDM, e ritmos étnicos do Brasil e da África. Você parece ter um profundo conhecimento musical e histórico das raízes do Brasil. Quais são suas principais referências?

Bruno Afterall – Quem me dera. Não sou tão erudito assim. Meu conhecimento é superficial nesse aspecto. No entanto, eu me interesso por ritmos. Gosto de destrinchar os ritmos musicais (brasileiros ou não) no software de produção musical. Analiso as células rítmicas e tento reproduzi-las na DAW. Foi de uma dessas brincadeiras que nasceu o “Batuque Sideral”.

Minhas referências brasileiras são as básicas, porém, fundamentais: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Luiz Gonzaga.

Você pode compartilhar conosco quais foram os samples de baião e ijexá utilizados para “Batuque Sideral”?

Bruno Afterall – Em termos de ritmo, tudo foi recriado do zero. Fiz uma análise da estrutura e dos instrumentos principais utilizados em cada um dos ritmos, e com a ajuda do YouTube, recriei a célula rítmica no programa de produção (DAW), utilizando meus samples de bateria e percussão.

Já na parte melódica, “Sanfona Sideral” utiliza de um sample da sanfona de Luiz Gonzaga na faixa “Sanfona Sentida”, composta por Dominguinhos.

Seus próximos lançamentos também devem vir nessa pegada? É possível dizermos que essa mistura sonora será a marca registrada de Bruno Afterall?

Bruno Afterall – O hibridismo é a minha praia. Nesse momento estou mergulhando de cabeça no tech house old school. Esperem por uma onda bem mais pra cima, energizante, com muito flanger e sem firulas.

Qual você diria que é o seu objetivo primordial enquanto artista?

Bruno Afterall – Irradiar, em forma de música, o alto astral que emana do meu ser.

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