Categorias
Agenda

Malik Mustache estreia na RW Club, em Curitiba, no sábado (15)

Expoentes do gangsta house, o duo Malik Mustache estreia na RW Club, em Curitiba, no próximo sábado (13). Saiba todos os detalhes:

Malik Mustache | Foto: Divulgacao

Nome em ascensão na música eletrônica brasileira, o duo Malik Mustache faz sua primeira apresentação na RW Club neste sábado (13/5). Formado pelos DJs Lekko Antoine e Marcio Neto, o projeto conquistou seu lugar nas pistas ao misturar gangsta house com o rap brasileiro, numa incendiária fusão sonora. Os ingressos antecipados já estão à venda e podem ser adquiridos a R$ 50 (feminino) e R$ 70 (masculino), com compra online. Estão disponíveis clicando aqui.

O duo Malik Mustache é fruto de uma amizade de longa data entre os músicos Lekko Antoine e Marcio Neto, que em meados de 2012 se uniram com o propósito de trocar Campinas por São Paulo, a fim de se especializar no que mais amavam e viver de um único sonho, a música. Tendo suporte de grandes nomes como Kaskade, Martin Garrix, Edx e Dj Chuckie já emplacaram diversos hits como ‘Rock U’ e ‘U and Me’ e protagonizaram diversos lançamentos por renomados selos internacionais como Cuff (Amine Edge & Dance), Bunny Tiger (Sharam Jey) e Sleazy G.

Como prova de uma carreira sólida, Malik Mustache acumula em sua bagagem passagens por Los Angeles, São Francisco e Miami. No Brasil, onde possuem uma grande base de fãs, Lekko e Marcio já reuniram multidões em suas apresentações nos mais importantes clubs e festivais como Electric Zoo, Tribe, Green Valley, Laroc, Anzu e El Fortin. Na esteira do sucesso, a dupla lançou também a marca Mustache Crew, que além de gravadora atua como label de festas.

Esta noite na RW Club terá ainda o som de Edu Krause e, tocando ao estilo back to back, de mais dois DJs, Busatto e Cortez.

Serviço

Malik Moustache, Edu Krause, Busatto e Cortez
Quando: Sábado (13/5), a partir das 22h.
Local: Grand Mercure Curitiba Rayon (Rua Visconde de Nácar, 1424 – Centro, Curitiba – PR)
Reservas e informações: (41) 9 9912-3223.
Ingressos: antecipados a R$ 70 (masculino, lote promo) e R$ 50 (feminino, lote promo).
Vendas: Sympla

Categorias
Via UnderGROUND

Molothav e Cortez falam sobre a track ‘Circles’, que saiu pela Megao Music

Com um verdadeiro crossover que traz house, disco e tech house, ‘Circles’ é a nova música de Molothav e Cortez, que sai pela Megao Music.

Arte é sobre expressão, mas é, também, sobre construir. Ao decidir que a arte é o caminho, temos que construir com bases sólidas, mas nunca sozinhos. Colaborações na arte são a melhor forma possível de sintetizar as vivências únicas de cada componente que está, ao seu próprio modo, construindo.

Quando o assunto é tech house, a construção pode ser coletiva: selos, eventos líderes, cenas inteiras. Mas pode ser também a partir da aparente sutileza de uma reunião em dupla. Para construir, basta haver o alinhamento entre desejos dentro da arte que, logo em seguida, um processo se abre e um resultado híbrido se apresenta.

Molothav e Cortez acabaram de construir um som juntos. O single ‘Circles‘, via Megao Music, selo originário da cidade de Chicago, é um crossover entre o que há de mais importante para eles: o espírito clássico da house music e da disco e as batidas imponentes do tech house, originando assim uma faixa de pista animada e que convida a dançar.

Juntamos os dois, então, agora, para uma pequena entrevista em torno deste lançamento. Bora!

Beat for Beat – Oi, pessoal! Como foi o processo criativo/técnico de “Circles” dentro da distância geográfica?

Molothav: Comecei a fazer a Circles na metade de 2021. Quando finalizei a música, senti que faltava alguma coisa. Não fiquei satisfeita com o resultado. Foi quando me veio o Cortez na cabeça. Ele é fera demais em trabalhar músicas com vocais nessa pegada mais House e sem dúvidas saberia o que fazer pra trazer o que faltava. A collab aconteceu, fluiu, conseguimos unir nossas referências e emplacar numa label americana.

