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Via UnderGROUND

Vampire Haus realizará edição especial de lançamento do seu vinil

Uma das festas mais undergrounds de São Paulo, a Vampire Haus, anunciou uma nova edição, com lançamento do vinil Putas Vampiras Vol. 1.

Foto: Kaique Talles

São Paulo é uma cidade que borbulha diariamente, principalmente quando falamos sobre música eletrônica. A capital paulistana, que recebe diversos eventos de todo o mundo, também tem muita coisa sendo produzida por aqui, como é o caso da Vampire Haus. A festa, que é independente e totalmente underground, é conhecida por ter o techno e suas vertentes como ponto de partida, além do seu tradicional Fire e em agosto, realizará uma edição mais do que especial. O anúncio veio através do Instagram da festa.

Marcada para acontecer no dia 05 de agosto, em local ainda secreto, a festa comemorará o lançamento do seu vinil ‘Putas Vampiras Vol 1.’, que está em produção na Europa. Com a missão de manter o techno vivo, o evento é um exemplo claro de que festas independentes existem e resistem, principalmente numa cena em que cada vez mais festas comerciais ganham espaço. A união faz a força, literalmente e a Vampire Haus se faz presente.

Ainda sem um line definido, o evento promete uma rave queer do jeito que a gente gosta e merece, além de artistas que prometem fazer todos os corpos dançarem. Quem já conhece a Vampire Haus, sabe do que a festa é capaz e pode esperar por algo que fará nossas mentes pirarem. Os ingressos para a Vampire Haus Edição Especial do lançamento do vinil Putas Vampiras Vol.1 já estão disponíveis e você pode comprar o seu clicando aqui.

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Lançamentos

KVSDE abraça sua essência e canaliza emoções em ‘Sometimes’

Fazendo uma fusão de house e techno, além de abraçar sua essência queer, KVSDE apresenta uma track poderosa e transformadora: ‘Sometimes’.

Ter orgulho de quem você é e canalizar isso em sua arte, é algo revolucionário, além de ser capaz de dar uma personalidade totalmente própria e impactante para aquilo que se propõe a fazer. Tomando isso como ponto de partida, o DJ e Produtor estadunidense, KSVDE, é alguém que levanta a bandeira de sua comunidade LGTBQIA+, colocando emoções cruas e mensagens poderosas em suas músicas, como é o caso do seu novo lançamento, ‘Sometimes’.

Fazendo uma fusão de House e Techno, mas sem seguir necessariamente pelo caminho do Tech House, o artista propõe uma estética forte e consistente, que é capaz de hipnotizar seus ouvintes. Seu mais recente lançamento, ‘Sometimes’, traz fortes elementos do Techno, principalmente pelo kick proeminente e vocais sintetizados, criando uma atmosfera quase densa e obscura, mas totalmente dançante. Você pode ouvir aqui.

A música é muito forte e consistente, traços que podem ser encontrados no artista. Marginalizado naturalmente por ser um homem gay, KSVDE precisou transferir para a música todo o preconceito e ódio que sofreu, para então fazer disso um elemento transformador. Usar de seu dom musical, para potencializar seu orgulho e usar disso como instrumento de libertação, faz do artista um grande vencedor.

Escute agora ‘Sometimes’:

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Lançamentos

Auras Josh traz a boa e velha EDM em seu novo single, ‘Under’

Entregando uma ótima música ao bom e velho estilo EDM de ser, O DJ e Produtor, Auras Josh, apresenta seu novo single, ‘Under’. Escute agora!

O talentoso produtor, dançarino, DJ, coreógrafo e ativista, Auras Josh, mais uma vez chamou a atenção do mundo da música com seu último single, Under. Após sua performance eletrizante no evento Pride de São Francisco em 2022, Josh levou sua energia e paixão a novos patamares no estúdio. Você pode ouvir a música clicando aqui.

‘Under’ é uma verdadeira jóia EDM que mostra o som e estilo únicos de Josh. Com uma batida eletrizante, um gancho vocal hipnotizante e quedas e construções habilmente trabalhadas, a música promete um experiência inesquecível para os fãs do gênero. Mas não é apenas a energia e o entusiasmo da música que o diferencia. Josh explora temas de resiliência e força, oferecendo uma mensagem poderosa de esperança e perseverança para todos os que ouvem.

DJ Auras Josh se dedica a espalhar amor, bondade e união por meio de sua música e shows ao vivo. Ele formou seu grupo de dança, Auras, com a intenção de capacitar e inspirar as pessoas para abraçarem suas diferenças e aumentar a conscientização sobre questões sociais críticas, como bullying e racismo. Com um pedigree de performance que inclui locais de prestígio como Academy LA, OC Pride Main Stage, palco principal DTLA PROUD e 340 Nightclub, não há dúvida de que Josh é uma estrela em ascensão no mundo do EDM.

