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Cris D. fala sobre sua tour pelo Brasil e novos lançamentos

Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília foram algumas das cidades que receberam o jovem artista, Cris D., que conversou com nossa redação.

Por Louise Lamin

Respirando criatividade, Cris D. é o tipo de artista que se dedica a entregar produções sempre repletas de personalidade e diferentes referências. Como bom aficionado pelo universo nerd, encontra também inspiração em quadrinhos, filmes e séries, levando-os para suas criações através de samples e vocais. Além disso, o artista gaúcho é um grande admirador dos clássicos da música brasileira, entregando boas notas de brasilidades entre as linhas do Afro House, House, Disco e até mesmo Techno.

Atualmente, Cris D. é residente do Muinho Farroupilha, Minimo, Cardinals e de uma das maiores festas do Rio Grande do Sul, a Sunset Sessions. Para além das terras gaúchas, andou se apresentando por diversas cidades do Brasil recentemente, e é através desse gancho que o convidamos para um bate-papo, em que também fala sobre sua trajetória, lançamentos e planos para o futuro.

Beat for Beat – Olá, Cris! Prazer em conversar com você. Bom, vamos começar lá do início. Conta um pouco pra gente como se deram os seus primeiros passos no universo da música eletrônica?

Cris D. – Olá pessoal, prazer é meu e muito obrigado pelo convite! Eu iniciei minha carreira com 19 anos, amava fazer as festas do grêmio estudantil da minha cidade, recebi o convite de aprender a tocar com o meu eterno professor Bruno Marques de Caxias do Sul e aos poucos fui entrando na música.

Virei promoter do Muinho Farroupilha a convite do pessoal e antes da saída do organizador de eventos da casa virei residente. De lá para cá foi só alegria, junto com meu melhor amigo Mau Maioli fundamos a Beat On Me e aqui estou eu vivendo um sonho muito gratificante!

Sabemos que você se inspira em vários lugares para criar sua música. Em seus sets é possível encontrar Afro House, House, Techno, Disco… Como você construiu e vem desenvolvendo sua identidade sonora? 

Cris D. – Eu gosto que as pessoas saibam que eu sou versátil e sempre que me pedem. ‘Cris, o que você toca?’ Eu respondo: ‘Música’ (risos). Eu sou muito apegado a diversos estilos e gosto de mostrar isso a todos,  sou residente da Sunset Sessions que tem uma forte ligação com o afrohouse, mas em setembro faço a estréia em uma das melhores festas de House do País.

Eu tento mostrar o quanto posso ser uma caixa surpresa para todos contratantes e amigos e felizmente estou conseguindo. Amo ouvir muita coisa, de todos os lados e isso me ajudou a ser um artista melhor.

Que característica/habilidade você acredita que não pode faltar para um produtor musical? 

Cris D. – Personalidade! Sem sombra de dúvidas! Internet está aí para ajudar a todos e ver que podemos sim ter muito conhecimento de lá, mas aprendi que quando tu consegue se encontrar lá e as pessoas verem que a tal música tem a tua cara, vai ser o seu maior ponto! Seja você e faça que a sua música seja também!

Além de DJ e produtor, você também é mentor, certo? Conte um pouco pra gente sobre esse seu trabalho, quais os cursos já criou e lecionou…

Cris D. – Meu primeiro emprego foi ser professor de informática. Eu e o Mau queríamos criar algo que não fosse somente uma festa, assim nasceu a Beat On Me. Elaboramos um curso de mixagem básica e conhecemos pessoas maravilhosas, tanto que os atuais residentes junto conosco foram alunos que se destacaram nele, Luca Cruz e Luan Ditadi. Passar conhecimento é uma coisa maravilhosa.

Cris D. – Bom, já são alguns anos de estrada e alguns feitos pelo caminho. Quais momentos você considera highlights em sua carreira até agora?

Acho que são 3. O primeiro foi ter chegado no palco da D-EDGE a primeira vez em 2017 e nesse mesmo ano, ter batido top 1 em releases no Beatport na categoria Deephouse, lembro que tinha gravadoras pesadas junto e nós pela Dalzochio Music conseguimos esse feito, isso me deu uma alegria sem igual, a mesma saiu em vinil depois, a track se chama Fox.