Cortez: E eu fiquei super feliz quando recebi esse convite maravilhoso dessa musa da música eletrônica que me mostrou esse vocal incrível e a ideia começou a fluir a partir dele. Com a tecnologia completamente a nosso favor, fizemos o possível para unir o melhor dos dois mundos, um Tech House com características marcantes do House. Fizemos uma linha de baixo bem próximo do orgânico e trabalhamos para transformar o piano em uma sonoridade mais metálica, sem perder a identidade do House.

A base central do som de vocês dois é muito bem definida, e combina super. Entre artistas, selos e eventos, quais são as principais referências musicais que ambos compartilham?

Molothav: Eu diria nomes como Low Ceiling, Hood Politics, Repopulate Mars, Black Book e Sink or Swim.

Cortez: Fico com Defected, Motive Records, Toolroom Trax e Repopulate Mars também.

Pretendem repetir essa colaboração nas pistas e estúdios em um próximo momento?

Molothav: Sem dúvidas! Já falamos sobre essa possibilidade inclusive 🙂

Achamos o máximo que a assinatura da faixa foi feita pela Megao Music, que é um selo originário de Chicago. Como conseguiram essa conexão?

Cortez: Lançar em Chicago era uma meta particular, sempre fui apaixonado pelo Chicago House e por toda história envolvida. Ano passado, lancei pela primeira vez internacionalmente na Austrália pela Motive Records com o EP Burn Batucada e a MEGAO ouviu graças ao excelente relacionamento entre as duas gravadoras.

Durante um bate papo sobre novos talentos entre os A&R da Motive e da MEGAO, meu nome surgiu e rolou essa indicação. Depois disso veio o convite para lançarmos com eles. Por isso, sempre é importante ter uma postura profissional e se relacionar bem com todas as gravadoras, porque bons relacionamentos rendem bons frutos!

Categorias
Lançamentos

Cortez apresenta um Tech-House para “esmagar seu coração”

A track ‘Smashed My Heart’, do DJ e Produtor Cortez, acaba de chegar às prateleiras digitais (27) de forma independente. Escute agora.

por Ágatha Prado

Os últimos lançamentos provaram que Cortez não esconde sua paixão pelos bons grooves do Tech House. Em um enlace promissor com os ritmos de pista, o produtor brasileiro radicado no Japão vem trazendo uma série de singles efervescentes nos últimos meses, sempre com um apelo enérgico, dançante, contagiante e não poderia ser diferente com seu mais recente trabalho.

Seguindo os passos de suas últimas faixas ‘Work For Love’ e ‘Tell Me How You Feel’, o seu mais novo lançamento vem para esmagar o coração dos houseiros de plantão. A faixa, batizada de ‘Smashed My Heart‘, tem um bassline preparado para comandar o swing e um vocal sensual envolto de um reverb metálico que cai muito bem no Tech House. Lançada de forma independente, a track já está disponível nas plataformas digitais.

Além disso, as viradas rompantes são dignas de tirar o fôlego na pista de dança, além de percussões tímidas que ajudam o groove a ganhar mais energia. O novo lançamento chegou às prateleiras digitais bem recentemente e você já pode conferir aqui. Aumente o volume e escute ‘Smashed My Heart’ de Cortez.

Categorias
Editorial

Meu primeiro play: A estreia de DJs nacionais no palco

Encerrando nossas comemorações do dia 09 de março, convidamos alguns DJs para nos contarem como foram as suas primeiras gigs. Confira:

Se você é artista, independente do seu segmento, com toda certeza lembra a primeira vez que subiu ao palco e/ou apresentou-se a um público. Pode ter sido pra 5, 10, 200 ou 10 mil pessoas, quem sabe, mas o nervosismo da estreia, a tensão, o medo de tudo dar errado, aquele friozinho na barriga, entre outras tentas sensações, são iguais para todos, não há como negar.

