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Editorial

Qual a principal vantagem de ser um duo?

Falamos com alguns projetos brasileiros que compartilham o palco e os estúdios lado a lado, que revelem a magia por trás do duo. Confira!

Flow & Zeo

Se você ama música, mas ama de verdade, muito provavelmente já pensou em ter uma banda — ou até já teve? — ou formar um projeto musical, seja de forma solo ou mesmo em parceria com outra pessoa. Mas e aí, será que é melhor apostar numa carreira de forma individual, tendo mais liberdade criativa e fazendo acontecer sem depender do outro, ou o ideal seria ter alguém ao seu lado para compartilhar ideias e um empurrar o outro em momentos difíceis?

Nós fomos até alguns artistas como Flow & Zeo, Doctor Jack, Innure, DEC90 e The Primitive Soul, todos projetos no formato duo, para saber qual é a melhor coisa de ter um parceiro ao seu lado, seja em cima dos palcos, dividindo espaço no estúdio ou mesmo ajudando a lidar com tudo o que envolve ter uma carreira artística.

Para o Flow & Zeo, “A soma de duas mentes criativas dá mais energia para execução nos sets e no estúdio. A sintonia entre as partes é fundamental. Sonho que se sonha junto vira realidade”.

Os outros depoimentos você confere abaixo, conteúdo especial para você que tá em cima do muro se deve ou não chamar aquele parça ou aquela amiga para montar um duo:

Doctor Jack

Doctor Jack
“A distribuição de funções é uma vantagem incontestável do duo, pois acaba desafogando muitas tarefas que sozinho seria trabalho dobrado. Outra vantagem é criatividade, duas cabeças pensam melhor que uma. E também, não menos importante, o “gás” para não desanimar, sempre tendo um que puxa a frente das situações quando o outro está mais para ‘baixo’.”

Innure

Innure

“A criatividade é um dos principais fatores pra gente. Ter duas cabeças pensando nos faz chegar em caminhos que não seguiríamos individualmente. Além disso, por maior que seja a conexão, sempre terá algo que difere as duas partes, tais como a personalidade de cada um, gostos peculiares, entre outras variantes, e juntar os ‘dois lados da moeda’ é o que forma uma identidade totalmente nova e mais forte, consistente. Por fim, acreditamos que é sempre bom ter mais de uma opinião de referência para saber se o que está sendo feito soa bem para mais de uma pessoa.”

DEC90

DEC90

“São quatro ouvidos, quatro olhos (no nosso caso 8, risos), quatro braços (que são muito importantes na hora do live act), duas bagagens de vivências e experiências que se somam. Temos percepções semelhantes, mas diferentes, e isso enriquece o processo criativo. Claro que, para que tudo flua, a conexão e sintonia deve estar tinindo! Como ambos tocam tipos diferentes de instrumentos, podemos revezar quem comanda a controladora enquanto o outro sola. E vale destacar: na hora H, quando damos o primeiro play e o friozinho na barriga surge, estar com um parceiro ao lado e ver aquele olhar familiar de positividade traz toda a segurança.”

The Primitive Soul

The Primitive Soul

“Acho que ter dois focos é um dos principais fatores, dividir trabalhos e resolver mais coisas simultaneamente. Na mixagem sempre é bom ter quatro mãos invés de duas! Tem duos que atuam de forma independente, mas nós trabalhamos para sempre estar em sintonia e complementar a mixagem do outro. Na produção e pesquisa musical, o gosto pessoal diferente, ajuda bastante em tornar mais dinâmica e profunda esses jobs.”

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Via UnderGROUND

Prototype Music: a excelente curadoria é o destaque da gravadora

O selo, Prototype Music, acaba de lançar seu primeiro VA apostando no talento nacional; são 10 faixas assinadas por brasileiros; Escute agora:

Innure, projeto dos headlabes Colussi e r4ne

A facilidade do acesso à música e o avanço da tecnologia facilitou e muito o processo de abertura de uma gravadora por artistas de música eletrônica, principalmente se compararmos com décadas passadas. Isso, porém, não significa que o sucesso da marca está garantido, já que o que define isso será o trabalho bem executado desde o início, envolvendo curadoria, relacionamento, distribuição e promoção.

