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New Dance Order, o paraíso particular dentro do The Town

Com sons para todos os tipos de gostos, o New Dance Order desembarcou em São Paulo, para a estreia do The Town e nós estivemos lá.

Foto: RenanOlivetti

Pela primeira vez, o Autódromo de Interlagos ganhou novas cores e sons. Pela primeira vez, o palco Skyline erguia suas estruturas diante de nós. Pela primeira vez, o New Dance Order aterrissou em São Paulo. O The Town, finalmente, fez a sua edição inaugural na capital paulistana.

Falar de um festival tão diverso e com várias atrações, algumas até simultâneas, é uma tarefa difícil, mas quando voltamos nossas atenções para um dos palcos em especial, conseguimos dissertar com mais detalhes a experiência vívida, o que faremos nos próximos parágrafos.

Desde seu primeiro dia, o The Town apresentou uma curadoria impecável para o palco New Dance Order. Do funk ao techno, do experimental ao house, uma pluralidade de sons tomou conta de um dos cantos mais remotos do Autódromo. Foi ali, em nosso paraíso particular, que assistimos a shows inesquecíveis e muitas das vezes, com pouco público.

Kenya20hz | Foto: Paulo Oliveti

Logo no primeiro dia deixamos preconceitos de lado e abraçamos a música eletrônica popular brasileira, com um toque da Batekoo. Música preta e funk se entrelaçaram com trap, house e outros estilos, mostrando que a dance music vai além dos padrões. Reafirmando sua importância no cenário nacional, Tropkillaz apresentou um show digno de seus 10 anos, arrebatando nossos ouvidos e conquistando novos fãs.

Já o dia 2 de setembro, assinado pelo coletivo Carlos Capslock, trouxe a irreverência das noites undergrounds da cidade. Muita montação no palco e corpos dançantes na pista. Num dia em que sons mais clássicos tomaram conta do potente sistema de som, Paul Kalkbrenner fez um verdadeiro espetáculo, brindando um público seleto com um showcase quase particular. A excelência em forma musical.

Paul Kalkbrenner | Foto: Oliveti

O feriado de 7 de setembro amanheceu com o sol brilhando, pedindo por mais música. No New Dance Order, soul, house, sonoridades brasileiras e músicas que aquecem a alma ditaram o ritmo do dia. Ver L_cio tocando ao lado de sua mãe, Laura Schwantes, enquanto performavam a música ‘Florescimento’, nos fez sentir a música de uma forma nunca antes sentida. Era amor, traduzido em ondas sonoras.

Enquanto o público se preparava para o Foo Fighters em um ponto do festival, no outro a história da música eletrônica era vivida. Inner City e Kevin Saunderson resgataram as raízes de tudo o que conhecemos e nos apresentaram uma verdadeira aula musical. Badsista fez história ao receber Marina Lima no palco, enquanto a Mamba Negra era bem representada por Paulete Lindacelva, Valentina Luz e Cashu. A diversidade musical, explícita e exposta diante dos nossos olhos.

Inner City | Foto: RenanOlivetti

O último dia de New Dance Order fez o Autódromo ferver. Desde contatos de outro mundo, feitos por Paradise Guerrila ao encontro entre Boratto e Emerson em formato live, pudemos sentir nossos corpos sendo aquecidos e as almas preenchidas com o melhor do que pode existir na música eletrônica. O coletivo ODD, com Davis, Vermelho e Zopelar, encerrou de forma apoteótica uma maratona da mais altíssima qualidade.

Só é triste ver que um palco tão grande, em muitos momentos contou com um público bem pequeno. Ter um line-up divulgado após ingressos serem esgotados pode ter prejudicado fãs que adorariam estar ali ou quem sabe, uma logística que aproxime melhor o público geral da nossa pistinha tão amada.

De uma coisa temos certeza: cheio ou não, o New Dance Order fez da sua estreia em São Paulo, algo a ser lembrado para sempre. Te esperamos em 2025.

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Editorial

ODD, Boratto & Emerson, o encerramento perfeito do NDO

Fechando a maratona do New Dance Order no The Town, o coletivo ODD e seus ODDJs assinam a curadoria do dia 10 de setembro. Saiba mais.

ODD

Tudo que é bom precisa chegar ao fim, mas já querendo mais, muito mais, que o New Dance Order receberá os artistas que abrilhantarão o palco no seu último dia, 10 de setembro. No segundo e derradeiro domingo do The Town, o NDO abre suas portas mais uma vez para sonoridades eletrônicas, mas que possuem um toque de personalidade, absorvendo influências do pop, soul, funk e claro, muita house music e techno.

10 de setembro, encerramento com chave de ouro

No dia final de The Town, seremos agraciados com um encontro de gerações. Etcetera, uma nova sensação da house e disco, num B2B com o lendário DJ Mau Mau; Paradise Guerrila, Lion Babe, Crazy P e Darren Emerson, serão os convidados da noite, sendo que Emerson dividirá os palcos com outro gigantes da cena brasileira, Gui Boratto, com o projeto Boratto. Os trabalhos serão encerrados com maestria pelo coletivo ODD, representado pelos ODDJs Davis, Vermelho e Zopelar.

DJ Mau Mau é um dos maiores artistas do cenário house/techno brasileiro, sendo residente em clubs históricos como Sra. Krawitz, Hell’s Club e Lov.e Club, locais responsáveis por uma revolução no contexto cultural da música eletrônica. Etcetera é o alter-ego clubber de Felps Antunes, que despontou no underground brasileiro com uma pesquisa de House e Disco e looks fabulosos da sua arte drag.