Hoje, dia 09 de março, Dia Mundial do DJ, convidamos alguns DJs que nos contaram como foi a sua primeira gig. De relatos breves a completos reviews, vamos viajar no tempo e revisitar aquela noite que marcou a carreira deles e com toda certeza, ficará eternamente em suas memórias. Confira agora como foi o primeiro play de Bhaskar, Cortez, Gianni Petrarca, Juliano Bortolato e Pirate Snake.

Bhaskar

Foi em 2004, na Psycholand em Brasília. Devia ter umas 400 pessoas na festa, uma pista considerável pra primeira gig! Lembro que eu e meu irmão (Alok), ficamos ensaiando o set que íamos tocar por meses, e ironicamente, o dj que tocou antes da gente queimou várias músicas que estavam no nosso repertório hahaha. Mas no geral correu tudo bem!

Cortez

 

Eu fiquei pensando em contar sobre a primeira vez que comandei uma pista de dança em uma balada incrível no início da minha carreira, no Brasil, mas em 2019 resolvi começar tudo de novo, no Japão, então o episódio será um pouco mais recente.

Em novembro de 2020, a DJ e Produtora Ellen Angelucci, residente de baladas exclusivas em Tokyo, me convidou para tocar na festa da .OiDZ, no Cube Club. Foi uma festa com dois stages, onde o main floor seria transmitido online e o segundo era algo mais intimista. Foi a primeira vez que estava em um lineup composto de DJs de diversos lugares do mundo como Bélgica, Rússia, Japão, Filipinas, EUA, Espanha, Alemanha e Brasil. A festa foi em um bairro maravilhoso chamado Minato, perto do point dos afters infinitos de Roppongi Hills.

O club era em uma portinha que dava acesso ao subterrâneo no “padrão” que o underground exige e do jeito que a gente gosta. O meu desafio era apresentar meu estilo para um público totalmente diferente; isso, pessoalmente, foi muito importante e era exatamente o que eu buscava aqui no Japão. Levei em minha case com House e Tech House e foi a oportunidade perfeita para testar meus últimos lançamentos e mais três músicas inéditas, ‘Smashed My Heart‘, ‘Feel It‘ e ‘Work For Love‘.

Na semana do evento, os organizadores falaram quais seriam os setups disponíveis, onde eu me apresentei, tive o prazer de utilizar o Mixer MODEL1 do Richie Rawtin, minha reação foi de surpresa, ansiedade e felicidade por estar saindo da minha zona de conforto. É nesse momento que todos os cursos realizados fizeram a diferença, lembro que meu professor Will DB sempre me dizia para estarmos preparados com o setup que tiver na hora. Assim, consegui analisar o mixer estudando vídeos do Richie Hawtin e no dia fiquei mais tranquilo e bem feliz.

Assumi a pista às 2 horas da manhã com apenas quatro pessoas, onde uma delas era a Lígia, minha esposa. As pessoas começaram a migrar do main para o lounge onde estava tocando e a vibe foi ficando cada vez melhor. Foi um momento maravilhoso, cada vez que via o pessoal vibrando — principalmente com as músicas autorais — eu tinha mais certeza que aquela noite entraria para história!

Ver o sorriso das pessoas, os olhos fechados, os corpos dançantes, tudo isso criou uma atmosfera incrível, foi uma noite e tanto! Contando esse momento, cada detalhe das imagens aparecem vivas na minha mente. Ver a felicidade na expressão das pessoas, olhar para a pista e ver a reação que causei foi algo maravilhoso, neste momento não importa o idioma e a nacionalidade, todos entenderam a minha língua, que é a música.

Gianni Petrarca

Acho que a primeira gig foi numa festa privada em um local próximo da Faria Lima, em São Paulo, quando eu tinha 19 anos. Não pensava naquele momento em carreira artística, era só uma vontade imensa de curtir a vibe. Já tinha uma boa noção de mixagem, mas a experiência de tocar para público e controle de “pista” é outra coisa.

Lembro que o set era deep house e o público curtia muito essa sonoridade na época. Toquei durante quase 1 hora sozinho e outras 2 horas fazendo b2b com outros DJs. A sensação daquele momento nunca saiu da minha cabeça, até hoje quando vou tocar ainda sinto aquela sensação boa de como foi na primeira festa.

