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Descubra: DEC90

Unidos pela música e juntos além dela, Ana Ballardin e Leonardo Griebler formam o DEC90, primeiro casal personagem do Descubra!

DEC90

De um lado, Ana Ballardin, natural de Caxias do Sul/RS. Participou de coral na infância, aprendeu diversos instrumentos, cantou em projetos musicais, realizou shows acústicos pela região e, no meio do caminho, encontrou o Techno. Do outro está Leonardo Griebler, formou-se em música, natural de São Sebastião do Caí/RS. Tocou em bandas dos mais diversos estilos (principalmente Rock), trabalha há mais de 10 anos com produção musical, criou o festival Green Sessions e, no meio do caminho, encontrou Ana. Juntos, eles formam o DEC90.

A história dos dois se cruza em março de 2019, quando Ana participou da segunda edição do Green Sessions Cahy. Após trocarem ideias, se conheceram melhor, começaram a namorar e o DEC90 surgia. Hoje eles são um casal de músicos e produtores que compartilha o amor pela música e transfere esse sentimento para seu projeto de live act. “Nosso objetivo é fazer a pista flutuar com um set recheado de sensações”.

Quer saber mais? Então segue com a gente nesse bate-papo. Descubra: DEC90.

Beat for Beat – Olá, pessoal! Obrigado por toparem essa entrevista! Ambos absorveram um background musical bem rico antes do surgimento do DEC90… quão importante é essa experiência individual de anos no projeto atual?

DEC90 – (Lele) Fala galera! Grande satisfação trocar essa ideia. Acreditamos que graças a esse know-how já começamos o projeto sabendo o que queríamos e como poderíamos fazer. Quando nos juntamos, uniram-se também nossos projetos: o acústico, a nossa banda (que passou a ser o Sagitados) um live act que vai do Disco a EDM dos anos 90 e então unimos a meta de um autoral no DEC90.

(Ana) Além de sermos músicos e estarmos habituados com os palcos, o Lele já utilizava o Ableton Live nas gravações dos clientes do estúdio há anos. Ele também utilizava pedaleira de loop session nos shows acústicos, então a experiência individual nos deu uma base bem sólida para a construção do live act do DEC90.

B4B – Claramente a música foi a grande responsável pela união de vocês. Esse encontro aconteceu durante a 2ª edição da Green Sessions, em São Sebastião do Caí, evento que Lelê organizava. Foi a partir deste momento que o DEC90 surgia, certo? Quais foram os motivos, influências e afins responsáveis por ajudar a formar o projeto?

DEC90 – (Lele) Mais do que a música, foi inicialmente o Michel da Herzpille, (risos), bar de Bom Princípio (cidade vizinha do caí), onde eu e a Ana fazíamos shows, mas sem um saber do outro. A meta da Green Sessions é gravar artistas com qualidade de áudio e vídeo no evento ao vivo. A Ana foi participar por essa indicação em busca de produzir um material de qualidade pra carreira dela, enquanto eu como produtor, buscava artistas de qualidade pra assim chegar nos melhores resultados. Então o que nos aproximou inicialmente foi a busca por qualidade, ideal que estaria sempre presente nos nossos projetos. Gostei de cara da Ana pelo profissionalismo e talento, mas no fim do evento quando fomos confraternizar, fizemos um som juntos pela primeira vez, e aí me apaixonei. Não só nós como todos ao redor perceberam a conexão que rolou, desde então não desgrudamos.

Do nosso contato, apresentei pra ela toda a vida que rola dentro de um estúdio e ela me contou do mundo eletrônico, que eu até então nunca tive interesse, por sentir falta da parte orgânica e do ao vivo, aí que ela me apresentou vários artistas realizando Live Act em canais como Cercle e vi que ali estava o meio perfeito para expressar arte, explorar o lado mult-instrumentista e fazer a galera dançar.

(Ana) Eu sempre fui atraída pelo eletrônico. Tanto que os meus primeiros covers com o violão eram versões das comerciais que eu ouvia nas rádios e nas festas que frequentava lá em 2012. Com o passar do tempo e por morar em Caxias do Sul – terra da Colours, conheci o techno e suas vertentes. E depois de algum tempo sendo apreciadora da cena, surgiu a vontade de fazer parte. Mas meu objetivo sempre foi fazer live, ir além da mixagem. Foi aí que começaram as pesquisas, as viagens para assistir aos meus DJs favoritos, clubs e labels.

