O Lollapalooza Brasil realizou mais uma grande edição no ano de 2019, que tentamos transcrever em palavras neste review. Relembre o festival com a gente!
São Paulo é uma cidade que respira música. Nos quatro cantos da cidade, durante todos os dias do ano, sempre existe um cantinho, por mais remoto que seja, com boa música. Durante 3 dias, não foi um cantinho qualquer ou um artista desconhecido que fomentou toda essa paixão musical. Durante 3 dias, a zona sul de São Paulo transformou-se num dos locais mais desejados por todos aqueles que são apaixonados por música ao redor do mundo. São Paulo recebia, mais uma vez, o Lollapalooza Brasil.
Casa dos amantes de alta velocidade, o Autódromo de Interlagos foi invadido por diversas tribos do mundo da música nos dias 05, 06 e 07 de abril. Fazendo jus a fama que a cidade tem, o céu de São Paulo nos presentou com um sol forte, chuvas, ventos e raios, e finalizou o fim e semana com um tempo nublado e fresco, só pra deixar o festival ainda mais emocionante, mas nada foi capaz de afastas as milhares de pessoas do asfalto do autódromo.
Durante os 3 dias, bandas de todos os tipos e para todos os gostos se revezaram nos palcos do Lolla, mas como ravers que somos, só um lugar nos importava: o Palco Perry’s by Doritos. Foi lá, no meio do chão cheio de pedras, que vimos grandes nomes da música eletrônica mundial apresentarem sets inesquecíveis. Com uma estrutura completamente nova, lembrando bastante famoso um festival que acontece em Miami (e você sabe do que estou falando), que muito papel picado, CO2 e fogos de artificio coloriram o céu de Interlagos, regado a muita música.
Na sexta-feira, começamos nossa programação com um super show do Elekfantz, que nos entregou vários clássicos da dupla e toda a expertise de mais de 20 anos de carreira. Dashdot, Bruno Be e Loud Luxury fizeram o meio de campo e esquentaram a galera para a sensação do momento, Fisher. Com status de superstar e conhecido por ser uma figura divertidíssima nas redes sociais, Fisher fez um set que pareceu durar apenas 5 minutos. Quando ‘Losing It‘ ecoou pelo Autódromo, a euforia se fez presente e ninguém conseguiu ficar parado.
ZHU trouxe toda a sua sonoridade conceitual para o Lolla e foi seguido pelo show super audiovisual de KSHMR, que emocionou os presentes. Um dos momentos mais esperados da noite, era o show da lenda Tiësto. Responsável por encerrar o primeiro dia de Lollapalooza, o holandês trouxe toda a sua bagagem musical para o palco Perry e tocou clássicos como ‘Red Lights‘. Para a tristeza dos fãs mais vanguardistas, Tiësto deixou seu passado de lado e focou mais no presente, flertando até mesmo com o Brazilian Bass, porém, fez um set digno de grande festival. Era impossível ficar parado.
O sábado começou bem cinza, deixando o público do Lolla bem aflito. A chuva era certa! O dia começou bem no Palco Perry, com Illusionize comemorando seus 10 anos de carreira de forma sensacional, seguido pela sensação do bass, Liu, mas foi durante o set do Dubdogz que a coisa ficou feia. Alertas de raios interromperam a programação do festival e todos os palcos foram desligados e parte do público evacuado. A segurança falava mais alto.
Por volta das 17h30, quase 3 horas após a interrupção, o Lollapalooza voltava a todo vapor. Valentino Khan fez um set misturando diversos gêneros da música eletrônica, seguido de Vintage Culture, que lotou o palco com sua legião de fãs e hits que foram cantados por todos. Kungs trouxe todo o frescor da nova EDM, flertando por muitas vezes com o house, preparando o terreno para Steve Aoki. O japonês mais louco da música eletrônica botou fogo no Lollapalooza. Entre novas tracks e clássicos, Aoki fez aquilo que sabe fazer de melhor: uma bagunça completa. Claro que uma festa sem bolo não é festa, né?
O cansaço se fazia presente, mas a maratona de shows ainda tinha mais um dia e que dia! Enquanto muitos aguardam Kendrick Lamar no palco Budweiser, os ânimos no Perry’s by Doritos eram para uma dupla belga, mas tinha muito chão pela frente. KVSH e Groove Delight fizeram bonito, com muito brazilian bass e músicas autoriais. A alegria do público era contagiante. GTA fez uma bela mistura de música eletrônica com Funk (já que são fãs declarados do gênero) e Bhaskar trouxe todo o poder e influência sonora que tem desde sua infância.
Pela última vez, as luzes do palco Perry se apagaram para receber a dupla #02 do mundo: Dimitri Vegas & Like Mike. Os Reis do Tomorrowland subiam ao palco do Lollapalooza para transformar o Autódromo num Garden of Madness! Com um show completo, mesmo que curto, os belgas mostraram o motivo de serem um dos DJs mais requisitados ao redor do mundo e que merecem o lugar de destaque que possuem. Por 1 hora, fomos transportados para um mundo completamente insano e eletrônico.
Mesmo com longas filas em algumas ativações e a grande distância entre os palcos, mas algo que já estamos completamente acostumados, o Lollapalooza surpreendeu e encantou. Com água gratuita para todos os presentes e um cuidado mais que especial nos detalhes, nós, fãs de música eletrônica, pudemos matar as saudades dos festivais que tanto amamos e que nos deixaram. Por 3 dias, vivemos numa atmosfera única e que somente a música eletrônica é capaz de proporcionar. Obrigado Lollapalooza. Nos vemos ano que vem.