Depois, cada gig te traz algo novo e você tem outras situações que marcam sua trajetória, como a primeira vez vendo seu nome integrando um line-up, tocando em eventos de grande público, e assim vai. Sempre tem um pouco daquele ar de estreia.

Juliano Bortolato

Lembro muito bem da minha primeira gig. Ela aconteceu no extinto Tozen, em Campo Grande. Eu fui escalado para ser o primeiro DJ da noite, em uma festa que a headliner era a Mistress Barbara — uma responsa e tanto! Eu tava passando por aquele momento de ansiedade que é comum para todos, então fui mais cedo pro club pra me ambientar com o lugar, testar o som e os equipamentos, sentir o soundsystem… enfim, quando estava checando as músicas, um segurança da casa me aborda e pergunta se o carro que estava estacionando na frente do club era o meu, eu confirmei e ele disse: “Infelizmente bateram no seu carro, o motorista ainda tentou fugir mas nós conseguimos impedir”.

Então como se não bastasse ser a primeira gig, ainda me aconteceu isso. Fui lá fora, faltava algum tempo pra festa e eu tentei resolver a situação. Era um menor de idade que tinha pego o carro do pai escondido, então pensa no transtorno! Quando eu vi, restavam poucos minutos pra abertura do Tozen, eu ainda pretendia ir pra casa me arrumar, mas não dava mais tempo, tive que ficar direto para não perder o horário. Confesso que, por algumas vezes, pensei em desistir por não estar com cabeça, mas no fim encarei e  foi uma ótima gig, noite que certamente nunca vou esquecer.

Pirate Snake

Eu toco desde 2001, mas a minha primeira gig mesmo, contratado e etc… foi somente em 2003, e foi muito engraçada e diferente. Um amigo era diretor do Bloco Nana Banana aqui em Brasília, do Chiclete com Banana. Essas micaretas / carnaval fora de época sabe. Ele estava precisando de um DJ para o camarote e teve a “brilhante ideia” de me convidar, só que eu tocava Psytrance.

Hoje em dia eu olho pra trás e penso… caralh* o que tinha a ver eu tocar Psytrance em um CAMAROTE de um carnaval fora de época?! Bem, naquele tempo esse estilo musical era a moda aqui e todo mundo curtiu, ainda bem!

Villain Mode

No primeiro semestre de 2016, decidimos que gostaríamos de nos aprofundar mais no assunto discotecagem. Antes disso, costumávamos frequentar festas e eventos apenas para curtir. Certo dia, em uma conversa, eu (Kauê) comentei pro Lenon que gostaria muito de aprender e um dia trabalhar com isso, por coincidência ele tinha acabado de começar a fazer aulas particulares e disse que também tinha essa vontade.

Procuramos uma escola (NOISE) para que pudéssemos estudar bastante, pois já sabíamos que com isso poderíamos nos diferenciar e começar “do jeito certo”. Então 11 meses se passaram e no meio de tudo isso surgiu a ideia do projeto Villain Mode. Logo que fizemos nosso primeiro presskit, começamos a ir atrás de locais para nossa primeira gig e apareceu um bar na região do ABC paulista que trazia periodicamente DJs para se apresentar, alguns deles até já conhecidos.

Isso foi durante o curso, ficamos bem animados e ansiosos com a data, mas não tínhamos nenhuma noção do planejamento necessário e todos os imprevistos que poderiam surgir durante uma apresentação. Até fomos avisados por nossos mentores durante o curso, mas é aquele papo: ‘só se sabe quando sente na pele’ [risos].

Chegado o grande dia e não havíamos perguntado sobre setup e, sinceramente, nem sabíamos da infinidade de equipamentos que podíamos encontrar num dj booth. Lembramos que nosso mentor e brother Jazzy (NOISE) havia nos oferecido uma controladora para usar no dia e perguntamos se podíamos levar. Ele deixou e como já a gente já tinha um notebook, consideramos levar o nosso. O pior de tudo é que na hora não deu certo de ligar o equipamento que levamos e acabamos tocando com um par de CDJ 400 não muito conservadas e um mixer que nem lembro qual era [risos].

