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3 anos da Prototype Music: um breve passeio pela história da label

Uma das referências do Techno Melódico nacional, a Prototype Music assinou recentemente a Pista Playtech no Playground Festival.

Protótipo. Substantivo masculino. Primeiro tipo criado. Original. Algo feito pela primeira vez. Modelo. Esses são alguns dos significados deste termo, que além de nomear a label, também traz sentido a todo o trabalho que ela tem feito em seus três anos de trajetória. Estamos falando da Prototype Music, gravadora fundada por Colussi e R4ne, em meio a pandemia e que, desde então, tem sido referência quando o assunto é promover as linhas profundas e melódicas do Techno.

Tudo começou com a união de Diego Colussi e Ranieri Ferrari, que já eram amigos de longa data, mas se reconectaram musicalmente em um b2b, que resultou na parceria sinérgica que vemos em Innure, e claro, na Prototype, que une os interesses pessoais e profissionais dos artistas. A proposta da label é de inovar e difundir o Techno, através de produções inovadoras que emanam sentimentos profundos e intensos, além de claro, ser um espaço onde novos artistas possam iniciar sua jornada musical.

Seguindo esta proposta, mais de 50 lançamentos já chegaram ao público, trazendo as harmônicas emotivas e elementos melódicos cativantes que viraram marcas registradas da label. Tudo isso mesclando em seu catálogo novos talentos que foram revelados ao público, a exemplo de HNGT e Copini, e produtores consolidados da cena, como Binaryh, Renato Cohen, L_cio, Dizharmonia e BLANCAh que integraram a lista ainda no início – para se ter uma ideia do renome que a Prototype criou desde os seus primeiros passos.

Nesta jornada, os compilados também ganharam vida, ampliando ainda mais este propósito de conectar novatos com artistas consolidados, além de reforçar a identidade sonora e a curadoria refinada da label. Desde então, três volumes da “Patterns” foram lançados, além de uma compilação do “Hidden Talents”, que como o próprio nome sugere é focado em revelar talentos.

Isso sem falar nos showcases especiais, que reuniam artistas do catálogo para performar ao vivo suas produções, proporcionando uma experiência completa aos ouvintes e admiradores do Techno, além do papel de fomentar a cena do gênero que foi impactada com esses projetos. D-Edge e El Fortin foram os clubes que receberam a label e seus artistas para noites memoráveis, celebrando a música.

“A consistência e solidez nos nossos lançamentos nos levaram a sermos considerados uma das principais labels do gênero do país. Não é à toa que já fizemos esses showcases em big clubs como D-EDGE e El Fortin, além de ter feito até mesmo na Europa, em Amsterdam, Holanda. Fora que já lançamos artistas da nova geração que já estão despontando no mercado como Waltervelt, HNGT, Vini Pistori, CRUXZ, Copini, Ortus, entre outros”, analisa Colussi sobre a trajetória do selo, que completou três anos de atuação no mês de abri.

E, uma jornada e data como essas não podem passar em branco, mas sim, merecem uma comemoração a altura. Dito e feito. A Prototype realizou uma comemoração no último sábado, dia 20 de maio, no El Fortin Club. Na ocasião, a casa recebeu um dos maiores festivais de música eletrônica do Brasil, o Playground Festival, e o selo teve a oportunidade de fazer uma festa de aniversário assinando a pista Playtech, trazendo uma super produção com conexão audiovisual entre cenografia e som. “O festival estava contagiante, eram 4 pistas, cada uma com sua proposta musical. A nossa superou todas as expectativas, esteve cheia do começo ao fim”, comenta.

Compondo o line-up estiveram alguns dos maiores nomes do Techno nacional, como Binaryh, Tarter, Waltervelt, Colussi, Fabrício Peçanha, HNGT, Reffel e Chaiben, que incendiaram a cabine, além de uma atração especial, que veio do outro lado do oceano. Estamos falando de Khainz, DJ e produtor suíço com mais de 20 anos de carreira, que se tornou o primeiro artista internacional a se apresentar com a Prototype, sendo um marco na trajetória do selo, além de transparecer os resultados do trabalho duro destes três anos.

“Levamos sempre em conta mostrar o line-up com artistas que já lançaram conosco. Mas não podemos sempre nos prender a apenas isso. Pois como por exemplo o gringo Khainz, ele nunca lançou conosco, porém ele já estaria no Brasil nesse final de semana e foi uma ótima oportunidade para termos ele conosco”, explica o headlabel sobre a composição da programação da noite.

O resultado – tanto desta jornada, quanto da noite – pode ser definido como brilhante. Como o nome da label sugere, a Prototype vem se tornando um modelo de referência na cena, engajando e difundindo a cultura do Dance Music através de lançamentos e festas que esbanjam qualidade. Se em três anos, há tanto a ser destacado, mal podemos esperar para o que o futuro do selo nos trará.

“Para o futuro almejamos continuar firme e forte realizando o mesmo trabalho, dando oportunidades a novos artistas, conseguindo mais showcases, alcançando suportes de big artists, charts no Beatport e até mesmo abrir uma store da Prototype, com camisetas e bonés da label, a princípio”

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Descubra

Descubra: r4ne

Um dos responsáveis pela Prototype e integrante do duo Innure, Ranieri Ferrari apresenta seu novo projeto, r4ne, em nossa coluna Descubra.

