Mais uma grande edição do Rock in Rio chegou ao fim e com ela, a difícil tarefa de traduzir em palavras o que sentimos. Confira nosso review:
Se eu precisasse descrever o Rock in Rio em uma palavra, falharia miseravelmente. Ele é o tipo de evento que não se descreve ou explica, que se conta ou registra. O Rock in Rio é um festival que se sente. A Cidade do Rock é mais do que um espaço pra eventos, com palcos ou stands: é um lugar pra chamar seu!
Desde a entrada no Parque Olímpico, o sentimento era de completa euforia. Em meio ao caos do dia a dia, uma oásis de música e alegria nos recebia. A alegria estampada no rosto de cada uma das pessoas que circulavam por ali, transformavam cada momento vivido, em algo único. Eram tantas opções, sensações, que às vezes era difícil se concentrar em uma única atividade. Andar entre um palco e outro era como se locomover entre mundos e descobrir novos horizontes. O Rock in Rio nos guiou em verdadeiras viagens, onde o ticket era sua pulseira colorida.
Adentrar a Cidade do Rock não era tarefa fácil, é claro. Chegar ao evento não era tão tranquilo assim, por conta do trânsito na região ou pelas filas de validação das pulseiras, mas tudo era esquecido quando o letreiro gigante com o nome do evento era visto e claro, parada obrigatória para a selfie. Entrar no RiR nos fez esquecer, por algumas horas, de tudo que nos cercava diariamente. Lembranças vinham a tona, ao andar pela Rota 85, que ganhavam novas dimensões e experimentações com a Nave, Fuerza Bruta e a Game XP. Foi mais do que apenas música, mas uma experiência imersiva num universo completamente novo e contagiante.
O palco Sunset era o que dava as boas vindas aos presentes. Ali, a música misturava-se ao céu cinza do primeiro fim de semana, com direito a chuva e com os raios de sol do segundo fim de semana, mas nem isso foi capaz de tirar o ânimo de todos os presentes. De Karol Conka ao show de despedida do Slayer, o Sunset trouxe em seu DNA a diversidade do festival e contou até com after hours, cada dia com uma surpresa, patrocinado pela Heineken. A música não parava na Cidade do Rock.
Logo ali, ao lado, a simbólica Roda Gigante, disputadíssima para ser o cenário de fotos ou aquela voltinha com vista panorâmica de todo o Rock in Rio, era sinal de chegávamos ao Palco Mundo. A arquitetura já conhecida do palco erguia-se no céu. Mais de 70 mil pessoas aglomeraram-se no espaço que recebeu o show emblemático da banda Iron Maiden, ou a comentada apresentação do DJ Alok. Foi ali que vimos Ivete Sangalo subir pela 15ª vez ao palco do RiR e P!nk voar por toda a Cidade do Rock. Um verdadeiro espetáculo.
Diariamente, sentimentos ganhavam novos significados, enquanto nossas bandas favoritas se revezavam por ali. Horas na grade, muitas vezes sem ir ao banheiro, só para não perder o lugar, eram traduzidas em completa alegria e satisfação quando as luzes se acendiam e os primeiros acordes ecoavam por todo o lugar. A queima de fogos sincronizada ao fim da noite de shows, só aumentava ainda mais o sentimento de satisfação: o Rock in Rio era real.
Entre um show e outro, ou deslocar-se entre os palcos, era uma experiência a parte. A Rock Street, com todas as suas ativações, foi um centro de entretenimento a parte. Palcos menores, como o Espaço Favela, receberam artistas locais, em ascensão, focando na inclusão e servindo como uma grande vitrine para novos talentos. O Rock in Rio levou cultura das mais diversas formas e cores, em todos os lugares e para todos os gostos, como por exemplo a Rock Asia, que trouxe um pedaço do outro lado do mundo, para o maior festivais do país. Para os mais aventureiros, a famosa tirolesa cortava o espaço do palco Munddo e a montanha-russa deixava os sentidos em alta velocidade, abrindo alas para o New Dance Order, o palco eletrônico do festival.
Claro que num evento dessas proporções, filas são inevitáveis, mas o serviço de qualidade minimizava tais empecilhos. A tecnologia a favor do público indica a lotação dos banheiros, permitindo que você procurasse um mais vazio e ambulantes espalhados por todo o lugar facilitavam na hora de comprar algo para comer ou beber, mas que infelizmente, só aceitavam dinheiro em especie, o que dificultava um pouco a compra, o que talvez tenha sido um dos únicos pontos negativos do festival.
Viver o Rock in Rio, é certamente, viver a música em sua essência, mas mais que isso, é viver um sonho acordado. A felicidade transbordando, o amor reverberando, tudo em forma de canção, nos fez viajar por mundos distintos durante os 7 dias de evento. Fechar os olhos e sentir o momento, era como ser transportado para um universo completamente seu, onde nada mais importava. Ao deixar a Cidade do Rock, apenas um medo tomava conta: o de abrirmos os olhos e despertarmos desse sonho. Já estamos com saudades, Rock in Rio e ansiosos por 2021.
Ah, não esquecemos do New Dance Order não, mas essa história a gente conta num próximo capítulo.