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Sam WOLFE fala sobre tecnologia e IA no EP ‘Machine Driven’

Fazendo uma reflexão sobre a tecnologia e a forma como a IA está substituindo as pessoas, Sam WOLFE lança ‘Machine Driven’. Escute agora.

O talentoso e aclamado produtor de techno, Sam WOLFE, está de volta com uma música que promete agitar as pistas de dança em todo o mundo. O EP ‘Machine Driven’ já está disponível para os amantes da música eletrônica e está marcado para se tornar uma das mais poderosas adições ao cenário techno atual. Escute aqui.

Sob a égide do lendário Umek, o selo 1605 recebe com entusiasmo a mais nova criação de Sam WOLFE. O EP apresenta duas faixas repletas de energia, destinadas a hipnotizar e cativar o público em cada batida.

Com sua visão singular, Sam WOLFE explora o significado profundo de ‘Machine Driven’, uma narrativa que expressa nossa inerente conexão com a tecnologia e como, eventualmente, a inteligência artificial pode superar nossa habilidade de criar música. Com uma pitada de esperança e uma dose de elementos inquietantes, a faixa é uma montanha-russa emocional que culmina em uma queda arrebatadora.

‘Machine Driven’ é uma combinação feita sob medida para grandes palcos e sistemas de som, destinada a proporcionar uma experiência transcendente para os ouvintes e dançarinos.

Não é surpresa que Sam esteja sendo aclamado como um dos maiores talentos em ascensão na indústria do techno. Seu domínio de produção e sua capacidade de criar faixas que transcendem gêneros têm o colocado em destaque no cenário eletrônico.

O EP ‘Machine Driven’ já está disponível em todas as principais plataformas de streaming. Prepare-se para ser conduzido por uma experiência musical excepcional, cortesia de Sam WOLFE.

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Via UnderGROUND

Bruce Zalcer: como mesclar o orgânico com elementos eletrônicos

Bruce Zalcer compartilha dicas de como combinar sintetizadores e drum machines com sons cotidianos para criação de faixas Techno. Confira!

Nunca é tarde demais para ingressar no universo da música, muito menos quando falamos da eletrônica, onde você pode criar uma música do zero apenas com um computador e uma boa dose criativa. O artista panamenho Bruce Zalcer é uma prova disso. Apesar de ter tido contato muito cedo com instrumentos musicais, como piano, guitarra e baixo — inclusive formando banda logo aos 12 anos — ele nunca tinha feito música de forma profissional, foi só aos 38, durante a pandemia, que ele de fato resolveu mergulhar de cabeça nisso. E que bela escolha, já que hoje, pouco tempo depois, ele é dono de uma identidade sonora pesada dentro do Techno, mixando um lado mais cru e hipnótico da vertente, com lançamento que já receberam o carimbo de grandes labels como Terminal M, 1605, KD RAW, Set About, Codex, IAMT, Odd Recordings, JAM e Suara.

Muitos desses seus lançamentos, inclusive, ainda são criados no modo “velha guarda”, captando sons do seu cotidiano para moldá-los de forma que soem mais orgânicos e autênticos. Assim, ele mistura suas próprias captações com as sonoridades experimentais de seus sintetizadores e drum machines, já que ele ostenta um estúdio super equipado com equipamentos como Elektron A4, Moog Sub 37 e synths modulares. A nosso convite, ele falou um pouco mais sobre essa forma híbrida de produzir música, as vantagens desse formato e, claro, deu algumas dicas para quem também deseja se aventurar e fazer música com um tempero a mais.

Beat for Beat – Qual gravador você utiliza para fazer as captações do mundo externo?

Bruce Zalcer – Meu celular na maioria das vezes.

B4B – Em quais lugares você já gravou? E quais foram os sons mais inusitados que você já utilizou nas suas produções?

Bruce Zalcer – Muitos lugares, incluindo o oceano, parques de diversões, a cozinha. Acho que o mais inusitado foi um ventilador elétrico que se movia e fazia barulhos malucos. Eu nunca esperei samplear um ventilador (risos).

B4B – Sabemos que você tem experiência com instrumentos também, guitarra, baixo, piano, bandolim… você também busca tocá-los e gravá-los de vez em quando?

Bruce Zalcer – Às vezes, eu tenho que estar no clima para isso. Talvez eu não faça isso por um longo tempo, e então coloque algumas guitarras e baixos em 3 faixas seguidas. Eu gosto de fazer, mas também tento ser muito eficiente, pois não tenho muito tempo de sobra e incluir instrumentos nas produções é um fluxo de trabalho totalmente diferente.

B4B – Você acredita que essa sua experiência de anos com bandas e instrumentos te ajuda a se diferenciar dos demais produtores?

Bruce Zalcer – Não tenho certeza… Talvez tenha cortado minha curva de aprendizado permitindo que eu foque mais nas técnicas de produção, pois já conheço teoria musical. Também não precisei aprender os diferentes efeitos, pois já estava familiarizado com isso.

