Ortus, DJ, produtor e head da Real Supernova, apresenta alguns selos de techno melódico que estão fazendo um bom trabalho nos primeiros anos.
Seguindo o crescimento exponencial do Techno nos últimos anos, a estética mais melódica da vertente vem ganhando cada vez mais espaço nos cases e nas bibliotecas digitais. Nomes como ARTBAT, Tale Of Us, Fideles, Yotto e Mind Against são alguns dos maiores representantes no atual momento do cenário, explorando muito bem as melodias nas tracks que produzem.
Mas além dos grandes produtores e labels super prestigiadas, gravadoras menores também tem realizado um excelente trabalho contribuindo para o crescimento do estilo. Ortus (BR) é um DJ e produtor de São Paulo que há alguns meses deu início a sua gravadora, Real Supernova, focada especialmente no Techno Melódico — ouça o último single lançado por lá, ‘Solis’, assinado pelo próprio:
Como headlabel, está sempre atendo às novidades e de olho em artistas e gravadoras que estão fazendo um trabalho diferenciado. O convidamos então para fazer uma seleção de 5 novas labels — há menos de dois anos na indústria — que estão mantendo a consistência de bons lançamentos para que você acompanhe e deixe no seu radar:
Blackrose Rec.
Gravadora do Erly Tepshi, com pouquíssimos lançamentos e muita qualidade em todos.
Transensations Records
Gravadora do meu amigo Pedrada, que vem se destacando muito ultimamente. Releases fortes que chegaram inclusive nas mãos do Tale Of Us.
Prototype
Gravadora dos amigos r4ne e Colussi, com uma identidade visual e musical excelente, desde o começo lançando grandes nomes do panorama nacional. Minha música “Synergy” foi lançada no VA que acabou de sair.
Radikon
Gravadora de Berlin idealizada por Jonas Saalbach e David Guzy. Com uma identidade muito própria, tem grandes nomes lançados e sempre sons diferentes, “fora da casinha”.
Infinite Depth
Gravadora da Holanda, fundada em 2018, chegando agora ao 20º release. Já conta com grandes nomes do Melodic Techno, como Jaden Raxel, Alberth, Esoteric Circle, Senses Of Mind e outros. Ultimamente vem conseguindo suportes gigantes da galera da Afterlife.
Pra fechar essa incrível seleção, nada melhor do que o próprio Ortus num set especial, gravado recentemente para a Prisma Techno, com produção impecável:
Com apenas 18 anos, o DJ e Produtor Vicius já acumula grandes feitos e hoje, ele é o convidado especial da nossa coluna Descubra.
O talento não tem idade e o DJ e Produtor de Campinas, Vicius, é prova disso. Mesmo com pouco tempo de carreira, o artista carrega a música em suas veias desde muito cedo, o que o levou a conseguir feitos incríveis para um produtor de 18 anos. Com track lançada por uma importante label, passagem por importantes clubs e até mesmo um evento próprio, ele é o novo personagem da nosso coluna. Descubra: Vicius.
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Beat for Beat – Oi Vicius, tudo bem? Muito obrigado por topar conversar com a gente. Você é um artista bem jovem, mas que já tem muita história pra contar. Como foi que você começou seu caminho na música eletrônica? O que ou quem te inspirou a tentar o tão desejado lugar na cena?
Vicius – A minha história com a própria música começou muito cedo. Eu toco piano desde os 4 anos, mas há uns 3 anos atrás eu decidi que queria ser DJ como um hobby, mas terminei me apaixonando pela música eletrônica, e decidi que queria ser produtor musical também. Eu demorei um tempo pra me identificar com algum gênero. mas no começo do ano passado eu fui em um masterclass do Renê Castanho, do Binaryh e terminei me identificando muito com o som deles. Hoje além deles, tenho referências como Øostil, Mind Against, entre outros.
Você lembra da sua primeira gig? Qual foi a sensação de subir ao palco pela primeira vez e encarar uma pista te esperando?