Quem tem tirado de letra todos os desafios e mostrado que tem tudo para ser uma gravadora referência no Brasil é a Prototype Music, idealizada pelos DJs e produtores Colussi e r4ne, que formam o duo Innure, focada do Techno e suas linhas melódicas. Desde o primeiro lançamento em abril, a gravadora “mixou” muito bem seu casting de artistas com novas promessas e produtores consolidados do mercado, recebendo Binaryh, Renato Cohen e L_cio em três dos seus seis EPs até aqui.

Agora, mais uma vez provando que o radar está calibrado para lançar ótimas faixas, a  Prototype dá vida ao seu primeiro VA, intitulado de ‘Patterns I‘. São 10 faixas produzidas apenas por brasileiros, na lista estão ZAC, San Schwartz, BAKKA (BR), Colussi, r4ne, Bloemer, Cosmos Tendence, DEC90, Lucas Limas, Mateus Castro e Ortus (BR). Apoie a gravadora comprando através do Beatport e ouça o VA na íntegra no player abaixo:

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Via UnderGROUND

União e criatividade em foco: assista videotape de Cris d. ft. DEC90

A nova música, uma colaboração entre Cris d. e DEC90,  contou com a participação de outros dois projetos: Barbo e Digitus. Confira o resultado.

Antes mesmo da pandemia ser uma realidade no mundo, nós já havíamos falado aqui sobre o collab(oration), projeto do DJ e produtor gaúcho Cris d. que tem como palavra-chave a coletividade. Hoje, mais do que nunca, essa característica é essencial para que os artistas possam continuar em movimento mostrando seu trabalho principalmente pelos meios digitais.

O collab(oration) então, com o isolamento social, ganhou ainda mais força e ideias mais criativas foram surgindo naturalmente, como é o caso deste novo material idealizado por Cris. “Sou amigo do pessoal do DEC90 e assim que falei da ideia eles compraram na hora, tanto que a parte de edição do vídeo ficou toda com eles dessa vez”, explicou.

Mas ainda teve mais gente envolvida no projeto: Barbo e Digitus. “Barbo também topou no mesmo momento. O Lelê (do DEC90) sugeriu de incluirmos o Digitus nessa, eu não conhecia o projeto, então foi ainda mais legal e desafiador produzir esse material. Nem ensaiamos antes, tudo foi surgindo no flow, cada um recebeu sua parte e a gravação deu certo de primeira”, contou Cris.

No vídeo que você vê abaixo, a bateria da música fica por conta de Cris d., enquanto o DEC90 comanda os teclados, synths e ainda inclui os vocais de Ana Ballardin. Barbo cuidou de outros synths e das modulações da faixa, e Digitus fez a linha de baixo no teclado. Confira o resultado:

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Descubra

Descubra: DEC90

Unidos pela música e juntos além dela, Ana Ballardin e Leonardo Griebler formam o DEC90, primeiro casal personagem do Descubra!

DEC90

De um lado, Ana Ballardin, natural de Caxias do Sul/RS. Participou de coral na infância, aprendeu diversos instrumentos, cantou em projetos musicais, realizou shows acústicos pela região e, no meio do caminho, encontrou o Techno. Do outro está Leonardo Griebler, formou-se em música, natural de São Sebastião do Caí/RS. Tocou em bandas dos mais diversos estilos (principalmente Rock), trabalha há mais de 10 anos com produção musical, criou o festival Green Sessions e, no meio do caminho, encontrou Ana. Juntos, eles formam o DEC90.

A história dos dois se cruza em março de 2019, quando Ana participou da segunda edição do Green Sessions Cahy. Após trocarem ideias, se conheceram melhor, começaram a namorar e o DEC90 surgia. Hoje eles são um casal de músicos e produtores que compartilha o amor pela música e transfere esse sentimento para seu projeto de live act. “Nosso objetivo é fazer a pista flutuar com um set recheado de sensações”.

Quer saber mais? Então segue com a gente nesse bate-papo. Descubra: DEC90.