Com milhares de seguidores no Instagram e crescendo, DJ Auras Josh está prestes a se tornar um dos maiores nomes da cena EDM. Escute agora ‘Under’:

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Editorial

Biel Lima, artista que quer resgatar as raízes da house music preta

Cantor, compositor, produtor, beat maker e pessoa lendária na cena ballrom, Biel Lima conversou com nossa redação sobre sua carreira. Confira!

Preto, gay, da periferia, Biel Lima é aquele tipo de artista que precisa batalhar para sobreviver, seja da sua arte ou simplesmente no dia a dia. Considerado uma pessoa lendária na cena ballroom, ele é cantor, compositor, produtor e beat maker. Um artista completo, que encontrou na house music um refúgio e motivo para querer ir além.

Fazendo parte das comemorações do nosso Pride Month, conversamos com Biel Lima, que nos contou sobre a decisão de produzir musicalmente, sobre suas dificuldades, a cena house music e seu relacionamento com a comunidade ballrom. Confira nossa entrevista exclusiva.

Beat for Beat – Você é um artista que recentemente decidiu fazer o caminha inverso de muitos da cena eletrônica e já ir para a produção musical. O que te trouxe para esse caminho?

Biel Lima – Eu acredito que a minha própria carreira musical me trouxe para a produção de música eletrônica. Eu decidi ser cantor cerca de vinte anos atrás, quando comecei no rap, rnb, até que me apaixonei pela house music e a música eletrônica como um todo. Foi então que percebi que na quebrada, nas periferias, pessoas pretas não tem o hábito de produzir música eletrônica.

Claro que temos algumas pessoas que saíram das quebradas tocando música eletrônica, como o grandioso DJ Marky, que construiu um legado no Drum’n’Bass, mas maioria das pessoas acabam produzindo um outro tipo de música eletrônica, que é o o funk, por exemplo. Como outros gêneros não são tão difundidos, como a house music, por isso decidi enveredar por esse caminho.

B4B – Você, sendo da quebrada, da periferia, onde não existe o hábito de consumir a música eletrônica, como chegou até ela?

Biel Lima – Foi a house music especificamente que me trouxe para esse mundo, principalmente por conta das divas. Tony Braxton, por exemplo, que sempre teve remixes com essa pegada mais Chicago. Quando comecei a entender o que é era House Music, acabei me apaixonando ainda mais, pois percebi que assim como o hip hop, entre muitas outras culturas, como jazz, a house music veio da quebrada, de pessoas pretas. Descobrindo isso, decidi que era o que eu queria fazer, assim como o Rnb.

B4B – E quando falamos da criação da house music, você começar a produzir, é uma forma de se reapropriar daquilo que é seu. Você acha que a música eletrônica tornou-se heteronormativa cis branca?

Biel Lima – Completamente e não só a música eletrônica,  mas como muitas outras coisas. O rock, por exemplo, também veio de uma mulher preta, a Rosetta Tharpe. O jazz começou com instrumentos de música clássica reciclados, improvisados, por pessoas pretas que não tinham dinheiro… A música eletrônica também veio daí, e quero realmente reviver essas raízes, me apegando mesmo no que é passado.

Eu tenho um projeto chamado ‘House é Som de Preto’. Eu quero transformar isso em um show pra reafirmar cada vez mais da onde veio e o que é essa música que tanto faz a cabeça da galera nesses grandes festivais.

B4B – Além de ser cantor, produtor musical, você também faz parte da comunidade Ballroom. Quando foi que essa filosofia de vida entrou na sua?

Biel Lima – A ballroom entrou na minha vida em um momento que eu nem percebi. Eu danço também e acredito que a ballroom, e até mesmo a house music, chegaram até mim através da dança. Descobri house dance, obviamente por conta da house music. Essa musicalidade tem muito soul, muito instrumento vivo e dentro da house dance, descobri o voguing, que é um estilo de dança que tá dentro da comunidade Ballroom e aí eu descobri que existe também a vertente do vogue beat, isso lá em 2010 aproximadamente. Eu não sabia os nomes, não conhecia nada, só tentava reproduzir os movimentos.

Em meados de 2013 eu conheci o Félix Pimenta, que é pioneiro da comunidade ballroom, meu grande amigo, meu irmão. Ele me mostrou como era fazer parte de um movimento que virou uma cultura que é muito similar ao hip hop. Passei a entender melhor sobre as casas, entendi que tem um chanter, commentators, mergulhei e estudei sobre aquilo.