Não precisa nem dizer que a apresentação foi um fiasco, né? A soma de nervosismo e equipamento que não estávamos acostumados, mais a falta de experiência deu nisso. Mas serviu para corrigirmos os erros e conhecer como realmente as coisas funcionam. Voltamos a estudar bastante, passamos a conhecer mais equipamentos e a pensar em alternativas caso algo saísse errado. Dali em diante foi só alegria, imprevistos ainda rolam, mas sempre nos viramos muito bem.

Categorias
Descubra

Descubra: Cortez

Há um ano e meio vivendo no Japão, Adriano Cortez nos dá um panorama de como é a vida artística do outro lado do mundo. Descubra!

Cortez

Adriano Cortez é um artista realmente apaixonado pela arte da discotecagem. Como DJ há 15 anos, o paulista já assumiu diferentes tipos de pista e sabe os ingredientes necessários para movimentar cada uma delas. Em suas apresentações, guiadas principalmente pelo House/Tech house, Cortez traz referências que vão da MPB a Bossa Nova, do Rock nacional ao R&B, sempre buscando levar algo novo às pessoas.

Atualmente baseado no Japão, ele está consolidando sua identidade e aperfeiçoando suas técnicas de produção mostrando que, além da versatilidade, também tem habilidade para dar vida a novas ideias no estúdio. Recentemente ele foi um dos 20 artistas incluídos na compilação do Warung Recordings, label do renomado club catarinense que resolveu dar espaço a alguns novos artistas neste importante VA:

Cortez também tem acompanhado de perto a evolução da cena no Japão após a chegada do coronavírus, o país vem lentamente se recuperando das cicatrizes causadas pela pandemia e dando os primeiros sinais de vida após o congelamento total das atividades. Tudo isso e mais um pouco você lê abaixo em mais um Descubra:

Beat for Beat – Cortez! Já introduzimos um pouco do seu perfil acima, então vamos direto para a parte mais interessante: por que o Japão e não qualquer outro país? O que te levou até esse lado do mundo?

Cortez – Primeiramente é um prazer poder participar desse bate-papo e poder contar um pouco dessa nova fase da minha vida.

O Japão sempre foi um país que me fascinou com sua cultura, arte, história, e por ser um povo resiliente e dedicado mantendo sua humildade com respeito ao próximo. Eu sentia que precisava de um desafio, e a vida foi me trazendo até aqui, conheci minha esposa que é descendente e graças ao seu apoio e vontade de embarcar em uma nova aventura.

Aqui o consumo de música pelo nihonjin (japonês) é grande, um país com capitais que giram festas eletrônicas 24hs por dia. O entretenimento é gigantesco.

 

Para nos situarmos melhor, onde exatamente você está aí? Qual é a distância até Tokyo e outras cidades importantes do país? Na sua região também existe um mercado musical?

Cortez – Atualmente estou residindo na província “estado” de Aichi-ken próximo a capital Nagoya-shi, estou a 175km de Osaka ou 50 min de Shinkansen (trem bala); de Tokyo estou a 350 km ou 1h30min de Shinkansen.

Nagoya é a terceira cidade com mais clubs de música eletrônica do país, com grandes casas e festivais open air! Diferente de Osaka e Tokyo, Nagoya está sendo uma ótima porta de entrada, antes da pandemia estava com datas marcadas para algumas festas, mas foram canceladas… Na torcida para que as coisas normalizem com força total!

Antes da chegada do coronavírus você conseguiu se estabelecer como DJ, mesmo que de forma íntima? Como tem sido esse período de introdução na cena eletrônica japonesa?

Cortez – Sim, no primeiro ano e em um país onde não conheço ninguém foi um ótimo começo. Toquei em algumas festas e iniciei contatos importantes com organizadores japoneses. Estou “metendo as caras”, indo nas festas e construindo o networking que é a base de qualquer carreira em qualquer lugar do mundo.

Este ano tive minha primeira gig pós pandemia (no Japão) no Club Buddha, uma festa underground totalmente voltada ao House Music em Nagoya e gravar um set especial em Osaka em uma das maiores escolas de DJs do Japão a TryHard.

 

Para quem não conhece nada sobre a cena do país, quais seriam as suas principais indicações? Tanto para quem prefere o underground, como para a turma do mainstream?

