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DGTL São Paulo encanta na música, mas não agrada completamente

Entre acertos e erros, o DGTL fez mais uma grande edição em São Paulo, que será lembrada por muita música boa e situações nem tão boas assim.

DGTL 2019 @fernando_sigma-25

Foto por Fernando Sigma

Desde a primeira festa em Amsterdam no ano de 2013, o DGTL vem se espalhando pelo mundo e trouxe pra São Paulo, no último dia 04 de maio, sua terceira edição. De casa nova, nos galpões do Mart Center, o festival transformou o espaço, como nas edições anteriores, em um dos mais importantes espaços da música eletrônica underground, com muito house e techno.

Como de costume, o Generator trouxe os mais altos bpms da noite, em um espaço obscuro onde o que reverberou foi a energia dos amantes da música, que se entregaram a dança e curtiram o som de djs e produtores clássicos. Jeff Mills nos fez sentir em uma rave antiga de Detroit e teve o set mais lotado de todo o festival. De forma espetacular, ele mostrou o porquê de ser tão importante pra música, com tantos anos nas pickups. Outros grandes destaques do palco foram Marcel Dettmann e Amelie Lens – com o melhor do underground belga e com mais produções autorais dessa vez, sua segunda apresentação em solo brazuca deixou a todos eufóricos, como sempre em qualquer apresentação que faz.

As brasileiras Julianna e Amanda Mussi arrebentaram e mostraram todo o potencial necessário para dividirem o palco com tais nomes de peso. Fechando o palco, em sua primeira apresentação em solo latino, a alemã Paula Temple nos fez sentir no Berghain ou em qualquer club underground e escuro da Europa. Com um som pesado, repleto de uma sonoridade urbana, com sons de fábrica e trens, drops pesados e que às vezes, quebravam toda essa estética com clássicos dos anos 90, tocados em diferentes velocidades para ali se encaixarem na história que ela queria contar. Ao desligar o som do palco, todos gritaram por mais. Volte em breve, Paula.

DGTL JULIO CAMPOS-5

Foto por Julio Campos

Já no Modulator, uma vibe mais chill & friendly predominava, com mais espaço pra dançar. Teve abertura de Frontinn, seguidos pelo set da Eli Iwasa com Valesuchi e que particularmente, foi um dos meus sets preferidos da noite! Elas estavam em perfeita sincronia, transitando entre a melodia e o groove. Se a alegria do dj é transferida para o set, esse foi um set muito feliz. As duas irradiavam felicidade.

Bonobo, que se apresentou no mesmo horário de Jeff Mills, não decepcionou quem decidiu ficar: acertou e trouxe um set melódico e quase que hipnotizante, algo muito bom de ouvir e foi seguido pelo búlgaro Kink, que com duas apresentações marcadas no festival, conseguiu lotar o espaço trazendo seu live, marcado por um som emotivo, divertido e alegre, com picos de groove, o tipo de set que faz você se emocionar e ver abraçadinho, dançando com os amigos. Nesse palco também se apresentaram Âme (veio o Frank), o clássico Richie Hawtin e melódico Recondite.

DGTL Review

Eli Iwasa e Valesuchi | Foto por Thiago

No open air da noite, o Frequency foi sinônimo de house de qualidade. Como costumamos chamar: o verdadeiro baile! Se apresentaram Andrea Paz, Carlos Valdes (que também tocou no after), Gop Tun djs, Fort Romeau, Roman Flugel e fechando a noite Ryan Elliot com Spencer Parker, um dos melhores sets do festival, repleto de groove. Fechávamos os olhos e logo, éramos transportados pros anos 90, em Chicago.

Ligados em sustentabilidade, o festival trouxe a proposta das edições anteriores, concedendo descontos para quem trouxesse a garrafa ao bar, uma forma bacana de reduzir o lixo na pista e com foco na reciclagem do plástico, com copos próprios, que por um preço justo de R$5, deu um belo souvenir. A festa contou com algumas instalações de arte, espalhadas pelo espaço, assim como a própria estrutura dos palcos, enormes e muito bem trabalhados em meio a jogos de luzes e um excelente audiovisual, variou de acordo com cada apresentação.

DGTL 2019 @fernando_sigma-33

Foto por Fernando Sigma

Como nem tudo são flores, O DGTL pecou em alguns aspectos. Os banheiros unissex (o que é muito legal, quando falamos em igualdade de gênero), não foram tão bem planejados assim e em um deles, os mictórios estavam no meio do espaço, o que acabou alagando numa mistura de água e urina, causando uma situação bem desconfortável, principalmente para as mulheres. Filas intermináveis e pistas apertadas não causaram a ótima experiência que tivemos em anos anteriores do festival em São Paulo. Em alguns sets, como o da Amelie Lens, era impossível entrar ou permanecer no Generator.

Não ficamos para o after, mas relatos de que a confusão na saída e reentrada ao festival não agradaram, além da bagunça com os horários da atração mais esperada, Mind Against. Alguns performers brasileiros também estão fazendo diversas denúncias, sobre os maus tratos que sofreram da produção do evento, desde camarins insalubres, até o impedimento de realisar o seu trabalho no palco. Um festival que tinha tudo pra ser brilhante, deixou a desejar em alguns aspectos.

Entre acertos e erros, o DGTL mostrou que têm seu espaço no mercado brasileiro, mas que precisa rever alguns conceitos antes de realizar uma nova edição. Que as falhas  fiquem de lição e sejam grandes oportunidades para corrigir e melhorar um festival que tem tudo para ser um dos melhores do nosso calendário.

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