Em 2014 eu comecei realmente a viver a comunidade ballroom e tentar me afirmar cada vez mais como um uma pessoa que faz parte dessa comunidade e que fomenta a comunidade de um certo modo.

B4B – E você pretende levar sua formação como produtor musical para dentro da ballroom?

Biel Lima – Sem dúvida alguma, porque é uma cena que ainda tá muito carente de meios de produção. A comunidade ballrom também vem das periferias. Mesmo que as grandes balls aconteçam no centro da cidade, as pessoas saem das quebradas para realizares suas apresentações e para essa comunidade tentar viver, precisamos cada vez mais pessoas que estão pensando em meios de produção, em fazer acontecer e pra fazer acontecer a ball, a gente precisa de uma mínima estrutura possível. Cada vez mais, queremos trazer coisas que são concebidas aqui no Brasil, como a música.

Nós consumimos dos gringos de Nova Iorque, por exemplo, seja em musicalidade ou referências. Hoje, aqui no Brasil, a gente já tem várias Femme Queens referências, como a Zaila. Nós precisamos, cada vez mais, tentar trazer essas pessoas para lugares de protagonismo, para que saibam que a pessoa existe e que não é só Pose, Legendary, que isso só vai ser visto lá fora nos Estados Unidos. Aqui existe nossa cultura e ela precisa ser vista.

Muita gente não conhece a nossa cena, nossos artistas, pois muitas empresas e marcas só lembram de nós quando precisam, mas tem muita gente fazendo coisa aí todos os dias e eu quero ser um um produtor, não só um produtor cultural, mas um produtor artístico, um produtor musical que vai produzir vogue beat e que vai trazer também no meu show, essa linguagem ballroom.

B4B – Você fala sobre a comunidade ballrom não ter pessoas que possuam os meios de produção e quando isso se vira para você, ser preto, gay, da periferia, te prejudicou na hora de achar alguém para trabalhar junto?

Biel Lima – Total, eu comecei no rap, na Bela Vista, em 2007 , num momento em que as pessoas não estavam discutindo sobre identidade de gênero, sexualidade, até tinham algumas discussões em alguns polos que são muito menos acessados. Hoje falamos mais sobre isso, a gente discute mais sobre isso, tá mais latente do que antes, mas foi muito difícil.

Na verdade é difícil até hoje. Eu trabalho em um restaurante ainda, porque eu não consigo me estabelecer como um artista preto, gay, que veio da quebrada e que não tem dinheiro pra se manter só da música. Eu acabo competindo também com essa indústria que escolhe um tipo de corpo, coloca num estereótipo e acaba que só alguns tipos de pessoas conseguem ter oportunidades.

Mas assim como eu, tem muitos outros que estão lutando para poderem fazer um show, para produzirem. A minha intenção principal, fazendo meus cursos, me profissionalizando, seja como produtor musical ou na área de marketing, que também estou estudando, é para subverter isso e poder ajudar pessoas que estão no corre, assim como eu.

Siga Biel Lima no Instagram.

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Editorial

Mais um mês de junho. Mais um mês para ter Orgulho, e temos!

O mês de junho, onde comemora-se o Orgulho LGBTQIA+, é motivo para ser celebrado, ainda mais por pessoas da nossa comunidade.

Não faz tanto tempo assim, ainda era tabu falar sobre o Orgulho LGBTQIA+ e com propriedade podemos dizer isso, pois vivemos essa época. Parece uma ideia arcaica não poder falar do assunto, mas cerca de 10 anos atrás, o mundo era outro, a cabeça das pessoas era outra e mesmo que pouco a pouco, isso está mudando, e assim seguiremos.

Diferente de muitas marcas, empresas e até mesmo portais, que lembram da comunidade LGBTQIA+ apenas durante o mês de junho, desde sua criação, o Beat for Beat tem esse compromisso com essas pessoas. Um dos motivos é simples: a música eletrônica nasceu preta, periférica e gay. É nosso dever e obrigação, resgatar as raízes daquilo que nos nutre e movimenta.

O outro motivo é mais simples ainda: os editores do B4B são homens gays. São e sempre foram. Faria algum sentido eles, como seres pertencentes de uma minoria, a mesma que deu origem a tudo que escrevemos aqui, não falarem sobre a comunidade a qual pertencem? Não só em junho, mas durante todo o ano, nosso time se esforça para explorar artistas LGBTQIA+. Mas em junho é diferente.