Paradise Guerrilla é um projeto de música pop resultante do encontro de dois seres interdimensionais (Frankstation e U.F.O.) e um terráqueo (Starlight).  Juntos, por meio da música, do metaverso e de sua própria história em quadrinhos, eles iniciam uma jornada pelos mistérios da humanidade.

A House of LION BABE

Lion Babe

LION BABE é uma dupla de funk e soul formada em Nova York por Jillian Hervey e Lucas Goodman, também conhecido como Astro Raw. O som único e visual da dupla mistura cores vintage com sonoridades modernas e é reconhecido mundialmente.  A House of LION BABE é o ponto de partida para expandir sua música e criar comunidade, conectando pessoas através da dança e da energia positiva da house music.

Crazy P é um dos produtores, artistas e compositores mais respeitados da dance music do Reino Unido, fundado em Nottingham há mais de 20 anos por Jim Baron, Chris Todd e Danielle Moore. Com nove álbuns e uma agenda de turnês consistente que os leva por todo o mundo, a banda equilibra habilmente o antigo e o novo, mantendo seu público jovem e em crescimento.

BORATTO & EMERSON, o encontro de lendas

BORATTO & EMERSON é um duo de música eletrônica formado por dois artistas altamente influentes e respeitados na indústria, que vão trazer uma formação inédita e exclusiva para o festival. Darren Emerson é um DJ e produtor britânico pioneiro que começou sua carreira no final dos anos 1980, como parte do “UK Acid House Revolution”. Gui Boratto é um produtor musical conhecido por sua capacidade de experimentar estilos diferentes, e desenvolver um som único que mistura influências techno, house e pop.

ODD e a força do underground nacional

Se hoje a festa paulistana ODD é reconhecida como uma das grandes forças propulsoras e criativas do underground nacional, muito se deve aos talentos visionários de Davis, Vermelho e Zopelar. Davis possui o dom de restaurar a vanguarda com um olhar à frente de seu tempo. Vermelho é um artista que captura o hedonismo das pistas através de um acervo abrangente de referências. Zopelar domina a arte da experimentação sui-generis ao transitar entre texturas e paletas musicais.

Os ingressos para o dia 09 estão esgotados, mas ainda existem alguns disponíveis para os dias 02 e 07, que você pode comprar o seu clicando aqui.

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Via UnderGROUND

DANCEMANIA: ODD aposta em novo formato de festa em SP

Área lounge, alimentação e horário alternativo são alguns dos diferenciais da DANCEMANIA, que trará ícones da house e da disco.

Fabrizio Mammarella

Incansavelmente inovadora, a ODD está trazendo mais um novo formato de eventos a São Paulo. No dia 03 de junho, um sábado, a label irá apresentar a DANCEMANIA — festa que começa mais cedo, durante o dia, e promete invadir a madrugada.

Desta vez, a house e a disco music serão os sons predominantes, e para isso, a produção convocou um time de peso. O lineup conta com discotecagem do seletor e produtor italiano Fabrizio Mammarella, do ícone americano Eric Duncan, de um B2B entre os craques Davis e Zopelar e dos DJs do núcleo paulistano Bute — além de uma performance live do irreverente Vermelho Wonder, duo formado pelo DJ Vermelho com a drag Ivana Wonder.

O rolê acontece na recém-inaugurada Fábrica de Impressões — mesmo espaço no centro de SP onde foi celebrada a edição de oito anos da ODD —, com direito a área externa para lounge, comes e bebes, além, é claro, da pista de dança, que fica dentro de um galpão.

A festa vem para celebrar o Mês do Orgulho LGBTQIA+, grupo ao qual boa parte do público da ODD pertence — afinal, os seus eventos sempre proporcionaram espaços seguros, livres de qualquer tipo de discriminação e preconceito.

Serviço

ODD 8 [SP]
Local: Fábrica de Impressões – Rua Achilles Orlando Curtolo, 617, Barra Funda, São Paulo
Atrações: Fabrizio Mammarella, Eric Duncan, Davis B2B Zopelar, Ivana Wonder e Bute DJs
Data: 03 de junho (sábado)
Horário: Das 17h às 05h
Ingressos: A partir de R$ 45,00 via Ingresse

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Agenda

ODD celebra 8 anos com edições no Rio de Janeiro e São Paulo

Ambos eventos da ODD rolam no dia 06 de maio, um sábado, com o DJ e produtor britânico Luca Lozano. Saiba os detalhes.

Depois de viver um dos maiores anos da sua história, a ODD está prestes a comemorar o seu oitavo aniversário, com direito a dois eventos no mesmo dia: um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo. Ambos estrelam o DJ e produtor britânico Luca Lozano, residente da conceituada rádio Rinse FM, A&R da Klasse Wrecks e “rave revivalist”, como ele mesmo se define.

Tudo vai rolar no dia 06 de maio, um sábado. No Rio, a programação é diurna e em um barco, repetindo o sucesso da ODD /float/, realizada em março. O embarque começa às 13h30, com acesso pelo píer principal da Marina da Glória, e o veículo parte às 14h. Durante a viagem, serão seis horas de bons drinks, classe, diversão e parada para mergulho, ao som de Lozano, Érica e do sócio-fundador e residente Vermelho.

