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Desthen: buscando novos objetivos e sonhos; falamos com o duo

Formado por Antônio e Caique, amigos se conheceram no Tomorrowland e firmaram um projeto para a vida, o Desthen, que conversou com a gente.

Desthen | Foto: Fernando Sigma

Quase um ano atrás, o duo de Melodic Techno Desthen aparecia por aqui dando algumas dicas de criação de ambiências com pads em nossa coluna Tech. O tempo passou, novas conquistas foram alcançadas e novos objetivos também foram traçados. Hoje, Antônio e Caique — que se conheceram logo após uma edição do Tomorrowland — estão bem mais maduros do que quando iniciaram o projeto, por volta de 2016/17, então os convidamos para um bate-papo com o objetivo de inspirar tanto novos artistas, como também apresentá-los para os amantes do Techno Melódico e Progressivo.

Beat for Beat – Olá, dupla! Tudo bem? Vocês já estão com pouco mais de 5 anos de projeto, como tem sido essa trajetória até aqui? O que tem sido mais desafiador para vocês dois?

Desthen – Oi, pessoal! Tudo ótimo aqui. Então, tem sido uma trajetória muito desafiadora e cheia de surpresas. Alcançamos alguns objetivos além do que esperávamos desses 5 anos de carreira, e foi muito gratificante. Manter a perseverança nos momentos difíceis certamente é o mais desafiador. Lidar com a falta de gigs em certas fases e encontrar um bom posicionamento no mercado… Quando se encontra o caminho, é mais tranquilo passar por isso de forma resiliente.

B4B – Ambos ainda levam a música de forma paralela, certo? Quais as ocupações de cada um no dia a dia? Como buscam organizar a rotina para dividir o tempo com o projeto? 

Desthen – O Antônio trabalha no departamento pessoal de uma agência de empregos e eu, Caique, sou gerente de uma Funilaria e Pintura. É bem complicado conciliar ambos dentro do dia a dia, pois nos sobra pouco tempo durante o horário comercial. É pela noite em que colocamos praticamente tudo em prática, conseguimos focar na média de 5h por dia, nos dividindo entre os dias de produção, aprendizado, mercado e as gigs claro.

B4B – As referências de vocês sempre foram as mesmas desde o início? Considerando o Techno Melódico e o Progressive House como base da identidade sonora atual de vocês, quais nomes são as grandes inspirações de cada um? 

De início não era muito não (risos). Hoje está bem mais semelhante, apesar de termos nossos gostos particulares, é bem ajustado. Para sermos sinceros hoje o progressive não nos atrai muito como era no início do projeto, mas temos as seguintes referências:

Caique – Progressivo: Guy J e Melodic:  Argy

Antônio – Progressive: Hernan Cattaneo e Melodic: Dahu

B4B – Quais foram os objetivos que vocês traçaram e conquistaram até aqui? E aqueles que ainda estão no plano para serem alcançados, a médio e longo prazo?

Desthen – Já alcançamos alguns objetivos que foram bem significativos para nossa carreira como o Ame Laroc Festival estreando a ‘Bass Bike’, D.Edge e alguns lançamentos em gravadoras como Prototype e Deep Tales que teve uma grande relevância no exterior alcançando boas colocações no Beatport. Porém, é claro, ainda tem uma longa caminhada até outros clubes no Brasil e no exterior. Estamos trabalhando pra isso!

B4B – A gig no Ame Laroc Festival realmente deve ter sido especial… quais outros clubs e festivais vocês almejam tocar pela frente? 

Desthen – Foi extremamente especial e gratificante, sem palavras. Temos muitos, tanto no Brasil quanto no exterior hahaha, mas podemos citar o Próprio Ame Club, Caos, Green Valley, Warung, Ressonância. No exterior podemos citar Crobar, The Loft, Hi Ibiza, Ushuaia, Burning Man, Tomorrowland, Kappa, Afterlife, Time Warp, Awakinings, Untold e todos os outros que todo artista da vertente almeja hahahahaha.

B4B – E como vão os trabalhos de estúdio? Os últimos lançamentos já fazem alguns meses… o que está engatilhado para vir a seguir? 

Desthen – Estão indo bem, está dando para focar bem ultimamente. Temos algumas tracks prontas para serem lançadas logo mais em uma gravadora brasileira pela qual temos uma grande admiração e outras tracks prontas para serem enviadas, então nos próximos meses esperamos compartilhar com vocês essas novidades!

B4B – Inclusive, o Free Download do edit para ‘Empire Of The Sun’ bateu a marca de 5k plays no Soundcloud… vocês pensam em seguir promovendo música nesse formato? 

Desthen – Ficamos extremamente surpresos com esse Edit e a marca de plays que ele atingiu tivemos bons feedbacks nele, foi um lançamento de muita relevância e importância.

