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Gop Tun Festival reúne 30 artistas em sua terceira edição

O Gop Tun Festival apresenta o melhor da cena eletrônica nacional e internacional no dia 20 de abril, com nomes como Robert Hood.

Gop Tun Festival | Créditos: Cognição Eletrônica

A terceira edição do Gop Tun Festival acontecerá no dia 20 de abril de 2024, no mesmo local dos anteriores, o Live Stage Canindé. Os ingressos já estão disponíveis no site da Ingresse, com valores a partir de R$ 180, sujeito à virada de lote.

O festival terá entre seus headliners Robert Hood, lenda da Techno City com mais de 30 anos de carreira e um dos fundadores do icônico coletivo Underground Resistance. Ele retorna ao Brasil após uma década sem visitar o país.

Robert Hood

Além de Robert Hood, o festival terá a participação da imponente DJ de techno e electro alemã Helena Hauff, da dupla Octo Octa & Eris Drew, casal querido  e sempre presente nos mais fervidos festivais globais, que deixou saudade desde a primeira edição do Gop Tun Festival, na qual fez uma apresentação inesquecível.

Leia mais detalhes do line-up completo:

Ananda 

Exibindo um currículo notável que inclui passagens pelos epicentros da cena global, entre eles os templos berlinenses Berghain, Tresor, Else e HOR, Ananda é um dos grandes expoentes da cena carioca graças à sua festa KODE, plataforma artística que congrega diversas linguagens musicais, como o techno, latinidades e ghetto-house.

Ananda | Créditos: Divulgação

Bárbara Boeing 

Seja no Panorama Bar, HOR, Robert Johnson ou tocando na festa que criou e teve sua primeira residência, a Alter Disco, Bárbara Boing é considerada um dos nomes mais expressivos da cena eletrônica brasileira independente. Sua extensa pesquisa musical e a facilidade com que entra em sintonia com o público a tornaram conhecida como uma talentosa seletora, e sua estreia como produtora no EP Brasiliana, lançado pela renomada Toy Tonics, é um sopro de vitalidade na música eletrônica brasileira, consolidando-a como uma das mais talentosas de sua geração

Benjamim Sallum 

Desde os 15 anos Benjamim Sallum participa do panorama artístico independente de São Paulo. Seja ao lado de Zopelar no projeto My Girlfriend, como parceiro de Akin Deckard no Pista Quente, ou remarcando fronteiras com o seu projeto solo (além de sua gravadora OXI), ele já se firmou como uma das promessas da música eletrônica paulistana, pronto para explorar o Brasil.

Capetini

Verdadeiro arquiteto dos novos sons, Capetini carrega em sua bagagem dois álbuns (Dancing Dog e Perro Doblado) lançados pelo selo 40% Foda Maneiríssimo, além de sua residência na festa Nervosa. Buscando o norte na house music dos anos 90, Rafael Capetini é um raro exemplo de produtor que não apenas entende do baile, mas se estende nele.

Capetini

Carlim

Carlim, ávida exploradora sonora de temporalidades e particularidades do eletrônico brasileiro. Há uma década, ela se diverte derrubando barreiras entre gêneros, transitando entre a house disco, adicionando elementos do jazz, acid, balearic e electro a uma sonoridade extremamente festeira. Além de apresentações individuais, dedica-se ao futuro selo Perfecto Estado e à plataforma de podcasts Cereal Melodia.

Cashu 

Pioneira da descentralização da música eletrônica no Brasil e mestre na arte da implosão de gêneros de todo tipo, Cashu materializa em cada set sua energia que nutre a Mamba Negra desde sua incepção. Ela nos convida para intensas jornadas musicais que atravessam o globo através de ritmos.

Craig Ouar b2b Simon 

Trazendo uma fatia da celebrada festa Domply e expandido o multiverso da nature disco nativa do festival Bruma, este encontro de personalidades celebra a fusão franco-brasileira que converge numa pista próspera em musicalidades e efusiva em humores.

