Categorias
Editorial

Um passeio pelas lives destaques da pandemia, indicadas por quem sabe

Que tal uma lista de lives que precisam ser assistidas, indicadas por quem entende do assunto? Então se liga nessas sugestões!

Que as lives foram uma das sensações e até mesmo válvulas de escape durante essa quarentena eterna, já não é mais novidade. Pensando em revistar alguns dos destaques – que foram muitos, dos últimos meses, convidamos Rodrigo Ferrari, Mezomo, Touchtalk, LuizFribs e Villain Mode para indicar alguns streamings imperdíveis que rolaram recentemente.

Rodrigo Ferrari

Rodrigo Ferrari vem entregando um trabalho de alto nível há quase três décadas, já que começou discotecando no início dos anos 90 e, inclusive, foi o primeiro brasileiro a tocar no main room da Pacha, em Ibiza. Como produtor já lançou por Get Physical, Selectechouse, Whoyostro Records e Deeplomatic, com suportes de Richie Hawtin, Marco Carola e muitos outros. Fã de carteirinha de House Music, ele nos recomenda a live de Natasha Diggs.

Tenho gostado muito das lives da Natasha Diggs, principalmente as que ela faz de seu apartamento em NYC, em meio a sua coleção de discos. Eximia pesquisadora, sempre surpreende e me faz aprender um pouco a cada live. Então, aproveitem a aula”.

Assista também a live de Rodrigo Ferrari: https://youtu.be/m7wdn6KOPcs

Mezomo

Ganhando cada vez mais destaque no cenário do Afro House, principalmente após lançamentos por Get Physical Music, Cocada e Seres Produções, Mezomo vem trilhando um caminho de sucesso, tanto que chegou a alcançar mais de 200k plays na sua música ‘Novo Dia’, que recebeu remix até mesmo de Floyd Lavine. Surfando nessa onda das batidas Afro, ele nos indicou uma live em dose dupla, de Andhim & Matthias Meyer:

Tenho conferido a nova série de lives do club Watergate, chamada WatergateWorldWide. A última que gostei bastante foi a edição com Andhim & Matthias Meyer, justamente porque ambos fazem essa integração entre gêneros de forma fluida e natural… às vezes House, influências Afro, um pouco Disco, um pouco Melodic Techno. Recentemente também teve uma com SuperFlu & Minco que foi demais”.

Assista também a uma live recente de Mezomo: https://youtu.be/StMBLgjEOfk

Touchtalk

Oito anos de estrada, uma bagagem repleta de experiências e apresentações emblemáticas em grandes clubes e festivais do país como Tribe, XXXPerience, Tribaltech, Universo Paralello, Warung, D-Edge e Club Vibe, o Touchtalk sem dúvidas é um dos grandes nomes  do circuito underground. Hoje Gabriel Castro e Estevão Melchior transitam entre atmosferas do Techno melódico e Indie Dance, inclusive ganhando suporte de Solomun, Township Rebellion e Sharam Jey. Aqui cada um deles nos indicou uma live:

Gabriel Castro: “Gostei muito da live do Adriatique nos alpes suíços dentro de um helicóptero. Me chamou a atenção pelo fato do grau de dificuldade de tocar, mixar e passar o som para ser transmitido dentro de um helicóptero em movimento. A live passou para o público uma experiência inovadora, sem contar o visual incrível

Estevão Melchior: “Das últimas que assisti, gostei bastante do B2B da Perel com Kim Ann Foxman no The Lot Radio. É interessante como elas mesclam diferentes gêneros musicais durante o set sem perder a dinâmica. Dos sons mais atuais aos clássicos. Sem contar que elas criam um clima bem descontraído durante o B2B. Foi bem divertido assisti-las em ação”.

No ano passado, o TouchTalk foi convidado pelo Burning Man para gravar uma live transmitida representando o palco The Fluffy Cloud, confira: https://youtu.be/HQfi3fNvgac

LuizFribs

Techneiro de mão cheia, principalmente mais pro lado do acid/hard Techno, LuizFribs tem alcançado cada vez mais conquistas como produtor. Já lançou pela label portuguesa trau-ma, pela brasileira Nin92wo, pela italiana Autektone Records — onde recebeu suporte de Deborah de Luca — e mais recentemente pela IAMT, label comandada pelo por Spartaque. Então pode esperar uma live pesada indicada por ele:

Meu streaming favorito dos últimos meses foi o set do Hadone durante o EXHALE Together, que rolou no final de fevereiro. O evento todo foi muito bom, mas o set dele em especial trouxe uma energia e uma estética sonora que gosto muito. As mixagens e a seleção musical foram fantásticas. Deu uma vontade enorme de estar ali no front curtindo!

Além disso, teve um momento em que ele tocou a faixa ‘The Wolves’, do Manni Dee que saiu pela Perc Trax, e no mesmo dia, um pouco mais cedo, tinha rolado um workshop de produção que o Manni deu no Soma Skool 2021, e lá ele mostrou que o vocal usado na música veio de um vídeo que um amigo tinha mandado pra ele durante uma briga de bar, rs. Achei a história bem engraçada e fiquei com ela na cabeça, então na hora que o Hadone tocou a faixa, lembrei disso”.

LuizFribs também entrou para o mundo das lives. Confira também a mais recente gravada por ele: https://youtu.be/LEyRzYWsvnY

Villain Mode

O projeto surgiu em 2016 por Kauê Araújo e Lenon Silva. Desde o início a dupla teve um propósito bem claro de fugir de fórmulas prontas e tendências, decidiram então juntar seus backgrounds da Disco Music/Chicago House com a energia do Tech House para chegar em uma identidade sonora só deles. Então eles trazem pras produções autorais e sets vocais marcantes com influência de estilos como R&B, jazz e o soul, combinando isso com linhas de baixo potentes e muita energia, tanto que a live preferida deles mostra bem isso.