Pensamos sim, tendo em vista que a galera abraçou super bem, pretendemos esporadicamente lançar conteúdos como esse, inclusive estamos trabalhando em um!

B4B – Nas plataformas digitais, vocês também têm atraído alguns novos ouvintes e fãs com o trabalho de vocês. O que vocês acham que é necessário para se diferenciar de tantos outros projetos que surgem na cena? 

Desthen – Sim, aos poucos nossos ouvintes vem crescendo e estamos muito felizes com esses resultados. Estamos focando ao máximo em consolidar nossa sonoridade e cada vez mais fugir de produções óbvias e buscando passar ao máximo nosso propósito e verdade.

B4B – Para finalizar, um bate-bola rápido: b2b dos sonhos?

Desthen – Fideles

B4B – Uma track atemporal…

Desthen – Café Del Mar (Tale Of Us Remix)

B4B – O que nunca falta em um set do Desthen? Obrigado!

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Dicas de ambiências com pads pelo duo Desthen? Temos!

Vem entender mais sobre os pads e seu poder de construir e complementar uma produção

Apesar de toda vertente e movimento musicais serem espaços para criatividade, a força voraz com que o Melodic Techno e Melodic House dominaram o cenário certamente coloca, como é natural em qualquer trend, as sonoridades em platô. Significa que muitos artistas, e talvez por serem tantos, acabam caindo em um lugar comum e protocolar na hora de produzir. Se depender do duo brasileiro Desthen, isso não vai rolar e pode-se dizer que Antonio e Caique querem separar o joio do trigo. 

Como dá para perceber em seu novo lançamento, Odysee EP – já em pré-venda no Beatport pelo selo alemão Deep Tales – Desthen pode tanto explorar um groove mais ágil e fluido (“Odysee”) quanto um Techno melódico mais enigmático (“Maya”). Independente do rumo sonoro, o que mais vai chamar a atenção é o cuidado que o duo tem de incorporar camadas de pads que fazem toda a diferença no resultado final, pois cria uma aura etérea e astral, em detrimento da pura crueza de synths em reverb. 

Essa característica de qualidade na produção, é claro, tem sido essencial na ascensão da dupla. Hertz, Samauma Festival e D-Edge são cabines onde subiram, além de passagens por labels como SMTC Underground, Eye and EyE e Prototype. Pads, para quem não compreende ainda, são acordes ou notas progressivas e tonais que carregam em si o poder de “colar”, “preencher”, complementar uma construção musical ou até serem os elementos primários de uma track. 

Pensando neste tópico, e sabendo que alguns dos nossos leitores são aspirantes a produção de música eletrônica, nada mais justo do que aproveitar esta autoridade em produção do Desthen para dar uma mini-aula de como manipular os pads – sejam eles kicks, basslines, leady synths e afins – para criar uma faixa viva, profissional e imersiva. Vamos lá:

“Oi, pessoal! Resolvemos passar algumas dicas de como criamos ambiências com pads em algumas tracks, incluindo “Aureus”, lançada pela Eye and Eye Records, e “Maya”, que será lançada em breve pelo selo também alemão Deep Tales”

 

DICA 01: Procuramos sempre criar uma ambiência dentro dos plugins utilizamos muito (Diva, Anna 2, Capsule), geralmente tentamos criar os timbres do zero, nos inspirando em sons etéreos e profundos, e às vezes buscamos nas bibliotecas dos próprios plugins alguns timbres que se encaixam na track.

DICA 02: Quando pegamos um preset, costumamos explorar ao máximo os envelopes e modular até chegar em uma sonoridade próxima da nossa, isso ajuda a criar cada vez mais uma identidade, pois a chance de ter outro igual é rara mesmo sendo um preset já existente.

DICA 03: Ao chegar em uma sonoridade que nos agrade, costumamos trabalhar bem a harmonia, sempre buscando fundamentos de teoria musical e deixar ela bem trabalhada e com o tipo de progressão que gostamos.

DICA 04: Utilizamos bastante reverbs em nossas ambiências, utilizamos geralmente o reverb nativo do próprio ableton live, mas também gostamos de explorar outros plugins como Raum (da Native Instruments) e o VerbSuite (da Slate). O Reverb é bastante necessário em timbres de ambiência para nossas tracks para dar a profundidade que sempre está presente nas tracks do Desthen.

DICA 05: Cortamos frequências que podem embolar ou até mesmo atrapalhar o bass line, e também utilizamos bastante side chain nesses elementos, para que cada elemento de nossa ambiência e pad possam contar sua história dentro da música, sem que um elemento atrapalhe o outro.

Isso foi um pouco só de como criamos nossas ambiências e pads de nossas tracks! Esperamos que vocês curtam!

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