Beat for Beat – Olá, pessoal! Obrigado por toparem essa entrevista! Ambos absorveram um background musical bem rico antes do surgimento do DEC90… quão importante é essa experiência individual de anos no projeto atual?

DEC90 – (Lele) Fala galera! Grande satisfação trocar essa ideia. Acreditamos que graças a esse know-how já começamos o projeto sabendo o que queríamos e como poderíamos fazer. Quando nos juntamos, uniram-se também nossos projetos: o acústico, a nossa banda (que passou a ser o Sagitados) um live act que vai do Disco a EDM dos anos 90 e então unimos a meta de um autoral no DEC90.

(Ana) Além de sermos músicos e estarmos habituados com os palcos, o Lele já utilizava o Ableton Live nas gravações dos clientes do estúdio há anos. Ele também utilizava pedaleira de loop session nos shows acústicos, então a experiência individual nos deu uma base bem sólida para a construção do live act do DEC90.

B4B – Claramente a música foi a grande responsável pela união de vocês. Esse encontro aconteceu durante a 2ª edição da Green Sessions, em São Sebastião do Caí, evento que Lelê organizava. Foi a partir deste momento que o DEC90 surgia, certo? Quais foram os motivos, influências e afins responsáveis por ajudar a formar o projeto?

DEC90 – (Lele) Mais do que a música, foi inicialmente o Michel da Herzpille, (risos), bar de Bom Princípio (cidade vizinha do caí), onde eu e a Ana fazíamos shows, mas sem um saber do outro. A meta da Green Sessions é gravar artistas com qualidade de áudio e vídeo no evento ao vivo. A Ana foi participar por essa indicação em busca de produzir um material de qualidade pra carreira dela, enquanto eu como produtor, buscava artistas de qualidade pra assim chegar nos melhores resultados. Então o que nos aproximou inicialmente foi a busca por qualidade, ideal que estaria sempre presente nos nossos projetos. Gostei de cara da Ana pelo profissionalismo e talento, mas no fim do evento quando fomos confraternizar, fizemos um som juntos pela primeira vez, e aí me apaixonei. Não só nós como todos ao redor perceberam a conexão que rolou, desde então não desgrudamos.

Do nosso contato, apresentei pra ela toda a vida que rola dentro de um estúdio e ela me contou do mundo eletrônico, que eu até então nunca tive interesse, por sentir falta da parte orgânica e do ao vivo, aí que ela me apresentou vários artistas realizando Live Act em canais como Cercle e vi que ali estava o meio perfeito para expressar arte, explorar o lado mult-instrumentista e fazer a galera dançar.

(Ana) Eu sempre fui atraída pelo eletrônico. Tanto que os meus primeiros covers com o violão eram versões das comerciais que eu ouvia nas rádios e nas festas que frequentava lá em 2012. Com o passar do tempo e por morar em Caxias do Sul – terra da Colours, conheci o techno e suas vertentes. E depois de algum tempo sendo apreciadora da cena, surgiu a vontade de fazer parte. Mas meu objetivo sempre foi fazer live, ir além da mixagem. Foi aí que começaram as pesquisas, as viagens para assistir aos meus DJs favoritos, clubs e labels.

Foi numa dessas viagens que vi ao vivo a Giorgia Angiuli, uma forte referência que temos de live act. Vi artistas excepcionais conduzindo a pista como maestros e achei incrível. Poder guiar as pessoas a uma experiência linda que acontece quando fechamos os olhos e nos conectamos com a música. Fiz o curso de Mixagem Básica com o Mau Maioli e Cris D no Muinho Farroupilha, logo antes de conhecer o Lele. Assim que nos conhecemos já apresentei minha paixão pelo techno e os planos de seguir carreira, tanto que nem um mês depois, o Lele esteve em um workshop com o Laércio (L_Cio) também no Muinho. Foi ali que ele se apaixonou de vez pelo mundo eletrônico e o ‘meu’ sonho se tornou ‘nosso’.

