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Entrevista

Entrevistamos: ZOMERO

De residência em festas digitais a uma gig no Warung, o Templo da música eletrônica. Hoje, conversamos com o DJ e Produtor ZOMERO. Confira!

Foto: Fernando Sigma

Ele começou sua carreira em meio ao caos da pandemia, foi residente de festas digitais, participou do Warung School, tocou no Templo da música eletrônica, além de já ter transitado entre diversos gêneros musicais, até encontrar o seu. ZOMERO é um daqueles artistas que traz em sua essência, a vontade de vencer, sem deixar de lado seu orgulho, que ele traz para mais uma entrevista especial do Pride Month. Entrevistamos: ZOMERO

Beat for Beat – Obrigado por conversar com a gente! Você é um arquiteto que em 2019, realizou seu sonho de 20 anos. O que causou essa mudança de chave depois de tanto tempo? O que impedia que o ZOMERO de surgir?

ZOMERO – Primeiramente, eu quem agradeço o convite ! Acredito que um pouco de auto-confiança/conhecimento, e pessoas próximas apoiando uma mudança grande na vida. Em 2019 comecei um novo ciclo que queria tudo novo para minha vida e isso incluía começar uma carreira de DJ que sempre tinha imaginado. Naquele momento, por mais que eu frequentasse diversas festas e festivais, eu mal sabia as nuances do mercado musical. Hoje tenho diversas pessoas ao meu lado me apoiando e a cada dia aprendendo e trabalhando para a cena.

B4B – Você fala sobre um sonho antigo. Lembra como esse sonho começou? Quais suas primeiras lembranças quando falamos de música eletrônica?

ZOMERO – Por volta dos ano 2000, assim que entrei no colégio comecei a ouvir música eletrônica. Na época o que tocava na rádio e em diversos lugares eram as músicas – DJ Sammy – ‘Heaven’, Gigi D´Agostini – ‘L’Amour Toujours’, Square Heads – ‘Happy’, e Lasgo. Já dá para entender qual era o cenário na epóca. A partir deste ponto, comecei a ouvir muito mais, incluindo na faculdade, a partir de 2003, onde também um pouco do Drum’n’Bass já fazia parte da cena brasileira. Lembro dos festivais “Skol Beats” no Anhembi, e hoje conheço diversos daqueles DJs que se apresentaram, que na época eram desconhecidos para mim. Fico feliz de saber que a maioria continua com uma carreria sólida e que já troquei ideias com alguns deles.

 B4B – Você também é um artista que viu o começo da carreira afetado pela pandemia? Como foi para você, tentar reconhecimento num momento em que as pistas estavam fechadas? Quais foram suas táticas usadas durante a pandemia, para ter seu nome conhecido?

Durante a pandemia aproveitei o isolamento, e a falta de projetos de arquitetura, para focar na carreira. Transmiti diversas lives na Twitch, onde conheci diversos artistas e amigos, aprendi muito sobre tecnologia, pesquisa musical e sem dúvida me ajudou na desenvoltura em apresentações. Ganhei residência em festas digitais do Núcleo Big Fish do Ilan Kriger e promovia entrevistas e apresentações de outros DJs pela Cultura Cosmo. Neste momento também ingressei em cursos de Planejamento e Marketing pela Boreal Agency e também no Warung School onde consegui profissionalizar minha carreira.

B4B –  Suas produções transitam entre alguns gêneros. Você já lançou deep house e nu disco, house e tech house, assim como melodic house. Como é o seu processo criativo na hora de produzir e como determina que estilo irá seguir no próximo single? Como isso se reflete em seus djs set?

As produções transitaram entre gêneros pois eu estava me encontrando, onde de fato queria focar na produção e em qual gênero tocar. Hoje em dia minha pesquisa e produção está focada na House Music, e ela serve tanto para a criação dos meus DJs sets – descobrindo novos artistas e gravadoras – assim como usar algumas músicas de referência na minha produção – seja um timbre ou o arranjo.

B4B – Você já tocou naquele que é o templo da música eletrônica, o Warung. Conta pra gente como foi a sensação de estrear em um dos maiores clubs do mundo. Como surgiu o convite?

Foi um conjunto de emoções desde o anúncio até o fim daquele dia. Eu ingressei no Warung School e cada masterclass possuia um desafio, e os ganhadores tinham a possibilidade de lançar uma track, ou  tocar no templo. Eu ganhei um dos concursos e fiz uma apresentação B2B com a Dani Ebner, também ganhadora. Foi incrível mesmo, e ainda toquei uma track autoral, que será lançada pelo próprio selo do clube! Arrepio só de lembrar quando vi meu nome no flyer, e dos sentimentos ao subir no ‘inside’. Essas emoções aumentam ao lembrar do acidente que o clube sofreu esse ano, mas com confiança que o Templo logo retornará. E em toda essa emoção também está o cuidado e carinho de toda a equipe do clube, do começo ao fim.

O seu projeto, Zomero & Friends, está ganhando cada vez mais destaque. Quais são os próximos passos do projeto? O que pode nos adiantar entre atrações, locais e datas? 

A produção para a quarta edição da Z&F já começou. Estou muito feliz com este projeto que tem como objetivo unir amigos, amigos dos amigos, ouvindo muita música e aproveitando o espaço, mostrando que música eletrônica não precisar ser consumida apenas em grandes clubs ou festivais. O que posso adiantar para a próxima edição é que estou procurando um lugar para uma “sunset”, seguindo o pedido do público que quer aproveitar um pouco mais do dia para se divertir. A previsão é para o mês de setembro, então fiquem ligados nas redes sociais.

ZOMERO no Warung

Recentemente vimos uma publicação sua, demonstrando amor ao seu parceiro, no dia dos namorados. Você se sente confortável em falar sobre um relacionamento homo afetivo? Já sentiu alguma forma de preconceito, por ser um artista gay? 

Por ele ser muito companheiro e apoiar toda minha trajetória, me sinto confortável sim e diretamente nunca senti algum preconceito, mas sabemos infelizmente que ele existe. É triste ver na cena eletrônica que surgiu entre a população queer, preta, latina. Não entra na minha cabeça o porquê de uma pessoa se preocupar com a a orientação sexual da outra, a ponto de cometer atos terríveis. 2023 ainda temos muito que conversar e ensinar sobre respeito, mas não podemos parar nem desistir.

– Para finalizar, o segundo semestre está começando. O que o ZOMERO tem preparado para o restante de 2023? Músicas? Gigs importantes? Obrigado

Estou planejando diversas novidades para o segundo semestre e que não poderei dar o spoiler agora, mas posso garantir que o foco na produção musical trará muita música para vocês. Um pequeno spoiler é que estou finalizando uma track, com a mixagem e masterização por Dudu Marote, com vocal autoral onde a mensagem diz muito sobre o meu projeto e minha forma de ver a vida. Muito obrigado pelo papo e nos vemos nas pistas!

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