À noite, a partir das 22h, será a vez da capital paulista, com o tradicional formato “warehouse party” que os clubbers estão mais do que acostumados. Haverá, porém, uma grande surpresa: um local inédito a ser desbravado na cidade,

Além de Luca Lozano, o lineup traz os residentes Davis, Frontinn (em B2B com Otimokarater), Martinelli (em performance live) e Zopelar; bem como Kessy, Pianki e Xoxottini. As performances ficam por conta de Aun Helden, Julha Franz, Katrevosa e Ludovyko.

Com o compromisso de seguir fazendo história, não apenas como uma opção de entretenimento e escapismo, mas também como agente de transformação da sociedade, a ODD assopra oito velinhas em um momento especial.

No último ano, a label viveu episódios antológicos ao lado de seu público, como as aberturas com Âme II Dixon (pela primeira vez de forma oficial no Brasil), Roman Flügel, Anastasia Kristensen (no sétimo aniversário), a parceria com o lendário clube Bassiani, da Geórgia e a estreia da holandesa Carista (na edição /dancemania/).

Eventos como esses reafirmam a qualidade de experiência e o papel social de um núcleo que chacoalhou e continuará chacoalhando a cena por muito tempo.

Serviço

ODD 8 [RJ]
Local: BR Marinas – Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique, S/N – Glória, Rio de Janeiro – RJ
Atrações: Luca Lozano, Érica e Vermelho
Data: 06 de maio (sábado)
Horário: Das 14h às 20h (embarque a partir das 13h30 pelo píer principal)
Ingressos: via Sympla

Serviço

ODD 8 [SP]
Local: Fábrica de Impressões – Rua Achilles Orlando Curtolo, 617, Barra Funda, São Paulo
Atrações: Luca Lozano, Davis, Frontinn B2B Otimokarater, Kessy, Martinelli (live), Pianki, Xoxottini e Zopelar (som); Aun Helden, Julha Franz, Katrevosa e Ludovyko
Data: 06 de maio (sábado)
Horário: Das 22h às 08h
Ingressos: via Sympla

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Agenda

Gate 22 recebe Dixon em Campinas em parceria com a ODD

Gate 22, em Campinas, promete noite épica com um dos maiores DJs alemães, Dixon e craques brasileiros. Saiba mais sobre a noite!

Dixon no CAOS. Foto: Image Dealers/Divulgação

Depois de uma inauguração inesquecível, o Gate 22 se prepara para uma segunda abertura da música eletrônica, que promete elevar ainda mais o game. No próximo dia 22, um sábado, o mais novo empreendimento do Grupo CAOS receberá Dixon, em parceria com o conceituado núcleo paulistano ODD. Além do astro alemão, o lineup terá seis craques brasileiros: Davis, Eli Iwasa, Keith Holland, Salin, Terr e Zopelar.

Nascido na pequena cidade de Anklam, Steffen Berkhahn, nome de batismo de Dixon, teve uma infância pobre vivendo na Alemanha soviética, e só pensava em se consagrar como jogador de futebol. Aos 14 anos, no entanto, sofreu uma grave lesão que interrompeu o seu sonho. Ao mesmo tempo, caía o Muro de Berlim, e com isso, o jovem passou a descobrir um novo universo, repleto de possibilidades: o da cultura clubber berlinense.

Dixon na ODD em 2017. Foto: Divulgação

Aos 16, já começava uma carreira como DJ, e logo tornou-se referência naquela bolha underground. No entanto, foi a partir dos anos 2000, quando iniciou a parceria com o Âme (dupla formada por Kristian Beyer e Frank Wiedemann), que as coisas realmente mudaram.

Com uma visão artística e um gosto musical muito similares (na primeira, uma busca absoluta pelo mais alto padrão de qualidade e pela inovação; na segunda, melodias cinematográficas), os três constituíram uma espécie de “santíssima trindade” da house music alemã. Em 2005, fundaram a Innervisions, label multiplataforma que inclui gravadora, label party (Lost In A Moment) , agência de bookings, loja de discos e distribuidora, e que tornou-se uma das mais cultuadas do mundo.

Mas Dixon nunca deixou de brilhar de maneira solo. Apaixonado por uma intensa rotina de gigs, ele é um dos raros nomes da atualidade que se veem mais como DJs do que como produtores (embora faça ambos com maestria). Seus sets, sempre experimentais e ousados, o levaram a ser eleito o DJ número 1 do Top 100 do Resident Advisor por quatro anos seguidos (até o encerramento do ranking em 2017).

No Brasil, Dixon tem vínculos profundos com o CAOS (onde tocou em outubro de 2018) e com a ODD (pela qual já foi headliner em dezembro de 2017 e em novembro de 2022, em B2B com Âme). Também no ano passado, mas em fevereiro, foi o grande nome da ODD + CAOS, que rolou no centro de São Paulo.

Âme (Kristian Beyer), Dixon e Davis na ODD/atmos/. Foto: Rafael Morse/Divulgação

Antes disso, já fazia história no país, principalmente em 2014, quando trouxe a Lost In A Moment para o Rio de Janeiro (primeira vez da festa fora da Europa), junto com Âme e Henrik Schwarz — os germânicos ainda aproveitaram para curtir os jogos do tetracampeonato da Alemanha na Copa do Mundo (inclusive aquele infame contra a Seleção Brasileira).

Com uma trajetória dessas, é praticamente impossível não suspeitar que a segunda abertura de música eletrônica do Gate 22 será épica.