Crazed (BR)

CRAZED (BR) é o codinome do produtor Tales Menezes, multifacetado artista da Baixada Santista que dialoga com as origens e o futuro do funk e miami bass em suas produções e mixes, unindo bases frenéticas e fragmentadas a elementos inesperados e hipnóticos. O resultado? Os alto-falantes mostram.

DJ Gigola

Gigola tem como origem a palavra gigole, que, em francês, significa “mulher que dança”, algo que define fielmente a sonoridade desta berlinense que lançou, em 2023, o aclamado álbum Fluid Meditations, uma ode ao escapismo e à introspecção na pista de dança. Conjurando uma atmosfera tão meditativa quanto festiva, seus sets são verdadeiras experiências terapêuticas e catárticas.

DJ Gigola | Créditos: Iga Drobisz

DJ Marcelle

Colecionadora de  músicas há anos, a holandesa DJ Marcelle é uma artista com abordagem travessa, violadora de regras e quase irônica em sua atuação como DJ, produtora e apresentadora de rádio. Mesclando gêneros diversos, trechos vocais apropriados e paisagens sonoras distorcidas, suas performances são inventivas, eufóricas e, acima de tudo, poderosas.

Felix

Cofundador do Coletivo Turmalina e cabeça do selo Piratão Records, FELIX é produtor musical, multi-instrumentista e DJ de Porto Alegre. Em abril de 2023, lançou seu primeiro vinil, TRANQUILIZER, via Mutual Pleasures, gravadora comandada por Partiboi6 e que explora funk carioca, jungle e o techno canônico de Detroit.

Gop Tun Djs

O Gop Tun é formado por Fernando Nascii, Caio T, Gui Scott e Bruno Protti, jovens desbravadores da música eletrônica no Brasil (e do mundo), que, além do festival e de várias festas, são donos de uma das mais apreciadas pistas da atualidade. Destacam-se pelo set único e corrosivo.

Gustavo Keno b2b Lucian Fernandes

Gustavo Keno, uma entidade musical que emana imenso conhecimento de sua matéria nas mais diversas frentes em que atua, seja com a surpreendente Ilê Discos e toda sua pesquisa em torno do universo afro-brasileiro, aqui aliando-se a Lucian Fernandes, idealizador da festa Pavio Curto e capo do canal do Youtube Brasil no Rare Grooves, para firmar um tratado em defesa do ecletismo na pista, em que funks cariocas 90s se encontram nas infinitas formações rítmicas geradas pela diáspora africana.

Helena Hauff

Perita na arte de manipular potência sônica para estimular a dança, Helena Hauff é uma das mais celebradas figuras da música eletrônica mundial. Sua versatilidade como produtora e DJ tem como imponente cartão de visitas a recém-lançada coletânea mixada Fabric Presents, onde seu estilo cru, ritmado e desafiador se manifesta em toda sua força, demonstrando vividamente a singularidade desta artista que personifica a autêntica cultura independente da música eletrônica, exemplificada em sua devoção ao vinil e sua atitude que desafia todas as convenções do mercado.

Helena Hauff | Créditos: Divulgação

Herrensauna (CEM & MCMLXXXV) 

Um dos mais celebrados nomes da noite de Berlim, Herrensauna é um guarda-chuva de atividades que incluem selo, festa e coletivo de artes capitaneado pela dupla Cem Dukkha e MCMLXXX. Apesar do nome, que faz alusão à cultura das saunas gays, o projeto transcende qualquer expectativa graças à fusão única de EBM, electro e hard trance.

Kauan Marco (live)

Corpo e mente: Kauan Marco raramente deixa a pista sem um ponto de interrogação ou faz qualquer pessoa que esteja sentada pensar em dançar com uma sonoridade única que mescla elementos da música brasileira e a rigidez das máquinas. Com passagem por selos como 40% Foda Maneiríssimo e Gop Tun Records, Kauan é um mestre da alquimia sonora.