Nosso espaço sempre esteve aberto a todos os tipos de pessoas, LGBTQIA+ ou não e nunca fizemos distinção entre as pessoas na hora de fazer uma postagem. Mas em junho, para celebrar o orgulho que temos, o espaço é ampliado, priorizado. Durante o mês de junho, nossa comunidade ganha ainda mais voz, em um espaço que já ocupam. É preciso virar os holofotes para quem precisa de mais luz.

Seguindo com nossa tradição anual, essa carta abre os trabalhos de nosso Pride Month. Durante as próximas semanas, vocês conhecerão artistas novos, lerão conteúdos de artistas consolidados, poderão ter contato com diversos artistas da nossa comunidade e que destacam-se não apenas por serem LGBTQIA+, mas por serem pessoas incriveís. Acompanhem aqui e no Instagram.

Convidamos vocês a celebrarem com a gente. Tenha Orgulho de ser LGBTQIA+ ou de ser um aliado. Não ser contra nós, já te faz uma pessoa melhor.

Feliz Mês do Orgulho!

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Agenda

TOKKA desembarca no Rio de Janeiro dia 19 de fevereiro

TOKKA, uma das festas de maior representatividade LGBTQIA+ da cena eletrônica brasileira, está pronta para desembarcar pela terceira vez no Rio de Janeiro.

Créditos: @wihtor

Com o tema “Abracadabra”, a cidade maravilhosa será tomada por uma noite mágica em pleno domingo de carnaval, no dia 19 de fevereiro, no Porto Maravilha.

Com um ambiente livre de julgamentos, a TOKKA acumula ao decorrer de sua história diversas edições de sucesso, incluindo duas em formato de festival, justamente por conquistar cada vez mais um público que busca um espaço seguro, alegre e divertido dentro da música eletrônica.  

Créditos: @wihtor

A festa também é muito conhecida por sua produção, onde consegue trazer um ambiente até mesmo lúdico com seus conceitos e decorações impecáveis. Além disso, a TOKKA sempre aposta em artistas que representam a diversidade, tanto em questão de gênero, cor e sexualidade, e até mesmo de sonoridade, flutuando entre o House e o Techno.
Os ingressos para participar do domingo de Carnaval da TOKKA já estão à venda. Garanta o seu através da plataforma da Ingresse ou clicando aqui.

SERVIÇO
TOKKA Abracadabra
Data: 19 de fevereiro de 2023
Local: Porto Maravilha, Centro do Rio de Janeiro
Horário: a partir das 21h00
Ingressos: sujeito à disponibilidade na plataforma da Ingresse (aqui)

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Lançamentos

Las Bibas From Vizcaya apresenta novos lados no álbum ‘The Darkness’

Explorando novas sonoridades e apresentando um lado até então desconhecido, Las Bibas From Vizcaya lança o álbum ‘The Darkness’. Escute!

Uma artista multifacetada e que desempenha de forma impecável todas as suas formas de expressão, é Las Bibas From Vizcaya. Cantora, produtora de música eletrônica, DJ, inquieta e Drag Queen, ela é da “velha guarda” da dance music brasileira. Sua história, que começou nos anos 80, com o vinil, teve como base a House Music, o Synthpop e nos últimos anos, até um flerte com o Tribal, gênero esse que permeia o cenário preferido da artista, o LGBTQIA+.

Recentemente, Las Bibas From Vizcaya apresentou seu novo álbum, mais introspectivo, obscuro e experimental. ‘The Darkness‘, que começou a ser idealizado no início de 2021, é um passeio entre o Deep, Afro-House, Tech e Synthpop, com alguns feats ao lado de parceiros de longa data. As músicas, que foram lançadas como singles durante os primeiros meses de 2022, foram compiladas para formarem a história que o álbum quer contar.

Composto por 14 tracks, ‘The Darkness‘ começa com um crossover sonoro entre a África e a Ásia, na faixa ‘Afro-Taiko‘, passeia pelo pop em ‘Defender‘, nos apresenta um solo de piano hipnótico em ‘Intrinsecum‘; uma sonoridade 80/90, toda feita com sintetizadores analógicos, é o que podemos ouvir em ‘Gone‘ e o compilado finaliza com a música que dá nome ao álbum,  com um chill-out dramático e misterioso que você precisa ouvir a música de fones de ouvido. Essas só são algumas das tracks.

Referência na arte drag, Las Bibas From Vizcaya nos apresenta esse novo lado musical e o álbum já está disponível nas plataformas digitais. Escute agora:

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Agenda

TOKKA está de volta a São Paulo no dia 6 de novembro

Com mais foco na diversidade, a festa TOKKA finalmente está de volta em São Paulo no dia 6 de Novembro. Conheça o line up.

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Mainstage

The Week São Paulo encerra oficialmente suas atividades

Uma das baladas mais icônicas da comunidade LGBTQIA+, a The Week, fechou o espaço localizado em São Paulo, na Zona Oeste da cidade.