Foi numa dessas viagens que vi ao vivo a Giorgia Angiuli, uma forte referência que temos de live act. Vi artistas excepcionais conduzindo a pista como maestros e achei incrível. Poder guiar as pessoas a uma experiência linda que acontece quando fechamos os olhos e nos conectamos com a música. Fiz o curso de Mixagem Básica com o Mau Maioli e Cris D no Muinho Farroupilha, logo antes de conhecer o Lele. Assim que nos conhecemos já apresentei minha paixão pelo techno e os planos de seguir carreira, tanto que nem um mês depois, o Lele esteve em um workshop com o Laércio (L_Cio) também no Muinho. Foi ali que ele se apaixonou de vez pelo mundo eletrônico e o ‘meu’ sonho se tornou ‘nosso’.

DEC90 produzindo durante a quarentena

B4B – O DEC90 é formado por referências musicais distintas, já que vocês trouxeram e somam visões diferentes da música. Sabemos que a identidade ainda está em construção, mas em síntese, qual seria a essência ou a base musical que sustenta o projeto?

DEC90 – (Lele) Música boa! Música clássica traz sensações como a eletrônica em questão de tensão/repouso. Boas músicas são construídas de forma que envolvem o ouvinte deixando-o totalmente presente e sentindo.

(Ana) Feeling. Somos músicos, habituados a tocar com banda onde podemos mudar a dinâmica da música a qualquer momento. O live act nos traz a mesma liberdade. Nossos sets nunca são iguais. mesmo que tenham as mesmas músicas, pois temos tudo aberto e podemos levar a galera de acordo com o momento. O feeling impera, o improviso acontece e a alma se expressa sempre com liberdade. Podemos dizer que vamos do progressivo à la Pink Floyd à pressão sonora do ACDC, o que nos faz viajar do melodic ao techno, sempre mesclando elementos orgânicos e acima de tudo musicalidade.

B4B – Apesar do pouco tempo de vida (1 ano), quais os frutos que o DEC90 já gerou? Vocês possuem músicas finalizadas? Pretendem compartilhar algo em breve?

DEC90 – Temos 1 ano e 2 meses juntos. Podemos considerar que o DEC90 começou a engatinhar quando o Lele fez o workshop com o L_cio e compramos a APC40, em maio de 2019. Imediatamente começamos a fazer as primeiras tracks. O Lele já trabalhava com o Ableton Live há mais de dez anos (super por acaso), o que facilitou-nos sair produzindo, mas o nome e conceito surgiram em setembro, quando mergulhamos de cabeça no projeto. DEC90 vem de december 90, ambos nascemos em dezembro de 1990. Atualmente o Lele faz parte da Comunidade do André Salata, e, graças ao tempo que a quarentena nos trouxe, estamos estudando, criando, produzindo e encontramos nossa identidade sonora. Estamos com várias tracks novas no forno e preparando os lançamentos.

B4B – Além da família de sangue, imaginamos que tenha uma segunda família dentro do estúdio… Quais são os equipamentos queridinhos de vocês do momento?

DEC90 – ‘Do momento’ é bem colocado, pois estamos sempre pesquisando e testando coisas novas! Atualmente a APC40 é o nosso coração, os pedais de guitarra do Lele que nos trazem timbres bem únicos, a VE20 da Boss – onde aplico todos os efeitos da voz e instrumentos de sopro, usamos 2 Mini controladores MIDI pensando em espaço. Também mesclamos flauta transversal e doce, escaleta, guitarra, baixo, bateria e percussões gerais que dão muita vida ao som. Na wishlist pra logo temos a TR-8 e o TB-303.

B4B – O cenário de entretenimento infelizmente foi muito atingido com o isolamento social e o futuro ainda é bastante incerto. Apesar disso, sei que vocês são determinados e desejam fazer barulho na cena. Quais os planos para os próximos meses do DEC90 e onde vocês se imaginam daqui 5 ou 10 anos? Obrigado!

DEC90 – Como músicos que viviam exclusivamente de música, fomos extremamente impactados, mas aproveitamos esse ‘tempo livre’ para mergulhar ainda mais no projeto. Com certeza queremos fazer muito barulho! E para isso estamos com um cronograma de conteúdos que estão sendo postados nas nossas redes sociais, preparando Lives e alguns projetos com parcerias.

Além de conectar com o nosso público, trabalhamos pela cena como um todo e estamos sempre abertos para agregar e compartilhar ideias e recursos. Pretendemos incluir um palco live act na Green Sessions e sabemos que juntos somos mais fortes e vamos mais longe. Daqui a 5 ou 10 anos? Queremos estar tocando em  festivais pelo mundo, produzindo muito, compartilhando nossos conhecimentos através de workshops e permanecer ativos na cena brasileira.

Obrigado pelo espaço para falarmos um pouco mais sobre a gente! Nos vemos nas pistas, virtuais por enquanto, mas em breve estaremos juntos. Valeu! <3

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