Kontronatura

Kontronatura é o nome do projeto criado em 2019 por Achille, DJ e produtor de São Paulo residente das festas Mamba Negra e Bicuda, que vem rompendo a narrativa linear com sets ousados e dançantes, onde a percussão da diáspora africana dá o tom. ORI, single de estreia, recebeu elogios do influente Resident Advisor.

Kontronatura | Créditos: Divulgação

Kornél Kovács 

Uma das pontas do triângulo que forma o selo Studio Barnhus, Kornel é mais do que um DJ e produtor de mão cheia. A cada apresentação, álbum ou remix, algo de novo surge deste sueco de matriz húngara, que adora bagunçar as expectativas, encapsulando o espírito do Gop Tun em uma relação estável que beira os dez anos. Hotel Koko, seu último disco, é uma parada recomendada para novatos e veteranos.

L’Homme Statue

Farol da cena underground brasileira, L’Homme Statue é o projeto musical do artista multidisciplinar afro-francês baseado no Brasil, Loïc Koutana, que, em parceria com Pedro Zopelar, comanda um verdadeiro liquidificador de influências, que vai da música africana (sua família tem origem no Congo e na Costa do Marfim) ao eletrônico mais visceral. Responsável por uma das apresentações mais comentadas da primeira edição do Gop Tun Festival, esta é uma aparição imperdível.

Larissa Jennings b2b Bea Ferretti 

Fusão sinestésica inédita, que mistura a complexidade de Larissa Jennings, dona de musicalidade ímpar e sensibilidade única nas artes visuais, entra em rota de colisão com Bea Ferreti e todo o ecletismo da Festa Até As 4, selo e baile carioca que é referência no setor.

Marie Davidson (live) 

Solo, com o incrível Essaie Pas ou parte do L’Oeil, a canadense Marie Davidson, de Montreal, é um dos nomes favoritos desta edição. Dona de um live que desafia todas as convenções, chega a ser um bilhete premiado a sua presença nesta edição do Gop Tun Festival e sua estreia em solo brasileiro.

Mary Roman

Parte da festa Zola Dance e uma das cabeças pensantes do selo Bongsynth, Mary Roman é uma das faces novas que chamam a atenção na cena brasileira. Dona de uma mistura exclusiva e fluída de reggae, house new wave, Mary busca a diversidade do passado, do presente e do futuro em seus sets.

Octo Octa & Eris Drew

A cada ano que passa, Octo Octa & Eris Drew parecem crescer em proporções que desafiam a ciência. Esta dupla mantém, junta ou separada lançando pérolas através do selo T4T LUV NRG ou movimentando intelectualmente a cena mundial, uma comunhão única com o público, e isso fica mais do que explícito em seus sets que, em sua grande maioria, recebem o carimbo de lendários.

Octo Octa & Eris Drew | Créditos: Desmond Picotte

Palms Trax

Mestre na união de ingredientes, Jay Donaldson é especialista na arte de cozinhar sets únicos, onde produções próprias servem de base para criações únicas onde a house demonstra toda sua versatilidade. Como um dos pilares do Dekmantel ou através do projeto Cooking with Palms Trax, este inglês, sem dúvida, carrega três estrelas junto a seu nome.

Palms Trax | Créditos: Divulgação

Paulete Lindacelva

Com dez anos de carreira em uma pesquisa profunda onde a house e o techno emolduram a diáspora negra, Paulete Lindacelva está entre os nomes mais respeitados do underground nacional. Residente das festas Mamba Negra e Sangra Muta, Paulete é conhecida por sets de energia única, como o inesperado encerramento do Danceteria na última edição do Gop Tun Festival.

Peroni 

Idealizadora do programa Ciruit077, produtora e artista do selo ZONAexp, Ana Peroni é conhecida por seus sets exploratórios que fundem electro, baile e breaks em receita única.