Serviço

Gate 22 apresenta Dixon
Local: Gate 22 – R. Guido de Camargo Penteado Sobrinho, 3055 – Chácara de Recreio Barao, Campinas – SP
Atrações: Dixon, Davis, Eli Iwasa, Keith Holland, Salin, Terr e Zopelar
Data: 22 de abril (sábado)
Horário: A partir das 22h
Ingressos: A partir de R$ 80,00 via Sympla

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Com Âme e Dixon, ODD fechou ano no ápice da diversidade

Veja como foi a festa que encerrou lindamente o 2022 do núcleo paulistano ODD

Foto: Rafael Morse

No último dia 26, a ODD teve um fechamento muito especial para um dos anos mais singulares de sua existência. Foram momentos históricos ao longo da temporada que finalmente viu as pistas de dança reabrirem, e para além do back to back inédito no Brasil entre Âme e Dixon, a edição /atmos/ foi incrível por atingir algo que parece cada vez mais utópico no país: diversidade.

Foto: Rafael Morse

Não é segredo para ninguém que um dos objetivos do núcleo sempre foi o de reunir pessoas em espaços seguros e inclusivos, e nesta edição, esse ideal chegou ao seu ponto máximo. Raros eventos podem se orgulhar de, em pleno Brasil de 2022, conseguirem reunir gente de estilos, corpos, trajetórias, classes sociais, origens e até mesmo visões políticas tão diferentes — todos unidos pela música, convivendo respeitosa e harmonicamente. A cultura das pistas de dança sempre foi sobre isso, e a ODD honra perfeitamente esse legado.

A diversidade também se viu, é claro, na proposta sonora. Em espaço inédito da Fábrica de BrinqueDDOs — locação que a label ajudou a consolidar na cena paulistana —, as duas pistas mesclaram gêneros como house, techno, disco, jungle, electro e EBM. Aberta pela residente Frontinn, a primeira pista mostrou que menos é mais com o lineup mais enxuto do ano, complementada “apenas” por Davis B2B Vermelho — cuja sinergia, cada vez mais afinada, rendeu um dos sets mais elogiados da noite — e Âme B2B Dixon.

Os alemães estavam totalmente à vontade, e durante quatro horas, mostraram por que são dois dos projetos mais conceituados e populares da house music mundial. O amor, a dedicação e a entrega que Dixon e Kristian Beyer (o DJ do Âme) têm pelo próprio trabalho são absolutamente contagiantes. Na finaleira, Davis ainda se juntou aos dois, acompanhado por uma Katrevosa que dançou e performou tanto que parecia ter se multiplicado. Já era o auge da manhã, e a impressão era de que aquela pista não esvaziaria mesmo que a festa durasse por mais 24 horas.

Foto: Rafael Morse

No outro ambiente, a diversidade era ainda mais palpável, e o seu maior símbolo foi a performance da Casa de Pimentas — coletivo da cena kiki de São Paulo, que foi um show à parte. Ocupando o palco após excelentes apresentações de Giu Nunes e do duo My Girlfriend, Félix Pimenta, que já havia performado solo na ODD anterior, trouxe o time completo, com a DJ Yúna Amayie, a chanter DG Pimenta e as performers Jô Pimenta, Lauryn Pimenta, Warlley Pimenta, Jordan Pimenta, Maria Pimenta, Vivi Pimenta e Jeff Pimenta.

Tão em casa a ponto de tocar descalço, o mineiro Omoloko executou a mescla de sonoridades com a qual virou figura chave da cena mineira, e Valentina Luz encerrou o rolê misturando discotecagem e performance. O clima de liberdade da ODD foi perfeitamente sintetizado em seu set, que foi aberto espontaneamente para a colaboração de outras DJs que estavam ali curtindo. O final de festa foi uma grande comunhão criativa, em que público e artistas se confundiam e ocupavam os mesmos espaços.

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B2B de Dixon e Âme, inédito no Brasil, será uma viagem atemporal

Artistas se apresentam na última edição da ODD, no dia 26 de novembro de 2022 na Fábrica de Brinquedos desativada em São Paulo

Steffen Berkhahn, o Dixon. Foto: Divulgação

Em sua última abertura do ano, a ODD recebe dois expoentes da house que já pintaram anteriormente na festa e não são figuras alienígenas aos grandes eventos da cena nacional, mas que estream um formato inédito — ao menos de forma oficial — em terras brasileiras. Estamos falando de Dixon e Âme, pela primeira vez tocando em back to back por aqui.

O ineditismo não deixa de ser peculiar, já que o vínculo entre eles é praticamente indissociável, e o B2B é aclamado há mais de dez anos. Ainda mais inusitada é a história do DJ nascido na pequena cidade de Anklam, que até então integrava a Alemanha oriental, e a forma com que cruzou o caminho de dois artistas oriundos de Karlsruhe (cidade do sul do país) no começo dos anos 2000. Steffen Berkhahn, nome de batismo de Dixon, teve uma infância pobre vivendo em uma realidade que para a maioria de nós, talvez, seja inimaginável: a da Alemanha soviética.

Até os 14 anos, seu foco era basicamente o futebol — e o futuro era promissor. Porém, uma lesão grave interrompeu o sonho de se consagrar como jogador profissional. O destino reservava uma surpresa: aquele moleque completamente desinteressado por música descobriria um novo universo, repleto de possibilidades, a partir da queda do muro de Berlim.

“Basicamente, quando a nova Alemanha começou, eu também tive um novo começo na minha vida, porque eu não podia mais praticar esportes. Aquilo foi triste, mas ao mesmo tempo uma oportunidade incrível, especialmente em Berlim, devido à vida noturna. Com a queda do muro, houve uma explosão de música underground e muitas oportunidades surgiram. Eu estava prestes a completar 15 anos, e mergulhei de cabeça na música”, contou à própria ODD em 2017.

Aos 16, já devidamente entrosado à efervescente cultura clubber berlinense, o garoto já começava a carreira como DJ, seguindo um caminho de fama e reconhecimento dentro daquela bolha underground — nos anos 1990, consolidou-se como o grande DJ de house do pedaço. Mas foi depois de uma década que as coisas começaram a escalonar para patamares que ele sequer imaginava.

Pegando carona ao aeroporto com um rapaz chamado Kristian Beyer — que conhecera anos antes nas pistas de dança, vendendo discos dos sucessos que cativavam o público de suas gigs —, ele se impressionou com uma música que tocava no carro. Era “Tonite”, uma das primeiras produções de Beyer com outro jovem, Frank Wiedemann. Steffen trabalhava como A&R para uma label chamada Sonar Kollektiv, e não pensou duas vezes: assinou o primeiro lançamento da dupla. Nascia, assim, o Âme.

Com tantas criações apaixonantes, o trio passou a constituir uma espécie de “santíssima trindade” da house music alemã. Berkhahn, Beyer e Wiedemann nutriam gostos e visões muito similares, que eram peculiares à época. Na música, não apenas funcionalidade, ritmo e hedonismo, mas também uma grandiosidade cinematográfica, através de melodias e harmonias mais coloridas. Na visão artística, uma busca incansável pelo mais alto padrão de qualidade, bem como pelo diferente, arriscado e inovador. Esses são os pilares que fizeram da Innervisions, a label multiplataforma que fundaram em 2005 (que inclui gravadora, label party, agência de bookings, loja de discos e distribuidora), tão cultuada no mundo todo.

Como selo, as diretrizes são claras: não mais do que meia dúzia de releases por ano, com sons que todos os três precisam amar. Foi a partir da Innervisions que nomes como Recondite, Henrik Schwarz, Culoe de Song, Marcus Worgull, Tokyo Black Star e Trikk ganharam notoriedade. Mas, claro, o núcleo não se resumiria a lançar músicas. Em 2012, surgia a Lost In A Moment, série de eventos que ajudaria a tornar Dixon e Âme ainda mais idolatrados.

A proposta sempre foi ousada. As locações precisavam ser em lugares inusitados, como praias, ilhas, castelos e museus, fugindo do tradicional circuito de clubes — conceito que hoje está estabelecido, mas não era tão comum à época. Em 2014, inclusive, a primeira edição fora da Europa foi no Cais da Imperatriz, no Rio de Janeiro, onde os alemães estavam para curtir in loco sua seleção vencendo a Copa do Mundo.

O objetivo nunca foi o de trazer algo diferente simplesmente pelo hype, mas porque entendem que essa é a maneira de proporcionar os momentos mais especiais, épicos e memoráveis às pessoas — e também a eles próprios. Não à toa, a label party literalmente chama-se “perdido em um momento”, em tradução livre para o português. Nesse contexto, os DJs têm a oportunidade de se inspirar por paisagens diferentes e percorrer caminhos alternativos, às vezes até experimentais.

A experimentação, inclusive, é fundamental para os sets de Dixon, que procura surpreender o público com passagens “estranhas” em cada um deles, ao menos por alguns minutos. Trata-se de um artista raro em um cenário clubber de tanta ostentação como o que temos hoje. Apaixonado de forma quase obsessiva por uma rotina intensa de gigs, ele se vê muito mais como um DJ, de fato, do que como um produtor musical — ofício que é o que, basicamente, tem dado status e fama aos profissionais do ramo. E mesmo com poucas produções, ele conseguiu ser eleito o DJ número um do Top 100 do Resident Advisor por quatro anos seguidos, até o seu encerramento em 2017.

O Âme, por outro lado, é o casamento perfeito entre o gênio criativo e o realizador. Wiedemann é o coração das músicas do duo, enquanto Beyer dirige e canaliza toda a criatividade do parceiro ao seu resultado final. Nas pistas, assumem papéis separados: o primeiro toca as apresentações em formato live, mais raras, enquanto o segundo representa o projeto como DJ. Nos escritórios da Innervisions, Berkhahn junta-se a Beyer na gestão de projetos e tomada de decisões.

A partir dessa sincronia de equipe, com funções complementares e germanicamente delineadas, que o trio se consagrou com tantas criações apaixonantes nos últimos 15 anos. Músicas, sets, performances, eventos e experiências inigualáveis, que percorreram o planeta e serviram de referência para uma infinidade de artistas e profissionais do mercado.

É com essa bagagem que Dixon e Âme (representado por Beyer, como de praxe) vêm a São Paulo no próximo dia 26.

Serviço:

ODD /atmos/

Local: Rua Dr. Moisés Kahan, 140 – Parque Industrial Tomas Edson, São Paulo – SP

Atrações: Âme B2B Dixon, Davis B2B Vermelho, Frontinn, Giu Nunez, My Girlfriend, Omoloko e Valentina Luz (som); Aun Helden, Enco, Casa de Pimentas, Katrevosa, Julio Parente e L.Pitzs (visuais)

Data: 26/11 (sábado)

Horário: Das 21h às 09h

Ingressos: A partir de R$ 100,00 via Sympla

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B2B inédito entre Âme e Dixon fecha grande ano da ODD

Evento será mais uma vez na Fábrica de BrinqueDDOs, Zona Oeste de São Paulo

Para fechar com chave de ouro este 2022 histórico, a ODD revelou a data e o lineup de sua última edição do ano. Em 26 de novembro, um sábado, a poderosa festa paulistana trará para sua edição /atmos/ ninguém menos que Âme e Dixon, oficialmente pela primeira vez em back to back no Brasil. O evento será novamente Fábrica de BrinqueDDOs, na Zona Oeste da capital, mas desta vez em dois galpões diferentes da locação, usados de forma inédita.

