Realizando uma estreia sem defeitos, o C6 Fest deu aulas sobre como organizar um evento e respeitar seu público em todos os sentidos.
Não é raro ouvirmos falar sobre ou participarmos de novos eventos por ai afora, mas não é tão comum, quando presenciamos uma estreia digna de aplausos e todos os elegios possíveis. Foi assim, fazendo um debut impecável no calendário de eventos paulistanos (e também do Rio de Janeiro), que o C6 Fest nasceu. O festival, que ocupou durante 3 dias o Parque do Ibirapuera, deu uma verdadeira aula de organização, respeito ao público, artistas e mostrou que tem de tudo para ser um dos maiores do nosso país. Que assim seja.
Como bons clubbers que somos, não podíamos de deixar de visitar o C6 Fest no sábado, dia em que a Arena Externa Metlife recebeu a história da música eletrônica ao vivo e a cores. Para chegar lá, duas entradas foram montadas, uma de cado lado da arena, o que facilitou a chegada de todo o público. O mesmo se repetiu no Village Mastercad, espaço que abrigava os palcos Tenda Heineken e Pacubra/Tokyo. Desde o começo, o festival mostrava todo o cuidado que teria com seus frequentadores e assim foi.
Chegamos na Arena Externa bem antes da primeiro show da noite e pudemos perceber poucas pessoas transitando no espaço. Enquanto alguns achavam que aquilo era sinal de um “evento floopado”, outros aproveitavam para conhecer as opções de comida – que eram diversas; para carregar o cartão de consumo em um dos caixas ambulantes – que tinham aos montes; para tomar aquele chopp gelado em um dos vários bares espalhados e até mesmo tirar uma foto divertida na ativação do patrocinador. Bastou a noite chegar, para a multidão vir com ela e então, a música começar a tocar.
O palco externo do C6 Fest se iluminou pela primeira vez e a história da música eletrônica começava a ser contada. Juan Atkins, o estadunidense que é um dos pioneiros do Techno no mundo, trazia para o Brasil seu icônico e reverenciado projeto Model 500. Em formato live, acompanhado de mais 2 músicos, fomos transportados para Detroit, com aquele som industrial que ganhou o mundo. No telão, projeções de cenas do filme “Metrópolis”, de Fritz Lang, tornavam a experiência ainda mais impactante.
Uma contagem regressiva tomou conta da parede do Auditório do Ibirapuera e Krafwerk subiu ao palco. Com suas roupas tecnologicas Hütter, Fritz Hilpert, Henning Schmitz e Falk Grieffenhagen nos presentearam com uma incrível masterclass. Com hits, um atrás do outro, incluindo as lendárias ‘The Model’ e ‘Autobahn’, e até mesmo um disco voador pousando em São Paulo, o grupo mostrou o carinho e dedicação que tiveram ao montar sua apresentação para público paulistano. Um espetáculo, daqueles que vieram antes de tudo que conhecemos por música eletrônica.
Gritos e palmas tomavam conta da Arena ainda mais cheia. Com uma energia pra lá de contagiante, Underworld invadiu o palco, transformando o C6 Fest em uma verdadeira rave dos anos 90. Com muito techno e influências de trance e até house music, o show foi completamente apoteótico. Luzes, lasers, fumaça e com disposição de sobra, a banda enfilerou seus maiores clássicos. Quando ‘Born Slippy’ ecoou, um surto coletivo de felicidade se fez presente, momento que para muitos, ficará presente para sempre em nossas memórias.
Desde banheiros masculinos, feminos e para todes, a uma equipe de limpeza e segurança bem treinada, espaços bem distribuidos, além de outros palcos com uma curadoria de tirar o chapéu e que não vamos abordar aqui, por não termos acompanhado de perto, o C6 surgiu grande, gigante, colossal. Era como viver um evento dos sonhos, perfeito, e que a qualquer momento, pareceria que iriamos acordar e perceber que nada foi real. Pelo contrário, vivemos, sentimos, ouvimos e ainda, desejamos muito, mas muito mais. Obrigado, C6 Fest.
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