A pandemia fez mais uma vítima na cena eletrônica nacional e de quebra, na comunidade LGBTQIA+. A The Week, uma das baladas mais famosas da capital paulistana, seja pelo Tribal que ecoava nas pistas de todas as festas e pelo público ser majoritariamente masculino, encerrou oficialmente suas atividades em São Paulo. Comando por André Almada, o grupo que administrava a casa fez um pronunciamento nas redes sociais.

“A The Week sempre proporcionou alegrias e criou, a seu modo, um universo particular. Inovador, precursor e inesquecível. (…) Mas, infelizmente, os últimos dois anos de pandemia, como todos sabem, foram difíceis para o mundo e particularmente para o setor de entretenimento. Honramos todos os nossos compromissos até chegarmos ao inevitável: a venda de nosso espaço físico em São Paulo para uma construtora, impossibilitando a continuidade nesta retomada dos eventos” diz o comunicado.

Na ativa desde 2004, a casa recebeu grandes DJs do Brasil e do mundo, que abrilhantaram e agitaram as 3 pistas do club e sua famosa piscina, que juntos ocupavam uma área de 3.200 metros quadrados na Lapa, Zona Oeste de São Paulo e recebia um público estimado em 2.500 pessoas por fim de semana. A filial do Rio de Janeiro permanecerá funcionando e prepara-se para retomar seus eventos.

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Lançamentos

JE$$ YONICA dá visibilidade à comunidade lésbica em novo videoclipe

Com referências do slap house, a faixa ‘Casa Comigo no Hospício‘, de JE$$ YONICA, ganha cores e imagens em videoclipe. Assista!

Em seu segundo videoclipe, JE$$ YONICA deu destaque ao papel da mulher gay no dia da Visibilidade Lésbica, 29 de agosto. A artista da música eletrônica reforça seu orgulho que não se dissocia da sua carreira. “Venho pela minha arte, me mostrando em primeira pessoa para que sejamos ouvidas, quero contribuir para a luta contra a invisibilidade lésbica, meu papel é levar representação“, revela.

A música ‘Casa Comigo no Hospício‘ foi lançada dia 30 de julho e já está disponível em todas plataformas digitais. A poli artista cria toda a sua arte, desde a composição, produção musical, vocal até a parte audiovisual. A música dançante conta ainda no videoclipe com coreografia criada pela dançarina e atriz Lorraine Smith, que faz par romântico com JE$$ nessa ficção. A dança tem influências do Vogue, que é historicamente um movimento importante para o público LGBTQAP+.

O clipe da track traz uma história comum e até clichê, mas delicada e intensa que muitas pessoas vão se identificar. A narrativa apresenta duas mulheres trocando carinhos na cama até serem interrompidas pelo namorado de uma delas, sugerindo um affair não resolvido”, explica JE$$ YONICA.

A artista iniciou há pouco tempo sua carreira de DJ, mas ela já trabalha na área musical como cantora, compositora e produtora musical há anos. Suas músicas variam pelos subgêneros do house, sendo esse seu novo lançamento cheio de influências do slap house e caracterizado pelo vocal autoral em português.

Eu acredito que a música tem um papel muito grande de identificação, a gente se sente pertencente através dessa arte, sentimos que não somos únicos a passar por algo. Eu quis trazer todas minhas verdades para um público invisibilizado há muito tempo. Amo também trazer a música eletrônica na nossa língua, pois assim sinto também uma conexão enorme e bem acessível a todo público”, finaliza.

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Editorial

Sophia Mel, a drag que nasceu ao acaso, mas que pertence ao Tribal

Da primeira montação de brincadeira para hostess de balada, sets e pop e funk, até migrar pro tribal. Conheça a drag DJ Sophia Mel.

De dia, Dr. Bruno Avelino. De noite, Sophia Mel. Artista do Rio de Janeiro, Sophia nasceu entre uma brincadeira de amigos, começou a trilhar seu caminho na noite carioca, até que se viu conduzindo uma pista de tribal e acumulando milhares de plays no Soundcloud e por isso, a drag DJ merece destaque em nosso Pride Month.

A Sophia surgiu na minha vida meio que do nada. Eu, mesmo sendo um homem gay, por ser cis, acabava por ter receio de colocar em prática aquele estereótipo de toda ‘criança viada’ acabar se vestindo de mulher e gostar. Meus amigos sempre quiseram experimentar a arte da ‘montação’, até que em uma festa de Halloween, resolvi engolir meus próprios preconceitos e encarar a brincadeira.

