Em sua segunda passagem pelo Rio de Janeiro, o Ultra Brasil levou música eletrônica para a Marques de Sapucaí, a nossa Passarela do Samba.
Que critiquem os haters, mas uma coisa é certa: aconteceu a segunda edição do Ultra Brasil no Rio de Janeiro sim e foi muito bonita, ponto! Sim, existiram falhas, como em qualquer outro evento e isso é mais comum do que se parece (e deveria), mas nada disso tirou o brilho que foi o festival.
Vamos começar pela cidade: Rio de Janeiro é incrível. Maioria dos frequentadores do festival eram turistas e assim como nossa equipe, aproveitaram e conheceram um pouco da cidade maravilhosa. Quer coisa melhor do que curtir uma praia em Copacabana e minutos depois, uma fritação no Sambódromo que é conhecido mundialmente como o palco principal do Carnaval? Sabemos desde o ano passado que o governo do Rio está dificultando a realização de eventos do tipo em diversos locais da cidade e a Sapucaí foi a alternativa que tivemos, sendo assim, não é melhor abraçarmos a causa e apoiarmos o evento do que sermos do contra e torcermos pra que tudo dê errado? Parece que o brasileiro não aprendeu nada com festivais que já nos abandonaram, como o Tomorrowland e o EDC… mas voltando ao Ultra.
Entrar no Ultra Brasil este ano já nos dava, logo de cara, uma nova e boa impressão do que estava por vir: eramos recepcionados por um incrível Resistance, que para muitos, foi o grande destaque do festival. Com uma tenda gigante, mas com ar intimista, iluminação e sons impecáveis, o palco recebeu artistas consagrados do House e Techno e deu uma aula de classe e elegância para os amantes do genero e para os que tiveram seu primeiro contato com esse mundo mágico do undeground. Adam Beyer b2b Paco Osuna, Sasha com John Digweed e Richie Hawtin foram, sem dúvidas, uns dos sets mais comentados por todos.
Atravessando o sambódromo inteiro, enxergava-se ao fundo o tão falado mainstage, mas antes de chegar lá, um pequeno desvio nos levava a outro palco, menor em tamanho, mas não menos importante: o UMF Radio. Num canto mais tímido, intimo da Sapucaí, grandes nomes do cenário bass nacional se revezaram com lendas mundiais do trance e psytrance nos três dias. Teve de tudo, para agradar gregos e troianos. No primeiro dia, o Brazilian Bass rolou no palco e os grandes destaques foram o duo Sevenn e Bhaskar, irmão de outro brasileiro de sucesso, Alok. Os hits “Hear Me Now” e “Boom” ecoaram no UMF Radio e foram cantados por todos os presentes.
Após uma overdose de bass, o UMF Radio recebeu, em seus outros dois dias, duas diferentes vertentes de um mesmo gênero: o Trance. A sexta-feira foi envolvida por melodias e batidas mais “alegres”, era o Trance Europeu, ou para muitos, o Uplifting, que dominava o local. Nomes como Gouryella e Aly & Fila levaram seus sets característicos ao público brasileiro, que deixou-se envolver por aquelas histórias contadas em forma de música. Já o sábado era o dia perfeito para os amantes dos BPMs mais rápidos e psicodélicos, era dia do Psytrance comer solto no UMF Radio. Skazi e Vegas foram dois dos nomes da noite, que levaram ao sambódromo uma sonoridade que raramente se ouviria no local que é consagrado pelo samba. Foi pancadaria do começo ao fim!
Eis que finalmente, chegamos ao tão falado mainstage. Por lá, outros grandes nomes do cenário nacional se revezaram com lendas da música eletrônica mundial, em três dias de muita música eletrônica e diversidade musical. Fomos do trap do masrhmello até o trance mais tranquilo de Above & Beyond. Pulamos bastante com a EDM do W&W e nos envolvemos com Steve Angello. Foram três dias de muita alegria, cumplicidade e acima de tudo, respeito, seja com o gênero musical ou com o próximo. O público do Ultra deu uma aula ao receber, por exemplo, a cantora Anitta para performar com Alesso.
Mas claro, que como fãs que somos, não poderíamos deixar de citar aquele que para muitos, foi o nome do festival: Armin van Buuren. Tocando pela primeira vez no Ultra Rio, já que não veio na edição passada, Armin nos deu aquilo que tem de melhor: toda sua bagagem musical. Sim, já estamos cansados de saber (e ouvir), que Armin não é mais trance, mas verdade seja dita: ele ainda é um dos maiores expoentes do gênero no mercado mundial e cada vez mais, tem reinserido elementos do trance de verdade, em seus sets e tracks mais mainstream. Armin provou no palco do Ultra, mais uma vez, porque ainda é considerado um dos melhores do mundo e a legião de fãs que carrega com ele. Obrigado, Armin!
Claro que nem tudo sai como o esperado. Alguns pontos de desorganização foram sentidos por muitos, durante os três dias de festival, mas percebeu-se a boa vontade da produção em nos proporcionar um evento digno. O povo brasileiro precisa entender que, para se fazer um festival do tipo, é necessário dinheiro e parte dela, vem da venda de ingressos, que todos sabemos, não teve um resultado tão positivo assim. Como cobrar da produção gigantescas estruturas, por exemplo, se nem o público que deveria consumir, comprar o festival, fez isso? É como querer fazer uma omelete sem ovos. Não dá!
O Ultra Brasil mostrou que ele se importa sim com o Brasil e que se depender deles, teremos mais e mais edições em solo brasileiro, seja no Rio de Janeiro ou onde for, só desejamos que o festival não nos abandone e não deixe a música parar. Jamais!
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Imagens: Junia Miyazaki | Luigi Bison | Divulgação