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C6 Fest mostra curadoria impecável e entrega edição apoteótica

Realizando sua segunda edição no Parque do Ibirapuera, o C6 Fest provou que veio para ficar, com uma edição digna de todos os aplausos.

C6 Fest

Por Viktor Raphael e Matheus Araújo

O calendário de festivais brasileiros não é mais o mesmo depois do C6 Fest. O evento, que realizou uma grandiosa estreia em 2023, retornou com força total em 2024 e mais uma vez, entregou o que podemos chamar de excelência. Desde a curadoria musical, que foi impecável do começo ao fim, a toda organização do evento, o C6 Fest provou que é possível sim fazer um ótimo festival, sem fazer o público passar por perrengues que estão cada vez mais normalizados.

O cenário do C6 Fest é algo que por si só, chama muita atenção. Sermos recebidos no foyer do Auditório do Ibirapuera e assistirmos aos shows da Arena Heineken no gramado do parque, faz da experiência ainda mais surreal. Sem ativações, visto que os patrocinadores do evento direcionaram as verbas para ajudar as vítimas do Rio Grande do Sul, o festival fez o público voltar suas atenções totalmente para a música. E música boa teve de sobra.

No sábado na Arena Heineken seguiu com shows da Raye, que se mostrou tremendamente espontânea, carismática e com um incrível potencial vocal. A dona do recorde de seis vitórias em sete indicações no Brit Awards foi responsável por um dos espetáculos mais bonitos e emocionantes. Em seguida, o Black Pumas entregou seu show ótimo de soul music bem tocada, bem cantada, mas sem muitas emoções.

C¨Fest Raye
Raye

No domingo, o encerramento da Arena Heineken ficou por conta do Daniel Caesar. Com os seus 29 anos e com hits românticos, o cantor emocionou a plateia que cantava todas as letras. Além de ser dono de um carisma impressionante, ele tem a potência vocal de um anjo e fez jus ao fandom que pudemos presenciar no gramado do Ibirapuera.

Já na Tenda Metlife, a música ganhava outras formas e cores. A tão aguardada apresentação de Soft Cell, que finalmente fez sua estreia no Brasil, agradou aos fãs da dupla, contando com um Marc Almond completamente à vontade e se divertindo no palco. Quando o hit ‘Tainted Love’ ecoou pela Tenda, não teve um que ficasse parado e o coro do público era em alto e bom som. Outra dupla que agitou a Tenda foi 2manydjs, abrindo o set com Sepultura e brindando o público com remixes clássicos. De ‘Pump Up the Jam’ a ABBA, David e Stephen Dewaele foram do Techno ao Acid Techno, House e o que mais desse vontade. Foi uma veradeira aula das raízes eletrônicas.

Marc Almond do Soft Cell

A pista Pacubra foi um refúgio para quem deseja fugir dos palcos cheios e descansar. Um pouco mais vazia durante o dia, a pista era perfeita para tomar um drink e conversar com os amigos, além de servir como abrigo dos ventos gelados da noite paulistana. Foi ali também que o after pegou fogo e contou com apresentações perfeitas para os inimigos do fim. Valentina Luz, com toda sua elegância e mixagem perfeita, mostrou ao C6 Fest a força da House Music em sua melhor forma.

Nem tudo são flores e o C6 Fest pecou ao interligar suas duas áreas. Fazendo um caminho maior do que no ano anterior, era preciso andar bastante para sair da Arena e ir para a Tenda, o que desagradou parte do público. Outro ponto, mas que foge completamente do controle do festival, era o público distraído. Muitos pareciam não saber a dinâmica de um show e queriam bater papo no front ou ficando parados em lugares totalmente inapropriados, além de discutir por motivos banais, como um copo no bar. Pareciam pessoas que estavam ali, sem saber o motivo de estarem ali.

O C6 Fest veio para ficar e não resta nenhuma dúvida sobre isso. Agora, ficaremos ansiosos pelo anúncio da próxima edição. Siga o festival no Instagram.