A primeira montação de Bruno, prestes a criar sua personagem, foi bem amadora, realmente para experimentar, mas mal sabia ele que seria o início de um futuro com muita cor, badalação e claro, música eletrônica.

Eu e meus amigos compramos perucas daquelas bem vagabundas, umas roupas bem fuleiras, mas nos montamos, com a cara e coragem e posso dizer: foi horrível, péssimo, mas eu tomei gosto pela coisa. Já com o preconceito rasgado e jogado no lixo, percebi que eu gostava de assumir aquela figura feminina. Eu me sentia uma outra pessoa. Eu conseguia realizar aquela vontade que toda criança afeminada tem, de tornar-se uma mulher, mesmo que temporariamente. Eu realizei um sonho com a Sophia.

Sophia Mel em 2018

Assim como para muitas pessoas LGBTQIA+, “sair do armário” é algo complicado, mas Bruno precisou fazer isso duas vezes, afinal, era preciso assumir para sua família a existência da Sophia.

Eu lembro que comecei a me transformar na Sophia em outubro, escondido dos meus pais, até que no começo do ano seguinte, tornou-se algo corriqueiro. Assim como eu precisei criar um respeito pela minha drag, meus pais aprenderam a respeitar, admirar e até mesmo a acompanhar. De vez em quando até me acompanham em alguns shows.

Mas nem tudo são flores e enquanto para alguns, ter os pais apoiando o trabalho da Sophia hoje, parece ter sido algo natural, no fundo não foi bem assim. Enquanto a mãe aceitava o filho como ele era, o pai de Bruno não via a situação com os mesmos olhos.

O processo de aceitação, seja o fato da minha sexualidade quanto a existência da Sophia, por parte da minha mãe sempre foi tranquilo. Ela sempre deixou claro que queria que eu fosse feliz e fizesse o que tivesse vontade, sem precisar de ninguém, mas com meu pai a coisa não foi tão simples. Ele não digeriu muito bem e precisou de um tempo para processar a informação. Até mesmo a Sophia, quando ele percebeu que ela também era meu trabalho, aceitou melhor a personagem.

Foi preciso desmistificar para seu próprio pai, de que a Sophia Mel não era uma garota de programa, mostrando que a figura feminina assumida por Bruno era uma “recepcionista de balada” e que era um trabalho digno como qualquer outro. Foi ali que o relacionamento da música começou.

Eu comecei como hostess e presença VIP em uma balada do Rio de Janeiro, a Papa G e um dos produtores da casa, o Thiago Araújo, viu um potencial em mim, afinal, eu estava na casa pelo menos todas as quintas-feiras e ele sugeriu que eu me tornasse DJ, mas naquela época, de pop e funk. O pontapé foi ali.

É muito comum que amigos ajudem no processo de migração entre estilos musicais e com Sophia Mel não seria diferente. Uma fada madrinha, ou melhor, DJ madrinha apareceu na sua vida e colocou Bruno no caminho que ele trilharia: o tribal.

Após começar com o pop e funk, eu sentei com a Bruna Strait e ela me deu as primeiras aulas, desde como manusear uma CDJ ou usar o Rekordbox. Comecei engatinhando, colocando uma coisa mais eletro pop nos meus sets, uma vibe meio Summer Eletrohits, sempre puxando para a música eletrônica, até que a mudança foi natural e aceitei meu destino de ser uma DJ de tribal.

Ser frequentador da noite carioca também ajudou na criação do gosto musical de Bruno. Cliente assíduo da The Week, foi entre uma ida e outra no club que ele percebeu que o gosto havia mudado, de acordo com a pista que ele ficava na casa.

A The Week do Rio sempre foi um lugar muito badalado. Todos os meus amigos frequentavam e eu acabava indo junto, mas eu sempre ficava na pista Wallpaper, dedicada ao pop e funk. Eis que entre uma passada e outra pela pista principal, a batida começou a me chamar atenção e fui ficando na pista de tribal cada vez mais. Quando percebi, era ali que a gente ficava o tempo todo.

E o tribal entrou com tudo na vida da Sophia. Mesmo com pouco tempo de carreira oficial como artista do genero, ele já coleciona uma residência e números expressivos em seu Soundcloud, feito que muitos DJs demoram anos para conseguir.

Depois de presenciar uma apresentação inesquecível da Anne Louise na The Week e de perceber que eu não queria fazer parte daquela ‘máfia’ da cena pop do Rio, eu fiz meu primeiro set, o ‘Forró das Angels‘ e logo de cara foi um tremendo sucesso. Com quase 20 mil plays no Soundcloud, consegui em menos de um ano, ganhar um certo destaque na cena tribal carioca. As pessoas querem me ouvir e apreciar meu trabalho.

