Wandour cria uma viagem magnética no EP ‘Iridescent Serenade’

Wandour entrega uma viagem etérea e magnética no seu novo EP, ‘Iridescent Serenade’, que transforma luz em som, e som em sensação. Escute.

Wandour

Existem discos que ocupam o espaço como uma trilha. Outros que ocupam o tempo como uma memória. ‘Iridescent Serenade’, o novo EP de Wandour, faz as duas coisas ao mesmo tempo — enquanto suspende o corpo no meio do caminho entre o chill e o dancefloor. Você pode ouvir o EP na íntegra clicando aqui.

Em seis faixas, o artista constrói um microcosmo onde o groove não grita, mas conduz. É house music sob uma lente difusa, como se o sol batesse de lado e tudo ganhasse contorno iridescente. Os sintetizadores brilham, mas não estouram. As batidas empurram, mas não atropelam. E entre vocais sedosos, pianos cintilantes e pulsares eletrônicos, existe uma narrativa que conecta introspecção e euforia com a mesma delicadeza.

A faixa ‘Serenade’, inaugura o EP como um convite sussurrado — piano frenético costurado por linhas de sopro enigmáticas, uma entrada que não explica nada, mas sugere tudo. Já em ‘Higher’, o êxtase é imediato. Uma daquelas faixas que se instalam sem pedir licença, costurada por vocais femininos reverberantes que orbitam uma batida firme e confortável. É uma faixa para o agora, mas feita pra durar.

Em ‘Shine’, a pulsação ganha outra cor. Sintetizadores elétricos e vocais masculinos flutuam num campo quase cinematográfico. A textura é lo-fi, mas a emoção é de alta resolução. ‘Iridescent’ rompe essa linearidade com uma pegada mais crua — quase techno em sua força bruta, mas ainda carregando o DNA melódico que costura o EP como um todo.

‘Glow’ é movimento em estado puro. A aproximação com o deep house é clara, mas a entrega é fresca, como se fosse a primeira vez que você ouve uma batida quatro por quatro. E por fim, ‘Away’ — o encerramento perfeito. Um adeus que não pesa, mas pulsa. Um fade out emocional embalado por vocais femininos aveludados e synths que não querem ir embora.

Wandour não entrega um EP. Ele entrega uma atmosfera. Uma coleção de faixas que poderiam tocar em um pôr do sol em Ibiza ou em fones de ouvido no último metrô de uma terça-feira. Porque ‘Iridescent Serenade’ é sobre isso: transitar entre mundos. Converter luz em som. E provar que, mesmo no chill, há muito fogo sob a superfície.

Escute agora ‘Iridescent Serenade’: