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Entrevista

Entrevistamos: Carola

Com debute garantido em pleno Carnival Festival, no El Fortin, conversamos com Carola, uma das pontuais expoentes da cena nacional.

por Isabela Junqueira

A força musical de Carola se vê em uma crescente de tirar o chapéu. A DJ e produtora mergulha no oceano de possibilidades da House Music para gerar uma assinatura característica a partir da mistura entre o Bass House, Future House e Rave. Integrada não só ao catálogo de grandes labels mundiais da música eletrônica, a produtora também possui suportes de nomes como Alok, David Guetta, Don Diablo, Fedde Le Grand, Martin Garrix, SOFI TUFFER e Tiësto.

Com competência, técnica e persistência, Carola conquista, dia após dia, êxito e reconhecimento que celebram não só a potência musical, mas a representatividade por ver uma mulher negra e periférica ocupar tamanho lugar de destaque. Orgulhosamente conversamos com Carola, em um papo muito especial. Confira:

Beat for Beat – Olá Carola, é um prazer! O que acha de começarmos contextualizando o cenário cultural e de influências?! Você veio do Rio de Grande do Sul e trouxe referências do house e da música urbana gaúcha. Quais foram suas referências e como surgiu o insight em se tornar uma produtora musical?

Carola – Oi galera, o prazer é todo meu! Apesar de ser gaúcha, minhas referências sempre foram de artistas de outros estados e artistas internacionais. A vontade nasceu de maneira muito natural, eu sempre gostei muito de música, independente do gênero e os primeiros contatos que eu tive com música eletrônica foram na cena psytrance do meu estado, depois o cenário dos eventos foi mudando e na época que eu comecei a tocar eu estava inserida em uma cena que era bem electro house e progressive house. São 10 anos trabalhando com isso e fico muito feliz de agora poder mostrar o meu trabalho para o mercado brasileiro e para o mundo tá ok também.

E a partir desse despertar, como foi a sua trajetória na música? Que influências você carrega da raiz gaúcha?

Carola – Eu comecei discotecando em 2012, na época eu não tinha dinheiro para pagar um curso então eu usei as ferramentas que eu tinha, que no caso era somente um notebook de 4gb de ram hahahah Assistia muitos vídeos no youtube e lia muitos artigos em blogs sobre os equipamentos, mixagem harmônica, percentual de mixagem e etc…

Eu não tenho muitas referências de artistas do meu estado, por que eu sempre foquei no som mais mainstream, então na época que eu comecei minhas referências eram Nervo, Krewella e etc… Mas vale ressaltar que eu iniciei minha carreira em 2012 apenas como DJ, a produção entrou na minha vida apenas 3 anos depois.

 

Você é, sem dúvidas alguma, uma mulher que transcende potência seja através da música ou do seu próprio estilo. Como você foi traçando a sua estética e identidade musical?

Carola – Eu estudo produção musical a 7 anos, o lance da estética é algo que foi se moldando naturalmente, eu já produzi diferentes vertentes dentro do house, e continuarei fazendo isso por que eu quero sempre experimentar o maior número de coisas possíveis. Quem ouve minhas músicas, sabe que elas são minhas, eu sempre procuro utilizar alguns samples muito específicos em todas as músicas, então mesmo que a estrutura, os leads principais, e as vezes até o estilo sejam um poucos distintos, quem acompanha meu trabalho sabe que eu estou ali, impressa em  detalhes daquele som.

Recentemente você foi contemplada com uma parceria com a Armada Music, uma das maiores gravadoras de música eletrônica do mundo, como foi o processo de lançamento de “Come With Me” e como foi pra você alcançar esse grande selo mundial?

Carola – Nós enviamos algumas músicas para eles, se eu não me engano foram 7 e dessas 7 eles quiseram assinar 5. Come With Me foi a primeira e agora em março teremos mais um release com eles, a música Run que eu fiz em parceria com o Adrian Monteiro. A Armada é uma label incrível, eles pegam junto nos releases e fazem o que está ao alcance deles para que a música seja ouvida por mais pessoas e seja tocada por mais artistas. É uma das melhores parcerias que eu tive até aqui  então eu estou muito feliz e ansiosa para que vocês ouçam em breve as novas músicas.

Você também foi a primeira mulher a ter lançado pela STMPD, selo do Martin Garrix, outra grande e importante gravadora mundial. Ainda existe uma grande distância entre as mulheres e a produção musical? Essa lacuna está enraizada na dance music? O que você acha?