Se no começo tocar era apenas um hobby, hoje essa tarefa tornou-se um compromisso. r4ne é o novo projeto musical de Ranieri Ferrari, DJ, headlabel da Prototype Music (junto com Colussi) e produtor brasileiro que encontrou seu espaço entre as camadas do techno melódico — ele também integra o duo Innure, ao lado de Colussi.

Com a experiência adquirida nos anos iniciais como DJ e atualmente dedicado 100% à música, ele percorre os caminhos da luz e da escuridão e através desta dualidade revela sua verdadeira identidade. Conversamos com o artista para te apresentar mais este novo nome da cena underground, vem com a gente:

Beat for Beat – Olá, r4ne. Tudo bem? Obrigada por trocar essa ideia com a gente. Vamos iniciar com uma pergunta um pouco trivial, mas que talvez muita gente ainda não saiba: como começou sua relação com a música? Já é algo que vinha antes mesmo da música eletrônica?

r4ne – Bom eu comecei na música eletrônica lá em 2011/2012 indo a festas mais comerciais e  frequentando isso eu e meus amigos começamos a fazer festas para a galera que conhecemos e com o tempo foi evoluindo a ideia de querer entender mais como a música em si funciona, a partir disso eu fiz um curso de Discotecagem na Aimec em Balneário Camboriú e também o meu gosto musical foi alterando, por que também comecei a evoluir o meu ouvido e frequentar festas mais undergrounds.

Sabemos que sua inclinação sonora pende para o Techno Peak Time e melódico com atmosferas mais obscuras. De onde vem essas referências que você absorve para sua assinatura? Tem alguns artistas que você gostaria de salientar aqui?

r4ne – Eu sempre tive como minha principal inspiração o Mano Le Tough, em todas as vezes que pude ver um set dele ao vivo eu realmente fiquei vidrado em como ele jogava aquele tipo de música naquele momento que a pista tava. Ele acaba não sendo um DJ de Peak Time, mas ele sabe acelerar a pista da mesma forma que uma música de Peak Time consegue fazer.

Você é radicado em Curitiba, certo? De alguma forma o cenário local influenciou na identidade do seu projeto? 

r4ne – Aqui em Curitiba eu vejo a cena do jeito que eu gosto, algo mais… vamos dizer assim… Europeu. Tudo aqui é um pouco mais underground e também as pessoas levam a música eletrônica de outra forma, acredito que segue a mesma ideia em São Paulo, é algo mais maduro. E claro, isso influencia em todo projeto do r4ne e nos projetos que são ligados a mim.

Além do r4ne, você também é parte do projeto Innure ao lado de Colussi. Como começou esta sintonia musical e o que motivou a formação?

r4ne – Nós somos amigos de longa data, acho isso ajudou pra fluir e ser algo bem natural. Temos um gosto musical parecido e isso influencia muito em um duo, ainda mais tocando uma gravadora em conjunto.

Agora falando um pouco mais sobre produção musical: você tem mantido uma rotina de estúdio, produzindo diariamente? O que desperta sua inspiração na hora de começar um novo trabalho?

r4ne – Pra ser sincero, não. Eu não sou um daqueles produtores que produz todos os dias, eu sempre que tenho uma ideia, abro o ableton e começo ela, mas é difícil terminar algo de cara, no primeiro momento apenas crio uma ideia base de baterias e synths, e depois de alguns dias quando bate a inspiração de novo, volto a mexer e finalizo ela.

Pra mim o que faz eu ter a inspiração de produzir algo novo é quando ouço ou vejo algo que desperta o meu interesse e surge algum insight. Depois disso eu tento anotar ou falar pra alguém e com isso vão surgindo outros elementos ao longo da ideia original.

Sua faixa Inner Space acaba de ser lançada no Spotify. Conte-nos um pouco sobre a ideia por trás deste single.

r4ne – A Inner Space eu fiz há algum tempo em um momento que tava escutando coisas mais peak time e me bateu a ideia de montá-la. Eu gosto muito dessa união do acelerado do Peak Time com as Melodias do melodic Techno, então tentei juntar os dois e o resultado foi esse.

Falando um pouco sobre sua gravadora Prototype, como estão as expectativas para o label nesses próximos meses? Tem algum novo lançamento seu por lá na agenda? 

r4ne – A Prototype tem sido uns dos meus principais focos, conseguimos fechar o primeiro ano de gravadora muito melhor do que esperávamos. E estamos conseguindo manter bem o nosso calendário de lançamentos com toda a equipe que temos envolvida por trás.

Atualmente já temos o nosso calendário fechado até Abril de 2022 e no meio disso ainda temos um VA com várias faixas muitos artistas diferentes… estamos muito contentes com os resultado e com o envolvimento de todo público com a gravadora, isso que nos dá mais força de querer crescer e fazer um trabalho impecável cada vez mais.

Confira a Prototype no Beatport

Se é que podemos traçar algum plano futuro, em meio às incertezas da pandemia, o que podemos esperar do r4ne a seguir?

r4ne – No nosso cenário atual onde vivemos, Brasil, é muito difícil conseguir ter alguma esperança para o futuro da música/gigs. Eu acho que o momento é de plantar para poder colher depois, pois não temos nenhuma luz no fim do túnel no momento. Só não podemos jogar a toalha e desistir, devemos seguir fortes, sei que vamos poder voltar a viver o que já vivemos no passado, com festas e encontros na cena memoráveis.

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