Como todo o restante do mundo, Sophia se viu no meio da pandemia e a carreira que já era curta, precisou ficar em standby até que os eventos retornem com força total. O recomeço promete ser grandioso, assim como sua ambição.

Após migrar do pop para o tribal, eu quero focar bastante na minha drag, quero me especializar ainda mais no tribal. Assim como tantos outros artistas, quero poder levar meu nome por todos os cantos do país e elevar ainda mais a arte drag. O céu é o limite!

https://soundcloud.com/sophia-mel-147109134/forro-das-angels-liveset-tribal

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Editorial

Alphenkka: do rock ao forest, até descobrir sua real identidade musical

Do rock ao electro; do electro ao psytrance; do psytrance ao forest. Conheça a trajetória de Alphenkka, novo personagem do Pride Month.

Estamos cansados de dizer que o psytrance é uma das cenas mais libertárias que existem na música eletrônica e talvez seja por isso, que é muito comum encontrar pessoas que sentem-se a vontade em assumir que fazem parte da comunidade LGBTQIA+, como é o caso de Alphenkka, projeto de Kauê Garcilasso, que começa nosso papo relembrando suas primeiras memórias musicais.

Quando paro pra pensar na minha primeira lembrança musical, volto lá pra minha infância. Meu pai amava escutar música brasileira e uma das bandas preferidas dele era o Capital Inicial. Ele gostava muito, de ouvir sempre e por muito tempo, eu ouvi o álbum acústico da banda inteiro. Eu sabia todas as letras de todas as músicas.

Nem só de rock vive o homem e Alphenkka também lembra, com muito carinho, de outro contato com a música, ainda na infância, mas dessa vez ligado ao seu avô e às suas raízes sulistas, já que tanto o pai quando o avô, nasceram no Rio Grande do Sul

Outra lembrança muito forte que tenho é do meu avô colocando discos de vinil pra tocar, todos de música tradicional gaúcha. Não lembro bem qual gênero era, mas era muito característico da região e sempre que eu estava na casa deles, a vitrola não parava de tocar e o regionalismo se fazia presente em forma musical.

Kaue na Terra Viva

Por incrível que pareça, tanto o rock do Capital Inicial, quanto a música tradicional gaúcha, não foram o estopim para que Alphenkka tivesse aquela vontade de se envolver profissionalmente com o ramo musical. Foi preciso conhecer um amigo da sua irmã, na época de colégio, para ter uma nova visão sobre o mundo que o aguardava.

Eu não tive muito aquela fase de começar num estilo e depois migrar para a música eletrônica. Desde os meus 14 anos, tive contato com o electro através de um amigo de escola da minha irmã, que me apresentou o duo Electrixx, muito famoso naquela época. Nós saímos da escola e íamos pra minha casa ouvir aquele som ‘foda’. Foi com esse amigo da minha irmã que acabei conhecendo alguns outros artistas, comecei a descobrir as vertentes da música eletrônica e tive vontade de querer ir além.

Mais uma vez o destino falha e Alphenkka, mesmo começando no electro e vertentes mais comerciais, não chegou a frequentar eventos do tipo, até por conta da idade. Foi preciso aguardar alguns anos para ter seu primeiro contato com as festas e então, mudar completamente seu foco musical.

Foi no ano de 2013 que fui para meu primeiro rolê, nada a ver com aquela música eletrônica que eu havia conhecido. Fui na Trance in Moon, sozinho, já que meus amigos estavam completamente sem grana. Eu sabia que não poderia deixar aquela oportunidade passar e mesmo lutando contra a minha timidez, ‘meti o louco’ e fui com a cara e coragem.

Kaue na Gaia Connection

Encarando a sua primeira festa na vida, Alphenkka estava sozinho, porém rodeado de pessoas e foi ali, na excursão mesmo, a caminho da festa, que ele começou a se enturmar e criar novos laços. Era o início da sua história com o psytrance.

Durante o trajeto para a festa, acabei me enturmando, até mesmo pela distância. A Trance in Moon aconteceu cerca de 350km de São Paulo, então tive bastante tempo para conhecer pessoas. Mesmo longe dos meus amigos, eu voltei completamente extasiado daquela experiência, que foi muito além do que havia imaginado. Foi ali que resolvi me jogar cada vez mais na cena e viver intensamente e verdadeiramente o P.L.U.R.

Mais um plotwist acontece e eis que Alphenkka se apaixona pelas vertente noturna do psytrance. Foi nos BPMs mais rápidos e batidas mais obscuras que ele encontrou seu verdadeiro eu e ali, fez morada.