Robert Hood

Em seu currículo, conecta boa parte daquilo que se entende como techno e toda a herança de Detroit. Robert Hood é mais do que referência: é energia em forma pura; funciona como um ministro das Comunicações do Underground Resistance, é chefe  do selo M-Plant e cabeça pensante da música eletrônica, figura rara por estas bandas, é motivo de reverência para dançarinos e estudiosos da matéria.

Roza Terenzi b2b ISAbella

Em dupla ou não, Rosa Terenzi e ISAbella são rainhas na arte da combustão sonora. ISAbella, mantém a sua já lendária festa MARICXS em Barcelona (Espanha), onde o trance e a house coexistem de maneira singular, e Roza, australiana que além de produtora de mão cheia, é dona de uma curiosidade musical sem paralelo.

Surgeon

Bastião do techno britânico e fazendo sempre uma apresentação ao vivo que desafia qualquer definição, Surgeon é motivo para estacionar em qualquer vaga disponível na pista. Da abstração mais intensa, passa pelos movimentos de placas tectônicas sem nunca esquecer a influência do dub.

Tornado Wallace

Dividido entre temporadas em Berlim (Alemanha) e sua cidade natal, Melbourne (Austrália), assim como lançamentos por selos como ESP Institute, Beats & Space e sua própria empreitada, o selo Basic Spirit, Tornado Wallace é pura confusão. Conduz a dança na pista de forma perfeita (já comprovada em suas aparições nas festas) ou buscando as idiossincrasias mais profundas da house, sem deixar de lado as influências progressive e trance.

Tornado Wallace | Créditos: Divulgação

SERVIÇO

GOP TUN FESTIVAL 2024
Data: 20 de abril de 2024
Horário: Das 15h00 às 8h00
Endereço: Rua Comendador Nestor Pereira, 33 – Canindé, Live Stage Canindé – São Paulo – SP
Valor: a partir de R$ 170, sujeito à virada de lote
Site para venda de ingressos aqui.

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Gop Tun Festival anuncia line completo e abre venda de ingressos

O Gop Tun Festival retorna ao Live Stage Canindé, em São Paulo, no dia 20 de abril, com os palcos já conhecidos do público; Ingressos estão disponíveis.

O Gop Tun Festival já tem data de retorno à capital paulista: a terceira edição do evento acontecerá no dia 20 de abril de 2024, no mesmo local dos anteriores, o Live Stage Canindé. Os ingressos já estão disponíveis, no site da Ingresse, com valores a partir de R$180, sujeito à virada de lote.

Desde o início firme na manutenção constante de sua autenticidade através de uma curadoria artística arrojada, o festival terá entre seus headliners Robert Hood, lenda  de Detroit com mais de 30 anos de carreira e fundador do icônico coletivo Underground Resistance junto a Jeff Mills. Ele retorna com sua inovadora alcunha Floorplan após 12 longos anos desde sua última visita ao Brasil. Junto a ele se apresentam a DJ de techno e electro alemã Helena Hauff, e a dupla Octo Octa & Eris Drew, figuras sempre presentes nos melhores festivais globais, como a primeira edição do Gop Tun Festival em que fizeram uma apresentação inesquecível.

Robert Hood | Créditos: Divulgação

Quem chega pela primeira vez ao país é a dupla CEM MCMLXXV, fundadores e residentes da Herrensauna, festa emblemática do hedonismo musical berlinense; também temos o debut da eclética DJ Gigola, cuja notoriedade apenas cresce à medida que conquista fãs pelo mundo com produções pegajosas e pisteiras, mesclando pop dance musicambient e rave; além de Marie Davidson, renomada e amada por um fabuloso catálogo de lançamentos que conta o incensado Renegade Breakdown, ela trará seu álbum mais recente ao palco com toda a potência de sua voz e intensidade performática de sua presença.

Fortalecendo os movimentos musicais locais, o Gop Tun Festival programou apresentações inéditas de artistas de vários gêneros e cenas do Brasil, entre eles Crazed (BR)KontronaturaFELIXCapetiniAnanda e Peroni, e os sul-americanos Ela Minus (live) e ISAbella, que fará um b2b com outra prata da casa, a australiana Roza Terenzi, que regressa na esteira de uma aparição memorável na edição passada.