B4B – Qual o segredo na hora da mixagem para conseguir utilizar estes sons captados junto com as sonoridades geradas digitalmente ou com seus equipamentos de estúdio?

Bruce Zalcer – O principal é garantir que o som soe bem e que combine com a faixa. O ouvinte realmente não se importa de o som veio se soar ruim. Assim, ter um som “especial” só faz sentido se contribuir para a faixa e não pelo que ela é.

B4B – Você tem um vídeo no Youtube onde mostra ‘How To make a simple Techno track in less than 3 minutes’. Na sua opinião, simplicidade é a chave na produção musical?

Bruce Zalcer – Definitivamente ajuda. Acho que o principal desafio é saber o que não colocar em uma pista e não o contrário.

Conecte-se com Bruce Zalcer no Instagram.

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Entrevista

Entrevistamos: UMEK

Um dos maiores nomes do techno mundial, UMEK, conversou com nossa equipe e falou sobre o passado, presente e futuro da música eletrônica.

Se você é um techneiro raiz, com toda certeza já ouviu falar de UMEK. Pioneiro do techno em seu país, a Eslovênia, Uros Umek é um daqueles artistas que você precisa acompanhar de perto. Com diversas músicas nos charts do Beatport, além de ter uma fama reconhecida internacionalmente, ele foi um dos que se reinventou durante a pandemia e aventurou-se em novos horizontes.

Desde uma masterclass a uma plataforma de análise de dados, lives e lançamentos, UMEK não parou. E foi sobre isso que ele conversou com nossa redação, resgatando um pouco do seu passado, presente e até mesmo falando sobre o futuro, além de nos contar alguns segredos, incluindo um dos seus grandes arrependimentos na carreira. Quer saber qual foi? Leia agora nossa entrevista!

Beat for Beat – Olá UMEK, é um grande prazer conversar com um dos grandes nomes do techno mundial. Como você iniciou sua carreira, na música eletrônica e techno? Quais foram as principais influências musicais que fizeram o artista que você é hoje?

UMEK – Eu comecei a discotecar quando era adolescente, na época do colégio. Lembro de ouvir uma estação de rádio chamada Green Apple e  o Dance Nation era um dos programas da rádio, via satélite, onde eles tocavam techno e todos os tipos de música eletrônica, todos os finais de semana. Foi aí que tive muita influência no início da minha carreira.

Comecei a discotecar profissionalmente em 93, quando a cena estava apenas começando, progredindo e crescendo. No início, eu gostava de house e EDM, mas depois me concentrei apenas em techno graças a Westbam, o líder do movimento techno alemão no início dos anos 90, Surgeon e o resto da equipe do Birmingham.

Eu encontrei muita inspiração assistindo Jeff Mills fazendo sua mixagem, enquanto Carl Cox foi o melhor quando se trata de construir energia na pista de dança.

Jeff Mills, uma das influências de UMEK

Um de seus maiores feitos foi a criação de sua label, 1065, para a descoberta de novos artistas para a cena. Como funciona a escolha dos lançamentos? Como os artistas podem te encontrar?

UMEK – Os artistas podem enviar suas demos para minha gravadora 1605 (demo@sixteenofive.com). A cada duas semanas, analiso as inscrições mais interessantes e, se houver algo realmente bom, é assinado pela gravadora. Somos muito exigentes porque em 2020 lançamos apenas duas faixas para compilações Desiderati.

Em primeiro lugar, verifico a música, depois passo pelos canais digitais dos artistas. Eu também ouço outras faixas e verifico suas páginas no Viberate, onde vejo como um artista específico está se saindo.

Em certo momento de sua carreira você produziu algumas faixas com escala comercial, gerando grandes resultados para sua carreira. O que esta viagem ao mainstream te trouxe de aprendizado profissional?

UMEK Do ponto de vista da aprendizagem, não vejo isso como um erro. Sempre quero expandir meu conhecimento e estou interessado em coisas diferentes, então às vezes eu me empolgo. No entanto, do ponto de vista comercial, devo dizer que essa saída do techno e a incursão na cena mais comercial foi uma das piores coisas que eu poderia ter feito.

Mesmo tendo sido um sucesso, não foi uma ideia inteligente. Eu recomendaria a qualquer um que já tenha uma base de fãs estabelecida e som em um gênero específico, não mudar a rota da música tão drasticamente, pois é muito difícil fazer um retorno.

Você também foi um dos pioneiros a apresentar aos seus fãs uma masterclass com várias dicas e macetes de produção musical, para alcançarem as pistas de todo planeta. Como foi ceder um pouco de seu aprendizado para os produtores iniciantes?

UMEK – No começo, eu realmente não sabia o que esperar disso. Achei que fosse algo que só faria durante o período coronavírus, mas rapidamente percebi que é algo que realmente gosto de fazer, então continuarei mesmo quando a vida voltar aos trilhos.

É ótimo ver tantos rostos felizes que mal podem esperar para começar a produzir música e experimentar todos os truques que aprenderam durante nossas sessões. Não tenho certeza de quanto tempo poderei fazer isso no futuro, mas eu realmente gostaria de continuar passando meu conhecimento de música para outras pessoas, porque é muito gratificante ver o progresso delas.