O último, mas não menos importante foi ter me tornado em 2022 residente da Sunset Sessions, uma das maiores festas do Sul do país e uma que se destaca a nível nacional. A confiança que todos tiveram em mim e principalmente o Mezomo, que além de ser o criador, é um nome nacional, me mostrou o quanto o meu trabalho estava e está se destacando. Sou grato por muitas e muitas coisas, mas feliz demais em especial por esses três.

Cris D. – Ficamos sabendo que você esteve em tour por algumas cidades do país recentemente. Compartilha com a gente um pouco de como foram essas experiências 🙂

Sensacional! Levar a minha música em diversos lugares tá sendo uma experiência única. Lugares que a música anda me levando junto com elogios, surpresas e desafios deixa muito feliz aquele garoto de 18 anos que sonhava em pegar um avião, hoje viaja por lugares como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Brasilia, Santa Catarina entre outros levando sua música.

Pra finalizar, vamos falar do futuro. Algo para adiantar sobre o que podemos esperar de Cris D. em 2023? Muito obrigada pelo papo! 

Cris D. –  Claro! A primeira que faço parte do time da Ápice Plus, da sensacional Graci Rosso, que tem uma história maravilhosa na música. Então esperem eu tocando muito mais fora do estado. Tenho algumas músicas em gavetas que quero mostrar pro mundo. Além disso, nosso trabalho com a Beat On Me vai começar a se consolidar com alguns clubs da região, então vou estar à frente de diversas produções de festas. Eu que agradeço pessoal, muita luz para vocês.

VAPOR – CRIS D B2B BRANDÃO 23.07 (DJ SET AO VIVO) by Cris d.

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Lançamentos Via UnderGROUND

Seed Selector assina duas faixas no álbum ‘Elementum Naturae’

Saindo pela Ohxalà Records, o álbum de remixes ‘Elementum Naturae’ conta com duas tracks assinadas por Seed Selector. Escute!

Por Sofister 

Atualizando a lista de lançamentos da gravadora Ohxalà Records, o novo álbum de remixes Elementum Naturae veio para marcar o mês de maio. Trazendo versões inéditas do álbum homônimo de 2020, o recente trabalho passou por uma curadoria refinada, prezando por manter a essência das sonoridades originais de Zeque Amrita com onze tracks remixadas por Seed Selector — que assina duas delas — Alahez, Junior_C, Forest Louche, Goyanu, RiK.a, Xuqutopi, Dallanoras, Cris D., Mezomo e ElPeche. 

O álbum consegue transitar pelas influências multiculturais e regionais dentro dos gêneros Downtempo e Organic House, e para entendermos mais sobre a construção deste trabalho, Seed Selector nos contou sobre o seu processo criativo. Começando pelo remix de “Pachamama Manã 528HZ”, o produtor contou com a parceria de Alahez e falou dessa collab:

Esse remix foi o pontapé inicial para a ideia do álbum de remixes. Após o Alahez me apresentar o álbum do Zeque e junto a isso, a ideia da track remixada. Eu logo de cara fiquei encantado com a beleza e a sensação que aquelas sonoridades passavam, vi grande potencial em todo material e consegui visualizar o álbum sendo apresentado com novas roupagens. Primeiro pensamos em remixar todas as faixas só nós dois, porém, após refletir, concluímos que seria muito mais interessante convidar outros artistas e dar início a este projeto”, conta. 

Já em seu segundo remix, “Purificasom”, Seed Selector deu detalhes da composição e quais elementos musicais foram adicionados em relação a track original. Esse meu remix surgiu como inspiração durante a formação do projeto, comecei a trabalhar nessa faixa buscando agregar principalmente na parte rítmica, utilizei de alguns timbres de instrumentos percussivos clássicos da cultura brasileira para isso. Assim foi possível complementar e também trazer um pouco mais do lado eletrônico, um bass line de peso e uma linha de acid que encaixa de forma harmoniosa com a progressão do piano e com o vocal”.

Vale destacar que o lançamento vem atrelado a um movimento de proteção a natureza, com 95% da arrecadação com suas vendas e reproduções via streaming serão destinadas a ajudar o povo Tupi Guarani da Aldeia Renascer, em Ubatuba, que faz um trabalho de preservação e reflorestamento na região da Mata Atlântica. 

Ouça abaixo e apoie comprando pelo Beatport.

Acompanhe Seed Selector no Instagram e SoundCloud.

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Editorial

Existem regras para um bom B2B? Mau Maioli e Cris D. respondem

Formato de apresentação em dupla, O famoso B2b, requer sintonia e algumas técnicas práticas para o sucesso da performance.