Além destes nomes, estão confirmados Palms Trax, Surgeon, Cashu, L’Homme Statue, Kornél Kovács, Tornado Wallace, Gop Tun DJs, Bárbara Boeing, Carlim, Benjamim Sallum, Paulete Lindacelva, Larissa Jennings b2b Bea Ferretti, Mary Roman, Kauan Marco (live), Craig Ouar b2b Simon e Gustavo Keno b2b Lucian Fernandes.

Kontronatura | Créditos: Divulgação

Os artistas se dividirão nos quatro palcos já conhecidos pelo público: o Main Stage, que abrigará as principais atrações da noite; o Supernova, voltado primordialmente às sonoridades mais enérgicas do techno e vizinhanças; o Danceteria, que manterá o foco nos ritmos e musicalidades da house e disco; e o Não Existe, espaço privilegiado para experimentação e inovação sonoras desde lives a DJ sets.

A segunda edição trouxe 18 horas ininterruptas de festa ao Canindé através de performances vibrantes de diversos talentos nacionais e internacionais. Desta vez, o Gop Tun Festival trará mais de 30 nomes em sua escalação, prometendo superar as expectativas.

“Após duas edições icônicas, o Gop Tun Festival se firma como um dos principais eventos da cena eletrônica no país, mantendo sua essência e seu compromisso com o público de promover uma experiência transformadora”, detalha Caio Taborda, um dos cofundadores do selo Gop Tun e do Festival.

A Gop Tun, que representa o selo, a festa e o coletivo, foi criada por Bruno Protti, Caio Taborda, Fernando Nascii e Gui Scott em 2012, e vem promovendo encontros notáveis entre artistas do mundo inteiro. Ao longo dos últimos anos, o revival de bairros esquecidos da cidade, influenciado por escolhas inusitadas como local de seus eventos, levou à difusão dessa mistura singular do quarteto para o vasto e rico universo de shows e festivais, que atualmente definem o entretenimento musical no mundo. Percorrendo todas as principais cidades, o grupo logo se lançou no mundo, estabelecendo conexões com Berlim, Amsterdã, Estocolmo, Nova York e Bogotá.

Confira abaixo o line-up completo e compre seu ingresso clicando aqui.

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Lançamentos

Marcal entra para o timaço da Rekids com o EP ‘Reduction Pt. 1’

Novo lançamento de Marcal, ‘Reduction Pt. 1’, possui 5 faixas inéditas de puro techno e marca a estreia do brasileiro na alemã Rekids.

Marcal | Foto: Thiago Daher
Que estamos bem abastecidos de grandes artistas em nosso país, não é novidade nenhuma. Mas a boa nova do momento é que mais um produtor com raízes brasileiras fez seu caminho até a gringa e vive um importante momento de ascensão na carreira. O goiano Marcal acaba de entrar para o catálogo da alemã Rekids, gravadora comandada por Radio Slave, e agora se posiciona ao lado de nomes como Robert Hood, Len Faki, Marco Faraone e Nina Kraviz.

No currículo estão mais de 10 anos como produtor musical, mas sua história no Techno como Marcal é mais recente, de 2017, quando lançou seu primeiro EP. De lá pra cá, Laerte Marçal, como foi nomeado no nascimento, mergulhou na arte da criação musical e se tornou um contribuinte recorrente da Nin92wo, selo referência na distribuição de faixas techno aqui no Brasil.

O EP ‘Reduction Pt. 1‘, que leva assinatura da Rekids, revela o equilíbrio encontrado por Marcal entre a euforia percussionada do Techno industrial e as nuances hipnóticas de seus arranjos. São 5 faixas originais que giram acima dos 134BPMs para chegar com força nas pistas e contam ainda com a contribuição de Andc, Gabal e Hosben em algumas das produções.

