Foram 16 horas de muita música, lacre e curtição, durante a 2ª edição do Milkshake Festival, na Arena Anhembi, com um público animado e colorido.
A semana que antecede a Parada LGBT de São Paulo, considerada a maior do mundo, é sempre muito colorida e cheia de militância e foram essas as principais características do Milkshake Festival. Diretamente da Holanda, o festival realizou sua segunda edição em solo brasileiro, dessa vez, na Arena Anhembi, São Paulo.
Música foi o prato principal de uma noite extremamente efervescente. Artistas dos mais diversos gêneros musicais se revezaram entre os 4 palcos e o domo do festival. Numa ponta da arena, éramos embalados pelo tribal da Hell & Heaven no Secret Stage e o público era transportado para sua pool party preferida, mas no meio do concreto e sem piscina, claro. Food trucks eram responsáveis por saciar a fome do público presente, enquanto deslocava-se para a que abrigava os outros 3 palcos e o domo. Para os mais descolados, até tendas com jogos no melhor estilo junino figuravam o lugar.
Logo no fim do corredor de food trucks, encontrava-se o gigantesco Live Stage. totalmente repaginado e diferente da edição anterior, LEDs coloridos formavam a emblemática bandeira do arco-íris LGBT e ali, grandes nomes do cenário pop nacional foram ovacionados. Daniela Mercury nos levou direto ao pelourinho, numa “gira de macumba”. Pabllo Vittar mostrou o porquê de ser uma das maiores cantoras pop da atualidade, só para citar algumas. Discursos contra nosso presente Temer, contra a homofobia ou em homenagem a vereadora Marielle Franco ecoaram por toda a noite. Marielle? Presente!
Enquanto numa ponta, a música pop tomava conta, na outra, sons mais familiares a nós do Beat for Beat soavam sem parar. O Supertoys recebeu diversos artistas da música eletrônica, mas com uma sonoridade completamente diferente do Secret Stage by Hell & Heaven. Aqui, a house music de Chicago e pitadas do bom e velho techno eram lei. Grandes hits como “Music is the Answer”, “Born Slippy” ou “Show Me Love” foram a trilha sonora dos baladeiros presentes. Um prato cheio para quem tem fome de EDM.
O quarto palco do Milkshake fez jus a diversidade proposta e recebeu artistas bem diferentes entre si. Gretchen, a eterna Rainha do Bumbum, agradecia o público LGBT por ter feito com ela retornasse aos holofotes da mídia. Jillionaire trouxe todo seu gingado negro, misturado ao funk carioca e o trap americano. Mesmo que por muitas vezes vazio, o We Love Your Soul tinha uma bela estrutura, o que proporcionava ao pouco público presente uma agradável experiência. Era como se tivéssemos um festival só pra gente!
Além de toda a programação musical, o Milkshake também abriu uma mini exposição, que contava a história da cultura Drag no Brasil e no Mundo, além de receber alguns grandes ícones dessa arte em sua passarela. Muito mais que simplesmente dizer, o Milkshake levantou a bandeira da diversidade e mostrou que o público LGBT tem seu lugar sim e merece grandes eventos.
Que o Milkshake possa trazer sua doçura ano após ano e que transforme-se num evento obrigatório do calendário brasileiros de festas. Nós adoramos e já queremos mais!