Vicius – Lembro sim. A minha primeira gig foi uma experiência que nenhum dj gosta de passar, mas precisa… que é tocar pra uma pista praticamente vazia. É uma lição de humildade. Mas mesmo assim, eu me diverti muito, e independente de ser uma pista vazia ou cheia, uma boa pista é uma boa pista.
E o E-EDGE? Conte pra gente a experiência de estrear num clubs mais respeitados do Brasil e do mundo…
Vicius – Eu não tenho nem palavras pra descrever a minha estreia na D-EDGE e para agradecer pela oportunidade. Foi uma experiência incrível tocar para aquela pista cheia, e principalmente, para um público incrível daqueles. Ouvir os gritos ao tocar uma música autoral é indescritível.
Você é um artista que explora diversas sonoridades, buscando romper barreiras na hora de criar música. Como é o processo criativo de uma track sua? Onde você começa a pesquisa e como vai desenhando todos os aspectos da track, até seu resultado final?
Vicius – O meu processo depende muito do dia. Tem dias que eu estou muito inspirado e basta sentar na frente do computador que a coisa simplesmente flui. Mas muitas vez eu procuro me inspirar através de sets dos artistas que eu citei acima. Eu acho que o mais marcante em todas as minhas tracks são os breaks, então eu me debruço sobre este break e não paro de mexer até que ele fique perfeito e que eu tenha certeza de que vou receber uma resposta ótima da pista.
Emoção e poesia são adjetivos que podem ser usados para descrever sua música. Você encontra na música, uma grande forma de se auto expressar. Existem momentos marcantes em sua vida pessoal que você já traduziu ou pretende transformar em uma canção?
Vicius – Eu comecei a produzir em um momento muito obscuro da minha vida e a música me ajudou a expressar o que eu sentia. Então, eu acredito sim que tenha muito da minha personalidade e da minha história nas minhas tracks.
Sua carreira como produtor musical é recente e logo de início, você começou numa grande label brasileira, a Prisma Techno. Como surgiu o convite para lançar por eles e qual a história por trás de ‘IO’?
Vicius – A IO surgiu em um daqueles dias de muita inspiração. Eu comecei pelo kick e o bassline que tem bastante groove, a partir daí, a música fluiu, e eu comecei a elaborar as melodias. Os pads são bem espaçados e te levam por uma viagem, e quando o kick e baixo entram, eles te puxam de volta. Assim que terminei ela, enviei ao Thito, torcendo pelo melhor e pouco menos de 1 mês depois ele me chamou pra lança-lá no VA de começo de ano da Prisma.
Falando um pouco sobre responsabilidade social, você é idealizador do Changing Melodies. O que te motivou a criar um evento solidário e sustentável?
Vicius – Eu acredito que essa responsabilidade social é algo que todos deveriam ter e que é o dever de todos que tem condições, ajudar quem não tem. Por isso, a cada edição do festival eu escolho uma ou duas ONGs, a partir do contexto vigente, para as quais todos fundos serão revertidos, além é claro de produzir o mínimo possível de lixo a cada edição o que também é um grande problema dos festivais de música.
Você acha que a juventude de hoje, será a grande responsável por mudanças significativas no mundo, como o seu festival? Como é fazer parte de uma geração mais politizada?
Vicius – Eu tenho uma visão otimista para essa geração e quero contribuir para isso através da música. E eu acho ótimo fazer parte de uma geração que busca mudança, pois seria muito mais difícil estar inserido em um contexto no qual eu não me identifico com os ideais.
Pra finalizar, o que o 2º semestre reserva na carreira do Vicius? Obrigado!
Vicius – Para o 2º semestre, eu já tenho um EP agendado com a Prototype e um remix do L_cio, além de muitas músicas no forno, e possivelmente futuros releases. Quanto a gigs, ainda é muito incerto devido a nossa situação atual.
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