Carola – Eu acho que hoje em dia estamos conquistando nosso espaço, eu vejo muito mais meninas se interessando por produção músical e estudando do que eu via a tempos atrás, vejo projetos como Carol Fávero, Curol, Daphne, Tálita, Ella De Vuono, Nyella, Molothav, Priscila Diaz, Bia Varella, Lebox, Lowez (eu poderia citar muito mais)  estudando, se esforçando, se preocupando em ter lançamentos frequentes e buscando seu espaço pelo principal, que é e sempre será a música. Nós viemos de uma cultura que não cobrou produção musical de artistas no passado, então isso influenciou na quantidade de produtoras que temos hoje em dia, mas vejo o mercado mudando positivamente.

É inegável o fato de que a cena da música eletrônica é formada, em sua maioria, por homens brancos. Você desponta não só pelo imenso talento, mas pelo belíssimo exemplo de representatividade. Comente como você encara isso e o que acha que pode ser mudado para que essa dinâmica comece a demonstrar mudanças.

Carola – A cena eletrônica surgiu da diversidade e é preocupante que hoje em dia essa diversidade não seja tão presente no cenário mainstream. Acho que a democratização desse universo vai acontecer com o tempo, por que é importante entender que hoje essa é uma pauta presente na nossa sociedade e se a música eletrônica quer ganhar cada vez mais espaço e mais adeptos é necessário estar alinhado com o que está acontecendo no mundo.

Subir ao palco do Carnival Festival, no El Fortin, em meio à um line predominantemente masculino carrega também um tom de representatividade? Qual o sentimento diante desse cenário?

Carola – Acho que o principal critério que o El Fortin usa para contratar seus artistas é a música boa, eu fico feliz de saber que estou lá por isso, que meu projeto está crescendo e ganhando visibilidade. A representatividade é importante e eu não vou deixar de carregar essa responsabilidade, mas quero que me vejam nesse espaço como mais uma pessoa que está vencendo pelos seus próprios méritos, e quem se identificar comigo seja pela estética ou objetivos, entenda que é possível vencer.

Parece que você já chegou no topo, mas sua carreira só está começando e você realizando os seus maiores sonhos. Recentemente, você foi anunciada como a primeira brasileira no line-up do Tomorrowland 2022. Como está o coração neste momento? Quais as expectativas e como estão os preparativos para o show?

Carola – No mercado nacional eu ganhei notoriedade a partir de 2020, mas carrego comigo 10 anos de experiência  e acho que por isso algumas conquistas que pareciam distantes já estão rolando, sem contar que eu devo muito disso ao time incrível que trabalha comigo hoje. Estou muito feliz, é uma conquista enorme e eu vejo isso como uma vitória não só minha, mas a cena brasileira ganha, a cena feminina ganha, e todas as pessoas que tem sonhos considerados impossíveis, ganham também. As expectativas são as melhores possíveis, vou me esforçar para fazer jus a essa responsabilidade e eu tenho certeza que isso colocará o meu projeto em outro patamar.

Você como mulher, preta, periférica e brasileira, hoje quebra todos os paradigmas possíveis quando falamos de sucesso no mundo da música eletrônica. Só ano passado você bateu 16 milhões de streams apenas no Spotify, fora suas grandes apresentações em palcos importantíssimos. Qual é o conselho que você daria para uma garota que está começando neste momento e que precisa compreender mais sobre este mundo, ainda não desigual para mulheres? Obrigada pelo papo, Carola!

Carola – Estude, se dedique e não dê ouvidos aos outros, as pessoas vão tentar fazer você desistir por que talvez elas não estejam prontas para lutar pelos próprios sonhos mas, só você é capaz de mudar a sua realidade.

Para curtir Carola e outros nomes de peso do Carnaval do El Fortin acompanhe o Instagram e reserve seu ingresso aqui.

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Via UnderGROUND

Awakenings lança programação completa de seu retorno em 2022

O Awakenings Festival comemorará 25 anos em uma edição história de retorno na Holanda. Conheça a programação completa.

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Ultra Music Festival libera programação diária de 2022

Conheça toda a programação da próxima edição do Ultra Music Festival, em Miami, separada pelos 3 dias de evento.

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Mainstage

XXXPerience Festival apresenta seu novo setor: VIP Union by TNT

Deixando sua edição de 25 anos ainda melhor, o XXXPerience Festival divulgou seu novo setor, uma área VIP exclusiva no Union Stage.

A edição de 25 anos do XXXPerience Festival no dia 23 de abril promete: além de ocupar o Parque Maeda com mais de 50 atrações em 5 palcos fantásticos – Love, Union, Peace, Joy e Solta O Grave Stage -, a mãe dos festivais brasileiros traz mais uma novidade para a esta edição: o setor “VIP UNION by TNT”.

Trata-se de uma área especial e coberta no Union Stage, palco que promete ser a cereja do bolo do festival, abrigando sonoridades que vão do Melodic ao Techno e apresentando como headliner a maravilhosa Nicole Moudaber.

Além da rainha do Techno, o ambiente conta com a estreia no Brasil de Anfisa Letyago e de Pan-Pot; o rolo compressor do Melodic Techno Mathame; a dupla italiana Fideles; o talento irlandês Rebuke que conquistou a Drumcode; o experiente Ilario Alicante; o boss do D-Edge e do Surreal Renato Ratier; o representante do Ame Clube Silvio Soul; e, fechando esse line-up incrível, Waltervelt, o brasileiro que abriu as portas da gravadora de Maceo Plex.

Nova cenografia do Union

Além desta nova área, a galera da XXX também terá a oportunidade de presenciar a inédita – e extraordinária – cenografia do palco. Os amantes do Techno que escolherem a área “VIP UNION by TNT” terão uma visão privilegiada da estrutura nas duas áreas laterais elevadas e cobertas, curtindo os sets bombásticos com bares e banheiros exclusivos.

Se você já garantiu seu ingresso para a XXX25, basta pedir o upgrade para a “VIP UNION by TNT” através do e-mail ajuda@byinti.com. Atenção: não se esqueça de colocar no assunto do e-mail: “UPGRADE VIP UNION – XXXPERIENCE”. Para quem ainda não comprou seu ingresso para esse evento histórico, vale ressaltar que a capacidade do setor “VIP UNION by TNT” é super reduzida. Então, garanta sua presença clicando aqui.

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Editorial

Generator, o templo do techno dentro do DGTL São Paulo

Reunindo grandes nomes do techno mundial, o Generator traz o gênero em sua essência, transitando do mais energético ao groovado.

Está cada vez mais próximo. Faltando um pouco mais de 1 mês para o DGTL São Paulo, seguimos no esquenta com nossa série especial de posts, que passará por todos os palcos, artistas, entre outros assuntos. No primeiro post, que você acessa nesse link aqui, falamos sobre o palco Modular, a casa dos sons mais profundos do festival e agora, está na hora de abordamos outro, tão poderoso quanto.

Conhecido como o ‘Templo do Techno’ do DGTL, é no palco Generator que as coisas ficam realmente sérias. As atrações, predominantemente techneras, podem também transitar em vertentes mais groovadas ou melódicas, mas sem perder a essência do gênero de Detroit. Sons industriais, rápidos, frenéticos e energéticos, são palavra de ordem e agora, vamos conhecer os artistas que lá se apresentam:

Cashu

Peça chave na cena queer eletrônica underground de São Paulo, Cashu está sempre dialogando com as situações políticas e urgentes da cidade. Criada do coletivo Mamba Negra, que oferece espaços de experiências e multi-linguagens artísticas, ela carrega e impulsiona as lutas por representatividade feminina, liberdade sexual e de gênero. Uma forte representante brasileira no palco do DGTL.

Dax J

Londrino de nascimento, mas foi Berlinense de coração, Dax J é um artista que nunca deixou sua essência de lado e traz ainda grandes influências do Reino Unido em sua sonoridade. Seu primeiro grande sucesso, o álbum ‘Shades of Black’ e sua classificação entre os 100 nomes de 2016 escolhidos pela Resident Advisor, refletem em sua carreira até hoje, tornando-se nome constante em eventos ao redor do mundo.

I Hate Models

Música inspirada em nostalgia, paixão, sonhos e alucinações, somada a identidade misteriosa por trás desse personagem, só aumentam ainda mais a ansiedade pela apresentação de I Hate Models. Um enigma mascarado, mas que produz e apresenta música e altíssima qualidade, tomará conta do Generator do DGTL e com certeza, entregará um set que fará até o mais tímido dançar.

Klangkuenstler

Não é só Berlim que cria grandes talentos na Alemanha, mas também uma pequena cidade do estado de Baviera, no sudeste do país. Carregando um som que lembra um tech house empolgante, mas com influências de jazz, country e clássico, KlangKuenstler criou uma personalidade muito única, que o levaram até os grandes palcos, incluindo o DGTL São Paulo, em abril deste ano.