Se um set solo já é capaz de contagiar a energia de uma pista de dança, imagina uma cabine comandada por dois DJs? Conhecido como B2B, o formato que consiste na apresentação de dois artistas no comando do dancefloor tem sua origem nos tempos em que DJs tocavam apenas com vinil.

Quando se apresentavam em dupla, um deles ficava responsável pela seleção dos discos, enquanto outro rodava as bolachas no toca-discos. Por causa dessa movimentação, ambos ficariam muito tempo de costas para o público, daí o significado do termo “Back to Back”.

Embora essa seja apenas uma das teorias acerca do surgimento do formato B2B, uma certeza é definitiva: no momento em que dois DJs tocam juntos, a performance musical ganha ares bem diferentes de quando ambos tocam em formato solo.

A se ver pelos B2Bs históricos, como os clássicos de Carl Cox com Fatboy Slim, Marcel Dettmann e Nina Kraviz, Maceo Plex com Richie Hawtin, Solomun b2b Tale Of Us e por aí vai…

 

Aqui no Brasil, os DJs gaúchos Mau Maioli e Cris D. não tem medo de arriscar em um bom B2B. Com uma sintonia que vai além da própria música, a dupla possui uma sinergia equilibrada e consistente quando se apresentam juntos nas pistas de dança de Farroupilha e Porto Alegre.

Mas o que mais é preciso para que o B2B saia conciso, enérgico e sintonizado? A dupla responde pra gente com algumas dicas, regrinhas e códigos de “bom tom” para que esse formato seja executado com sucesso:

Cris D.

B2B, acima de mais nada, é a mistura de múltiplas pesquisas, o DJ precisa estar preparado para enfrentar pistas diversas e deve escolher/levar muita música. Nem sempre escolhemos à risca o que queremos tocar juntos naquela noite, as vezes só damos um norte e uma ou duas músicas de apoio e decidimos “vamos nessa vibe”, isso funciona muito depois que você toca anos com alguém.

Outra coisa que sempre indico é uma visão geral da pista que vai tocar: pesquisar sobre a festa, seu horário e estar preparado, pois se as vezes fazer isso sozinho já custa um investimento de tempo maior, quem dirá em 2. Por quê? Não se pegue de surpresa com sons que não condizem com o horário, essa hora devemos ser DJs, ou seja, bons pesquisadores e seletores.

Outra dica muito importante é NUNCA, JAMAIS coloque poucas músicas pensando naquele horário, jamais mesmo, porque nem tudo na hora pode funcionar e se você tiver mais tracks, sempre vai estar preparado para imprevistos. Já rolaram festas onde deveríamos tocar por 1h30 e tocamos 3h30… mas como fomos preparados, ainda sobrou algumas músicas (risos).

Vale lembrar que sempre tocamos no formato de uma música cada, mais interativa, divertida, e rola mais troca de conhecimento em mixagens… é um conselho que dou pra galera nova: uma música de cada, assim você não se torna o rei do b2b e fica de igual a igual com o artista.

Mau Maioli

Por termos uma longa jornada de apresentações em conjunto, nossas decisões pré-festa normalmente acontecem com a troca de algumas poucas músicas que queremos tocar e para qual caminho queremos seguir.

Já criamos alguns esqueletos com faixas que gostaríamos de tocar, até uma certa ordem para nos guiar em relação ao BPM do set e em quanto poderíamos começar/até onde poderíamos chegar (isso funcionou e funciona bastante quando o assunto é warm up, por ser mais tempo de set com mais mobilidade de velocidade das músicas mesmo).

Acho que acaba sendo necessário criar um começo meio e fim junto com o parceiro (a) de b2b em ocasiões novas ou no caso de você ainda engatinhar na discotecagem. Mas conforme o tempo passar e você acumular experiência (até a experiência de tocar com outros(as) DJs inesperadamente em afters e afins) esse movimento de dividir palco com outro(a) artista será natural.

Não podemos deixar de comentar que precisa haver afinidade com o outro. Seja através da música ou da própria pessoa. Se essa conexão não acontecer, creio que possa vir a ter problemas grandes na hora da apresentação. Claro que para uma boa experiência é necessário algumas brincadeiras. Indico a de tirar o fone de ouvido do plug ou desligar o canal dos fones uma boa para tirar com o parceiro (a) de b2b hahahaha.