Sem dúvidas, estes últimos 2 anos tê sido grandiosos na sua carreira e parte deste seu retorno ao topo deve-se a extensa análise de dados feitas para sua marca. O quanto você acha o marketing digital importante para a carreira de um DJ?

UMEK – Hoje em dia, o marketing digital é mais importante do que nunca. Você tem que estar presente nos canais digitais, ou simplesmente não existe. Se você sabe como promover suas páginas e canais, está a meio caminho do sucesso. A outra metade é música e performance.

Viberate

Pode nos contar um pouco sobre a Viberate e como ela funciona no mercado da música?

UMEK – Tudo começou quando o Viberate era apenas um projeto favorito, para analisar minha carreira e ver como os investimentos em publicidade estavam dando frutos. Era um banco de dados crowdsourced desde o início e depois que mais de 30 mil perfis de DJs gerados por usuários, entraram em nosso banco de dados, percebemos que estávamos construindo alguma coisa.

A cena da música eletrônica aceitou bem, mas é claro, todos nós sabemos que os dados são apenas um ingrediente em uma receita total para o sucesso. Não importa o que os números digam, você ainda precisa produzir música de alta qualidade. Números e gráficos podem ser usados ​​para ajustar certas partes em seu caminho para o sucesso.

O Brasil é um grande fã do seu trabalho, esperamos ansiosamente um show seu no nosso país. Sente vontade de voltar para cá? Mande um recado para seus fãs brasileiros!

UMEK -Sim, claro, adoraria visitar o Brasil. Eu não vou lá há algum tempo. Existem muitos bons artistas lá, especialmente no techno. Eu tenho visto um grande progresso nos últimos anos, então eles definitivamente têm meu apoio.

E o que posso dizer é: fiquem seguro, saudáveis e aguentem firme. Nós vamos superar isso! Espero sinceramente que as coisas voltem ao normal nos próximos meses e possamos desfrutar de música ao vivo novamente.

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Editorial

Techno Bunker #01: UMEK

Pioneiro em se país de origem e responsável por elevar o nome da Eslovênia no cenário eletrônica, UMEK é o primeiro personagem da nossa coluna Techno Bunker.

Umek

É muito comum você ouvir que Alemanha, Itália, Holanda e Espanha são terras detentoras de grandes artistas da cena underground, principalmente quando falamos no Techno, mas é da Eslovênia, no Leste Europeu, que resolvemos trazer o primeiro personagem desta coluna: Uros Umek.

Para você que acompanha os rankings do Beatport ou simplesmente é um amante do Techno, é praticamente impossível você nunca ter ouvido ou lido este nome, afinal, no momento em que estamos escrevendo essa matéria, UMEK está com 6 músicas entre as Top100 no chart de Techno. Um verdadeiro track-seller — existe essa expressão? Destaque para ‘Predator’, faixa lançada no início de maio que ocupa atualmente a segunda posição do ranking.

Uma curiosidade bem interessante sobre UMEK é que ele foi o grande responsável por dar o pontapé inicial na cena de música eletrônica em seu país, organizando raves ilegais, até se tornar um dos produtos mais procurados da Eslovênia — sem contar as dezenas (ou centenas?) de gigs que ele estava realizando por ano, antes do coronavírus interrompê-lo. Dos clubs mais undergrounds do planeta a grandes festivais, UMEK é  sinônimo de força, energia e intensidade.

Por pessoas mais próximas e outros artistas, ele é freqüentemente chamado de “Fotr”, que na tradução significa “O Pai”. E por pouco ele deixou de virar um renomado DJ e produtor de Techno, porque há 25 anos atrás, antes de mergulhar na música, ele — com seus dois metros de altura — decidiu largar a escola e sua promissora carreira no basquete para fazer cestas de três pontos na indústria da música. A faixa ‘Can You Party‘, de 1988, de Todd Terry, foi a que o fez entrar e acreditar numa carreira dentro da cena eletrônica.

E sabe aquelas seis faixas que estavam no top100? Todas foram lançadas por sua própria gravadora, 1605, selo com mais de 10 anos de estrada e que já conta com quase 250 releases — por lá já lançaram outras estrelas e promessas do Techno, como Teenage Mutants, Mark Knight, Cosmic Boys, D-Unity e por aí vai.

Atualmente, além de continuar alimentando a cena com seu estilo impetuoso, ele decidiu usar sua experiência e habilidade no mundo empresarial. Ao lado de outras pessoas, fundou uma startup de tecnologia da música batizada de Viberate, projeto ambicioso que pretendem transformar na maior plataforma de música do mundo, hoje avaliada em mais de 40 milhões  de dólares e empregando mais de 120 pessoas ao redor do globo — é a prova de que quando você acha que já está no topo, pode chegar ainda mais longe.

Hoje paramos por aqui, mas saiba que todo início de mês você poderá conhecer mais a fundo a história e a carreira de alguns dos principais nomes do Techno. 

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