Ainda na Trance in Moon eu conheci o som do DJ Goch, uma coisa completamente diferente daquilo que eu já tinha ouvido até ali. Um som mais pesado, denso, conhecido por Forest e que ficou na minha cabeça. Em 2014, resolvi me aventurar na festa Sarasvati, focada só em Forest, no som que o Goch me apresentou e foi onde escolhi a vertente que me acompanharia profissionalmente como DJ.

Da infância com rock, da iniciação eletrônica com electro, da primeira festa com psytrance até esbarrar nas vertentes noturnas como o Forest, foi em 2016 que Alphenkka começou a dar seus primeiros passos profissionais na música eletrônica, mas nem tudo foi como ele esperava.

Minha primeira experiência com um professor de discotecagem não foi nada bacana. Meu tutor não gostava de psytrance e consequentemente não me deixava treinar. Eu não podia praticar com o gênero que eu havia escolhido para tocar, até que conheci um casal, a Amanda e o Vinicius, pedindo carona para ir pra um festival e que também são DJs. Foi com esse casal que comecei a ter mais contato com o psytrance. Recebi diversas dicas deles, trocamos bastante conhecimento, até que fiz minha estreia na festa Psyconnect, em São Paulo.

Alphenkka na Psyconnect

Após dar o start oficial na sua carreira, Kauê resolve tentar mais uma vez um curso de DJ, mas dessa vez em uma escola reconhecida na cidade de São Paulo, a e-lab, que não o podou em seu sonho e o deixou viajar nas ondas do psytrance, porém, a pandemia chegou.

Em 2019 eu decidi que queria investir na minha carreira de DJ, pedi demissão do meu trabalho, peguei a grana que eu havia guardado e comecei o novo curso na e-lab. As aulas estavam indo super bem, mas a pandemia começou, em 2020, e o curso precisou ser interrompido. Com o avançar dos meses e as flexibilizações, consegui terminar as aulas, com turmas totalmente reduzidas, mas o suficiente para que eu conseguisse adquirir o conhecimento necessário.

O novo curso, na escola certa, abriu ainda mais a cabeça e os caminhos de Alphenkka, que mesmo em uma época tão delicada para todos nós, não desistiu e se aventurou nos novos formatos de apresentação e as tão faladas lives.

Acho que como muitos artistas, precisei me adaptar, ainda mais para quem está começando na carreira musical. Fiz algumas lives, toquei para amigos bem próximos e restritos, em algum sítio da família, mas não deixei o sonho acabar. Estou no começo de tudo e quero crescer muito mais.

Galera reunida na Shiva Trance

E como um artista que faz parte da comunidade LGBTQIA+, Kauê, mesmo sem nunca ter sofrido preconceito na cena, sabe que ela ainda precisa de orientação e de que mais amor.

Eu posso dizer que sou privilegiado por nunca ter vivido alguma experiência desagradável na cena, mas eu não me sinto representado. As pessoas podem se vestir como querem, ser quem quiserem, mas ainda há uma resistência muito grande, principalmente quando falamos de artistas LGBTQIA+ reconhecidamente famosos. Não existem grandes nomes que fazem parte da nossa comunidade. A Luuli, uma DJ trans, é uma das poucas que faz parte do nosso movimento. Acredito que mesmo a cena sendo totalmente libertária, ainda há um medo ou certa resistência, por parte da pessoa que quer se assumir ou do público, em aceitar uma figura importante como LGBTQIA+

Mas não adianta falar e não fazer, por isso Alphenkka é um daqueles que não fica quieto diante de algumas atitudes e como frequentador e artista, posicionar-se é a melhor solução para combater esse preconceito ainda enraizado.

É muito importante nunca ter medo de mostrar quem eu realmente sou. De ser 100% eu, sem medo de julgamento das pessoas. Eu busco sempre me posicionar, repudiar e até mesmo boicotar festas e pessoas que ainda possuem atitudes homofóbicas ou que possam ferir minha comunidade. Não dar palco para atitudes escrotas. Busco sempre também dar visibilidade para artistas LGBTQIA+ e gosto de incentivar essa visibilidade. É muito importante que sejamos unidos.

O futuro ainda é muito incerto, mas como esperança é a última que morre e Alphenkka também planeja seus próximos passos.

Uma das coisas que mais quero, quando tudo isso acabar, é poder voltar a frequentar as festas, os eventos. Sinto muita falta. Quero também continuar estudando, investindo sempre na minha carreira, começar a produzir. Como muitos artistas iniciantes, também almejo meu lugar ao sol. Vou fazer esse projeto virar!

Escute Alphenkka no Soundcloud!

Alphenkka – Ëxx.u set by Alphenkka

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