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Cris d. e o novo EP de remixes da sua faixa ‘Black Box’

O novo trabalho de Cris d. saiu recentemente com novas versões da track ‘Black Box’ assinadas por Mau Maioli, Souto e Minozzo. Confira!

Lançada de forma independente no final de 2019, a faixa ‘Black Box‘, dos produtores gaúchos Cris d. e Vasconcellos, foi anunciada como a track de um novo remix contest, em março deste ano. Três artistas chegaram à fase final e, por voto popular, Minozzo foi o grande vencedor. Além dele, outros dois produtores foram selecionados para integrar o EP de remixes lançado recentemente: Mau Maioli e Souto.

A original de ‘Black Box’ é uma faixa que brinca com os contrastes, um Melodic House com percussões orgânicas e vocais femininos que dão um tom mais delicado à ela. Mau Maioli trouxe a estética original para mais perto do Indie Dance, Souto preferiu criar uma atmosfera de Deep House, enquanto Minozzo imprimiu uma linha mais profunda e sintetizada.

Você pode ouvir todas as versões logo abaixo e aproveitar para conhecer um pouco mais de como foi o trabalho de lançamento do início ao fim nesse bate-papo com Cris d.

Beat for Beat – Cris, ‘Black Box’ foi criada lá em 2019 através da sua série Collab(oration) ao lado de Vasconcellos. O que te levou a convidá-lo para produzir essa track? Desde quando você  o conhecia?

Cris d.  Oi gente tudo bem? Espero que sim! O convite foi uma via de mão dupla, eu queria convidar o Rafa (Vasconcellos) para algo e ele tinha iniciado a Black Box, começamos bem na época que ele estava se mudando para SP e foi bem tumultuado, mas no final chegamos a esse resultado e gostamos muito.

O Vasconcellos foi daqueles DJs que comecei a admirar por redes sociais, além de ser um baita artista, ele também é um ótima pessoa e tem uns pensamentos muito parecidos comigo. Pessoalmente, conheci ele na Sunset Sessions em 2018 quando eu toquei, foi na fila do Subway (risos) e daí de lá para cá viramos irmãos, tenho um carinho enorme por ele.

De onde você tirou os vocais da track? A música em si tenta passar alguma mensagem?

Cris d. Como um bom artista, samplei (risos). Estava a música no lugar certo na hora certa e quis tirar. Como um artista negro, vocais soul/afro sempre vão ter meu coração, pensei nisso quando inseri. Não tem uma mensagem em si, mas queria passar o peso da voz negra que temos, tanto lá fora quanto aqui no Brasil.

Você chegou a tocar ela na pista em alguma oportunidade?

Cris d. Eu não, infelizmente… o Rafa sim e teve uma baita resposta da pista! Foi muito da hora.

E o que levou à idealização do remix contest? Por que você escolheu justamente Black Box e não outra track?

Cris d. Agora em 2020 em um call com o Vasconcellos ele deu a ideia de criarmos um versão atualizada da track, aí me veio a ideia na cabeça que falei para ele: ‘e se a gente cria-se um remix contest?’ O motivo foi pra ajudar os novos produtores de alguma maneira, nem que seja pequena, e deu muito certo! Fiquei feliz demais com o resultado de tudo.

O vencedor do contest foi o Minozzo. Você já conhecia o trabalho dele? O que mais chamou a atenção na versão que ele entregou?

Cris d. Sim, toquei com ele em meados de 2015/2016. Ele é bem conhecido por diversos warm ups sensacionais. O que mais me chamou atenção sem dúvida é saber que foi a quinta música dele pronta e ele já estar com essa ID sonora ótima.

E além dele você trouxe o  Mau  Maioli e o Souto para o EP de remixes… foi pela amizade que você tem com eles mesmo?

Cris d. Sim, Mau é meu melhor amigo, mas acima de tudo um dos DJs mais talentosos que conheço da nova geração, chamei ele pela afinidade, mas sabia que ele sempre entrega mais o esperado sempre.

Souto conheci na minha última ida a SP e vi um cara fantástico como artista e como pessoa, de um ótimo coração e ouvido afinado demais, eu estava curioso o que ele poderia proporcionar e só me mostrou o que eu já achava dele! São 2 artistas que eu adoro trabalhar junto.

Por fim, além da Black Box, tem algum novo lançamento pra chegar nos próximos meses? Como tem sido sua rotina musical nesses tempos? Valeu!

Cris d. Sim, temos! Um deles eu ainda não posso falar, mas finalmente lançarei com dois artistas que eu curto muito, um é o Mezomo, que me espelho também como forma de ser e artista. Fiz um cover/live com a cantora/DJ e produtora Sarah Chilanti que logo sai, e também tem minha minha track  pela Pour Tous Art. A música não pode parar!

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‘Nexo’, novo EP de Cris d., vai muito além da música

O novo disco de Cris d., ‘Nexo’,  levanta bandeiras importantes como igualdade e luta contra o racismo em 3 faixas originais. Escute agora:

Cris d.

Estamos vivendo um momento realmente importante e delicado em diversos contextos, do social ao político, da luta contra o racismo — que eclodiu após a morte de George Floyd e escancarou o racismo da polícia — à luta por mais espaço às mulheres. Pouco a pouco, com diferentes manifestos, estamos conseguindo pequenas vitórias e no meio disso alguns artistas amplificam essas mensagens através da música.

É o caso de ‘Nexo‘, novo trabalho do DJ e produtor gaúcho Cris d. que em suas três faixas originais traz mensagens implícitas através de samples. ‘Her’ fala sobre a força feminina e  conta com a participação de Lapax; ‘One All’ dialoga com as minorias e transmite a mensagem de que ninguém deve ser tratado de forma diferente por sua  sexualidade ou classe social; por fim, ‘Starr’ ressalta a luta contra o racismo, tendo como hook um diálogo do filme “O ódio que você semeia”.

Os beats lentos, melancólicos e até mesmo sombrios refletem um momento de experimentação artística de Cris d. durante o momento de isolamento na busca por novos estímulos criativos. O trabalho ganha toques finais através da ilustração da capa feita por Natália Müller, designer que sintetizou visualmente os sons compostos por Cris d. “Ela é uma pessoa muito especial pra mim, fantástica como profissional e também ótima pesquisadora musical, tê-la comigo neste trabalho significa muito”.

O resultado você confere abaixo ou diretamente no Spotify:

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União e criatividade em foco: assista videotape de Cris d. ft. DEC90

A nova música, uma colaboração entre Cris d. e DEC90,  contou com a participação de outros dois projetos: Barbo e Digitus. Confira o resultado.

Antes mesmo da pandemia ser uma realidade no mundo, nós já havíamos falado aqui sobre o collab(oration), projeto do DJ e produtor gaúcho Cris d. que tem como palavra-chave a coletividade. Hoje, mais do que nunca, essa característica é essencial para que os artistas possam continuar em movimento mostrando seu trabalho principalmente pelos meios digitais.

O collab(oration) então, com o isolamento social, ganhou ainda mais força e ideias mais criativas foram surgindo naturalmente, como é o caso deste novo material idealizado por Cris. “Sou amigo do pessoal do DEC90 e assim que falei da ideia eles compraram na hora, tanto que a parte de edição do vídeo ficou toda com eles dessa vez”, explicou.

Mas ainda teve mais gente envolvida no projeto: Barbo e Digitus. “Barbo também topou no mesmo momento. O Lelê (do DEC90) sugeriu de incluirmos o Digitus nessa, eu não conhecia o projeto, então foi ainda mais legal e desafiador produzir esse material. Nem ensaiamos antes, tudo foi surgindo no flow, cada um recebeu sua parte e a gravação deu certo de primeira”, contou Cris.

No vídeo que você vê abaixo, a bateria da música fica por conta de Cris d., enquanto o DEC90 comanda os teclados, synths e ainda inclui os vocais de Ana Ballardin. Barbo cuidou de outros synths e das modulações da faixa, e Digitus fez a linha de baixo no teclado. Confira o resultado:

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Descubra

Descubra: DEC90

Unidos pela música e juntos além dela, Ana Ballardin e Leonardo Griebler formam o DEC90, primeiro casal personagem do Descubra!

DEC90

De um lado, Ana Ballardin, natural de Caxias do Sul/RS. Participou de coral na infância, aprendeu diversos instrumentos, cantou em projetos musicais, realizou shows acústicos pela região e, no meio do caminho, encontrou o Techno. Do outro está Leonardo Griebler, formou-se em música, natural de São Sebastião do Caí/RS. Tocou em bandas dos mais diversos estilos (principalmente Rock), trabalha há mais de 10 anos com produção musical, criou o festival Green Sessions e, no meio do caminho, encontrou Ana. Juntos, eles formam o DEC90.

A história dos dois se cruza em março de 2019, quando Ana participou da segunda edição do Green Sessions Cahy. Após trocarem ideias, se conheceram melhor, começaram a namorar e o DEC90 surgia. Hoje eles são um casal de músicos e produtores que compartilha o amor pela música e transfere esse sentimento para seu projeto de live act. “Nosso objetivo é fazer a pista flutuar com um set recheado de sensações”.

Quer saber mais? Então segue com a gente nesse bate-papo. Descubra: DEC90.

Beat for Beat – Olá, pessoal! Obrigado por toparem essa entrevista! Ambos absorveram um background musical bem rico antes do surgimento do DEC90… quão importante é essa experiência individual de anos no projeto atual?

DEC90 – (Lele) Fala galera! Grande satisfação trocar essa ideia. Acreditamos que graças a esse know-how já começamos o projeto sabendo o que queríamos e como poderíamos fazer. Quando nos juntamos, uniram-se também nossos projetos: o acústico, a nossa banda (que passou a ser o Sagitados) um live act que vai do Disco a EDM dos anos 90 e então unimos a meta de um autoral no DEC90.

(Ana) Além de sermos músicos e estarmos habituados com os palcos, o Lele já utilizava o Ableton Live nas gravações dos clientes do estúdio há anos. Ele também utilizava pedaleira de loop session nos shows acústicos, então a experiência individual nos deu uma base bem sólida para a construção do live act do DEC90.

B4B – Claramente a música foi a grande responsável pela união de vocês. Esse encontro aconteceu durante a 2ª edição da Green Sessions, em São Sebastião do Caí, evento que Lelê organizava. Foi a partir deste momento que o DEC90 surgia, certo? Quais foram os motivos, influências e afins responsáveis por ajudar a formar o projeto?

DEC90 – (Lele) Mais do que a música, foi inicialmente o Michel da Herzpille, (risos), bar de Bom Princípio (cidade vizinha do caí), onde eu e a Ana fazíamos shows, mas sem um saber do outro. A meta da Green Sessions é gravar artistas com qualidade de áudio e vídeo no evento ao vivo. A Ana foi participar por essa indicação em busca de produzir um material de qualidade pra carreira dela, enquanto eu como produtor, buscava artistas de qualidade pra assim chegar nos melhores resultados. Então o que nos aproximou inicialmente foi a busca por qualidade, ideal que estaria sempre presente nos nossos projetos. Gostei de cara da Ana pelo profissionalismo e talento, mas no fim do evento quando fomos confraternizar, fizemos um som juntos pela primeira vez, e aí me apaixonei. Não só nós como todos ao redor perceberam a conexão que rolou, desde então não desgrudamos.

Do nosso contato, apresentei pra ela toda a vida que rola dentro de um estúdio e ela me contou do mundo eletrônico, que eu até então nunca tive interesse, por sentir falta da parte orgânica e do ao vivo, aí que ela me apresentou vários artistas realizando Live Act em canais como Cercle e vi que ali estava o meio perfeito para expressar arte, explorar o lado mult-instrumentista e fazer a galera dançar.

(Ana) Eu sempre fui atraída pelo eletrônico. Tanto que os meus primeiros covers com o violão eram versões das comerciais que eu ouvia nas rádios e nas festas que frequentava lá em 2012. Com o passar do tempo e por morar em Caxias do Sul – terra da Colours, conheci o techno e suas vertentes. E depois de algum tempo sendo apreciadora da cena, surgiu a vontade de fazer parte. Mas meu objetivo sempre foi fazer live, ir além da mixagem. Foi aí que começaram as pesquisas, as viagens para assistir aos meus DJs favoritos, clubs e labels.

Foi numa dessas viagens que vi ao vivo a Giorgia Angiuli, uma forte referência que temos de live act. Vi artistas excepcionais conduzindo a pista como maestros e achei incrível. Poder guiar as pessoas a uma experiência linda que acontece quando fechamos os olhos e nos conectamos com a música. Fiz o curso de Mixagem Básica com o Mau Maioli e Cris D no Muinho Farroupilha, logo antes de conhecer o Lele. Assim que nos conhecemos já apresentei minha paixão pelo techno e os planos de seguir carreira, tanto que nem um mês depois, o Lele esteve em um workshop com o Laércio (L_Cio) também no Muinho. Foi ali que ele se apaixonou de vez pelo mundo eletrônico e o ‘meu’ sonho se tornou ‘nosso’.

DEC90 produzindo durante a quarentena

B4B – O DEC90 é formado por referências musicais distintas, já que vocês trouxeram e somam visões diferentes da música. Sabemos que a identidade ainda está em construção, mas em síntese, qual seria a essência ou a base musical que sustenta o projeto?

DEC90 – (Lele) Música boa! Música clássica traz sensações como a eletrônica em questão de tensão/repouso. Boas músicas são construídas de forma que envolvem o ouvinte deixando-o totalmente presente e sentindo.

(Ana) Feeling. Somos músicos, habituados a tocar com banda onde podemos mudar a dinâmica da música a qualquer momento. O live act nos traz a mesma liberdade. Nossos sets nunca são iguais. mesmo que tenham as mesmas músicas, pois temos tudo aberto e podemos levar a galera de acordo com o momento. O feeling impera, o improviso acontece e a alma se expressa sempre com liberdade. Podemos dizer que vamos do progressivo à la Pink Floyd à pressão sonora do ACDC, o que nos faz viajar do melodic ao techno, sempre mesclando elementos orgânicos e acima de tudo musicalidade.

B4B – Apesar do pouco tempo de vida (1 ano), quais os frutos que o DEC90 já gerou? Vocês possuem músicas finalizadas? Pretendem compartilhar algo em breve?

DEC90 – Temos 1 ano e 2 meses juntos. Podemos considerar que o DEC90 começou a engatinhar quando o Lele fez o workshop com o L_cio e compramos a APC40, em maio de 2019. Imediatamente começamos a fazer as primeiras tracks. O Lele já trabalhava com o Ableton Live há mais de dez anos (super por acaso), o que facilitou-nos sair produzindo, mas o nome e conceito surgiram em setembro, quando mergulhamos de cabeça no projeto. DEC90 vem de december 90, ambos nascemos em dezembro de 1990. Atualmente o Lele faz parte da Comunidade do André Salata, e, graças ao tempo que a quarentena nos trouxe, estamos estudando, criando, produzindo e encontramos nossa identidade sonora. Estamos com várias tracks novas no forno e preparando os lançamentos.

B4B – Além da família de sangue, imaginamos que tenha uma segunda família dentro do estúdio… Quais são os equipamentos queridinhos de vocês do momento?

DEC90 – ‘Do momento’ é bem colocado, pois estamos sempre pesquisando e testando coisas novas! Atualmente a APC40 é o nosso coração, os pedais de guitarra do Lele que nos trazem timbres bem únicos, a VE20 da Boss – onde aplico todos os efeitos da voz e instrumentos de sopro, usamos 2 Mini controladores MIDI pensando em espaço. Também mesclamos flauta transversal e doce, escaleta, guitarra, baixo, bateria e percussões gerais que dão muita vida ao som. Na wishlist pra logo temos a TR-8 e o TB-303.

B4B – O cenário de entretenimento infelizmente foi muito atingido com o isolamento social e o futuro ainda é bastante incerto. Apesar disso, sei que vocês são determinados e desejam fazer barulho na cena. Quais os planos para os próximos meses do DEC90 e onde vocês se imaginam daqui 5 ou 10 anos? Obrigado!

DEC90 – Como músicos que viviam exclusivamente de música, fomos extremamente impactados, mas aproveitamos esse ‘tempo livre’ para mergulhar ainda mais no projeto. Com certeza queremos fazer muito barulho! E para isso estamos com um cronograma de conteúdos que estão sendo postados nas nossas redes sociais, preparando Lives e alguns projetos com parcerias.

Além de conectar com o nosso público, trabalhamos pela cena como um todo e estamos sempre abertos para agregar e compartilhar ideias e recursos. Pretendemos incluir um palco live act na Green Sessions e sabemos que juntos somos mais fortes e vamos mais longe. Daqui a 5 ou 10 anos? Queremos estar tocando em  festivais pelo mundo, produzindo muito, compartilhando nossos conhecimentos através de workshops e permanecer ativos na cena brasileira.

Obrigado pelo espaço para falarmos um pouco mais sobre a gente! Nos vemos nas pistas, virtuais por enquanto, mas em breve estaremos juntos. Valeu! <3

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Conheça Cris d. e seu novo projeto: collab(oration)

O DJ e produtor gaúcho, Cris d., nos apresenta seu projeto collab(oration), que traz seu companheiro de longa data, Mau Maioli, no segundo EP. Confira:

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