Ícones da cena alemã e fundadores da mais do que conceituada gravadora Innervisions, os artistas têm trajetórias diferentes em relação a uma das maiores label parties do underground brasileiro. Steffen Berkhahn, o Dixon, já tocou duas vezes na ODD: em dezembro de 2017 e em fevereiro deste ano, em edição realizada em parceria com o clube campineiro CAOS. Por outro lado, a dupla formada por Kristian Beyer e Frank Wiedemann foi atração de uma festa realizada no Rio de Janeiro (coincidentemente, em outro 26/11, cinco anos atrás), e fará, portanto, sua estreia em uma edição principal do núcleo, em São Paulo. Como de praxe, o Âme será representado por Beyer.

O lineup ainda conta com outro B2B pesado — o dos cofundadores e residentes Davis e Vermelho —, o também residente Frontinn, o retorno de My Girlfriend (duo formado pelo outro cofundador do núcleo, Zopelar, com o jovem prodígio ​​Benjamin Sallum) e as estreias de Valentina Luz (que já performou na festa, mas agora vem no time musical), da DJ Giu Nunez (parte do coletivo carioca Domply) e de Omoloko, nome-chave da cena mineira, criador do núcleo 101Ø.

Nos visuais, as performers Aun Helden, Enco e Katrevosa recebem a Casa de Pimentas — casa da cena kiki de São Paulo —, enquanto, como de costume, Julio Parente comanda as luzes, e L.Pitzs, as projeções.

Sobre a ODD

O núcleo ODD imprime uma forte e única identidade cultural na música eletrônica brasileira. Desde 2015, a curadoria artística oferece excelência audiovisual e sempre prospera por uma forte experiência sinestésica, segura e inclusiva, em vez de apenas uma estrutura de eventos.

Em uma qualidade intrínseca de ampliar as experiências criativas e artísticas, a ODD contempla uma miríade de estilos de vida, perspectivas e preferências a cada edição. Em 2019, o lançamento do selo ODDiscos apareceu como um desafio a esta força inexorável, mesmo que singelo, ao materializar a energia criativa que propela o projeto numa forma musical e em vários formatos.

A festa, feita para agradar quem gosta de celebrar a noite, sem limites, sem estigmas e sem barreiras, já apresentou grandes nomes da música eletrônica nacional e internacional, como Linn da Quebrada, Davis, Vermelho, Lena Willikens, Honey Dijon, Octo Octa, Dixon, Âme, DVS1, Function, FJAAK, Job Jobse, Cormac e Elena Colombi.

Serviço:

ODD /atmos/

Local: Rua Dr. Moisés Kahan, 140 – Parque Industrial Tomas Edson, São Paulo – SP

Atrações: Âme B2B Dixon, Davis B2B Vermelho, Frontinn, Giu Nunez, My Girlfriend, Omoloko e Valentina Luz (som); Aun Helden, Enco, Casa de Pimentas, Katrevosa, Julio Parente e L.Pitzs (visuais)

Data: 26/11 (sábado)

Horário: Das 21h às 09h

Ingressos: A partir de R$ 100,00 via Sympla

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ODD escreve novo capítulo com edição ‘Dancemania’

Trazendo as estreias dos produtotes Carista e TERR, a nova edição da ODD vai rolar em 8 de outubro, na grandiosa Fábrica de BrinqueDDOs.

Depois de emendar uma sequência épica de festas — edição de sete anos, outra com Roman Flügel e a última em parceria com o lendário Bassiani —, a ODD se prepara para escrever um novo capítulo na história da cena eletrônica underground de São Paulo. A chamada “/dancemania/” está agendada para o dia 08 de outubro, sábado, mais uma vez na grandiosa Fábrica de BrinqueDDOs, que marcou a expansão do projeto em seu último aniversário.

No lineup, o grande destaque vai para as estreias de Carista e TERR. A primeira é uma DJ, apresentadora, curadora e fundadora do selo/radio show/label party United Identities. Natural de Utrecht, na Holanda, a artista de raízes surinamesas vem chamando atenção no cenário global desde seu set no Dekmantel, em 2018, que foi transmitido em parceria com o Boiler Room. Surpreendentemente eclética, é capaz de ir de house e garage a electronica e soul com muita facilidade. Neste ano, foi uma das atrações da festa de 10 anos da conceituada gravadora Life and Death, em Barcelona, e levará um showcase de sua label ao Amsterdam Dance Festival.

Já a outra estreante diz respeito a Daniela Caldellas, DJ, produtora e multi-instrumentista mineira baseada na Alemanha com uma trajetória de mais de 15 anos. Em 2004, fundou o célebre duo/grupo Digitaria com Daniel Albinati, e desde 2016 vem consolidando seu projeto TERR, que nutre relações profundas com os synths arpejados e espaciais da italo disco e do indie dance, sem se prender a formatos pré-estabelecidos. Cofundadora da Clash Lion, acumula lançamentos por selos como Permanent Vacation, Phantasy Records (de Erol Alkan), Warner Music (por onde entregou um remix para o RÜFÜS DU SOL) e Turbo Records (pela qual remixou Tiga e Audion).