Cortez – Aqui é surreal, tem festas para todos os estilos imagináveis! Em Nagoya indico o Club ID, é um edifício com 5 pistas dividida por andares e salas. Tem também o Sango e a Orca ambos com pistas mais voltadas para o mainstream. O detalhe que mais gosto no Orca é em uma das pistas e ter um vidro onde você pode ver um dos principais cruzamentos da cidade e uma enorme roda gigante que fica no edifício do outro lado da avenida.

Osaka indico o Club Piccadilly, um dos top 100 clubs do mundo, onde recebe nomes importantes do mainstream com Steve Aoki, Don Diablo e Cat Dealers. Outros dois Clubs que gostei muito é o Giraffe que também é um edifício balada, com 4 andares de pistas e o The Pink, casa toda rosa, com uma decoração extravagante e alegre!

Em Tokyo o número é absurdo, mas os que acho mais tops são Contact, En-Sof, Atom, Womb e Ageha aqui a meca do Techno, House, Drum and Bass e Tech House sempre tem datas nessas casas. Todas que citei tem dançarinas animando a pista e efeitos visuais incríveis, além de sound systems excelentes.

Cortez e a esposa Ligia em um parque japonês

A gente sabe que o Japão é um país muito rico culturalmente e muito evoluído se tratando de tecnologia. O que mais te inspira por aí? 

Cortez – A simplicidade e humildade das pessoas me agrada e me inspira muito! A grande maioria é solicita, batalham muito e se dedicam a fazer o que for necessário para alcançar seus objetivos. Eu achava que japoneses era um povo mais distante socialmente, mas vivendo aqui essa visão tem mudado drasticamente.

É comum em todas as baladas ver turmas se divertindo, cada um dançando ao seu modo, se abraçando e sempre brindando conosco! Eles se divertem sem ficar um medindo o outro e dificilmente viram as costas para o DJ. É um povo que respeita e valoriza a arte e com a mente aberta para as novidades!

Falando um pouco do seu trabalho de estúdio: fale sobre os detalhes por trás de ‘Everything In My Way’, que saiu pela label do Warung. Como foi produzi-la e qual a sensação de ter sua faixa assinada por essa marca tão representativa?

Cortez – Venho me preparando a alguns anos para produzir minhas músicas, fiz cursos importantes com grandes profissionais e tenho buscado uma evolução a cada música que faço. Tenho me empenhado muito e com a filosofia de iniciar um projeto e finalizar e focado na House Music.

Após ter feito músicas como ‘Ganbatte’ e a ‘Aida‘, inspiradas em experiências de vida, agora meu foco é totalmente para pista — ‘Everything In My Way’ foi o pé direito. Vi a oportunidade do VA Solitude do Warung e foquei 100% em criar uma música que fosse inspiradora e com uma pegada diferente, com um vocal envolvente somado a um instrumental fino, com uma linha de bass mais orgânica e com uma pegada para cima. Quando saiu o resultado nem acreditei, fiquei imensamente feliz e honrado pois é um marco importante para minha carreira.

A cena japonesa tem se recuperado lentamente, certo? Você até visitou algumas baladas recentemente… qual foi o clima percebido? 

Cortez – O clima estava bom porque o DJ estava mandando uma sonzeira, mas por mais que as pessoas estivessem dançando, a vibe não era a mesma de antes da pandemia… Agora os casos voltaram a subir depois da reabertura das baladas em Tokyo e o país voltou a entrar em alerta por conta do crescente número de infectados, alguns lugares já voltaram a decretar estado de emergência, infelizmente.

No futuro, você pretende voltar para o Brasil, mesmo que seja para uma visita?

Cortez – Sim, nossa família e amigos estão aí e sentimos muita saudades de todos! Pretendo unir o útil ao agradável, visitando as pessoas que amamos e poder apresentar meu som para o público brasileiro, essa é minha meta!

E sobre novidades pela frente, o que podemos esperar do seu trabalho nos próximos meses? Já tem novas faixas finalizadas? Valeu!

Cortez – Sim, grandes novidades a caminho! Estou com mais duas músicas exclusivas prontas e terminando mais uma que fará parte de um EP incrível para lançamento neste segundo semestre!  Quem gosta de House Music não vai se arrepender!

Siga Cortez no Instagram

Sair da versão mobile