DEC90 produzindo durante a quarentena

B4B – O DEC90 é formado por referências musicais distintas, já que vocês trouxeram e somam visões diferentes da música. Sabemos que a identidade ainda está em construção, mas em síntese, qual seria a essência ou a base musical que sustenta o projeto?

DEC90 – (Lele) Música boa! Música clássica traz sensações como a eletrônica em questão de tensão/repouso. Boas músicas são construídas de forma que envolvem o ouvinte deixando-o totalmente presente e sentindo.

(Ana) Feeling. Somos músicos, habituados a tocar com banda onde podemos mudar a dinâmica da música a qualquer momento. O live act nos traz a mesma liberdade. Nossos sets nunca são iguais. mesmo que tenham as mesmas músicas, pois temos tudo aberto e podemos levar a galera de acordo com o momento. O feeling impera, o improviso acontece e a alma se expressa sempre com liberdade. Podemos dizer que vamos do progressivo à la Pink Floyd à pressão sonora do ACDC, o que nos faz viajar do melodic ao techno, sempre mesclando elementos orgânicos e acima de tudo musicalidade.

B4B – Apesar do pouco tempo de vida (1 ano), quais os frutos que o DEC90 já gerou? Vocês possuem músicas finalizadas? Pretendem compartilhar algo em breve?

DEC90 – Temos 1 ano e 2 meses juntos. Podemos considerar que o DEC90 começou a engatinhar quando o Lele fez o workshop com o L_cio e compramos a APC40, em maio de 2019. Imediatamente começamos a fazer as primeiras tracks. O Lele já trabalhava com o Ableton Live há mais de dez anos (super por acaso), o que facilitou-nos sair produzindo, mas o nome e conceito surgiram em setembro, quando mergulhamos de cabeça no projeto. DEC90 vem de december 90, ambos nascemos em dezembro de 1990. Atualmente o Lele faz parte da Comunidade do André Salata, e, graças ao tempo que a quarentena nos trouxe, estamos estudando, criando, produzindo e encontramos nossa identidade sonora. Estamos com várias tracks novas no forno e preparando os lançamentos.

B4B – Além da família de sangue, imaginamos que tenha uma segunda família dentro do estúdio… Quais são os equipamentos queridinhos de vocês do momento?

DEC90 – ‘Do momento’ é bem colocado, pois estamos sempre pesquisando e testando coisas novas! Atualmente a APC40 é o nosso coração, os pedais de guitarra do Lele que nos trazem timbres bem únicos, a VE20 da Boss – onde aplico todos os efeitos da voz e instrumentos de sopro, usamos 2 Mini controladores MIDI pensando em espaço. Também mesclamos flauta transversal e doce, escaleta, guitarra, baixo, bateria e percussões gerais que dão muita vida ao som. Na wishlist pra logo temos a TR-8 e o TB-303.

B4B – O cenário de entretenimento infelizmente foi muito atingido com o isolamento social e o futuro ainda é bastante incerto. Apesar disso, sei que vocês são determinados e desejam fazer barulho na cena. Quais os planos para os próximos meses do DEC90 e onde vocês se imaginam daqui 5 ou 10 anos? Obrigado!

DEC90 – Como músicos que viviam exclusivamente de música, fomos extremamente impactados, mas aproveitamos esse ‘tempo livre’ para mergulhar ainda mais no projeto. Com certeza queremos fazer muito barulho! E para isso estamos com um cronograma de conteúdos que estão sendo postados nas nossas redes sociais, preparando Lives e alguns projetos com parcerias.

Além de conectar com o nosso público, trabalhamos pela cena como um todo e estamos sempre abertos para agregar e compartilhar ideias e recursos. Pretendemos incluir um palco live act na Green Sessions e sabemos que juntos somos mais fortes e vamos mais longe. Daqui a 5 ou 10 anos? Queremos estar tocando em  festivais pelo mundo, produzindo muito, compartilhando nossos conhecimentos através de workshops e permanecer ativos na cena brasileira.

Obrigado pelo espaço para falarmos um pouco mais sobre a gente! Nos vemos nas pistas, virtuais por enquanto, mas em breve estaremos juntos. Valeu! <3

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