O time musical ainda conta com os live acts dos residentes Zopelar (que trará uma apresentação inédita) e Martinelli, bem como da convidada Letricia, um B2B inédito entre Akin e Benjamin Sallum e mais discotecagens dos também residentes Davis e Vermelho, além de Apsū, Liquid Feelings e Felix.

Já a parte visual vem mais recheada do que nunca, com Félix Pimenta e Julha Franz somando-se às residentes Aun Helden, Enco e Katrevosa. L.Pitzs nas projeções e Julio Parente nas luzes completam o super time.

Serviço:
ODD /dancemanina/
Local: Rua Dr. Moisés Kahan, 130 – Várzea da Barra Funda, São Paulo – SP
Atrações: Carista, TERR, Akin B2B Benjamim Sallum, Apsū, Davis, Felix, Letricia (live), Liquid Feelings, Martinelli (live), Vermelho e Zopelar (live) (som); Aun Helden, Enco, Félix Pimenta, Julha Franz, Katrevosa, Julio Parente e L.Pitzs (visuais)
Data: 08/10 (sábado)
Horário: Das 21h às 09h
Ingressos: A partir de R$ 80,00 via Sympla

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ODD soma forças com Bassiani em edição de agosto

Pela segunda vez, o lendário Bassiani traz alguns de seus DJs para se apresentarem em edição especial do projeto paulistano

Se tem alguma festa em São Paulo que não se cansa de fazer história, esta é a ODD. Depois de um aniversário de sete anos inesquecível e de uma de suas maiores edições de todos os tempos com Roman Flügel e Jensen Interceptor, o núcleo paulistano vem com mais uma proposta épica para o seu próximo rolê: uma nova noite assinada em conjunto com o famoso clube georgiano Bassiani, em 20 de agosto.

Hoje considerado um dos maiores redutos de techno do mundo, o Bassiani guarda valores que vão diretamente ao encontro das premissas da ODD, e é por isso que esse casamento faz tanto sentido. Foi fundado em 2014, a partir de uma — vejam só! — festa itinerante na capital e maior cidade da Geórgia, Tbilisi, encontrando seu espaço no complexo esportivo da Dinamo Arena, logo abaixo do estádio onde joga a Seleção nacional de futebol.

Dentro de uma pequena nação que passou e segue passando por diversas transformações desde a sua independência da União Soviética, há mais de 30 anos, o Bassiani acaba sendo um refúgio de liberdade e resistência em um cenário político conturbado, que vê religiosos ultra ortodoxos e nacionalistas fanáticos discriminando a população LGBTQIA+, enquanto leis de tolerância zero a drogas vigoram.

Na madrugada de 12 maio de 2018, esse contraste acabou atingindo o seu ápice. Ao lado de outro espaço destinado à house e ao techno, o Cafe Gallery, a casa foi alvo de uma operação policial antidrogas depois que cinco jovens morreram de overdose — o que, segundo as autoridades, teria relação com os dois estabelecimentos. Os policiais fizeram uma batida e detiveram os sócios do Bassiani, Tato Getia e Zviad Gelbakhiani.

Vendo o que considerava não só uma enorme injustiça, mas uma tentativa de suprimir a sua liberdade, a resposta da comunidade clubber do país foi sem precedentes. Milhares de pessoas se uniram em uma grande rave em frente ao parlamento georgiano, no que ficou conhecida como uma das maiores e mais famosas manifestações de protesto da história da cultura das pistas de dança. O fato chamou a atenção do mundo todo, rendeu grandes reportagens e documentários e deu uma notoriedade ainda maior ao Bassiani, que já reunia em suas pistas alguns dos maiores nomes da música eletrônica underground internacional, bem como promovia seus DJs residentes em showcases pela Europa.

É nesse contexto que a já lendária casa noturna de Tbilisi somou forças à ODD, ainda em 2019, em edição memorável na Fabriketa, e agora, pela segunda vez, volta a unir-se a um dos projetos mais celebrados do cenário brasileiro, que desde sua estreia, em 2015, preocupa-se, para além da boa música, em conservar e propagar os valores originais da cultura de pista, promovendo espaços seguros, de liberdade e de inclusão para todos — sobretudo às minorias que seguem sendo discriminadas na sociedade, apenas por serem o que são.

Assim, além dos residentes e nomes mais conhecidos dos “ODDancers” (Vermelho e Davis, que unem-se em back to back, Frontinn, em B2B com o estreante ótimoKaráter, e Vivi An, desta vez tocando lado a lado com o experiente Daniel UM), a ODD + Bassiani traz à já consagrada Fábrica de BrinqueDDOs dois residentes do clube da Geórgia — NDRX e Kancheli — e novas promessas e revelações locais e nacionais: Kontronatura, Eram b2b Ananda, Aya Ibeji e Agrabah.

Já no time das artes visuais, as perfomers residentes Aun Helden, Enco e Katrevosa recebem os reforços de Carmen Laveau, LUDOVYKO e Ruby Prodigy. As luzes, como de praxe, são comandadas por Julio Parente.