Marcal | Foto: Thiago Daher

A qualidade sonora do EP comprova-se pelos resultados obtidos até aqui. As 5 faixas entraram no chart Top 100 Techno (raw/deep/hypnotic) do Beatport, com destaque para ‘Ainozama’, que chegou ao #7. Quer mais? DVS1, Marcel Dettmann, Anthony Parasole, Jon Hester, Adam Beyer e Charlotte de Witte são algumas estrelas que deram suporte no EP.

Mas esta é apenas a primeira parte do trabalho carimbado com a Rekids, que logo deve ganhar novos capítulos com o lançamento de ‘Reduction Pt. 2’ com mais 5 faixas. Vale a pena conferir e exaltar o trabalho desse brazuca que ainda vai crescer muito na cena internacional.

Escute agora o ‘Reduction Pt. 1’ de Marcal:

*Fotos por Thiago Daher.

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Editorial

Direto do Gueto: a música eletrônica nasceu preta!

Os anos podem se passar, mas a música eletrônica, principalmente o house e techno, jamais deixarão de abandonar sua essência, que é preta!

Há pouco mais de uma semana, o mundo voltou suas atenções para a onda de manifestações e atos antirracistas que tomou conta de diversas cidades norte-americanas e que aos poucos, têm se espalhado pelo mundo. Tudo começou na segunda-feira (25/5), após o ex-segurança negro George Floyd ser cruelmente morto por um policial branco, sem motivos.

Desde então, estamos presenciando uma série de manifestos, entre eles o que aconteceu no último dia 02, que ficou conhecido como #BlackoutTuesday. O movimento, que nasceu entre gravadoras e diversos artistas da indústria musical se espalhou pelo mundo todo, entre diversas categorias, que interromperam suas atividades em solidariedade aos protestos. No entanto, não é de hoje que artistas, principalmente os norte-americanos, utilizam a música como forma de se manifestar e resistir.

Jeff Mills, um dos criadores da UR

Sim, toda forma de arte pode ser um instrumento para se expressar, protestar e resistir. Não podemos esquecer que o Jazz, Soul, Funk, Disco, Hip-Hop, R&B, Rock, Blues e nossos amados House e Techno são gêneros musicais de origem negra. Focando mais na música eletrônica, quando tudo começou, na década de 80, House e Techno eram sons da periferia, músicas de preto, LGBT, e foram fortemente marginalizadas.

Em Detroit, no ano de 1989, Jeff Mills, Robert Hood e Mike Banks criaram o projeto que talvez seja o maior símbolo de resistência relacionado a música eletrônica, o “Underground Resistance”. Detroit passava por uma má fase política, social e econômica, baseados nisso o UR utilizavam o Techno como ferramenta para conscientizar e inspirar os jovens afro-americanos a quebrarem os padrões sociais existentes na cidade. A música eletrônica era política!

Membros da Underground Resistance

Muitos anos se passaram e muita coisa mudou, a música eletrônica ganhou o mundo, mas, também embranqueceu. Não vemos mais tantos DJ’s pretos em uma posição de protagonismo. Diversos line ups, desde festas independentes aos grandes festivais, sem nenhum representante preto entre as atrações principais. Sem dúvidas, essa falta de representatividade reflete no baixo número de pretos presentes nas pistas de dança. Basta olhar pro lado e reparar.

Não podemos deixar de lado as origens. Ainda hoje, vemos pessoas dizendo que música eletrônica nada tem a ver com política ou resistência. Será mesmo? Basta ver o que Mills, Hood e Banks fizeram e isso é apenas um exemplo, dentre tantos que poderíamos citar. A intenção desse texto, acima de tudo, é para lembra-los de onde tudo veio.

Então, se você diz ser amante de House Music, Techno ou qualquer outro estilo criado pelo povo preto, e ainda assim não é a favor de todas as manifestações antirracistas que estão rolando nos EUA e no mundo, talvez seja hora de você repensar se essa cena é pra você. A música eletrônica pode ser para todos, mas, nem todos são para a música eletrônica.

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