Murphy

A cena techno brasileira tem nome que são referência para muitos artistas e Murphy é um deles. Na ativa desde 1992, ele traz performances únicas, que beiram a teatralidade, completamente originais e envolventes. A narrativa musical construída pelo artista, unida a uma seleção de tracks impecável, transformam seus sets em verdadeiras experiências e você poderá vivenciar uma delas no Generator do DGTL São Paulo.

SPFDJ

Outra representante feminina no Generator, SPFDJ é um verdadeiro meteoro. Conhecida por inspirar libertinagem e hedonismo encharcado de suor em escala internacional, ela é uma personalidade importante nas cenas underground de Berlim e Londres, berços da cena rave. Com uma energia e estilos únicos, ela trará sua bagagem musical e muito poder feminino para o DGTL.

Tessuto

Fomentador da cena underground de São Paulo e criador do coletivo Carlos Capslock, Tessuto é capaz de inventar novas misturas sonoras e estabelecer conceitos subversivos através de seus projetos. Com 11 anos de carreira, ele já esteve presente nas mais importantes festas e festivais nacionais e internacionais como Dekmantel Festival, Rock In Rio, XXXperience, Kaballah, Gop Tun e agora, pronto para o DGTL São Paulo.

E se você ainda não comprou ingresso para o festival, que acontece no dia 09 de abril, no Pavilhão do Anhembi, corra, alguns já foram esgotados. Clique aqui e garanta o seu.

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Mainstage

Tomorrowland divulga line espetacular para os 3 fins de semana em 2022

Um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo, o Tomorrowland, está de volta com 3 fins de semana e mais de 700 artistas. Confira!

Ele está de volta! O gigante belga da música eletrônica, considerado um dos maiores e melhores festivais da cena dance music mundial, o Tomorrowland, está se preparando para seu retorno triunfal, após 2 anos de hiato, com uma edição super especial. Após confirmar seus hosts de 2022 e anunciar a brasileira Carola em seu line, o festival revelou agora, sua lista completa de artistas para esse ano.

Serão mais de 700 apresentações entre os dias 15, 16, 17, 22, 23, 24, 29, 30 e 31 de julho de 2022, divididos entre os 14 palcos do evento, abraçando todos os gêneros da música eletrônica, sem distinções. O tema deste ano, o tão aguardado ‘The Reflection of Love’, trará uma cenografia especial, que deixará ainda mais bonita a celebração que é o Tomorrowland, reunindo pessoas de todo mundo em um só lugar.

Entre os gigantes confirmados, estão: Above & Beyond, Adam Beyer, Adriatique, Alan Walker, Alesso, Amelie Lens, Armin van Buuren, ARTBAT, Diplo, Eric Prydz, Fisher, Kungs, Lost Frequencies, Maceo Plex, Marshmello, Martin Garrix, Netsky, Paul Kalkbrenner, Reinier Zonneveld, SHOUSE, Tale Of Us, Tinie Tempah, entre outros, além dos brasileiros, mas falaremos deles em um post separado!

O registro para a pré-venda do Tomorrowland ainda está aberto e pode ser feito através do site oficial, clicando aqui. Aqueles que conseguirem realizar o registro, poderão comprar seus tickets no dia 19 de fevereiro, à partir das 13h. Já a venda geral está marcada para o dia 26 de fevereiro, também à partir das 13h. Não perca tempo e faça seu registro, os tickets costumam esgotar em questão de minutos.

Abaixo, confira o line-up completo e com a ajuda de uma lupa (recomendamos), tente localizar seu artista favorito. (clique na imagem para ampliar)

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Review

Solomun leva techno de arena para o Autódromo de Interlagos

O respeitado e ovacionado long set de Solomun, ferveu a pista montada sob o Autódromo de Interlagos, até o amanhecer de um domingo inesquecível para os presentes.

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Editorial

All In: As apostas do Beat for Beat para 2022

Separamos 10 artistas que poderão se destacar, e muito, na cena nacional e internacional. Conheça nossas apostas para o ano de 2022.

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Editorial

Visibilidade Trans e a Dance Music: artistas que precisamos abordar

No Dia da Visibilidade Trans, selecionamos 3 artistas para representar a letra T da nossa sigla, que carregam o DNA da música eletrônica.

Podíamos abordar esse assunto durante nossa Pride Week (assim como também faremos); podíamos colocar esses artistas entre alguns cis, sem distinção de identidade de gênero (assim como fazemos sempre e continuaremos fazendo), mas hoje, resolvemos voltar nossos olhos para a letra T da sigla que nos representa.