A live que mais chamou nossa atenção foi a de comemoração de 10 anos da Mixmag Lab. Além de ser uma “chuva” de referências por ter grandes nomes da cena global, essa live é bem diferente por ter diversos artistas em vários lugares do mundo mixando na track do anterior. É quase um B2B gigante com cada artista em seu estúdio ou local escolhido. 

Outra coisa que é bem legal é a transição que isso ocorre. Durante as mais de 4 horas, a live teve início com um belo house, passando por disco, tech house, techno e fechando com Sherelle (em Londres) tocando um jungle logo após a Nastia. Enfim… Vale muito a pena ver

Villain Mode também aderiu ao streaming no início da quarentena:  https://youtu.be/MgdwmSwFOVw

Categorias
Descubra

Descubra: Villain Mode

O que define a assinatura musical de Villain Mode? Conheça o duo formado pelos DJs, produtores e amigos Kauê Araújo e Lenon Silva.

Villain Mode | Foto: por Fernando Sigma (@fernando_sigma)

Os paulistas Kauê Araújo e Lenon Silva do Villain Mode vieram pra mostrar que sintonia, combinação certa de elementos e uma boa pesquisa musical fazem toda diferença para manter uma identidade sonora distinta e de qualidade. Com lançamentos que passeiam pela estética do Tech House com bassline pulsante, melodias marcadas por timbres fortes e grooves bem delineados, a dupla sabe muito bem como ferver uma pista. Com tanta energia através de suas faixas e sets, resolvemos ir até eles para saber quais são as inspirações, experiências e planos futuros por trás do projeto.

Beat for Beat – Vocês se conheceram fazendo um curso de discotecagem né? Antes desse approach, vocês já tinham vivência com a música?

Villain Mode – Na verdade, nos conhecemos em uma festa, na pista, falando de música. Após um tempo de amizade, decidimos começar a fazer o curso. No começo de forma individual, cada um com seu projeto. Naquela época, nenhum de nós tinha vivência musical.

Como se deu a ideia de iniciar o projeto do Villain Mode? Quais eram as primeiras expectativas?

Villain Mode – Quase no final do curso de discotecagem, estávamos conversando em como íamos nos apresentar, qual o conceito de cada projeto e então surgiu a ideia de um projeto duo. Até então, ainda estávamos amadurecendo nosso gosto musical e influências, hoje parece que não, mas isso levou um certo tempo.

Falando agora um pouco sobre as influências sonoras: quais artistas estão no topo da pirâmide como grandes referências e quais sempre estão no case de vocês, fazendo parte dos DJ sets?

Villain Mode – Podemos afirmar que somos movidos por nossas influências. Somos grandes admiradores de House music e diversos outros sons que se fizeram presentes na década de 80/90 como New Order, Depeche Mode (pouca gente sabe, mas parte do nosso nome foi inspirado neles) e Michael Jackson. No que refere a House Music, curtimos muito DJ Sneak, Todd Terry, Gene Farris e Louie Vega.

Nosso case é bem extenso, além de obras originais e/ou remixes dos citados acima, podemos lembrar de Loco Dice, Dj Tennis, Kenny Dope, Peggy Gou, Sidney Charles, Jamie Jones e The Martinez Brothers, dentre vários outros.

Hoje existem muitos projetos de Tech House na cena e até se fala sobre um som genérico… na visão de vocês o que é preciso para executar uma assinatura de Tech House mais original e distinta dos demais?

Villain Mode – Na verdade, nós até concordamos com essa afirmação. Por esse motivo não costumamos dizer que somos uma dupla comum de Tech house, nosso apego pela House music e toda sua história, cultura e tradição nos ajudam a entregar sempre algo diferente do que se tem visto por aí. Nada contra, mas dificilmente verá um DJ set nosso construído só de hits. Ou seja, música boa, sim. Só hit, não.

Imagino que ao longo dos anos o projeto tenha sofrido algumas transformações… quais foram as principais do começo até aqui?

Villain Mode – Sim! Foram várias fases, mas tudo foi mudando de forma bem orgânica, seria impossível demarcá-las ou classificar qual foi mais importante. Acreditamos que todo o processo serviu para aos poucos ir colocando as coisas no caminho certo.

Tivemos um ano difícil e atípico, ainda assim é possível planejar metas para 2021? O que vocês esperam do próximo ano neste cenário de incertezas?

Villain Mode – De fato 2020 foi um ano difícil. Mas logo no início desta fase combinamos que não sairíamos disso da mesma forma que entramos. Estudamos bastante e continuamos com diversos trabalhos como a construção de nosso próprio estúdio (atualmente em fase final). Quanto a 2021, podemos dizer que é sim possível planejar e que não vemos a hora de colocar algumas coisas em prática.

E se fossem se imaginar daqui a 5 anos, onde vocês estariam no cenário ideal?

Villain Mode – Já que é pra imaginar, não vamos economizar [risos] Não tem como a gente ter citado todas essas referências e não se imaginar tocando no Amnesia em Ibiza, no Space em Miami ou Warung Beach Club. Talvez em grandes festas que também acontecem aqui no Brasil como Circoloco, Time Warp ou DGTL. Uma coisa é certa, vamos trabalhar muito para que se concretize.

Por fim, uma pergunta mais pessoal: qual a principal mensagem que a música traz para vocês? Obrigado!

Pra essa vamos deixar uma track! Joe Goddard – Music Is the Answer (Hot Since 82 Remix), essa sem dúvidas é a maior mensagem.

Nós que agradecemos o espaço, foi sensacional.

Siga Villain Mode no Instagram.

Sair da versão mobile