 

Serviço:

ODD + Bassiani

Local: Rua Dr. Moisés Kahan, 130 – Várzea da Barra Funda, São Paulo – SP

Atrações: NDRX, Kancheli, Ananda, Aya Ibeji, Agrabah, Eram, Frontin B2B ótimoKaráter, Kontronatura, Vermelho B2B Davis e Vivi An B2B Daniel UM (som); Aun Helden, Carmen Laveau, Enco, Katrevosa, LUDOVYKO, Ruby Prodigy e Julio Parente (visuais)

Data: 20/08 (sábado)

Horário: A partir das 21h

Ingressos: A partir de R$ 80,00 via Sympla

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Review

ODD se consolida como uma das maiores expressões do underground

Depois de uma edição de aniversário memorável, a ODD /opus/ prometia fazer ainda mais história, trazendo a lenda viva Roman Flügel. Confira!

Foto: Rafael Morse/Divulgação

Ela prometia fazer história, e cumpriu. Cada vez mais rica, sólida e conceituada no imaginário da música eletrônica underground mundial, a ODD /opus/, que rolou no último dia 25, pela segunda vez na Fábrica de BrinqueDDOs, entregou, no mínimo, o que o seu exigente público esperava: experiência, catarse, libertação, troca, hedonismo, diversão e amor; música, luz e imagem do mais alto nível; esmero, acolhimento, arte, vanguarda e um espaço seguro para ser quem se é.

Com um dos maiores públicos de sua trajetória de sete anos, a produção foi impecável em todos os detalhes: da curadoria artística à estrutura e logística.

Vermelho Wonder. Foto: Rafael Morse/Divulgação

Na pista principal, guiada pelas tradicionais batidas 4×4, a abertura coube ao B2B inédito entre Linda Green e Kayque Cabral, que combinaram suas referências ecléticas — e seus óculos escuros — em um warmup cadenciado e convidativo. Na manha, a dupla foi fazendo o aquece enquanto os primeiros clubbers chegavam no prédio do Parque Industrial de São Paulo.

Vermelho Wonder — duo formado pelo onipresente DJ Vermelho com a cantora Ivana Wonder — mostrou seu trabalho que passeia por house, indie dance, space disco e synth pop em um show híbrido profundo, sensível e belo. Quem optou por chegar mais tarde perdeu um dos maiores atos do rolê.

Roman Flügel. Foto: Rafael Morse/Divulgação

Na sequência, o craque Zopelar arrancou sorrisos com uma houseira classe A, com direito a muito groove e cores — transportando as pessoas daquele galpão industrial e hermético para uma pool party ensolarada e sofisticada. Fechou com um remix de “Paradise“, clássico de 1988 da cantora Sade, deixando a pista aquecida e no jeito para Roman Flügel.

Camaleônico, o grande astro da noite condensou parte de sua história e experiência nos mais prestigiados clubes do planeta, justificando a fama como um dos maiores DJs do planeta. Adaptativo, partiu da proposta alegre de Zop e foi gradualmente imprimindo sua identidade, guiando os clubbers por um set de quase três horas que, com o passar do tempo, foi ganhando velocidade e potência em uma estética mais raver e mecânica, repleta de breaks longos e timbragens únicas e psicodélicas.

X-Vandals. Foto: Rafael Morse/Divulgação

X-Vandals, o duo formado pelos residentes Davis e Martinelli, fez sua estreia ao vivo no set mais alucinante daquele palco, aumentando o BPM e fechando o rolê em uma rotação altíssima. Mesclando acid house com uma techneira avançada que caberia tranquilamente no Berghain, a dupla tirou de seu arsenal pedradas como “The Last Hour“, do DJ HEARTRSTRING,Paranoid Thoughts“, de Dubyshkin, e o empolgante remix de KAY CEE para “Open Sesame“, de Daisy Dee (faixa que já havia fervido a ODD 7 nas mãos de Anastasia Kristensen).

Tudo isso, é claro, foi acompanhado pelos outros elementos definidores do núcleo: as tradicionais projeções audiovisuais de L.Pitzs e luzes de Julio Parente, que aumentaram ainda mais seu impacto na nova locação; e as inigualáveis performances poéticas e lúgubres de Aun Helden, Enco e Katrevosa.

Enco. Foto: Rafael Morse/Divulgação

Já a segunda pista foi o espaço do electro, do funk brasileiro e de outros ritmos sincopados, que ganharam espaço como nunca em uma edição da ODD. Já amado pelo público da festa, o irreverente e originalíssimo headliner australiano Jensen Interceptor fez geral desidratar com sua mistura frenética de electro, miami bass, gabber, acid, breaks e vocais de funk ou pop.

O caldeirão eclético e de beats quebradiços do ambiente ganhou tração com os estreantes CRAZED (BR), que mandou ver com sons mais psicodélicos e perturbadores; podeserdesligado e seu live experimental, grave, lisérgico e cyber-africano; e Suelen Mesmo, que fez o warmup com uma mistura bem singular de afrobeats, funk, house, jungle, future beats e R&B, em uma combinação mais lenta, elegante e sensual.

Jensen Interceptor. Foto: Rafael Morse/Divulgação

Por fim, outro nome celebrado da festa, RHR fez seu retorno depois de três anos, encerrando a pista e matando as saudades dos fãs de sua mixagem visceral, inventiva, disruptiva e ruidosa, com direito a tracks de electro, trap, funk e IDM — a explosão de sons livre e autêntica que conquistou Danny Daze, entre outros especialistas.

A próxima edição também será especialíssima: em parceria com o famoso clube Bassiani, da Geórgia, a ODD está programada para o dia 20 de agosto. Mais informações serão reveladas nas próximas semanas.

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Agenda

Após edição histórica, ODD recebe Roman Flügel no dia 25

O camaleônico Roman Flügel subirá ao palco da ODD  pela primeira vez; electro e breaks terão mais espaço do que nunca.

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