Neste dia 29 de janeiro, Dia da Visibilidade Trans, Queremos destacar aquelas pessoas que são agredidas, mortas, por simplesmente existirem. Queremos dar voz para as pessoas trans e travestis, que tanto fazem e fizeram pela nossa comunidade eletrônica, representadas por 3 artistas excepcionais.

Fernando Ribeiro

Fernando no Club Jerome

Sem um novo nome artístico (seu antigo era DJ Fox), visto que seu antigo alter ego não corresponde mais ao que o artista procura, Fernando Ribeiro é um homem trans da periferia de São Paulo. Nascido e criado em Parelheiros, foi ouvindo Energia 97 que ele encontrou seu caminho na música eletrônica. Residindo hoje em Santos, Fernando busca dar voz a comunidade trans masculina, que ainda é deixada muito de lado.

Em 2018, Fernando viu a oportunidade de tornar-se DJ, paixão que ele teve desde sempre, mas a falta de recursos não permitia que o sonho fosse alcançado. Foi então que o Zig Club, casa de Rafa Maia, entrou na sua vida, onde aconteceu um curso de discotecagem voltada para pessoas trans e pretas. Ali, Fernando começou a olhar para a pista e entender o seu destino.

Após iniciar seu relacionamento com a DJ Ms Pythia, uma travesti, Fernando começou a ocupar outros espaços, como a Mamba Negra, coletivo que o abraçou. Mais do que um frequentador, Fernando tornou-se o responsável pela lista trans da festa. Ainda buscando encontrar sua verdadeira identidade como artista, ele espera aprender e desenvolver seu eu artístico cada vez mais.

Michelle aka Transvegana

Natural do Rio de Janeiro, mas paulistana de coração, Michelle, travesti, artista multifacetada, que além de expressar-se através da música como a DJ Transvegana, é fundadora e professora na Botão de Flor, projeto socioambiental de inserção social para travestis e mulheres transgênero em situação de vulnerabilidade social, com ações que visam minimizar os impactos negativos causados pela indústria têxtil no Brasil.

Vivendo na terra da garoa desde 2013, foi na cidade que escolheu chamar de casa, que a artista resolveu se aprofundar no mundo da moda, até que a música entrou em seu caminho. Apaixonada pela house music, Michelle viu nos seus sets uma forma de expressão. Sua transição de gênero, que aconteceu durante a pandemia, trouxe um novo olhar, sensações e sentimentos para suas apresentações.

Com passagens por festas como Blum, vglnt, Jerome, Úmida, Cremme, além do coletivo Caldo, onde tudo começou, Transvegana busca inspirar-se em vocais femininos, sempre com muito groove e percussões intensas. Das primeiras montações até olhar-se para o espelho e desabrochar como travesti, Michelle carrega a essência da música eletrônica em sua musicalidade e forma de viver.

Valentina Luz

Modelo, performer e DJ, Valentina compreendeu sua sexualidade ainda na infância e desde muito cedo, teve o apoio da sua família na transição de gênero. Residente da festa Mamba Negra, que abraça totalmente a comunidade trans, a artista experimentou todo tipo de preconceito, seja por ser uma mulher trans ou preta e combater a transfobia é um dos seus objetivos de vida. (Fonte: Alataj)

Carregando a boa e velha house music como forma de expressão, Valentina vem ocupando cada vez mais espaços, que são seus por direito e mostrando que o talento deve romper qualquer tipo de barreira. Com passagem por clubs como Caos e D-EDGE, além de dividir o palco com Solomun no Autódromo de Interlagos, a artista que saiu do Paraná para São Paulo, está indo em direção ao mundo todo.

Valentina é o perfeito exemplo de que pessoas trans podem e devem ter locais de destaque, seja na moda, mercado onde ela também está inserida ou na música. Nossa dance music, que nasceu preta e queer, tem por obrigação enaltecer corpos que foram e são o motivo da nossa cena existir e poder ver uma artista como Valentina, levantando essa bandeira, é muito significativo para todos nós e deve ser reverenciado.

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Grammy Awards ganha nova data em Abril e se muda para Las Vegas

O MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, receberá o Grammy Awards pela primeira vez, no dia 3 de Abril. Conheça mais detalhes.

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Lançamentos da Semana: 15 a 21 de Janeiro

Conheça os melhores lançamentos da indústria da música eletrônica, nacional e internacional, durante 15 e 21 de Janeiro. Ouça nossa playlist.

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Turnê de Armin van Buuren no Brasil é adiada para Setembro

O DJ e produtor de trance, Armin van Buuren, se apresentará a partir de 9 de Setembro pelo Brasil. São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro recebem o artista.

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